On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 14
Capítulo 14: Visitas


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, gente, desculpem pelos mais de dois meses sem postar.
Espero que gostem desse capítulo!
O capítulo não foi revisado, infelizmente.
Recado ULTRA MEGA IMPORTANTE no final!
Enjoy!



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R U Mine?

Capítulo 14: Visitas

Amsterdã, Holanda

Dia de folga

Acordei com o barulho de alguém esmurrando meu cérebro. Ou assim me pareceu. Demorei pelo menos cinco minutos, entre lamúrias e xingamentos, para perceber que o barulho era alguém batendo na porta. Quem era o infeliz que vinha me infernizar tão cedo? Era só meio e dia e vinte...

MEIO DIA E VINTE? Puta que pariu!

Saltei da cama rapidamente, ficando meio tonta e sentindo frio. Enrolei-me nas cobertas e, descabelada, sonolenta e arrastando meus chinelos no chão, fui atender o desgraçado que praticamente tentava derrubar a porta. Me arrependi assim que destranquei e abri a primeira fresta da porta.

Joey estava parado ali, braços cruzados, anão como sempre, óculos de sol na cabeça e completamente vestido de preto. Sua camiseta dizia “Little people kill people”. Ou seja, vestido para matar, literalmente. Muito provavelmente já tinha descoberto sobre a tatuagem e queria falar com Fiona... Ou comigo.

- Você falou para ela o que aconteceu em Vegas. – ele disse monotonamente, como se segundos atrás ele não estivesse quase tendo um ataque de fúria contra a porta

Ah, que legal, ele acha que eu contei pra Fiona. Sem pensar duas vezes, fechei a porta na cara do baterista e comecei a caminhar de volta para minha cama, de onde eu não pretendia sair pelo resto do dia. O fuso horário e a ressaca estavam me matando. Mas Joey não se aquietou e entrou no meu quarto sem permissão.

- Joey, pelo amor de Deus, me deixe quieti...

- Você viu o que ela fez comigo?

- Sim, Joey, eu...

- Ela desenhou Jay-Jay, o Jatinho em mim. – ele falou, ainda no mesmo tom de voz

- J...

- Ela desenhou a porcaria do Jay-Jay, o Jatinho nas minhas costas! – Joey alteou a voz, revoltado – Porque contou pra ela? A mulher é uma maníaca! – foi a minha vez de ficar revoltada

- Escute aqui, Joey – comecei, me jogando na cama de novo e me recostando na cabeceira, enquanto apontava um dedo ameaçador pra ele – Não fui eu que contei pra ela, ok? Por favor, acredite em mim. Eu te dei minha palavra que não contaria, não é? Que propósito eu teria eu falar agora?

- Eu não sei, os caras falaram que você não estava muito sã noite passada – Joey provocou. Argh, eu tinha aquilo para resolver. As notícias corriam rápido.

- Enfim – tentei não desviar do assunto – Não fui eu. Ela se lembrou sozinha, assistindo não sei o quê sobre cabras no Azerbaijão..

- Afeganistão – ele corrigiu

- Que seja, eu nem sabia que tinha cabras no Afeganistão, mas de alguma forma isso ativou aquela ervilha que a Fiona chama de cérebro e ela se lembrou. Foi isso o que aconteceu. – Joey me encarou silenciosamente, parecendo decidir se acreditava em mim ou não. Acho que acreditou.

- Ela fez uma tatuagem em mim. Ela fez o...

- Jay-Jay, o Jatinho, tá bom Joey, eu já vi, beleza? Não precisa ficar repetindo igual criança. Deus, você tem 40 anos nas costas.

- Eu não tenho 40 anos. – ele protestou

- Está falando como uma criança, Joey – chamei a atenção novamente, deslizando mais pra dentro das cobertas, massageando as têmporas e fechando os olhos. Fez-se silêncio. – Era só isso que queria saber?

- Não. Queria ver se encontrava Fiona aqui. Preciso falar umas coisas com ela. Ela saiu de manhã bem cedo e dizem que não voltou ainda. Está me evitando.

- Ela não vai poder fazer isso pra sempre. Ela trabalha com você. Aliás, para você. – comentei

- Na verdade, ela pode me evitar o quanto quiser se for demitida. – ele retrucou, sem emoção na voz. Aquilo me alertou. Será Corey e Jim não tinham convencido ele de que não valia a pena demitir Fiona?

- Você vai falar para Jullian demitir ela? – perguntei, em choque. Joey suspirou

- Não. Corey e James já me fizeram um discurso, poupe seu fôlego. Por outro lado, os outros vão se tornar insuportáveis por algum tempo. Sid e Chris não param de imitar jatinhos, e Craig de alguma forma muda o plano de fundo do meu computador sem parar. É o preço que se paga por se juntar a um monte de filhos-da-puta – ele suspirou de novo e abaixou os óculos de sol – Falando em Sid, ele está procurando por você. Acho que ele perdeu a máscara ontem à noite, dizem que ele a afanou das coisas de show, de tão drogado.

- Mas é claro que ele tinha que fazer isso – resmunguei

- Ele apareceu no meu quarto hoje de manhã pra ver a... Tatuagem, com uma garota só de calcinha a tiracolo. Por um instante achei que era você. – ele comentou, se encaminhando para a porta.

Gelei. Por que Joey achava aquilo? Ele não estava lá, ele não viu nada. Mas alguém pode ter visto. Oh meu Deus, o que estavam falando de mim por aí? O que as pessoas sabiam? Aliás, até onde elas sabiam dos acontecidos??

- Porque achou que era eu? – forcei minha voz para que eu parecesse surpresa, como se achasse aquela ideia um absurdo. Na verdade, aquela ideia era um absurdo. Joey deu de ombros.

- Ah, o corte, a cor do cabelo. Mas era muito branquela pra ser você, e o nariz dela parecia o do Owen Wilson. E tinha voz nasalada. Ficou rindo como uma retardada e disse que adorava o desenho nas minhas costas. Enfim, igual a todas as garotas que Sid leva pra cama. Vou falar pra ele passar aqui pra falar o que quer que ele queira te importunar. – ele comunicou, sem pedir se ele podia ou não fazer aquilo, fechando a porta com suavidade. Suspirei e olhei para o relógio. Ainda estava me sentindo absurdamente cansada, mas decidi que era hora de pelo menos levantar e fazer alguma higiene.

Acabei gastando meia hora tomando banho e pensando nas coisas que eu fizera ontem a noite. Joey disse que achara que era eu quem estava junto com o Sid, mas aparentemente tinha sido só pela aparência. Mas até quando os beijos, que foi o que aconteceu de fato, ficariam escondidos? Aquilo me preocupava um pouco. Tinha sido só mais um cara que eu beijara sem pensar nas consequências. Não era nada demais, isso não é absurdo nem nada, mas Sid não era um desconhecido qualquer. As pessoas iam comentar.

Não me importo muito com o que falam de mim, mas sinceramente, não gostava de como minha imagem ia ficar depois daquilo. Tá certo que todos nós ali éramos um pouco ferrados na vida, mas pensar em mesma como “aquela que comeu happy cake e resolveu se agarrar com o DJ da banda” não era muito legal. Não pegava bem os roadies se pegarem com os membros da banda assim, aleatoriamente. São constantes os casos de relacionamentos desse tipo, mas veja bem, relacionamentos, que surgiram de algo mais sólido que um bolinho regado à maconha. Sid era muito legal e fofo, mas não era meu perfil. Era o cara para ser meu amigo, aquele louco do grupo, mas que você nunca tem intimidade, sabe? Seria mais plausível eu agarrar o Chris do que ele, pelo nível de afinidade. Algo que eu JAMAIS faria, a propósito.

Decidi que a melhor coisa que eu podia fazer era ficar no quarto, mesmo depois de ter conseguido acordar de vez. Provavelmente Fiona não apareceria tão cedo, então eu teria um dia só pra mim mesma.

No momento em que me enfiei debaixo das cobertas, porém, alguém bateu apressadamente na porta. As batidas ficaram frenéticas a eu reconheci o ritmo de “Wait and Bleed”. Quem seria??

- Pode entrar – disse, curiosa

- Helloo, Alexis – Sid Wilson entrou no quarto feito um furacão, vestido como uma criança de 12 anos com aquela camiseta larga de time de basquete e boné.

- Hey Sid – respondi, meio sem graça, puxando a coberta pra cima

- Tá, eu saquei que você tá tímida e tal, mas não precisa. Tipo, ontem nem foi nada demais, relaxa. Claro que foi bom – eu me senti corar e ele deu um risinho – mas dá nada não.

- Eu sei, Sid. Me preocupa isso chegar aos ouvidos do Jullian.

- Ou do Mason, né, porque ele pode falar com o Jullian. – ele completou. CARAMBA, eu nem tinha pensado naquilo. Se Mason soubesse... O que seria daquela chance, daquela faísca que eu deixara crescer?

- É, e também os com...

- Relaaaaaaaaxa, Alexis!! Ratboy aqui cuidou de tudo. Eu só notei que a Susie, sabe, a garota que dormiu comigo, não era você quando ela topou ir pro quarto comigo. Eu tava chapadaço, e você também não tava normal – ele riu – mas mesmo muito louca sei que não faria isso. Aí eu pensei “porra, ela vai ficar chateada”, e quase desisti de pegar a garota.

- E então...?

- Aí eu vi que ela era muito gostosa e decidi que você nem ia ficar tão chateada assim. – ele deu de ombros para a minha incredulidade. Achei a situação cômica, pra ser sincera – Mas diz aí, você não tá chateada não, né?

- Não. – respondi, tranquila

- Ótimo, então tenho um presente pra você!

- Diga. – sorri para Sid

- Quem viu a gente ontem acha que eu tava pegando a Susie. Aliás, depois do que eu falei, todo mundo tem plena certeza de que o tempo todo eu estava pegando a Susie. E que durante a noite eu...

- Acho que sei o que você fez durante a noite com a Susie, Sid! – cortei, surpresa – E todo mundo acreditou nisso?

- Tava todo mundo doido, cara! É lógico que colou. – ele piscou pra mim – Então ninguém precisa ficar sabendo, certo?

- Absolutamente! – exclamei, feliz. Putz, Sid salvara minha pele – Estamos... Tá tudo bem entre a gente, então?

- Claro, por que não estaria? Se quiser repetir a dose algum dia, então...

- Isso não vai acontecer, Sid. – ergui as sobrancelhas. Caramba, as coisas com Sid aconteciam de forma alucinada e rápida. Os diálogos, as resoluções... Tudo parecia muito simples quando vinha dele. Acho que foi por isso que fiz o que fiz ontem à noite.

- Ah, suspeitei – ele franziu o cenho e riu. – De qualquer forma, tenho que correr. Megan está me esperando em um coffeshop meio longe...

- Quem é Megan? – indaguei, curiosa

- Minha namorada francesa. - ele respondeu, indo pra porta

- Você tem namorada? – fiquei pasma

- Tenho!

- E ela não...

- Se importa? Nah, ela faz o mesmo. Ambos sabemos que todo mundo precisa dormir com alguém de vez em quando, mas necessidade de afeto só uma pessoa supre. Sou meio carente às vezes, sabe? Eu gosto que os caras da banda coloquem fogo em mim e me joguei de alturas absurdas, mas é bom ter alguém pra cuidar disso. Vou indo, tchauzinho!!!

E Sid sumiu pela porta tão repentinamente como surgiu.

Aquele cara era simplesmente inacreditável! E eu o admirava ainda mais agora. Pelo menos, o dia estava melhorando um pouco. Senti-me cansada de novo, mas dessa vez eu estava mais feliz. Me aconchegando, ouvi os primeiros pingos de chuva baterem contra a janela, e sem perceber, adormeci.

Não tenho a menor ideia de quanto tempo se passou. Sei que acordei de tanto dormir. Sabe quando você dorme mais que a cama? Então, foi assim. Bocejando, me virei de lado, e quando consegui pela primeira vez focalizar alguma coisa, uma figura perto da janela me chamou a atenção. Levantei subitamente, assustada. Era a minha terceira visita naquele dia.

- Deus do céu, Mason, que susto! – exclamei, esfregando os olhos

- Quero aquela conversa que combinamos ter hoje. – ele disse, sem cerimônia, ainda olhando pela janela. Estava chovendo bastante lá fora. Gostaria de poder pegar minha câmera e tirar uma foto de Mason daquele jeito. Estava bonito, segurando a cortina pro lado, olhando a chuva, pensativo, uma mão no bolso do jeans escuro e a camiseta cinza desbotada. A última vez que eu o achara tão lindo tinha sido em Vegas, quando eu repudiava a ideia de ter algo a mais com ele sem nem saber porque.

- Como entrou aqui?

- Pela porta. Estava aberta. Quero ter aquela conversa que combinamos ter hoje – dessa vez ele olhou para mim

- Mason...

- Era o combinado, lembra?

- Você disse “amanhã”, e já era hoje.

- Mas você entendeu o que eu quis dizer. – suspirei. Mason era teimoso demais, cara.

- Ok então. – saí debaixo das cobertas e fui em direção ao banheiro para escovar os dentes, respirando fundo – Pode começar – gritei de lá.

- Você estava se agarrando com Sid Wilson em público. – abri a boca, escandalizada. Ainda bem que ele não podia me ver.

- Aquela não...

- Não era você? Ah, me poupe dessa história. Todo mundo acreditou nisso, é verdade, mas eu sei que não foi bem assim. Não sou imbecil, Alexis. Eu sei que era você. Saberia diferenciar você de uma garota com quem tinha acabado de conversar.

Fiquei em silêncio. O que eu poderia dizer, afinal? Nada tornaria aquela situação melhor ou menos constrangedora. Enxuguei o rosto e saí do banheiro, me encostando no batente da porta e cruzando os braços.

- Não vou pedir desculpas por isso. - adiantei

- Não disse que você devia. – ele retrucou

- Você não se importa, então? – fiquei surpresa

- Claro que me importo, mas o que eu poderia fazer? Não corri atrás até agora pra dizer que você me devia satisfações e não devia ter se agarrado com o DJ da banda. Você realmente não devia ter se agarrado com o DJ da banda, mas não é isso que conta. Eu não controlo sua vida, e não sou nada seu. Você faz o que bem quiser.

- Ok... – fiquei meio insegura. Não sabia muito bem o que esperar de Mason. Ele estava esquisito, sei lá. Andei até a cama de Fiona e comecei a arrumá-la.

- Eu não estou te pedindo em casamento, não estou te pedindo em namoro, não estou sugerindo um compromisso. Estou pedindo que fique comigo agora. Estou pedindo que me trate mais do que apenas como um bom amigo. Não estou falando de futuro, estou falando de agora. E se você ainda acha que eu estou planejando te sequestrar pra casarmos no Marrocos, então acho melhor paramos por aqui. Estou correndo atrás de você esse tempo todo porque você é uma garota linda e esperta, mas está se mostrando completamente imbecil quanto a esse assunto.

- A... – abri a boca, meio incrédula coma sinceridade ofensiva dele, e tentei retrucar, enquanto arrumava a cama.

– Não, eu vou terminar de falar, agora que criei coragem pra abrir a boca. Continuando – ele respirou fundo – se estou atrás de você, é para te conhecer melhor. Reparou que não sabemos muito um sobre o outro? Pelo menos, eu não sei tanto sobre você como gostaria. E não acho que seja necessária aquela coisa de “ó, vamos nos conhecer melhor, então, antes de tentarmos algo a mais”, porque você sabe muito bem que isso é coisa de filme e de gente insegura, e que dificilmente dá certo sem que alguém saia machucado. Então me diz, Alexis, se o que você disse sobre haver uma chance era verdade. Porque todas as decisões que partiram de você eram quando você estava alterada de alguma forma. Quero ouvir isso de você sóbria. E não quero aquelas coisas “relâmpago” que você vivenciou até agora e que eu presenciei, que depois te deixam com essa cara de ressaca e de arrependida. 

Ficamos alguns segundos em silêncio, e então eu fiquei meio puta da vida.

- Sabe de uma coisa, Mason? Eu realmente fiquei arrependida das coisas que eu fiz fora do meu estado de sobriedade. Era isso que você queria ouvir? Que eu não queria ter me enroscado com aquele cara na festa da Phoebe? Que eu gostaria de não ter beijado Sid ontem à noite? – cruzei os braços, bufando

- Na verdade, não.

- Suspeitei. Você quer ouvir o que quer ouvir, simplesmente. E você ouviu ontem à noite e ainda está me cobrando? Não acha isso injusto? As coisas que eu fiz bêbada vinham de algum lugar, Mason. Se eu beijei aquele cara, era porque uma parte de mim queria. Se eu beijei Sid foi porque quis saber como era. E se eu disse que você tinha uma chance, seu animal, é porque você tinha, e porque eu desisti da ideia de que você queria me levar pra casar no Marrocos. – suspirei, e ele ergueu as sobrancelhas

- Ent...

- Estou vivendo uma nova fase da minha vida, Mase. Quero ter tudo, sem ter que assumir responsabilidade de nada. Esse emprego está me dando uma nova adolescência, e tenho certeza que esses caras se sentem assim todos os dias. Eu não sei como me sinto perto de você. É legal, mas sempre tem aquele, sei lá, frisson estranho e errado entre a gente e...

- Alexis, eu já entendi. Você não precisa ficar explicando. – ele deu um meio sorriso maldito, parecendo inseguro.

- Preciso sim! Você me deixou puta da vida, agora vai ouvir! – exclamei, jogando um travesseiro nele.

- Hey, você...

- Mason, você me estressa, cara! É mais indeciso que eu – travesseiro jogado- vive com essas indiretas – mais um - e quando decide fazer alguma coisa, é sempre uma medida drástica! – uma almofada.

Mason desviou de cada coisa que eu joguei nele, rindo abertamente, me irritando ainda mais. O desgraçado estava quase furioso minutos atrás, e agora estava rindo. Como se não bastasse, ele foi se aproximando de mim. Comecei a dar a volta pelo quarto, contornando a cama de Fiona e me aproximando da minha, que estava uma bagunça.

– Não chega perto, Mason Cooper, não estou respondendo por mim mesma!

- Nem eu – ele retrucou, ainda rindo, quando colocou uma mão em minha cintura e usou a outra para segurar a mão que eu usava para empunhar uma almofada. Eu saquei o que ele ia fazer. O desgraçado ia me beijar.

- Ah, mas nem pense em...

Tarde demais. Os lábios dele já estavam de encontro aos meus. Resiste por alguns instantes, debatendo a mão que ele ainda segurava e conseguindo acertar a cabeça dele com a almofada. Ele riu entre o beijo, interrompendo o contato para desviar a cabeça. Eu sabia movimentar bem meu corpo (obrigada, yoga), então movi meu pulso de forma que consegui me livrar da mão dele e tentei acertá-lo e novo, infantilmente, mas Mason conseguiu agarrar a almofada e jogou-a pra longe.

Rapidamente, saltei pra cima da cama, menos irritada, em busca de um travesseiro, mas Mase ainda tinha uma mão em minha cintura e acompanhou meu movimento. Ele juntou a outra mão à primeira, rolando por cima de mim e apoiando o peso do corpo entre os joelhos na borda da cama. Erguei as mãos, rendida.

- Bandeira branca? – ele perguntou, se aproximando um pouco

- Bandeira branca.

- Aceita tudo o que eu disse? – ele chegou mais perto. Senti sua respiração

- Sim, mas tenho minhas condições.

- Diga – encostou o rosto em minha clavícula.

- Quero manter em segredo por enquanto. – ele levantou o rosto para me olhar nos olhos, ficou sério e pareceu não gostar – Não, é sério, Mase, pense na equipe e como ficaria horrível se a gente assumisse isso e depois parássemos do nada. Ia ser um inferno. Vamos ver como conduzimos isso e depois... Bem... Simplesmente “depois”. – ele ficou pensativo por longos segundos. Por fim, suspirou e afundou o rosto na curva do meu pescoço novamente

- Você é muito metódica – ele reclamou – Mas alguma regra?

- Deixe- me pensar...

- Eu posso te beijar, pelo menos? – Sorri.

- Deixe-me pensar...

- Vai pensando aí, então – ele resmungou contra meu pescoço, começando a beijar o local

- Eu ainda não...

- Fica quieta, Alexis – ele levantou o rosto e antes que eu pudesse reagir, ele colou seus lábios aos meus.

Pela primeira vez nós tivemos um beijo decente. Não em um túnel escuro em Paris, depois de uma discussão. Não durante os últimos efeitos de maconha no organismo, numa madrugada em Amsterdã. Se bem que numa cama bagunçada de hotel, depois de uma dia de ressaca não pode ser considerado um lugar “decente”.. Especialmente com os dedos atrevidos de Mason dando sinais de querer explorar um pouco mais.

Ligeira e aproveitando que ele estava distraído e relaxado, joguei uma perna por sua cintura e virei por cima dele, invertendo nossas posições. Ele ficou visivelmente surpreso, mas se permitiu dar um daqueles seus sorrisos que me chamaram a atenção desde quando nos conhecemos.

- Tenho mais um regra sim, Sr. Atrevido.

- Você sobe em cima de mim e eu sou atrevido? – analisei nossa posição e me senti corar. Ok, aquilo realmente não batia muito com o que eu ia falar em seguida.

- Fique quieto. Por ora, repito, por ora, estamos assumindo aqui um relacionamento sem compromisso, e não uma amizade colorida.

- E qual a diferença? – ele sorriu ainda mais

- Relacionamento sem compromisso é um namoro sem sexo. Sabe, beijos, carícias, insinuações e tal. Amizade colorida é sexo casual sem nada disso que eu acabei de falar. – expliquei

- Isso fere a minha masculinidade. – ele protestou

- Ah, por favor. – revirei os olhos

- Muito.

- Deixe de frescura, Mase. – ele sorriu ao ouvir o apelido, e suspirou longamente.

- Não estou respondendo por mim, de qualquer forma, então... – ele fez uma pausa demorada

- Então o quê?

- Então acho que não seguirei suas regras – ele disse, forçando para trocar as posições novamente.

Mason só não contava que a cama acabasse por ali. Em resumo... Rolamos direto pro chão, caindo com um grande baque, e por muito pouco não batendo a cabeça no criado-mudo.

- Aaai... Puta merda. Desculpe – ele pediu, rindo

- Satisfeito? – perguntei, por baixo dele. Sua mão estava por baixo da minha cabeça, me impedindo de colidir com o chão.

- Não muito – ele admitiu.

- Não vai conseguir mais que isso.

- Por ora – ele lembrou, sorrindo

- Por ora – concordei – Agora saia daqui antes que a Fiona chegue e nos encontre nesse estado.

Mason franziu o cenho pra mim, roubou um beijo e me ajudou a levantar, antes de acenar brevemente e sair do quarto. Posso jurar que ouvi uma breve comemoração do outro lado da porta, mas não garanto nada.

De qualquer jeito, quando Fiona chegou no quarto duas horas depois, encharcada e estressada, eu ainda mantinha um sorriso idiota no rosto.

E alguém no pensamento.

Maldito seja Mason por me fazer ser uma adolescente de novo.


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Notas finais do capítulo

Bem, finalmente eles se acertaram, não é?? Espero realmente que tenham gostado!!! n.n
Bem, então vejam bem. Falemos das tristes novas regras do Nyah!. "On the Road" provavelmente terá apenas mais 3 ou 4 capítulos, estando em sua reta final (i.i), ENTÃÃÃO conseguirei postar a fic inteira antes do ano acabar.
O mesmo não se aplica a "Play With Fire", do A7X, que é um projeto recente. Pretendo, então passar essa fic para a categoria "Originais", modificando os nomes e tal. Existe também os site "AnimeSpirit" com a categoria Avenged Sevenfold, mas a ideia de passar a fic pra lé não me anima sabendo que nem todos os leitores que eu tinha vão ler. Preciso, então, pessoal, do opinião de vocês: tudo bem se eu mudar os nomes da fic, por mais que isso me doa??
Aguardo respostas, POR FAVOR.
Corrijam meus erros, se houver. Sugestões sempre serão bem-vindas, assim como reviews. Please, não me abandonem nessa reta final!
Kisses!!!