... Fica. escrita por NatiL


Capítulo 2
Enfrentando a (dócil) fera




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Como eu iria simplesmente pedir para que um lobo que estivesse próximo avisasse a Jake que iria passar uma temporada em Paris - Na casa dos Cullen - ?

Tinha que resolver uma coisa de cada vez, tinha que pensar muito e.. devagar. Ok, vamos lá. Primeiro: como avisar Jake. Certo, tenho que avisar o Jake. Hm, seria tão mais fácil se eu fosse loba. Mas nao tenho sangue. Ou um coelhinho. Um coelhinho branco e saltitante correria menos perigo de quebrar a perna. Xô, xô pensamentos idiotas!

Leah! Claro, eu tinha que ir falar com Leah. Eu sei que ela me odeia, e eu também não sou louca por ela, mas precisava falar com Jake. E ela era a unica que estava pelas redondezas, então, lá vamos nós. Já vivi com chupadores de pescoço e nada me aconteceu, vou falar com uma cadela rancorosa e vai ficar tudo bem. Ok, ela não é tudo isso. Mas não simpatizo mesmo assim.

Vesti meu casaco marrom conhecido, coloquei umas botas (aliás, tinha certeza que Ali falaria das botas, colocaria no lixo e me daria um banho de loja quando chegasse lá), peguei as chaves e saí porta a fora, decidida a falar com Leah.

Entrei no carro, liguei em uma estação de rádio qualquer e dirigi. Mal percebi que estava em alta velocidade. Ainda bem que Charlie está na delegacia agora, ri, sozinha.

Não era muito longe, a casa dos Clearwater de onde eu e Jake estávamos - provisoriamente -, mas ainda estava caindo uma leve garoa, e o chão clamava pela minha bunda. Cheguei rápido. Quero dizer, rápido ao modo da minha picape. Desci do carro com maior cuidado que pude, ou com maior cuidado que minhas pernas e meu corpo deixavam. Escorreguei em praticamente todo o caminho até a porta, me segurando em galhos de arvores. Nossa, que ótimo. Eu venho pedir um favor pra menina, e ainda acabo quebrando todos os galhos baixos das árvores dela me segurando.

Quando bati na porta, eu literalmente bati com tudo. Escorreguei por entre a água e o que freiou minha queda foi a porta. O estrondo foi horroroso, e me senti muito mal por fazer todo aquele estardalhaço na casa dos Clearwater.

Leah abriu a porta rapidamente - depois de todo o estardalhaço, poderia ser alguma emergência. E realmente era -. Arqueou as sombrancelhas e me olhou com cara de desprezo.

– Você. - falou, com desdém.

– Hum, Oi Leah. - Falei, cuidadosamente. Eu podia sentir o sangue subindo para minha cabeça e meu rosto ficando quente.

– Então, o que você quer? - Falou rispidamente, como se quisesse se ver livre de mim rapidamente.

– Hum, eu preciso.. falar com o Jake, e como não sei onde ele e os meninos foram pensei em.. pedir sua ajuda para.. hum.. encontrá-lo. - Falei, gaguejando.

– Eu não sei onde eles estão. Não posso ajudar. - Falou, fechando a porta rapidamente.

Coloquei minha mão na porta, para Leah não conseguir fechar por completo. Ela me olhou enfurecida, e a senti tremer.

– Eu sei que pode. Olha, eu sei que nenhuma de nós duas vai muito uma com a cara da outra, mas.. eu realmente preciso falar com o Jake. Por favor Leah. Por favor. - Eu mirei-a suplicante. Estava começando a suar frio.

Ela olhou, analisando-me. Eu senti sua raiva diminuindo, até ela se concentrar na decisão. Falou, lentamente, como se estivesse ensinando algo para uma criança desobediente.

– Vai me dever essa, pra sempre, entendeu? Entre. - E falando isso, ela puxou meu braço. Talvez com medo que eu caisse de novo. Ou só estava cuidando dos móveis mesmo.

Entrei rapidamente enquanto ela me guiava para um quarto apertado, mas muito organizado. Começou a pegar algumas roupas, e colocou em uma mochila.

– Preciso que fique com essas roupas, as minhas irão rasgar quando eu me transformar, entendido? - Falou, seca.

– Claro.- Rapidamente falei.

– E também não fique muito longe, não quero ter que sair pelada para te procurar. Fique por perto, mas não tão perto assim. Será algo rápido, só falarei com um dos rapazes... O que você quer que eu fale pro Jake? - Perguntou, colocando a mão na cintura, parecendo exatamente uma rainha lidando com súdito suplicante e imundo.

– Só quero que peça para ele dê uma passada em casa, porque preciso conversar com ele. Só isso.

– Duvido que ele pense duas vezes antes de vir correndo. - Rindo ironicamente, falou.

Eu abaixei a cabeça. Estava começando a me irritar, mas não poderia falar nada. Por isso não gosto de favores, de depender de ninguém.

– Estou pronta, vamos mais para o fundo da mata. - Falando isso, saiu a passos largos para fora de casa e se embrenhou na mata, comigo atrás, tropeçando e escorregando em tudo liso ou áspero demais para mim.

– Aqui está bom. Fique lá, lá atras. Eu darei um grito quando precisar das roupas, fique atenta.

– Tudo bem, vou ficar.

– Se cuida princesinha dos lobos e dos vampiros, eles me matariam se algo acontecesse com você. - Falou, um tanto quanto meiga, pela primeira vez.

Eu sorri.

Leah saiu correndo e sumiu. Procurei algum lugar pra sentar, pois demoraria um pouco, acreditava eu. Sentei em um tronco seco do chão. Estava escurecendo, mas eu nao tinha medo. Havia conhecido o suficiente aquela mata para sair e entrar nela a hora que quisesse.

Quando de repente ouvi alguns passos, algo caminhando contra as folhas secas. Levantei a cabeça atentamente:

– Leah? É você? - Ninguém respondeu.

Eu me levantei para tentar enxergar algo, mas nada aparecia. Não que eu estivesse com medo, fazia tempo que algo não aparecia por lá, mas era estranho.

– Leah? Pára de brincadeira. - Os passos estavam cada vez mais próximos.

Então, como se se materializassem ali do nada, eles aparecem. Lindos, divinos - e brancos.



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