Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 10
Happy, very happy birthday


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAPITULO ESTÁ ENORME. é sério. party hard hoje o/ aoskpasokpoa eu até teria postado antes, mas eu tenho uma regra pessoal contra postar aos domingos u-ú aoskpak ah e mais uma coisa: MEU IRMÃO NASCE AMANHÃ e eu to completamente maluca com isso ! e como ele é prematuro etc etc talvez eu fique alguns dias sem entrar, porque vou ficar lá no hospital com minha mãe e ele. ah e OMG A BlackLabel RECOMENDOU MINHA FIC! meus sinceros agradecimentos ~tentando parecer formal~ enfim, aproveitem a leitura!



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Abri os olhos.

– Hoje é meu aniversário – falei, pra mim mesma – É.

Meu telefone tocou logo em seguida, o toque de mensagem. Só podia ser da operadora.

Segurei o aparelho e cliquei em “visualizar mensagem”. E, pra minha surpresa, era de Trini. (N/A: se você não se lembra da Trini, leia o primeiro capítulo). E dizia “ei, feliz aniversário!” É, meu dia começou bem.

Levantei da cama e procurei meus chinelos. Quando me aproximei da porta, ouvi vozes atrás dela.

– Acha que ela já levantou? – disse a primeira.

– Acho que não, melhor esperarmos mais um pouco – disse a segunda.

– Tem certeza? – disse, novamente a primeira – Eu ouvi um barulho aí, acho que ela já acordou.

Reconheci. Eram Tré e Mike.

Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta, rápido. Eles estavam debruçados para ouvir o que estava acontecendo e caíram em cima de mim. Teria sido engraçado, se não estivéssemos os três no chão.

– Bom dia pra vocês também – falei, rindo.

– Feliz aniversário! – gritaram os dois, ainda em cima de mim.

Dei um abraço apertado nos dois, nós três ainda deitados, ou melhor, caídos no chão.

– Obrigada meninos – falei, emocionada e muito, muito feliz – de verdade.

– De nada – disse Mike, sorrindo.

– Mas o seu presente é só de... – Tré começou a falar, mas foi interrompido por uma cotovelada de Mike.

– Esse momento ta muito legal, mas acho melhor a gente levantar – falei, rindo. Eles se levantaram e me ajudaram a levantar.

– Então, o que vai fazer hoje? – Tré perguntou.

– Ah, sei lá – respondi – acho que vou dar uma volta.

Saímos do quarto e fomos até a cozinha. Tomamos café da manhã, o silêncio tomando conta dali.

– Vocês sabem do Billie? – perguntei.

– Ele saiu cedo – respondeu Tré – acho que foi na gravadora.

– Ele não falou com você? – perguntou Mike.

– Não, não. Aliás, desde ontem ele não fala comigo.

Fiquei um pouco triste naquele momento. Eu posso até falar que não gosto de ser o centro das atenções, mas tudo o que eu queria no meu aniversário de 18 anos era um pouquinho de atenção. Já que não vou ter os abraços de Trini e Mathew como nos anos passados, o sorriso de John ou o bom humor de Dan. É, eu estava começando a sentir saudades de casa.

O silêncio tomou conta da mesa de novo. Aquilo estava ficando desconfortável.

– Billie te contou do show que faremos hoje à noite? – perguntou Mike.

Fiquei desconsolada.

– Show? Hoje? – perguntei – Não, não sei de nada...

– Mas você precisa ir – continuou ele – Pegue o ingresso e o passe pro camarim depois no meu quarto, ta bem?

– Ta... – falei, desanimada. Eu só tinha ido a um show deles uma vez, e tenho certeza que eu estaria animada se o Billie não estivesse me ignorando, no meu aniversário.

Terminei meu café e saí. Andei pela rua, subi, desci, vi as crianças brincando, e procurei alguma coisa para me distrair ou aumentar meu ânimo. Acho que eu estava distraída demais, porque um garoto passou por mim muito rápido, e se é possível atropelar alguém de skate, acho que ele me atropelou.

– Olha o caminho, tia! – gritou ele.

– Vai se foder moleque! – gritei, dando o dedo do meio para o garoto que, aliás, devia ter mais ou menos a minha idade – E tia é o caralho, eu só tenho 18 anos, tá?

Fiquei ali falando sozinha, e todos que passavam na rua olhavam pra mim, cochichavam alguma coisa e riam. Isso dava muita raiva. E eu ainda não tinha encontrado alguma coisa para me distrair. Espera, skate! É isso! Quando fiz 12 anos cismei que queria aprender a andar de skate. Meu pai comprou tudo, na época ele queria mais era me ver longe de casa, ou melhor, longe dele. Aprendi sozinha, e ando até hoje.

Corri até uma loja de skate que eu sabia que tinha ali perto, a maior de San Francisco. Abri a porta maravilhada, olhando todos aqueles skates, e senti falta da época que eu andava de skate todo dia. Que ia de skate pra escola. Aliás, foi em uma pista de skate que conheci Trini.

– Bom dia – falei.

– Bom dia – respondeu a mulher no caixa.

Olhei todos os skates, um por um, e resolvi “me dar” um presente.

– Ei, vou querer este aqui – falei.

Peguei um já pronto, não me preocupei em montar um, eu já tinha meu skate personalizado em L.A.

– É uma ótima escolha – disse a mulher – mas não acho que seja o melhor para alguém como... você.

Eu sabia o que ela queria dizer. Que não era o melhor para uma menina.

– Ei, eu já ando de skate desde os 12 anos.

Ela assentiu, me olhando de cima à baixo. Isso foi uma atitude muito, mas muito filha da puta.

Fomos até o caixa, e tirei o dinheiro do bolso.

– Quanto deu? – perguntei.

– US$ 59,90.

Tirei o dinheiro do bolso e coloquei, com força, no balcão.

– E à vista tem algum desconto? – perguntei.

– Só se for o mês do seu aniversário – ela disse, indiferente.

– Hoje é meu aniversário – falei, dando ênfase no “hoje”.

– Me deixe ver a sua identidade então – ela falou, cínica.

Tirei minha identidade do bolso e dei a ela. Ela encarou o documento, depois me encarou.

– É, realmente. Então, 10% de desconto, dá US$ 53,91.

Paguei e já saí andando no skate. Desci a rua, o vento batia no meu rosto, e não havia sensação melhor do que aquela. A rua tinha uma descida, incrível, que me fez descer muito rápido. Muito bom.

Depois de algum tempo, voltei pra casa. Na porta, lembrei que ainda não tinha chave, mas a porta estava aberta.

– Mike? Tré? – chamei.

Mas não tinha ninguém em casa. Achei um bilhete em cima da mesa da sala, dizia “Ei, Maria! Saímos pra passagem de som do show de hoje à noite. Tem uma chave em cima do armário da cozinha. O ingresso e o passe pro camarim estão em cima da cama do meu quarto. Nos vemos à noite!

xx, Mike”

Fui até o quarto de Mike, e peguei o ingresso e o crachá com o passe para o camarim. Saí do quarto, toquei um pouco de guitarra, e o tempo não passava. Bebi uma garrafa de Coca-cola inteira. E as horas se arrastavam. Dormi um pouco, vi televisão. Até que, finalmente, vi no relógio e eram 18h. Corri para meu quarto, coloquei uma blusa preta escrito “She’s a paranoid”, um short jeans e uma bandana vermelha, tipo aquelas que o Axl Rose usa. Coloquei lápis preto, tentei imitar o jeito que Billie usa, mas não deu muito certo.

Coloquei o outro par de all stars, que eu ainda não tinha usado, vermelho de cano. Coloquei a chave, os ingressos, o passe e dinheiro no bolso e fui. Era no Warfield Theatre, era um pouco longe, então peguei um táxi. Cheguei em pouco mais de 18h30. O show começava às 19h.

Já estava bem cheio. Meu ingresso era para a pista premium, o mais perto deles. Tinha bastante gente, mas como eu sou uma safa do caralho, eu consegui ficar colada na grade. Passou 10 minutos, 15 minutos, meia hora, 45 minutos, uma hora. E todos estavam começando a ficar nervosos. Até que uma voz falou pelos auto-falantes: “E atenção pessoal, com vocês agora, a melhor banda de punk rock de todos os tempos... Qual é?” “Green Day”, a plateia gritava animada “O que? Eu não ouvi! Mais alto” “Green Day!!!”

A música começou. 21st century breakdown. Todos foram à loucura, inclusive eu. Vendo meus meninos ali no palco, fazendo um show no meu aniversário, me fez sentir até especial. E, quando eu percebi, estava chorando. Não sei se, de emoção, ou orgulho. Passou uma música, duas, três, quatro, o show já estava acabando e todos estavam curtindo. Até que chegou uma hora que Billie caminhou até o microfone no centro do palco.

– Ei gente, estão curtindo o show? – quando ele falou, todos, sem exceção gritaram – Agora eu quero ouvir todo mundo gritando pra caralho, ok? – todos gritaram, estavam todos loucos. Inclusive eu. – Agora... Eu quero apresentar uma música nova. Essa música... Passei um bom tempo a compondo. Mas valeu a pena cada segundo. É sobre uma garota, uma garota muito especial, pra mim e pros caras. Ela vai saber que é pra ela assim que começarmos a tocar. Espero que gostem.

Tré começou com um solo de bateria. Billie caminhou até sua guitarra e começou a tocar. Todos levantaram as mãos, ninguém sabia a letra daquela música, mas parecia ser legal. E Billie começou a cantar. (N/A: ouçam a música c: : http://www.youtube.com/watch?v=PJXOI4sYUvY)

She smashed the radio with the board of education

Turn up the static left of the state of the nation

Turn up the flame, step on the gass

Burning the flag at half mast

She's a rebel's forgotten son

An expert of the revolution

She is the first voice of the last ones in the line

She'll drag the lake to keep the vendetta alive

Bring in the head of the government

The dog ate the document

Somebody shot the president

And no one knows where Maria went?

Maria, Maria, Maria,

where did you go?

Be careful what you're offering

Your breath lacks the conviction

Drawing the line in the dirt

Because the last decision

... is no.


She smashed the radio with the board of education

Turn up the static left of the state of the nation

Turn up the flame, step on the gass

Burning the flag at half mast

She's a rebel's forgotten son

An expert of the revolution

Maria, Maria, Maria,

where did you go?


Maria, Maria, Maria,

where did you go?


Quando ele chegou no refrão, não sei como não desmaiei ali. A música era pra mim! Pra mim! Eu, uma reles mortal, uma garota azarada e neurótica até o osso, ganhou uma música da banda favorita. E, diga-se de passagem, seus amigos. Chorei muito, mas muito ali. Gritei um “Billie, Tré, Mike, eu amo vocês! Amo pra caralho!!” no meio da música.

– Espero que tenham curtido – ele disse, e todos gritaram – E, Maria, a gente te ama! Feliz aniversário.

Ele saiu e todos aplaudiram. As luzes se acenderam e as pessoas começaram a sair. Algumas tentaram subir no palco, outras correram para tentar entrar no camarim. Procurei meu passe no bolso, dei a volta no palco até chegar a uma porta, que dizia “Camarins: somente pessoal autorizado”, com dois seguranças enormes na porta.

– Tem passe, mocinha? – perguntou um deles. Mostrei o passe, sorrindo. Eles se entreolharam, checaram a autenticidade do passe, e finalmente abriram a porta. Lá dentro tinham várias portas, luz, som, equipamento, até que cheguei a uma que tinha uma estrela dourada na porta, escrito Green Day em cima. Bati três vezes e entrei. Tré estava sentado em um sofá ao lado da porta, e pulou em cima de mim logo que eu abri.

– Little girl! – gritou ele, me abraçando – Gostou do show? Curtiu a música?

– Adorei tudo, vocês foram perfeitos – falei, já emocionada.

– Maria – gritou Mike, correndo na minha direção e me abraçando – Gostou?

– Se gostei? Adorei! Amei! Mas... onde está Billie? Quero agradecer...

– Ele estava no banheiro – disse Tré – Mas ele já deve estar...

Tré foi interrompido por um barulho de porta abrindo. E Billie saindo dela.

– Billie – gritei antes que ele pudesse perceber que eu estava ali. Corri até ele e o abracei, sorrindo, ele retribuiu com um abraço forte e me levantando do chão. Ficamos algum tempo assim, até que ele me largou, e fiquei ali, só olhando pra ele.

– Pensei que não iam se soltar nunca – disse Tré, brincando.

– E então – disse Billie, ignorando Tré claramente – gostou da música?

– Eu amei! É... É linda, Billie!

– Que bom que gostou – ele disse, colocando a mão na parte de trás da cabeça – fiquei um tempão tentando compor.

– Valeu à pena, ficou perfeita.

Ficamos em um momento de silêncio ali, só olhando um para o outro.

– Então, vamos pra casa? – perguntou Mike.

– Vamos – respondeu Billie.

Eles pegaram suas coisas e saímos do camarim. Lá fora haviam milhares de repórteres, perguntando sobre o show, sobre shows futuros e, principalmente, quem era a Maria da música.

– Vamos embora gente – disse Billie. – Sem comentários, sem entrevistas – ele pegou minha mão e me conduziu no meio da multidão, na direção da saída.

Entramos na limusine. Era emocionante, eu nunca tinha andado de limusine, era maravilhosa!

– Ufa – disse Tré – esse show foi cansativo.

– É, mas nunca vi um estádio tão cheio – disse Billie.

Mike abriu um frigobar ao seu lado, e ia tirar uma garrafa de cerveja, mas Billie interveio.

– Ei cara, vamos deixar a cerveja pra quando chegarmos em casa.

Mike deu de ombros e colocou a cerveja de volta no frigobar. Quando saímos do estacionamento, tudo o que ouvíamos eram os gritos dos fãs. Um grupo de garotas se jogou em cima da limusine, e tudo o que pudemos fazer foi rir. Muitos fãs correram atrás da limusine, e eu não os culpo, eu teria feito o mesmo. Eles abriram o vidro e colocaram a cabeça pra fora. Os fãs deliraram, e eles ficaram acenando. Pegamos um pouco de trânsito, mas logo estávamos em casa.

– Agora o que vamos fazer? – perguntei.

– Beber – disse Tré, já com a geladeira aberta e quatro garrafas de cervejas nas mãos.

Fomos até a sala. Sentei-me ao lado de Billie, e Tré com Mike. Cada um pegou uma garrafa, inclusive eu!, e brindamos.

– Um brinde à Maria – disse Mike.

– E à capacidade incrível de vocês de escrever músicas – falei, rindo. Brindamos com as garrafas e depois disso eu devo ter ficado muito bêbada, porque não me lembro de mais nada daquela noite.



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Notas finais do capítulo

eaí, gostaram? ei gente, a conta do preço do skate, eu não sei se ta certa, sacomé né eu não sou uma maravilha em matemática :x esse cap. ficou grande porque eu não sei quando entro de novo. ah, quem quiser falar comigo pelo tumblr, é esse aqui: http://rage-l0ve.tumblr.com/ c: