Ainda no meio da noite, Isabella dormia tranquilamente em meus braços. Afaguei seu rosto, afastando uma mecha de cabelo do seu rosto. Ela respirou fundo me abraçando com força, como se não fosse me deixar sair e eu beijei sua testa, pronto para me afastar. Numa coisa ela estava certa... Charlie nos mataria se me pegasse dormindo abraçado à sua filha.

Fiquei surpreso com as atitudes de Charlie. Me parecia improvável que ele pudesse chegar ao ponto de bater em sua própria filha pensando que ela fugiria comigo, o que não parecia má idéia já que Isabella passa por isso...

"Ela merece um futuro feliz.."- Pensei, e imagens de Isabella se casando comigo surgiram em minha cabeça. Podia imaginá-la com nossos filhos, brincando com eles num lindo jardim, e com seu sorriso perfeito..Sim, no começo, ela seria feliz mas e depois? Agora, as imagens do futuro feliz mudaram para ela sentada em nossa cama chorando, e quando eu abro a porta do quarto, ela começa a gritar comigo e a jogar vários objetos na minha direção..

Balancei a cabeça, tentando me concentrar no presente, e tirei cuidadosamente o braço de Isabella de cima de mim. Andei silenciosamente até a porta, a abrindo, e fui para meu quarto calmamente tentando não fazer nenhum barulho.

Entrei em meu quarto, fechando a porta com cuidado, e me joguei na cama. Respirei fundo sentindo o cheiro de Isabella vindo de minahs roupas. Aquele doce e delicioso cheiro fazia minha garganta arder.. Eu necessitava que seus lábios estivessem nos meus..

POV ISABELLA

Abri os olhos lentamente, vendo a luz do sol entrando pela janela do meu quarto e me sentei em minha cama. Toquei o lado da cama em que Edward estava deitado comigo e sorri. Minha cabeça rodava ao sentir seu delicioso cheiro.. Toquei meus lábios com meus dedos, lembrando de quando ele me beijou. Não existia sensação melhor que sentir seus lábios nos meus.

Estava me sentindo ótima, e estava muito ansiosa para rever Edward. Me levantei apressadamente e tomei um banho para despertar. Coloquei um vestido com mangas e depois de pentear calmamente meu cabelo, o prendi num coque. Me olhei no espelho, me avaliando e assim que abri a porta do meu quarto e saí, algo segurou meu braço e logo senti lábios tocando os meus, me fazendo rir baixinho.

- Shh.. Bom dia.- Edward sorriu acariciando minha bochecha.

- Bom dia.- O beijei novamente.- Alguém pode nos ver aqui, vamos logo..- O puxei até a sala de jantar, onde meus pais estavam tomando café-da-manhã em silêncio.- Bom dia mãe,  bom dia pai.- Falei num tom desanimado, e fui abraçá-los.

- Bom dia querida.- Minha mãe falou sorrindo e meu pai olhou de mim para Edward.- Bom dia Edward.

- Bom dia Sr. e Sra. Swan.- Edward disse educadamente.- Ajudei a Srta. Isabella a vir tomar café-da-manhã, pois notei que ela está com vários hematomas, e achei que ela estivesse com dor.- Falou se sentando e o olhei incrédula.

- Como?- Minha mãe me perguntou preocupada e ficando furiosa. Ela sabia quando meu pai me batia, mas como estávamos com visitas..

- Não foi nada mamãe, eu caí.- Disse à ela.- Acho que o Sr. Edward está exagerando..- Falei mordendo uma maçã e depois bebi suco.

- Só estava preocupado com a Senhorita.- Edward falou.

- Não preciso que se preocupe, mas obrigada.- Falei friamente.

- Isabella! Edward estava apenas sendo um cavalheiro.- Minha mãe falou e olhou para o meu pai.- Por que está tão calado, Charlie?

- Ah? Por nada, só estou pensando no trabalho..- Meu pai respondeu.- Então Edward, quando vai dar uma olhada em algumas terras?

- Hoje mesmo.- Edward respondeu.

- Isabella pode lhe fazer companhia, se quiser..- Minha mãe sugeriu, e eu sorri internamente.

- Se a Srta. Swan quiser, será um prazer.- Edward sorriu.

- O que acha, filha?- Minha mãe perguntou sorrindo e eu dei de ombros fazendo-a pigarrear.- Isabella?

- Claro mamãe, vai ser um prazer acompanhar o Sr. Edward.- Falei fazendo uma careta falsa, e vi Edward sorrindo de canto de boca.

- Ótimo! Seu pai vai trabalhar, e eu vou visitar uma amiga minha que está doente.- Minha mãe disse.

- Tudo bem.- Falei terminei de tomar meu café da manhã.

Quando meu pai já havia saído para trabalhar, e minha para visitar sua amiga, tomei um banho me arrumando para sair com Edward. Quando desci, o vi olhando pela janela com uma expressão preocupada e fui até ele.

- Aconteceu alguma coisa?- Perguntei pondo uma de minhas mãos em seu rosto fazendo-o fechar os olhos.

- Aconteceu.- Sorriu para mim e beijou minha mão que tocava seu rosto.- Eu me vejo cada vez mais fascinado pela Srta.- Corei.

- Então, vamos? Dar uma olhada nessas terras?- Perguntei sorrindo e peguei seu braço quando ele o estendeu. Saímos de minha casa e acompanhei Edward, vendo com uma pontada de supresa e tristeza, que ele realmente fora ver terras.- Meu pai disse que logo você vai embora, quando comprar..- Comentei com um suspiro, e ele parou de andar. Já era de tarde, e ainda estávamos vagando pela cidade..

- Não quer que eu parta?- Perguntou acariciando meu rosto, e eu neguei vendo-o sorrir largamente.- Pode me responder uma coisa?

- Claro.- Falei segurando firmemente em seu braço.

- Quando já foi noiva?- Perguntou e soltei uma risada baixa.- O quê?- Sorriu.

- Já tem um tempinho. Minha mãe queria que eu saísse logo daquela casa, e tentou arranjar um casamento para mim. O nome dele era James.- Contei.- Eu, bom, não o conhecia.. Não queria me casar tão cedo, e meu pai também não queria que eu me casasse. Mas quando finalmente conheci meu noivo pessoalmente, vi que ele era doce, gentil.. Um homem muito bonito, inclusive..- Falei vendo Edward bufar. Sorri com isso.- Mas, na véspera do nosso casamento, James havia sumido. Não o encontraram em lugar algum de Londres. Meu pai disse que ele tinha fugido com uma moça.

- Você o amava?- Edward perguntou.

- Não. Mas fiquei um pouco arrasada pelo que ele fez. Afinal, o amando ou não, ele era meu noivo.- Falei.- E é só isso..- Sorri.

- Esse James foi mesmo um grande tolo.- Falou parando novamente.- Quem trocaria a Srta por outra?- Tocou meus lábios com os dedos e encostou sua testa na minha.

- É melhor nós voltarmos para minha casa.- Falei e andamos rapidamente conversando o caminho inteiro.

Quando enfim estávamos em minha casa, fomos direto para a biblioteca. Me sentei ao lado de Edward com um livro tentando ler, quando senti seus lábios em meu pescoço, e fechei o olhos cedendo.. Seu lento beijo subindo, até que finalmente chegou em meus lábios. Cedi por um momento, não conseguindo raciocinar direito, até que me afastei tentando respirar.

- Não vou conseguir ler assim.- Sorri.

- Dê-me isto.- Pegou o livro e o jogou para trás. O beijei novamente, subindo a mão por seu peito largo e forte, e senti seus dedos se prendendo em meus cabelos. Meu corpo inteiro parecia queimar, mas, um calor muito bom.. Estava quase em cima dele, quando me afastei surpresa comigo mesma.

Nossas resprações estavam desregulares, e um sorriso pairava no rosto de Edward.

- Desculpe-me por isso.- Falei absurdamente corada.

- Não, tudo bem.- Sorriu. Olhei em seus olhos, acariciando seu rosto, e ele beijou minha testa. Podia sentir sua respiração contra o meu rosto. Respirei fundo e sorri feliz por Edward estar ali comigo, mas no mesmo minuto minha felicidade foi embora. Ouvi o baque vindo da sala da porta se fechando e me afastei de Edward.

- Meu pai.- Adivinhei já ficando nervosa.- Vá pro seu quarto! Ou se esconda, rápido!- Falei quase chorando, ele deve estar fora de si, como quase sempre.

- Isabella, não vou deixá-la sozinha com ele, não posso permitir que ele a machuque novamente.- Acariciou meu rosto.

- Por favor, não quero que ele faça algo contra você. Se gosta mesmo de mim, por favor vá.- Falei, e ele fechou os olhos hesitante. Me beijou uma última vez, e saiu da biblioteca.

 Segundos depois de ouvr vários barulhos de objetos se quebrando vindos da sala, já sabia o que viria a seguir. Me arrependi de imediato por ter pedido a Edward que saísse dali. Por mais que eu estivesse acostumada com meu pai, temia que ele pudesse passar dos limites, ou descontando em minha mãe ou até mesmo em Edward.

 - Isabella.- Meu pai apareceu com uma expressão furiosa, e bateu a porta atrás dele com força.

- P-pai.- Gaguejei.