As glórias do High School escrita por Milla Maia


Capítulo 4
CAP. 3 – Olá, Rosalie-exageradamente-gostosa-Hale


Notas iniciais do capítulo

Bem... Olá!
Demorei séculos, não é?
Mas, sinceramente? É meio complicado postar em uma fiction quando você não tem tanta motivação para continuá-la.
Espero que vocês gostem do capítulo e, se possível, deixem-me feliz com seus reviews...
Posso contar com vocês? Tô precisando de incentivos... eu acho.
De todo modo:
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183867/chapter/4

Isabella Swan chegou extremamente adianta em Forks High School, naquela manhã.

Eram 6h20 da manhã.

Edward havia marcado a reunião para as 7h, mas ela quis chegar com deliberada antecedência: não queria dar mais motivos para que o chefe (como ele vinha chamando-o internamente, desde a manhã do dia anterior) a repreendesse ou suspendesse.

“Suspensa na primeira semana! Vejam só! E eu sou a professora... Mas isso é um mero detalhe, não é?” – Ela refletiu, ironicamente, enquanto caminhava pelos corredores do colégio, rumo à ala lateral onde estava localizada a sala do Diretor Cullen.

Ela estava a alguns metros da porta da direção quando começou a escutar os murmúrios exaltados.

Era algo realmente muito suspeito. Afinal, quando as pessoas discutem, elas geralmente gritam. Mas naquele caso, as pessoas que, claramente, discutiam, mantinham a voz em um volume baixo demais. Era inaudível de onde Bella estava.

E ela ficou curiosa.

Um dos zumbidos claramente vinha de Emmet Cullen (o timbre rouco demais o denunciava) e o outro, provavelmente, pertencia a uma mulher ou a algum homem cuja voz era aguda em demasia.

Bella se aproximou lentamente da porta, tomando todo o cuidado possível para que os saltos de seus sapatos não fizessem barulho e denunciassem a sua intrusão.

Quando já estava bem próxima à porta entreaberta, ela conseguiu escutar um pequeno trecho da conversa:

– Nós sabemos... (Murmúrios ininteligíveis)... Vamos até o final. – Emmet disse.

(Murmúrios ininteligíveis)... Se algo der errado, vocês estarão perdidos, porque o negócio é maior do que... – A outra pessoa retorquiu.

Justo quando Bella estava achando a conversa instigante e descobriria o quê era menor do que o tal negócio sobre o qual os dois indivíduos dentro da sala de Edward discutiam, porém, alguém se postou as suas costas e tossiu, para chamar a sua atenção.

Ela se assustou e deu um grito curto e esganiçado antes de se voltar e ver-se frente a frente ao Diretor Cullen, que a olhava com um olhar interrogador.

– O que você está fazendo aqui tão cedo, Bella?

Naquele momento, Emmet e Lauren Mallory – provavelmente interrompidos pelo grito de Bella – saíam da sala onde se encontravam e também olhavam fixamente para a desnorteada professora de Literatura Inglesa.

– Eu apenas cheguei com antecedência para aquela reunião que você marcou, Sr. Cullen. – Isabella deu deliberadamente ênfase ao pronome pessoal de tratamento, só para implicar.

Emmet e Lauren trocaram olhares suspeitos, mas retiraram-se após cumprimentarem muito efusivamente a Edward e Bella.

Lauren, inclusive, abraçou-a e deu três beijinhos falsos nas bochechas de Bella.

A Srta. Swan achava tudo aquilo muito enigmático: desde que chegara a FHS na segunda-feira daquela mesma semana, Lauren Mallory, a adorada professora de história (que, no passado, havia sido a líder de torcida clichê que humilhava Bella, ocasionalmente), Tanya Denali, a séria professora de matemática (que, durante o colegial, claramente odiara Bella por ela ter mantido aquele affair com Edward – o eternamente amado e inalcançável homem da loura) e Jessica Stanley, a pateticamente insinuante secretária do diretor (que, quando também líder de torcida, acompanhava Lauren em todas as suas armações) estavam tratando-a com muita cordialidade. Elas eram simpáticas e estavam junto a Bella em todas as oportunidades possíveis, abraçando-a e dizendo o quão bonitos os seus sapatos ou os seu brincos eram.

Bella preferiu não pensar naquilo, por hora, enquanto se acomodava numa cadeira intimidadora, em frente à mesa de Edward.

Ela se sentia uma pequena menina má que havia sido pega em flagrante e, depois da punição, receberia uma longa e dura reprimenda de seu pai.

– Eu não fui suspensa nenhuma vez, enquanto eu estava no colegial, você sabe. – Ela começou, tentando aliviar a tensão de Edward.

– Eu sei. – Ela não obteve muito êxito, é claro. – Mas eu espero que os alunos passem a respeitá-la mais, depois do afastamento de ontem.

– Respeitar-me mais, Edward? Você sabe que isso não é verdade. Você não respeitaria mais o Barack Obama se ele fosse destituído da presidência por um dia, depois de dizer um palavrão em um discurso. Você sabe disso. É ilógico e você já conhece a minha opinião.

– É, eu conheço. Desculpe-me, ok? Mas o Conselho é claro no que concerne ao decoro em FHS.

– Conselho? – Bella perguntou, curiosa.

– Sim, Bella. O Conselho de Pais.

Naquele momento, Jessica Stanley invadiu a sala de Edward, sem bater à porta ou anunciar-se. Ela simplesmente entrou em seus saltos muito altos, sua saia lápis muito justa e sua blusa muito decotada e disse:

– Bom dia, Edward! Bom dia, Bella!




E foi assim que a reunião com Edward esteve, definitivamente, encerrada e Bella partiu para a sala dos professores, onde pegou seus milhares de livros, antes de ir para a sua sala.




Os alunos estavam estranhamente dóceis naquela manhã. Respondiam a todas as suas perguntas e propunham outras.

No primeiro horário, enquanto explanava sobre questões semânticas e ambigüidades para os alunos do último ano, a professora Swan se sentiu curiosa sobre qual seria a postura daqueles mesmos alunos na última aula antes do horário de almoço, quando eles deveriam entregar as suas redações sobre o Romantismo (eles deveriam ter feito isso no dia anterior, mas a inconveniente suspensão dela era uma justificativa plausível para que os trabalhos fossem entregues no dia seguinte).

Todos os alunos estavam muito compenetrados e educados. E ela esperou que aquele fosse um bom sinal.




Quando os alunos do último ano retornaram a sua sala para a aula de Literatura Inglesa, Bella sentiu suas expectativas chegarem às alturas.

Ela esperou até que todos já houvessem se assentado para, finalmente, solicitar seus textos.

Enquanto passava ao lado de suas carteiras, cada aluno ia lhe entregando o seu trabalho. Nos cabeçalhos, Bella lia títulos de Shelley, de Wilde, de Austen. E sentia-se curiosamente realizada.

Ao passar pela carteira de Alice Brandon, contudo, Isabella não recebeu qualquer redação ou explicação. A garota de preto apenas olhava fixamente para as suas unhas, pintadas com esmalte preto.

– Você não fez o texto que eu solicitei, Alice?

– Não. – Foi a única resposta que a professora recebeu.

– Eu quero que o seu responsável esteja aqui na escola na segunda-feira, às 9h da manhã, para uma reunião comigo, ok?

A Srta. Brandon apenas concordou com a cabeça, antes de lançar um olhar mortal na direção de Jasper Whitlock, que tinha um sorriso cínico nos lábios.





Naquela noite de sexta-feira, Jasper esperava por Kate quando a campainha tocou.

Mas não era a Denali quem o encarava fixamente, quando ele abriu a porta.

Era Alice Brandon. E ela parecia verdadeiramente enraivecida.

– Você é um porco, Whitlock! – Ela gritou, entrando na casa sem esperar qualquer convite. - Está sozinho? – Perguntou, rápido.

– Estou, mas... – Ele começou a responder, contudo, foi interrompido.

– Ótimo. – Alice disse, enquanto ia até a porta e trancava-a. – Porque eu vou matá-lo esta noite. – Completou, aproximando-se do garoto que a olhava atônito.

A pequena garota de preto se postou a sua frente e ergueu-se na ponta dos pés.

– Foi só uma vingança idiota ou vocês têm algo maior em mente? – Ela perguntou contundente.

– Eu só quis que você se desse mal, ok? Eu mandei que todos fizessem aquele texto idiota pra que você fosse a única a se ferrar, sim. Você me humilhou em frente a todos, Brandon. Eu precisava de uma vingança.

Alice, naquele momento, estava perto demais, inclinada contra Jasper, olhando-o através das pálpebras semicerradas. Jasper pensou que, se alguém pudesse arrancar a cabeça de uma pessoa com um mero olhar, esse alguém seria Alice.

Mas ele não se sentia ameaçado, é claro. A garota que o encarava mortalmente era baixa demais, magra demais e, o mais importante, não tinha uma AK47 em mãos. Ela não representava qualquer ameaça a sua segurança.

“Talvez”, ele pensou, “ela represente um risco quase insignificante a minha libido, usando essa saia tão curta. Mas é um problema facilmente contornável”.

– Agora que você já tem a sua resposta, Alice, dá o fora, ok? A Kate já deve estar chegando. – Ele disse, afastando-se da garota e voltando-lhe as costas.

– É. Eu sei. Vocês planejavam ter sexo hoje à noite, não é? – Alice o seguiu, aproximando-se sorrateiramente de suas costas e envolvendo-o pela cintura, com os braços.

Jasper se surpreendeu sobremaneira, sentindo-se congelado no lugar e a garota agradeceu internamente por estar as costas do garoto que abraçava, pois assim ele não veria como ela estava insegura e pateticamente enrubescida naquele momento.

– Mas... Jasper. – Ela sussurrou, soando sedutora e tentando alcançar o ouvido dele, mas interrompendo-se no ombro (que era até onde suas pernas lhe permitiam chegar). – Você realmente quer aquela idiota da Kate?

Enquanto perguntava, Alice infiltrava as mãos na base inferior da camisa de Jasper, e deslizava os dedos pelo abdômen do garoto – que se controlava para não gemer.

Quando a garota abaixou um pouco uma das mãos, chegando à cintura da calça dele, ele se virou repentinamente, envolvendo-a em seus braços e atraindo-a para si.

Antes mesmo que os dois desabassem sobre o sofá da sala, Alice já havia sido “cutucada” pela ereção de Jasper. Ela quis gritar, quando sentiu aquilo, mas mordeu os lábios e manteve o silêncio.

Quando os lábios do garoto se chocaram com os seus, Alice soluçou e correspondeu. O beijo era intenso e Jasper era exigente.

Ao escutar a campainha tocar pela primeira vez, a garota se comprimiu mais contra o garoto que estava abaixo de si e beijou-o mais vorazmente. Ele gemeu em resposta e ela soube que aquele era o momento.

Descendo os lábios para o pescoço dele, ela sussurrou:

– Tire a camisa...

Não foi um pedido. Foi uma ordem que Jasper prontamente obedeceu, apenas afastando Alice o suficiente para que pudesse esticar os braços e livrar-se da peça de roupa.

Ela plantou um beijo no alto de peitoral definido dele, antes de se erguer e colocar-se de pé.

– Tire a calça, agora.

Jasper estava abrindo o zíper quando a campainha voltou a tocar. Ele já voltava a fechar o zíper quando Alice se aproximou e colocou as mãos sobre as mãos dele, surpreendendo-se de novo com aquele volume nos “países baixos” de seu arquiinimigo.

– Não. – Ela murmurou. – Deixe a campainha tocar. Eu quero você.

Aquela última afirmação tinha mais verdade do que Alice gostaria de admitir a si mesma.

A campainha tocou pela terceira vez.

E Jasper já vestia apenas a sua cueca boxer azul marinho.

Alice se aproximou, abrindo os botões de sua blusa. O garoto a sua frente praticamente babava, à medida que o soutien de renda preta se desvendava e a pele leitosa da parte superior dos seios da garota era exposta totalmente.

Ele erguia os braços para puxá-la de volta para si, quando ela se abaixou e recolheu a roupa dele que havia sido atirada no chão, virando-se de costas para ele e correndo em direção à porta, trajando apenas o seu soutien preto, sua saia curta e seus saltos.

Antes de abrir a porta principal, Alice jogou a calça e a camisa de Jasper sob uma mesinha que havia no corredor.

Ela não podia dar-lhe a chance de se cobrir.

A campainha tocou mais uma vez e ela abriu a porta.

Alice sabia que corria o risco de abrir a porta e deparar-se com outra pessoa. Mas exatamente aquela que ela esperava, estava ali, a sua frente.

Kate Denali olhava para ela com olhos assombrados e a boca aberta.

Aquela era mesmo Alice Brandon seminua abrindo à porta da casa de seu namorado?

– Jazz, é a Kate... – Alice disse, abrindo a porta o suficiente para que a Denali tivesse um vislumbre de um Jasper atônito e quase nu assentado no sofá da sala. – Posso mandá-la embora, não é? – Ela completou, tentando soar manhosa e revirando os olhos ao final.

Os olhos de Kate migravam desesperadamente de um para outro e, quando ela abriu a boca para falar algo (ou simplesmente gritar, como Alice acabou confirmando depois), a pequena Brandon bateu a porta em sua cara.

O grito de Kate Denali, assim, foi um tanto abafado pela madeira grossa da porta e Alice agradeceu internamente por ter conseguido preservar os seus tímpanos depois do ataque histérico daquela louca.

Jasper ainda estava assentado e olhava para Alice com confusão: ele estava excitado demais para raciocinar e compreender o que ela estava fazendo até que Kate gritou.

Alice se aproximou, recolhendo a sua blusa, que estava no sofá, ao lado de Jasper.

– Eu disse que o mataria essa noite, não é? – Ela disse, olhando para suas mãos enquanto fechava os botões da blusa. – Mas digamos que eu estava errada... Acabar com o seu namoro com a Denali foi mais um favor a você.

Quando Alice já estava perto da porta, novamente, mas, dessa vez, com a clara intenção de ir embora, Jasper não pode conter a pergunta. E se arrependeu quase que imediatamente.

– Você vai me deixar assim? – Ele, claramente, referia-se a ereção que ainda era bem notável (principalmente porque só a boxer a separava do “mundo exterior”).

– Eu disse que o mataria, não é? – Alice não se virou para ele, enquanto respondia. – Matá-lo de frustração sexual já é um começo pra mim, Whitlock.

E ela simplesmente partiu. Deixando um Jasper abismado, um pouco admirado e, definitivamente, morto de frustração as suas costas.





Na segunda-feira, no horário em que não lecionava (às 9h), Bella caminhava pelos corredores de FHS em direção à secretaria, para saber se o responsável de Alice havia comparecido à escola para a reunião que ela solicitara ou se ela teria que comunicar o problema a Edward, para que ele tomasse as devidas providências e entrasse em contato formalmente com as partes interessadas.

O que mais preocupava Bella era que Alice demonstrava ser uma excelente aluna em todas as outras disciplinas que cursava e, em alguns momentos, ela vislumbrava amor pela literatura nos olhos da adolescente que se mostrava uma rebelde sem causa. A professora Swan esperava que conversar com o responsável da Srta. Brandon fosse o suficiente para ajudar a aluna.



– Bella? Bella Swan? Nossa! Você está diferente! – A loura escultural, trajando um vestido envelope jeans bem sexy apesar de simples e comportado, saltou diante de Isabella, enquanto ela entrava em um novo corredor e abraçou-a.

“O que há de errado com essas líderes de torcida que nem me cumprimentavam quando, há cinco anos, estávamos em todas as aulas juntas, a duas carteiras de distância, e que agora sempre se recordam de mim com tanto entusiasmo?” – Bella se perguntou com ironia. – “Eu não me lembro tão claramente de vocês, Barbies sexo-fácil.” – Ainda assim, ela se sentiu coagida a retribuir o abraço.

– Olá! – Bella disse, simplesmente.

Estava acostumada a aplicar táticas de evasão quando não se lembrava do nome de alguma personalidade forkiana. Afinal, desde que fora para Berkeley havia muitos nomes e rostos californianos com os quais se familiarizar para que fosse possível manter em mente todas as Tyffanies e Johnnies de Forks.

A loura, contudo, pareceu adivinhar que ela não havia lhe reconhecido, pois arqueou uma de suas sobrancelhas cor de mel e sorriu debochadamente.

O reconhecimento chegou como um estalo na cabeça de Bella.

– Rosalie Hale! Não pode ser você! Meu Deus! Você está... – Bella se encontrava um tanto quanto atordoada. Ela sabia que a amiga dos tempos do colegial era bem bonita, mas ali, na sua frente, não havia uma mulher bonita.

Havia a mulher mais deslumbrante que já vira na vida!

E tudo porque sabia que ali ainda existia a mesma Rose de sempre. Aquele brilho nos olhos azuis não permitia que Bella pensasse no contrário nem por um segundo sequer.

Assim, a professora abraçou novamente – dessa vez, calorosamente - a amiga que há longos anos não via.

– Ah, Bella, você está sem palavras? – Rosalie brincou, enquanto elas se afastavam. - Eu devo realmente estar bem. Ou há um bigode de leite sobre os meus lábios nesse momento e você não consegue me dizer.

Rosalie riu, mas Bella franziu o cenho.

– Nós não nos víamos há cinco anos e a primeira coisa de que você se lembra é da maldita vez em que eu não lhe avisei sobre o “bigodinho de leite”? Rose, Rose, aquele livro do Mario Puzo estava tão mais atraente do que você, naquela manhã, que eu não teria olhado pra você nem se houvesse um letreiro luminoso sobre a sua cabeça ou na sua testa, dizendo “frango frito grátis”.




#Flashback ON#


Naquela manhã de sábado, Bella e Rose estavam na cozinha da casa dos Hale, tomando o café da manhã, quando alguém tocou a campainha. A primeira estava compenetrada demais em Os tolos morrem antes, de Mario Puzo, para sequer levantar os olhos do livro quando a outra disse que atenderia a quem quer que fosse “o idiota sem noção que chamava àquela hora na casa de quem quer que fosse”. Os seus pais haviam ido à casa da avó da garota, que morava em La Push. Ela não tinha outra opção – além de esperar pelo segundo toque da campainha... E pelo terceiro e pelo quarto.

Quem quer que fosse não iria desistir, Rosalie concluiu.

Quando o visitante indesejado já havia se impacientado e tocava a campainha freneticamente, ela finalmente abriu a porta e deparou-se com Emmet Cullen.

Ela não poderia ficar mais surpresa.

Bem, ela poderia se surpreender ainda mais se, na ocasião, ele a tomasse nos braços e beijasse-a.

Mas o que ele fez foi bem previsível, ela pensou, ainda naquela manhã, depois que ele havia ido embora quando terminou de aparar a grama do jardim frontal da casa.

– Olá, Rosalie. Você estava tomando o seu leite matinal, imagino. – Ele tinha um sorriso sedutor, olhos brincalhões e um tom de voz doce demais (para alguém com boas intenções) quando disse aquilo.

– Bem, sim. Por quê?

Rose ainda estava naquele estágio intermediário, quando você não sabe se deve aumentar o decote da sua camisola horrível ( que tem uma estampa do Garfield na altura dos seios), ou se deve cruzar os braços sobre a barriga e tentar se esconder atrás de alguma coisa (a porta por exemplo).

Ela optou, inconscientemente, por manter-se estática. A mente podia estar elaborando mil e uma estratégias para conseguir que Emmet fosse com ela ao seu quarto com paredes cor de rosa. Para que Emmet se deitasse sobre sua cama, que ainda nem sequer havia sido arrumada naquela manhã e, finalmente, fosse seu. Seu corpo, contudo, estava inerte. A sensação de desespero, excitação e formigamento correndo pelo sangue.

– Oras, por nada. – Ele fingiu coçar uma área de pele localizada sobre o generoso lábio superior, sorriu abertamente e explicou que estava ali para “dar um trato na grama”.

Rosalie buscou o cortador de grama que ficava guardado no armário em baixo da escada, na sala de jantar, e estava voltando para a porta principal quando passou pelo espelho do corredor e, rapidamente, correu os olhos sobre o seu rosto.

Foi tão rápido que ela ainda deu alguns passos antes de parar e retornar.

E lá estava: grosso e branco.

Cobrindo de um lado ao outro a região acima de seu lábio superior: um bigode de leite.

Os seus olhos ficaram marejados e ela levantou a mão livre para limpar a sujeira. Subitamente, porém, ela mudou de idéia.

“Aquele idiota”, ela pensou.

Corajosamente e já ciente de que tinha um “bigode de leite”, ela entregou o cortador de grama ao garoto e olhou-o com desprezo quando ele controlou um risinho, agradecendo.

Mais tarde, enquanto contava à amiga o que havia acontecido, Rosalie chorou.

Depois Bella fez uma piada, sobre como Emmet se sentiria tentado a lamber o “bigode de leite” de Rose um dia e ela recusaria veementemente. E então riria na cara dele.

As duas riram daquilo por um bom tempo.



#Flashback OFF#





– A Srta. Cínica contra-ataca! – Rosalie disse sorrindo e apertando uma das mãos de Bella. - Senti saudades.

– E eu? Rosalie! Eu morri de saudades!

– O que você está fazendo aqui, aliás? Você não deveria estar estudando em Berkeley ou fazendo sexo com um californiano bronzeado? O que você faz aqui em Forks, mulher?

– Ah, eu dou aulas aqui, agora. – Bella suspirou, antes de completar. - Longa história... Esta é minha primeira semana, na verdade.

– Você só pode estar brincando! Então você é a professora de Literatura Inglesa? – Rose deu uma gargalhada curta. - Estou aqui porque a Alice me pediu, na sexta-feira, que eu bancasse a responsável por ela hoje, já que meu pai está viajando. Parece que minha irmã vem tendo problemas nas suas aulas, não é? Ela só disse que eu deveria conversar com a professora de Literatura Inglesa do último ano. Eu não pensaria que a tal megera é você, nem em um milhão de anos!

– Megera? – As duas haviam se assentado em um banco, no meio do corredor. – A questão é que a Alice não fez uma redação que eu havia solicitado. Eu dei uma oportunidade extra a ela. Na verdade, à turma inteira. Todos me entregaram seus trabalhos na sexta e ela não. E eu já havia informado a eles que eu tomaria providências e... – De repente, Bella se interrompeu. - Como assim “sua irmã”? Você é filha única, mulher!

– Hmmm... Na verdade, não mais. Há quase três anos, na verdade. Alice é filha do meu pai. Ela veio morar com meus pais quando a mãe dela morreu. É quase uma cópia verídica e um pouco mais complexa de uma daquelas novelas mexicanas que nós assistíamos todos os dias, à tarde, lembra-se? Meu pai não sabia que ela existia até que ela chegou com uma mochila nas costas e uma carta da mãe, há três anos. Meu pai se lembrava da mãe dela, é claro, mas eles fizeram o exame para comprovar a paternidade e ele conseguiu a guarda dela, depois.

Rosalie ainda explicou que os pais estiveram separados por um tempo, há 18 anos, quando a mãe decidiu que o seu casamento não mais daria certo. Ela tinha certeza e estava providenciando os papéis do divórcio quando acabou se “re-apaixonado” pelo quase ex-marido, numa noite em que ele a procurou desesperado, dizendo que a amava e que faria tudo para tê-la de volta.

Enquanto esteve longe da esposa, porém, o Sr. Hale acabou se envolvendo com uma mulher em Seattle. Desse envolvimento, nasceu Alice Brandon.

– O meu pai quis que ela também tivesse o sobrenome Hale, mas ela não aceitou. – Rosalie finalizou.

O assunto havia voltado ao foco inicial, com Bella explicando a Rose a situação de Alice, quando um homem grande entrou no corredor e caminhou na direção das duas mulheres com olhos brilhantes e repletos de interesse.



– Olá novamente, Bella. – Ele disse, sem, porém, olhá-la.

Os olhos dele estavam fixos na loura ao lado dela.

– Oi, Emmet. – Bella revirou os olhos.

– E você é...? – Ele foi direto, estendendo a mão para um aperto.

– Olá, Emmet. Sou Rosalie. Rosalie Hale. – Ela respondeu, apertando a mão dele rapidamente.

Ele quase engasgou.

Talvez aquela expressão facial tenha sido, realmente, um “engasgo mental”, no fim das contas.

– O que? Está pensando no quanto aquele apelido miserável que vocês me deram no colegial faz sentido agora? Rosalie-exageradamente-gostosa-Hale, não é? – Ela piscou com tanta confiança que Bella teria se surpreendido. Se aquela não fosse Rose Hale, é claro.

– Bem, se você insiste. É. Você está exageradamente...

– Olhe, Emmet. Não quero ser grosseira... Pelo menos, não tão explicitamente. Por isso, nem tente, ok? Eu não vou sair com você. E, sobretudo, eu não iria para a cama com você nem se você fosse o último exemplar masculino bem dotado em toda a face da Terra, ok?

E ela simplesmente se levantou, puxando Bella pela mão e rebocando-a pelo corredor.

Deixando um Emmet totalmente embasbacado as suas costas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que achou?
Os mistérios vão aumentar um pouco mais e, daqui dois capítulos começaremos a ter algumas respostas, ok? Mas nada muito conclusivo (ainda).
Vou esperar pelos reviews de vocês, ok?
Até mais!
Beijos,
Milla.
*Ah! E leiam as minhas one-shots e a minha two-shot! E comentem, é claro... Acho que vocês podem gostar delas (eu gosto muito!)
Ei, ei, ei! ESPERE! NÃO VÁ EMBORA SEM DEIXAR SEU COMENTÁRIO, OK?
Vai ser um presente pra mim... E eu gosto muito de retribuir às cordialidades.
=)
Seja legal, deixe um review!
(céus! parece um slogan publicitário de uma campanha de baixo custo =p)