Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 41
Escurecer


Notas iniciais do capítulo

"Nossa Lara disse que o capitulo ia sair rápido, que mentirosa q vc é, aff sua horrorosa sai daqui" - Pensamento de vcs vendo esse capitulo nas atualizações de vcs. Gente eu juro q me esforcei pra postar esse capitulo entre segunda e terça, mas ai eu adoeci q qd fiquei boa a minha beta *baranga desgraçada* levou tres dias pra betar, psé, ela enfiou o capitulo na bunda e deixou lá por três dias e se eu mandasse outra pessoa betar ela ia me encher o saco, vê se eu mereço uma cachorra dessas?
Então gente, esse capitulo está enoooooorme!! Grandão pra valer, mas tenho uma boa notícia, sabe aquilo que vcs estavam esperando? Aquilo? Aquilo lá, isso ai mermo q cês tão pensando suas sem vergonha. Então, ta aqui :)
As coisas tão começando a ficar boas, juro!
Ah, muito obrigada pelas reviews gente, tão vindo pouquinhas mas cada uma delas tem um significado muito grande, como eu disse uma vez, prefiro poucas reviews de leitoras de verdade do que muitas de gente q n ta nem aí. Vou responder todas esse FDS ainda.
Espero que gostem do capítulo
Me amem
Beeijos!
PS: Cadê os amantes de Metallica daqui? Liguem Fade to Black no player de vcs que ela é a música do capitulo de hoje :D



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Saí da casa dos meus pais por volta das oito da noite, eu não estava me sentindo muito melhor do que antes, saber da morte de uma pessoa antes dela acontecer é algo que não desejo a ninguém, ainda mais quando é alguém que você ama. A sensação de impotência é muito grande, talvez Allie tivesse sentido algo semelhante quando voltou no tempo para me salvar.

“ERA PRA VOCÊ ESTAR MORTO JIMMY! MORTO!”, as palavras de Sam vieram frias e amargas à minha mente. Não havia nenhuma mentira naquela frase, nenhum eufemismo amistoso, nenhuma sutileza que Allie ou Max usariam. Por mais cruel que Sam fosse apenas a verdade saía de sua boca.

E se eu estivesse mesmo morto? Como as coisas seriam? Eu lembro muito bem do inverno de 2009, sinceramente acho que já estava meio morto naquela época, não havia muito de vida em minhas memórias. Então apareceu aquela criança, minha criança, minha, eu podia olhar fundo nos olhos dela e ver que era a mim que ela pertencia, desde então a cada dia é como se uma força sobre humana me colocasse de pé todos os dias. Com a consciência da morte do meu pai toda essa força parecia se perder.

Era isso? Uma vida em troca da outra? Não, não era possível, talvez eu só estivesse tentando encontrar alguma razão além da óbvia para justificar o fato de ele estar morrendo, assim eu poderia culpar a mim mesmo.

Agitei a cabeça rapidamente tentando dispersar aqueles pensamentos, diminui a velocidade do carro até ele parar diante do sinal vermelho, liguei o rádio e alguma música pop que eu não fazia e menor ideia a qual cantor pertencia começou a tocar, agitada demais para meu espírito. Apertei o botão de desligar um pouco irritado, nem as músicas queriam cooperar naquela noite.

Olhei calmamente pela rua da minha cidade, não havia uma única esquina dela que eu não conhecesse, era bom poder puxar o ar e sentir o peso do sal misturado ao oxigênio, era bom estar no litoral, uma sensação agradável me preenchia naquela cidade que nenhuma outra me permitia ter. A sensação de estar em casa.

O sinal abriu e dirigi preguiçosamente pela rua, até que algo me chamou a atenção.

- Não, não, não... Não pode ser.

Freei o carro bruscamente, saltei do carro pisando com força no chão e fui em direção àquela cena, eu mal podia crer no que meus olhos viam, ela não podia estar fazendo isso outra vez.

Estava visivelmente bêbada, caminhava trocando as pernas, mal se equilibrando sobre os saltos. O cabelo caramelo caía em cachos bagunçados sobre os ombros e um cara que eu sabia que não era seu namorado a acariciava indecentemente enquanto tentava conduzi-la em linha reta para o carro. Eu reconhecia um cliente quando via um, e aquele com certeza era um deles.

- Hey, você, solte a garota! – disse alto o suficiente para que a rua inteira ouvisse.

O cara, que aparentava ter pelos menos dez anos a mais que eu, me lançou um olhar fulminante que foi retribuído em igual intensidade.

- Vá comprar a sua. Esta daqui é minha. – ele disse apertando mais o braço de Leana entre suas mãos para mostrar que ele a comandava naquele momento, ela parecia nem estar ciente da minha presença ali.

- Quanto pagou nela? Eu te dou o dobro.

- Ta maluco garoto? Acha que é de dinheiro que eu estou atrás? Pare de me encher o saco. – Ele a empurrou com força na direção do carro e ela perdeu o pouco de equilíbrio que ainda tinha e caiu de quatro no chão, ele a puxou pelo braço com tanta aspereza que achei que fosse deslocá-lo – Que merda, não estava no nosso acordo que eu teria que cuidar de uma piranha bêbada. Anda levanta, ainda quero provar dessa sua bocetinha.

Meu punho cerrado atingiu o queixo do homem com tanta força que pude ouvir o “crec” dos seus dentes sendo trincados. Rapidamente o empurrei para trás e joguei Leana sobre meus ombros, quase como se ela fosse um saco de batata.

- Devolve minha puta, seu desgraçado. – O velho disse enquanto se recuperava do soco.

- O que vai fazer? Chamar a polícia? Talvez devesse prestar queixa por furto! – disse sem olhar para trás e ofegando um pouco por causa do peso enquanto caminhava. Ele não podia fazer nada a não ser bater em mim, mas eu tinha quase o dobro da altura dele, além disso, ele não correria o risco de apanhar e ser preso só por mais uma puta.

O velho pronunciou algum palavrão que eu já não conseguia ouvir por estar muito distante e entrou no seu próprio carro para ir embora. Joguei Leana no banco do carona, ela nem parecia consciente, pude ajeitá-la no banco quase como se ela fosse uma boneca sem vida. Respirei fundo e atei o cinto ao seu corpo.

- Jimmy...?

Inclinei-me um pouco sobre seu corpo e segurei seu queixo com uma das mãos.

- Que diabos pensa que está fazendo Silver? Cometendo o mesmo erro outra vez?

- É realmente você? – Os olhos um pouco estrábicos dela percorreram meu rosto por completo. – Eu sei que é você mesmo, porque se fosse um sonho você estaria sorrindo para mim.

Fechei os olhos por um breve instante e soltei a respiração, aquilo provavelmente também devia ser minha culpa.

- Vou te levar para casa, tente não vomitar no carro.

Ela não respondeu, continuou apenas olhando fixamente para mim com aquele par de olhos enormes sem nem piscar. Estava meio impossível conversar com ela, principalmente por que eu estava com muita raiva. Fechei a porta do carona e me dirigi para o banco do motorista. A casa dela não era muito longe dali, eu sabia o endereço de cor, entrei carregando-a nos braços quase como se ela fosse uma criança.

Coloquei o copo de café amargo em sua boca e o virei para que ela engolisse, ao estranhar o gosto um pouco do líquido escorreu pelo seu queixo até pingar no vestido.

- Não reclame, você merece ele bem amargo pelo que fez. – Havia uma súplica de perdão em seus olhos, mas eu me neguei a aceitá-la.

- Eu sinto muito pelo que eu fiz com a sua filha Jimmy...

- Eu sinto pelo que está fazendo com si mesma.

Imediatamente ela virou o rosto para outra direção, quase fazendo uma birra.

- O que eu faço não é da sua conta.

- É claro que é, eu ainda me sinto responsável por você, parte disso é minha culpa.

- Eu não quero falar sobre isso. – as mãos dela então vieram suaves de encontro aos meus ombros, puxando-me em sua direção. Apenas os forcei na direção oposta até que ela me soltasse.

- Você está chapada demais pra falar disso agora mesmo, eu odeio o fato de fazer isso consigo mesma, se tratar como lixo.

- EU SOU LIXO JIMMY! Ninguém me quer! Você não me quer... – Eu sei que eu provavelmente devia tomar alguma atitude que fizesse com que ela se sentisse melhor, mas eu não consegui. Fiquei ali de pé, apenas encarando-a com o pior olhar que eu podia. – Você nem pra negar... Sabe que é verdade não é?

Leana chutou o par de sapatos com raiva e abraçou as pernas em seguida, as primeiras lágrimas já haviam descido pelo seu rosto há um tempo.

- Não faça isso consigo mesma, seu corpo é uma joia Lea, não o venda tão barato.

- NÃO É DISSO QUE EU ESTOU FALANDO PORRA! EU ESTOU FALANDO SOBRE NÓS! POR QUE NÃO FOI COMIGO QUE TEVE AQUELA CRIANÇA? POR QUE NÃO SOU EU MORANDO NA CASA DOS SEUS PAIS COM VOCÊ? POR QUE NÃO ME AMA MAIS? Eu não ligo pra merda desse corpo se ele não serve mais pra você. – a última frase foi pronunciada em um fio seguido de soluços e lágrimas. Ela permaneceu falando, mesmo que sua voz saísse atrapalhada pelo álcool e pelas lágrimas – Você se lembra? Antes daquela lá aparecer você já até começava a falar em se casar comigo... Ter filhos loirinhos de olhos azuis, um cachorro... Você eu queria uma família e eu também, por que...?

- Por que não era pra ser. – Eu não teria sobrevivido pra casar com você de todo jeito. Eu não conseguia nem sequer olhar para ela com o mesmo olhar que eu olhava antes, até a preocupação que eu tinha com ela era recheada de rancor. Não tinha como um casamento entre nós dois dar certo, nosso amor não era forte o suficiente pra sustentar aquilo, pelo menos não o meu.

- Por que não era pra ser? – soltou uma risada quase digna de pena após pronunciar aquelas palavras. – É tudo que tem a dizer?

- Eu acho que é melhor ir dormir, vou te deixar sozinha agora.

Virei-me para ir embora, mas ela correu e me agarrou pelo tronco, quase que desesperadamente.

- Não me deixe sozinha, fica comigo Jimmy, por favor. Passa a noite aqui...

- Minha filha está me esperando em casa, eu não posso ficar com você, nem quero.

As mãos dela escorregaram inertes pelo meu corpo até se perderem no espaço, Leana não disse mais nada e eu fui embora sem olhar para trás.

Max

- Você é muito bom com isso, tem certeza que nunca atirou em nada? – Sarah disse impressionada para Sam. As habilidades que havia demonstrado desde o início do treinamento eram formidáveis e ele parecia muito empolgado.

- Não! Só atirava em patos de borracha em parques de diversão! – o sorriso em seu rosto era grande como há muito eu não via, ou ele estava realmente empolgado, ou estava tentando fortemente fazer daquela lição a única coisa em sua mente. – Mas não acho que vou conseguir matar alguém...

- Espere esse alguém tentar te matar e vamos ver se é capaz de matar ou não.

Sarah deu um tapinha amigável no ombro de Sam e o instigou a continuar, depois disso ela veio até mim.

- Você devia estar treinando também, um pouco de defesa pessoal poderia te ajudar em uma situação difícil.

- Eu não consigo levantar meu braço o suficiente pra empunhar uma arma, as queimaduras ainda doem muito.

- Oh, entendo. – ela permaneceu parada diante de mim, parecia que algo a perturbava.

- Quer falar alguma coisa?

- Por que me escolheu? – as palavras saíram de uma única vez de sua boca – Quer dizer... Eu não entendo, eu nem era candidata e...

 - Eu gostei de você – os olhos dourados dela se abriram quase como se eu tivesse acabado de falar alguma indecência. – N-não do jeito que está pensando, e-eu... Eu não queria uma velha me tratando como se eu fosse filho dela.

- Ah...

- Mas eu também não te escolhi só por que é bonita, se é isso que está pensando.

As bochechas dela ficaram rosadas imediatamente.

- V-você... Você me acha bonita?

Um sorriso constrangido se abriu em meu rosto, mas antes que eu pudesse respondê-la, alguém o fez por mim.

- É claro que ele te acha bonita, e eu não me surpreenderia se você o pegasse tentando se enfiar por entre suas calcinhas, Srta. Faraday. – Ray irrompeu pela sala com seu ar de superioridade costumeiro e Sarah deu um enorme passo para trás para abrir espaço para ele. – Vá treinar seu pupilo, me deixe conversar com esse cientista aqui em particular, por favor.

- Sim senhor. – Sarah disse e em seguida foi ajudar Sam com sua postura.

Ray sentou seu traseiro gordo numa cadeira, e soltou alguns grunhidos enquanto terminava de se ajeitar, fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado, mas permaneci de pé, encarando-o com irritação.

- Oh Max, Max, Max, vim dar uma olhada na sua brilhante equipe de seguranças e eu só tenho uma palavra para descrevê-la: Patética.

O olhar dele sorria como se tivesse acabado de contar uma piada, mas sua boca permanecia imóvel.

- Não me lembro de ter pedido sua opinião.

- Wohoo! Está tão atrevidinho esse garoto. Se queria se entregar de bandeja para os russos, não devia perder seu tempo e dinheiro contratando segurança. Se realmente quisesse estar seguro teria aceitado uma das minhas. Eu sei que precisa muito de uma namorada, mas...

- Não fale assim, eu me sinto confortável com eles.

- E seguro? Eu não confiaria nessa garota, ela é tão nova, tão fácil de corromper...

- Eu sou tão novo quanto ela, isso não significa nada! Não aja como se só quem tem mais de quarenta fosse digno de confiança!

- É isso então? É um desafio contra mim? Eu não sou seu inimigo Max, eu estou aqui apenas para te ajudar. Minha equipe inteira veio aqui para te ajudar. – suspirei emburrado e Ray continuou. – Não vou implicar mais com sua equipe okay? Faça como quiser. – Ray passou um instante observando Sarah e Sam, eu fiz o mesmo. Sam já se portava quase como alguém da polícia, ele já tinha o corpo meio grande mesmo, se adaptava bem, tanto à arma, quanto à postura e à cara amarrada de oficial, era quase engraçado. – Como anda a máquina? – Ray perguntou interessado – Soube que parece estar modificando algo nela e também que tem uma nova aprendiza, posso ser interado disso?

- Tudo bem. – olhei rapidamente para Sarah, mas ela não estava olhando em minha direção. Era agradável observá-la, parecia muito empenhada em fazer de Sam um bom segurança, ela não podia ser uma espiã, não tinha como ser.

- Excelente, pode me levar até lá agora?

Assenti brevemente com a cabeça e o pedi que me acompanhasse. Levei Ray até a sala da máquina, era a primeira vez que eu permitia que o FBI entrasse ali, ele olhou tudo com uma admiração notável.

- Minha aprendiza não está aqui.

- Essa sua aprendiza... Ela não seria a Srta. Whisper, seria?

Neguei instintivamente com a cabeça e deixei que ele olhasse ao redor, não ia arriscar que ninguém soubesse com certeza de que era para ela que eu estava passando informações sigilosas.

A máquina estava em seu mesmo lugar de sempre, branca e fechada, ás vezes parecia tão futurista que eu mesmo nem acreditava que havia conseguido construí-la. A única coisa que realmente me incomodava em relação a ela, era o fato de que tudo parecia tão desordenado, tanta gente estava correndo risco por minha causa.

Talvez o motivo de Kail querer destruí-la não fosse algo tão insano assim. Mas o que eu estou pensando? Eu salvei vidas com essa máquina, fiz o sonho da minha melhor amiga se tornar realidade, sabe-se lá como seria a vida dela sem essa máquina hoje, como a minhavida seria. Não preciso me arrepender.

- É realmente impressionante! Funciona de verdade?

- Claro que funciona.

- Brilhante! – Era estranho ver Ray sorrindo, chegava a ser assustador – Quais os novos projetos?

- Não posso te dizer, é confidencial, lamento.

- Por que não? Eu sou do FBI, não tem o que temer.

E desde quando não havia motivos para se temer o governo dos Estados Unidos?

- Eu prefiro não falar, desculpe.

Ray revirou os olhos.

- Tudo bem então, não é? Mas eu gostaria de receber relatórios precisos sobre o funcionamento dela, se não se importa.

- Por que eu faria isso?

- Porque querendo ou não, você trabalha para o governo, garoto.

Lali

Enterrava minhas unhas na madeira da mesa tentando desviar minha concentração para longe daquela conversa, não queria olhar em seus olhos, mas eu sentia o peso do acobreado da cor deles sobre mim. O vento frio corria janela adentro e me fazia ter leves calafrios, cruzei os braços em torno do corpo e não demorou para que a voz dele enfim se manifestasse,

- Frio? – assenti rapidamente com a cabeça e ele levantou-se imediatamente e fechou a janela. – Até quando vai ficar aí calada?

- Eu não quero ter essa conversa. – A frase estava na ponta da minha língua e saiu tão depressa que quase atropelou o fim da pergunta dele.

- Não quer? – Brian se sentou diante de mim mais uma vez, mesmo com os olhos baixos pude ver as veias saltando de seus punhos cerrados. – Olha para mim Lali. – Ergui meus olhos numa velocidade mínima, o rosto dele continuava o mesmo, o mesmo nariz arrebitado, os mesmos lábios finos, a mesma barbicha aparada na ponta do queixo triangular e os olhos, agora um pouco sonolentos, mas ainda tinham a mesma cor. – Eu não ligo mais pro que você quer, estava tão amedrontada de que eu te machucasse e olha só quem está em frangalhos agora?

- Frangalhos? Você me parece em perfeito estado.

- Foi apenas um modo de se dizer. – ele agitou rapidamente a cabeça e retomou seu monólogo – Eu não estou apaixonado por você, se é disso que tem medo. Você não me deu oportunidade pra isso.

- Eu sei que eu não fui justa com você, okay? – eu estava com muito medo de falar muita merda, eu não era muito boa em pensar nessas situações de tensão. – Me desculpe Brian, mas você... Você tem a Michelle, eu sei que ela não foi a melhor esposa do mundo, mas não aja como se não sentisse mais nada por ela.

- Isso não é mentira, eu ainda amo a Michelle, mas eu também sinto algo por você e eu não faço a menor ideia do que seja.

Engoli seco e desviei o olhar.

- Não alimente isso Haner, eu tenho certeza que será destrutivo, pra nós dois.

- Não pode me dizer o que sentir. – ele se levantou bruscamente e por um instante quase achei que fosse me bater, mas o toque que eu senti foi diferente.

Suas mãos tocaram mornas em meus ombros e exerceram uma suave pressão sobre eles, meu corpo que estava gelado, pareceu se esquentar quase que imediatamente.

- Brian, isso entre nós dois...

- Me deixe descobrir o que é, por favor.

Levantei-me para me desvencilhar do toque dele, mas o efeito foi contrário, Brian me puxou para si, fazendo com que meu corpo se chocasse desengonçadamente no dele.

- Brian... Não...

A negação saiu da minha boca como uma verdadeira mentira, eu mesma levei meus lábios ao encontro dos dele em um desespero supremo, era engraçado que eu o afastasse o tempo todo, mas não conseguisse evitar desejar um beijo a cada vez que seus lábios se aproximavam dos meus. Eu podia sentir o sabor ímpar da boca dele na minha. Aquele sabor agridoce e sensual conduzido por aqueles lábios hábeis e quentes.

Os braços dele envolveram minha cintura, duros feito aço, eu nem sequer consegui me mover, mas acho que parte do meu corpo não queria realmente se mover. Segurei seu rosto ainda durante o beijo, sentindo a aspereza da barba que começava a nascer nas palmas de minhas mãos. O beijo foi parando lentamente e os lábios de Brian se afastaram dos meus, abri os olhos e o vi umedecendo os lábios, aquilo quase fez com que eu o atacasse novamente, mas eu precisava ser um pouco sensata. O que eu estava fazendo? Era visível que não tinha como uma relação entre nós dois dar certo, mas a atração física era grande demais, um frenesi grande demais, quase doentio que tomava conta do meu corpo, eu me sentia quase como uma estupradora perto dele.

O afastei pelos ombros e tentei retomar minha respiração normal ao máximo que podia.

- Eu devia ir... – Os lábios dele se chocaram contra os meus novamente, dessa vez, mais ferozes. O corpo dele veio empurrando o meu, até que eu pude sentir o frio sólido da parede contra minhas costas, levantou meu corpo pelas coxas e tive que abraçá-lo com as pernas, não era uma das minhas posições favoritas, ainda mais considerando que eu sabia o que vinha com aquilo tudo, mas eu estava meio que inebriada pelo corpo dele.

- Você não vai a lugar algum. – sussurrou em meu ouvido e mordiscou a ponta da minha orelha, um suspiro sôfrego escapou da minha boca e o abracei com força, de repente eu estava me sentindo com medo? Era isso? Mas do quê eu tinha medo? Ele não era líder de facção alguma, não havia uma arma escondida em seu bolso e ele não parecia violento de nenhuma forma, então por que eu estava tão amedrontada? – Ei, está tudo bem?

Só então notei que Brian havia interrompido as carícias pelo meu corpo, eu estava abraçada com tanta força a ele que devia ter notado meu nervosismo.

- Está sim. – minha voz saiu tão falha que era óbvio que eu estava mentindo.

Brian me colocou no chão novamente e olhou sério para meu rosto.

- Vem comigo. – pegou uma das minhas mãos e me puxou em direção ao seu quarto, estava menos bagunçado do que eu achei que estivesse, as guitarras estavam penduradas como enormes troféus na parede, quem deitasse na cama teria uma visão panorâmica para todas elas, a coleção de CDs também estava ali, eram várias pilhas enormes e bem alinhadas. Sentei-me na cama e ele se sentou no chão, diante de mim. – Você está com medo de mim, não está?

Demorei a responder, eu odiava isso, às vezes eu agia como uma criança boba. Era tão vergonhoso. Mas não quero nunca mais passar pelo que passei com Kail, aquele homem era um monstro.

Flashback on

- Está com medo de mim? – balancei negativamente a cabeça com um sorriso trêmulo no rosto.

- Não.

- Me desculpe pelo que fiz com você naquele outro dia, não quis te assustar, sabe que eu jamais te machucaria, meu amor. Eu só estava estressado com o trabalho, não devia ter sido tão cruel com você. O que fiz foi imperdoável.

- Achei estranho mesmo, você estava tão diferente, nem parecia você.

 Os olhos cor de bronze dele sorriram junto com seus lábios e as costas de suas mãos acariciaram suavemente meu rosto.

- Isso não vai acontecer de novo meu amor, eu juro, eu nunca te machucaria.

Meu sorriso saiu mais confiante e deixei que meus lábios se encontrassem com os dele, Kail era tão doce, era impossível que ele fosse aquele monstro, eu ainda estava magoada com as palavras duras que ele havia dito, mas se ele me pedia perdão, quem sou para negar? Ele era tão lindo, forte e resolvido, era impossível não amá-lo.

O sexo com ele havia sido perfeito, aquilo somado à devoção doentia que eu tinha por ele fez daquela noite algo mágico, ele era extremamente carinhoso. De repente eu nem sequer me lembrava daquelas ameaças, daquelas palavras amargas, só lembrava daquele homem maravilhoso em minha cama.

Estava quase adormecendo em seu peito quanto o senti se desvencilhar de mim para atender a um telefonema, continuei de olhos fechados, mas pude ouvir com perfeita clareza a conversa dele.

- O pegaram? Isso é ótimo! Estou com a bartender dele aqui... Não acho que ela saiba de nada, ela é uma estúpida. Mas é claro que posso tentar arrancar alguma coisa dela... Não fazer com violência? – ele riu pelo nariz – Ah, por favor, não me tire toda a diversão.

Flashback off

- Estou sim.

- Eu nunca te machucaria Lali.

- Ele disse isso também, aliás, ele jurou que nunca faria isso. – sorri tristemente.

- O máximo que eu posso fazer é acertar sua cabeça com uma das minhas guitarras, mas eu não correria o risco de quebrar uma das minhas crianças. – Acabei sorrindo da maneira com que ele se referiu às guitarras e logo ele se sentou ao meu lado na cama. – Posso ser honesto?

- Por favor.

- Eu sei que você não está apaixonada por mim, eu também não tenho certeza se quero me casar com você e ter um monte de filhos esquisitões, mas eu quero muito fazer sexo com você hoje. Eu estou muito atraído por você, de um jeito quase anormal... E você também não resiste ao meu charme que eu sei. – sorri um pouco envergonhada e ele segurou minha mão – Vamos passar essa noite juntos, esqueça esse maluco que te machucou, esquecemos a Michelle, vamos aproveitar essa noite juntos, vamos conhecer um ao outro e descobrir se o que a gente sente pode durar ou não. Não precisa ter medo de mim, a única arma que eu tenho está entre minhas pernas e eu acho que vai gostar muito dela.

Dei um soco no braço dele e comecei a rir.

- Você é um idiota Haner.

- Então... Vai ficar aqui hoje?

Allie

- PAREM DE BRIGAR! AAAAAAH! QUEM PUXOU MEU CABELO? QUEM? QUEM? – Estava no meio de Zacky e Matt, o jogo tinha ficado mais agitado do que o esperado e eles começaram a discutir igual a dois babacas – QUEM É HOMEM O SUFICIENTE PRA ASSUMIR QUE PUXOU MEU CABELO CARALHO?

- Fui eu Freak, desculpe. – Zacky disse envergonhado.

- Sem sobremesa pra você hoje Vengeance! Sentem-se os dois. – caminhei pela sala e puxei o X-Box da tomada. – Agora, todo mundo respirando fundo e falando “Õmm”, vamos...

- Cara você salvou seu jogo? – Matt perguntou preocupado para Zacky.

- Não man.

- Ela puxou da tomada você viu?

- Ah cara, fodeu tudo!

Dei um tapa forte atrás da cabeça do Matt.

- Eu disse todo mundo fazendo Õmm! – falei entre dentes e logo eles entoaram em uníssono o mantra. – Bons garotos.

Sentada no pé da escada, Valary tinha cólicas de tanto rir.

- Eu devia ter filmado isso!

Respirei fundo e sorri, eu havia corrido por aquela casa feito uma barata tonta o dia inteiro, tentando arrumar as coisas, Val ajudou muito com as crianças, não posso dizer o mesmo de Zacky e Matt, que passaram a tarde inteira gritando palavrões e matando zumbis. Brian desaparecera com Lali ainda no final da tarde, assim como Jimmy, então a responsabilidade tinha ficado sobre mim. De repente eu me sentia tão... Tão... Tão velha.

- Obrigada por ter ajudado Val, se eu tivesse que fazer tudo sozinha teria caído dura no chão.

- Que isso, sempre que precisar! Onde estão as crianças?

- As deixei no quarto assistindo um filme, acho que depois do jantar elas se acalmaram um pouco.

Jimmy entrou pela porta naquele instante, parecia meio pálido e aflito, mas ao ver seus amigos ali esboçou um sorriso enorme.

- CADÊ AS PUTAS DO PAPAI AQUI? – ele gritou e abriu os braços, depois disso Zacky e Matt foram cumprimentá-lo daquele jeito bem ogro deles, se batendo e trocando palavrões quase como se fossem juras de amor.

- Hey man, muita sacanagem não ter me pedido pra ir te buscar.

- Desculpa Zacky, eu sei que você tem um desejo reprimido pelo meu corpo, mas a gente estava trazendo a Lali e ela pediu muito sigilo sobre isso. Matt guarda segredo melhor.

- Grandes merda, ela já até se mandou daqui com ele e eu sou ótimo guardando segredos okay?

- Já? – Jimmy trocou um olhar comigo esperando uma confirmação e eu dei de ombros. – Bom, não tinha como adivinhar, e nem vem com essa Zacky, você adora tricotar que eu sei. E então o que estavam fazendo?

- Estávamos jogando Call of Duty... Estávamos, até a Allie virar a She Ra e puxar a tomada com os poderes de Greyscow dela. – Matt lançou-me um olhar zangado e retribuí mandando um beijo no ar para ele.

Depois disso os três se jogaram no sofá e conversaram um pouco sobre música enquanto bebiam. A nova turnê já seria com a setlist do álbum novo e deveria durar um longo tempo. Jimmy insistia em passar o natal em casa, e isso provavelmente atrapalharia a turnê.

- É minha filha man, eu preciso recuperar o tempo que perdi, se eu não fizer isso o quanto antes...

- A gente entende Jimmy, nós podemos conversar com o Larry amanhã de manhã, ele deve saber organizar isso.

Depois de quase uma hora conversando, Matt, Valary e Zacky foram embora, o pequeno Owen ia deitado nos braços de Zacky, semiadormecido.

Assim que fechei a porta, virei para dentro e vi Jimmy despencando sobre o sofá.

- Parece cansado.

- Estou exausto e provavelmente com gases também – sorri e ele virou o rosto para mim – Onde está Shannon?

- Escovando os dentes para dormir.

- Posso colocá-la na cama?

- Claro, ela vai adorar.

Jimmy se levantou do sofá em meio a uma porção de gemidos de dor e parou na minha frente, achei que ele ia falar alguma coisa e já sentia meu corpo recomeçar a tremer, eu passara o dia inteiro tentando não pensar naquela situação desconfortável, mas como sempre, ele me surpreendeu.

- O que aconteceu com seu cabelo?

- Meu cabelo? – Só então levei as mãos ao cabelo e senti o quanto ele estava desgrenhado. – Meu deus eu estava andando no meio dos seus amigos assim?

Jimmy soltou uma gargalhada sonora.

- Parece que dois gatos brigaram ai em cima.

Eu gargalhei alto e ele passou a mão na minha cabeça tentando diminuir o volume, quando dei por mim, as mãos dele já seguravam meu rosto e os olhos azuis dele me fitavam com muita doçura. Passou-se um longo instante para que eu me recordasse de que não era digna de tudo aquilo.

- E-eu vou tomar banho... – me esquivei do toque dele e subi apressadamente as escadas, senti o olhar dele sobre mim, mas não quis olhar para trás para encará-lo, aquilo apenas tornaria as coisas mais difíceis do que já eram.

Quando saí do banheiro ele já estava sentado ao lado de Shannon na cama, não quis entrar, nenhum deles havia notado minha presença, Jimmy cantava e Shay tinha os olhos fechados e sua cabeça encostada sobre a barriga dele.

- Emptiness is filling me to the point of agony. Growing darkness taking dawn, I was me, but now he's gone. No one but me can save myself, but it's too late.Now I can't think, think why I should even try

Jimmy continuou entoando os versos de um jeito deliciosamente suave e rouco, mas Shannon estava adormecida, há um bom tempo talvez. Afastei-me do quarto e fui colocar alguma roupa, era difícil de explicar o que eu estava sentindo agora. Parecia que tudo havia mudado tanto, me pegava lembrando apenas dos meses em que não havia nada a ser feito a não ser pensar em salvar a vida dele, o que havia mudado dali pra cá? Não em nossas vidas, mas dentro de nós? Eu ainda o amava, eu tinha tanta certeza disso quanto eu tinha de que o céu estava acima de nossas cabeças e a terra abaixo de nossos pés, mas parecia que eu havia ficado mais estúpida, mais emotiva, mais maleável. Eu me olho no espelho hoje e não gosto do que vejo. Isso é normal?

Vesti uma lingerie confortável para dormir e parei diante do espelho, eu consegui ficar ainda mais feia do que eu já era, incrível. Eu não estava gorda, nem magra, estava estranha. Meu cabelo parecia um ninho, mesmo que eu o penteasse, continuava horrível, minha pele parecia amarela demais, meu corpo molenga demais, minha alma nem parecia estar ali. Eu era apenas um corpo mole e vazio, era isso que eu era. Eu nem sequer consigo mais fazer as coisas direito.

Meus joelhos então cederam, não sei se pelo cansaço ou por falta de força, só sei que senti meu corpo despencar e um choro, que eu nem sabia de onde havia saído, começou a se derramar.

Não era por minha causa que eu chorava, era por causa dele, por causa do que ele significava pra mim e no quanto eu havia sido estúpida, no quanto ele devia olhar pra mim e enxergar uma sombra do passado, uma mulher fraca e miserável. O que podia exigir dele? Que ficasse comigo? Não, eu não podia, logo ele perceberia que insistir na nossa relação era uma perda de tempo e enfim tomaria seu rumo, encontraria outra que ele amasse e eu cairia no esquecimento, era isso.

Não havia mais nada dentro de mim que o merecesse. Não havia mais nada de valioso dentro de mim, só uma mulher desgastada que comete erros além da própria capacidade de consertá-los. Como eu queria que tudo fosse simples outra vez, que amar não implicasse tanto nas minhas atitudes, mas agora eu velha, cansada, e, além disso, eu tinha uma filha e nem conseguia ser uma mãe boa o suficiente. Shannon merecia uma mãe melhor, uma mãe menos instável, menos idiota.

Enquanto eu soluçava ajoelhada no chão, algo me puxou com delicadeza pelo tronco e me pegou no colo, não consegui parar de chorar, ainda fiz uma cena ridícula esperneando e agitando as pernas pedindo para que ele me deixasse ali, mas ele nem sequer ouviu.

- Para... Para de chorar Allie, olha pra mim, anda, olha. – o tom dele era severo. Eu não conseguia olhar para ele, olhava para baixo e soluçava a ponto de sufocar. – Por que está chorando?

- Por quê? Vai dizer que não sabe? Eu estraguei tudo, eu não sou mais aquela mulher de cinco anos atrás, eu me tornei uma vagabunda idiota, eu me odeio e eu sei que no fundo você me odeia também, eu sei o que está pensando...

- PARA ALISON! – Jimmy me sacudiu pelos ombros, mas não havia irritação em seu rosto – Você não sabe nada do que eu estou pensando. Eu sei o que você fez, eu não esqueci, me magoou sim, e me decepcionou também... Mas você não viu o que eu vi no futuro Allie, o que eu vi... quem eu vi, faz disso algo tão insignificante que nem merece tanto martírio assim. Coisas grandes vão acontecer Alison, eu preciso de você forte e confiante, eu preciso do seu soco de direita, dos seus poderes de Greyscow, She Ra – um riso idiota saiu em meio aos soluços – Eu te amo tanto Allie, a única coisa que eu estou pensando é no quanto você está comível nessa lingerie bege horrorosa e no quanto vai ser difícil desemaranhar meus dedos desse seu cabelo de ninho amanhã de manhã. Você disse que mudou, mas olha pra mim, eu tenho uma barba com trancinhas e uso o cabelo de cosplay de Jesus Cristo, eu não sou o mesmo também. Nós estamos ficando velhos e quadrados Allie, temos uma criança linda que adormece ouvindo Metallica e nós temos um ao outro. Eu te amo, e não quero te ver nunca mais de quatro no chão desse jeito, a não ser que seja pra se divertir comigo. Agora vem aqui me dar um beijo cheio de catarro e me diz que nós estamos bem, por favor?

O puxei pela camisa com força e choquei meus lábios com os dele em um sofrimento e um desespero desenfreado. Sua boca tinha o melhor sabor do mundo, eu adorava sentir a maciez dos lábios carnudos dele roçando nos meus, eram mornos, convidativos e tinham um efeito sobre mim semelhante ao que o usuário de maconha sentia, era libertador, delicioso. Senti os braços dele me envolvendo com força e puxando cada vez mais para si, passei um das pernas para o outro lado do corpo dele e me coloquei sobre seu colo, eu gostava muito daquela posição, lembrava os velhos tempos.

Mas então senti um mal estar súbito, não só o afastei, como saí correndo em busca do banheiro.

- Allie? – o ouvi falando atrás de mim, mas apenas caí de joelhos diante do sanitário e vi todo o meu jantar sendo colocado pra fora. – Está tudo bem? – Perguntou já parado na porta.

- Acho que o jantar não caiu bem. – Jimmy soltou uma gargalhada histérica me fazendo lançar um olhar assassino pra ele. – Ta rindo do quê seu idiota? Não tem graça.

Ele se aproximou de mim, se inclinou para frente e me deu um beijo.

- Acho que foi outra coisa que te fez mal, minha freak.

Lali

- Desculpa! – disse sorrindo.

- Tudo bem, não é como se eu nunca tivesse sido acertado com um pé na cara antes. – Brian riu e mordeu minha canela, depois a colocou do outro lado do seu corpo.

O que eu podia dizer dele? Desde o momento que ele começou a se despir eu já achei que teria um ataque cardíaco, o corpo dele, meu deus.

Brian se colocou sobre mim e senti seu hálito morno se misturando ao meu, os olhos escuros encaravam os meus com uma malícia que parecia enraizada em sua expressão, ele beijou meu pescoço e senti a barbicha fazendo cócegas naquela região. As mãos dele escorregavam hábeis e pelo meu colo e pressionaram ambos os seios, arfei de leve e Brian mordeu meu queixo em resposta, beijando meus lábios logo em seguida. Eu sentia meu corpo tremer por completo em baixo do dele, sentindo a pele nua dele em contato com a minha. Era uma sensação engraçada que me fazia sentir alguns arrepios.

Colocou-se de joelhos diante de mim e puxou minhas pernas para que ele se encaixasse entre elas, o peito bronzeado se movia lento com a respiração tranquila dele, os olhos dele analisavam meu corpo de um jeito tão minucioso que me fez até corar de vergonha.

- Pare de me olhar desse jeito. – disse cobrindo os seios com o antebraço, logo ele abriu um sorriso.

- Está com vergonha? – ele riu mais um pouco – Parece tão inocente, tem certeza que não é mais virgem?

Acertei meu pé nas costelas dele.

- Cala a boca!

- Isso aqui – o dedo dele encostou em uma parte específica do meu corpo, e logo meu sorriso desapareceu – Foi ele?

- Você disse que nós íamos esquecer...

- Okay, desculpe. – Brian permaneceu com o cenho franzido. – Você tem muitas cicatrizes Lali, em lugares que são impossíveis de você as ter feito. Esse cara era um sádico.

- Brian...

- Já parei... Vamos brincar um pouco agora. – o sorriso malicioso voltou aos seus lábios e em um movimento rápido, ele abriu meus braços novamente e os segurou para que eu nãos os mexesse e então senti o calor dos seus lábios tocando um dos meus mamilos, sugando-os, brincando com cada um deles e me fazendo arfar incontáveis vezes.

Distribuiu leves mordiscadas por minha barriga até virilha, naquele instante me peguei tremendo outra vez. Senti os dedos dele entrando em contato com minha intimidade, um gemido involuntário escapou da minha boca, ele nem havia me estimulado ainda, mas eu já estava completamente excitada.

Começou com movimentos circulares e velozes em meu clitóris, mas logo ele abocanhou aquela mesma região com muita intensidade, mordi meu lábio com força e segurei em seus cabelos. Senti sua língua me penetrar levemente e meu corpo já começar a responder sozinho, rebolando suavemente coordenados por aquele estímulo.

Brian então se ergueu novamente e elevou um dos meus calcanhares até seu ombro, seu membro já estava enorme e pulsava em suas mãos, minha respiração estava totalmente descompassada, mas mesmo assim não hesitei em prender o ar ao vê-lo aproximar o membro da minha entrada já encharcada. O pênis dele deslizou pelo meu clitóris e o contato com aquele membro fez um arrepio gostoso transcorrer por minha espinha. A cabeça do membro dele começou a entrar em mim e um gemido de dor escapou por entre meus lábios, fazia muito tempo que eu não era penetrada assim, mas ele não interrompeu seu movimento, estava concentrado naquilo.

Lentamente o membro dele entrou por completo em mim, antes de começar a se mover, ele me beijou novamente, com calma, mas eu podia sentir a respiração pesada escapando de suas narinas, sim, ele também estava excitado.

Então Brian deu início às estocadas, lentamente se movendo para cima e para baixo sobre mim, o olhar dele para mim era algo quase feroz, mas não havia nenhuma maldade além daquele prazer ali. As estocadas ficaram mais velozes e intensas e eu já não conseguia mais conter os gritos que escapavam da minha boca, a velocidade fez com que minha perna caísse do ombro dele e logo ele me enlaçou pela cintura, me puxando para si enquanto seu membro entrava e saía quase que por completo.

Brian se retirou de mim antes que chegássemos ao ápice, beijou meus lábios mais uma vez e me virou de bruços. Empinei a bunda o máximo que consegui e então ele me penetrou novamente, dessa vez de uma única vez, já não havia mais dor, apenas prazer.

Ele segurou com força em minha cintura e retomou as estocadas, eu agora empurrava meus próprios quadris na direção dos dele e pronunciava uma porção de palavrões sem sentido. Brian chegou ao orgasmo com um gemido alto, mas não interrompeu as estocadas até que eu também atingisse o meu.

Depois disso relaxei a força que estava fazendo nas pernas pra me manter empinada e me deitei, Brian se retirou de dentro de mim e se jogou na cama ao meu lado. Nossa respiração era tão ofegante que chegava a ser sonora, respirávamos exaustos encarando um ao outro, até que ambos começamos a gargalhar. Parecíamos dois loucos.

Não sabia onde estava a graça daquilo tudo, mas eu gargalhava até minha barriga doer, Brian me puxou para que eu me deitasse mais colada ao seu corpo, afastou meu cabelo do rosto e beijou minha testa.

- Isso foi... Maravilhoso! – ele disse enquanto esboçava um sorriso tão enorme que chegava a ser infantil – Eu comi uma lésbica, obrigada meu deus!

 Gargalhei alto e em seguida lhe acertei um tapa na cara.

- Idiota!

O olhar dele se fixou no meu e aos poucos as risadas foram se perdendo.

- Eu não vou me esquecer desse dia nunca, mesmo que decida ficar longe, eu não vou esquecer. – não consegui dizer nada, apenas sorri e passei as costas das mãos pelo rosto dele. – Eu sei que nossa relação é estranha e nós nem somos namorados nem nada, em outros casos eu ligaria para um taxi agora mesmo e deixaria você ir embora, mas... Durma aqui comigo hoje, eu quero acordar e sentir como se alguém ainda visse algo além de um guitarrista gostoso em mim. A gente pode tomar café juntos, depois disso eu deixo você ir pra onde quiser, nem peço explicações nem nada. Uma noite e um café da manhã, é só isso que eu estou pedindo de você.

- Quer mesmo que eu fique? – um sorriso bobo brincou em meus lábios e ele agitou a cabeça confirmando. – Eu fico então.

Os lábios dele tocaram os meus mais uma vez ficamos ali abraçados na cama, até adormecermos.

Por volta das três da manhã ouvi meu telefone vibrar. O abraço romântico só havia durado nos primeiros minutos de sono, depois disso, Brian se esparramou na cama me deixando bem na pontinha, não foi difícil pegar o celular e sair de fininho do quarto. Entrei no banheiro e atendi a ligação, o número era restrito, mas eu já imaginava quem era.

- Noite divertida huh?

- Catelyn...

- Oi amor, odeio atrapalhar sua diversão com o moreno gostoso aí, mas eu preciso falar com você.

- Como você...?

- Como eu sei? Ai por favor achou mesmo que eu não ia monitorar seu gigolozinho nas horas vagas? Eww você deixou que ele te comesse por trás, que horror, esses homens nojentos.

- Cala a boca!

- Já calei – disse soltando uma risada tão descontraída que chegava a ser irritante – Agora sem brincadeiras, precisamos voltar pra Wisconsin pra ontem! Você não devia nem ter saído de lá.

- Aconteceu alguma coisa?

- Pegue suas coisas, desça as escadas, meu carro está estacionado na frente do prédio, te vejo em dez minutos.

- Espera eu... – ela não deixou que eu terminasse a frase, desligou na minha cara. Um suspiro pesado e longo escapou da minha boca. Eu não queria ir, ainda mais considerando a decepção que ele ia sentir ao acordar, mas eu também não podia ficar.

Voltei para o quarto e me vesti tomando o máximo de cuidado para não fazer nenhum barulho, o observei dormindo por um breve instante, estava de bruços, nu e com as cobertas cobrindo apenas das coxas para baixo, ele tinha uma bunda linda. Sorri do meu próprio pensamento e depois fiz como Catelyn dissera, desci as escadas e entrei no único carro estacionado na frente do prédio. O carro acelerou assim que fechei a porta e ela saiu dirigindo rápido em direção ao bairro de Jimmy, provavelmente para buscar minhas coisas. Era estranho que ela soubesse completamente de tudo que eu estava fazendo ali.

- O que aconteceu? – eu disse meio zangada por ela ter me forçado a sair tão bruscamente.

- Eu descobri quem está infiltrado no laboratório. – ela disse sem nem desviar o olhar da estrada, o cabelo curto dela estava molhado e ela aparentava estar com frio, suas roupas pareciam úmidas, ela devia ter caído no mar ou pegado chuva, não quis perguntar para que não achasse que queria criar intimidades.

- Quem?

- Longa história, preciso tirar você daqui primeiro.

- QUEM? – disse mais incisiva e ela revirou os olhos. O carro parou no sinal, ela pegou rapidamente um envelope pardo no banco detrás e o jogou sobre minhas pernas.

O abri ansiosa e assim que vi as fotos e dados no documento, meu queixo caiu.

- Não pode ser... Como?

Catelyn esboçou um sorriso nervoso.

- Como eu disse, longa história.


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Notas finais do capítulo

E entã~~aã~~a~~aao, quem é o infiltrado??
Espero que tenham gostado.
Bjs pro meu pai, pra minha mãe, pra você e pra Xuxa!