A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 13
Capítulo 12 - Tortura


Notas iniciais do capítulo

Ei, quem gosta do Elijah? #Eu! Bem, ele vai narrar um pouco, porque a história é minha e eu faço o que eu quiser, kkkkk. #taparei. Bem, essa é só a segunda vez que alguém que não é a Nessie narra. Me deem um refresco por favor #deuvadepreferencia.
Espero que gostem e deixem reviews #porfavor



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Elijah

–Elijah. Entre.

Abri a porta do laboratório de Klaus e entrei. Os membros de seu último sacrifício ainda estavam espalhados sobre a mesa, sendo cuidadosamente estudados, mas no momento Klaus não estava dando atenção a eles. Estava lendo uma das fichas das sobrenaturalidades que ele guardava consigo em sua casa e podia apostar que já sabia de quem era esta em especial.

–Mandou me chamar, senhor meu pai?

–Mandei. Mas deixe de formalidades. Sente-se. - Puxei uma cadeira a sua frente, temendo o que viria a seguir. Na maioria do tempo, meu pai preferia ignorar a minha existência. Fora assim desde que eu me recusara a atacar um ser humano em um dos meus primeiros dias de vida. Quando me via por acidente, vivia reclamando que eu não era como minha irmã Rebekka, e que eu fora um desperdício de tempo e de sêmen divino. Ele raramente mandava me chamar, e quando chamava tinha uma missão para mim. Missões que se eu me recussasse a cumprir, sofria as consequencias com Scott. - Estou intrigado... - Ele me disse em seu tom de cientista, olhando a ficha lentamente. - Scott me disse que você anda tendo comportamentos suspeitos. Isso é verdade?

Cruzei os braços. Eu sabia que isso um dia iria acontecer.

–Defina estranho. Afinal, sou uma aberração por mim mesmo, certo?

Perguntei petulantemente. Descobri aos 5 anos, que se fosse mais sarcástico, irônico e desagradável, ou melhor, o divertisse sendo cruel como ele queria que eu fosse, eu ficava mais tempo consciente e com menos marcas no corpo. Ele riu. Não parecíamos pai e filho. Parecíamos um garoto de reformatório e o cruel diretor. Eu agradecia aos céus que não fossemos parecidos, isso ao menos me deixava longe dos olhares de todos. E uma lembrança constante da única pessoa que um dia me amou realmente.

–É. Mas isso vem saindo do controle - Ele disse fechando a ficha e olhando-me nos olhos com seus olhos vermelhos. - Quero saber porque você está caçando animais com essa garota e quero saber agora. É algum tipo de rebeldia?

–Para falar bem a verdade, senhor meu pai, é sim.

Respondi com sinceridade.

–E eu posso saber por que? Te dou uma casa, estudos, comida, sangue de qualidade, amigos com quem brincar... Porque está fazendo isso?

–Porque você mentiu para mim.

Eu disse simplesmente. O silêncio pairou e se instalou ao nosso redor. Eu podia ouvir o clangor e o zumbido das máquinas e luzes ligadas enquanto nos encarávamos. Ele achava que eu ia me desculpar, e odiava ser desafiado. Na verdade, havia poucas coisas na vida que Klaus realmente gostava, como sacrifícios, sua casa e disciplina. Abominava qualquer coisa que estivesse fora do seu controle. E eu estava, o tempo todo. Meu ódio por ele era maior do que o medo das surras que ele me acometia.

–Quando é que menti para você?

Ele perguntou em voz baixa.

–Disse que ela morreu. Que era o preço a ser pago. Que se eu vivesse, ela não podia viver. Mas era mentira. Você não a queria conosco então a deixou para trás para morrer

–Ora, ora, ora... - Ele disse esticando-se e encostando-se as costas da cadeira - Quem é o mentiroso agora? Você está mentindo. Não há modos e você sabe disso. Não há um mestiço vivo que tenha deixado a mãe viver.

–Ela. Deixou.

Eu disse sibilando. Eu podia me lembrar do dia que nascera, em uma poça de sangue em uma sala escura. Mesmo tendo acabado de abrir os olhos pela primeira vez, eu a focalizei em um instante. Era a coisa mais linda que eu já vi até hoje. Mesmo com o semblante cansado e moribundo, ela sorriu e beijou minha testa dizendo palavras que eu jamais vou esquecer; "Eu te amo, meu pequeno Elijah.". E então Klaus havia me levado para longe. Para muito longe dela. Eu chorei, esperneei, estava assustado, gritei, o mordi, mas nada me fez voltar para aquela sala. Angela Martinez nunca mais foi vista, e seu nome nunca mais foi mencionado. Quando eu o fazia, acendia a furia de Klaus, que não admitia que eu sentisse afeição por nada nem ninguém. Eu tinha que ser uma máquina de matar. Mas eu não era. Não era porque me lembrava daquelas palavras e saiba o que elas queriam dizer. Sabia que ela não me amaria se eu fosse quem Klaus queria que eu fosse. E eu resistia. E era posto para baixo. De novo, e de novo, e de novo.

–Impossível.

Ele disse.

–Pergunte a ela. Volte para a mansão deles. Ela está lá, viva, andando e conversando com a família. Ao passo que Angela...

Eu disse, apenas para provocá-lo. Ele se levantou em um dos seus ataques de fúria.

–Já disse a você para NUNCA, JAMAIS, MENCIONAR ESSE NOME NA MINHA FRENTE!

Ele disse acertando uma bofetada em meu rosto. Depois de tantos anos aguentando dessas e de socos, eu me manti sentado na cadeira, forte como um carvalho. Encarei-o desafiador.

–Ela poderia estar viva. É tudo culpa sua. Não queria que ela me amasse, não queria que ela o amasse e a matou!

Klaus gritou para que Scott viesse até lá e o estuprador logo atendeu ao chamado de seu dono. Quando ele entrou na sala já entrei em um estado de transe. Era quase uma defesa automática do meu corpo, se não pensasse, doía menos. Fechei os olhos ao primeiro soco, e deixei que ele me arrastasse para fora. A partir daquele momento, não havia mais beleza no mundo até que Scott fosse embora. Felizmente, ele foi mais cedo, sob uma ordem de Klaus. Eu não era o único que levaria um castigo naquela noite.


Nessie

Fogo. Havia fogo por todo o lado. Era o mesmo pesadelo de sempre. O fogo, os círculos, a jaula e os olhos brilhantes expectadores. Klaus e sua faca gelada. Mas a certa altura, na quinta ou sexta vez que o sonho se repetia um alarme de incêndio soou. Esperei que os bombeiros aparecessem para apagar aqueles círculos de fogo para libertar minha família mas nada aconteceu. Quando acordei, mas o som continuou.

Levantei-me de repente, sentando-me zonza. O alarme soava alto e ecoava por todo o prédio como um gato sendo puxado pela cauda. Mas não havia cheiro de fumaça por perto. Olhei pela janela e um grupo de sobrenaturalidades começava a se formar lá fora. Decidi segui-los. Desci as escadas na completa escuridão e só encontrei luz lá fora nas lâmpadas externas. As meninas estavam reunidas em um canto com Jenna e seu namorado da escada.

–... Certeza que ela ia? Porque não tentou impedi-la?

Ela dizia para Elena quando cheguei.

–Eu tentei tia Jenna, juro que tentei. Disse a ela que ela iria sozinha, e não imaginei que ela tentaria ir sem mim.

–Não sabemos se foi ela Jenna, tenha esperança.

Disse o namorado de Jenna, um homem forte de cabelos castanhos.

–O que está acontecendo? – Perguntei me juntando ao grupo – Que barulheira é essa?

–Alguém tentou fugir.

Meredith explicou. Antes que eu pudesse perguntar porque a pessoa tentou e não conseguiu, Jenna se desesperou e correu para a porta onde um garoto de aparentes 16 anos aparecia com seu pijama do Star Wars esfregando os olhos. Elena também a seguiu. Perguntei a Meredith com os olhos.

–Jeremy. Meio-irmão de Elena.

Fiz que sim enquanto eles voltavam até o grupo.

–Não tia, não vejo a Kath desde hoje de manhã.

Ele disse sob o abraço dela.

–Oi Jer.

Disse Bonnie com um sorriso tímido. Com um estalo me lembrei que era o garoto que ela tinha que dividir com Vicki. Mas ele parecia ser tão legal... O que estaria fazendo com uma pessoa tão estranha quanto Vicki quando Bonnie estava ali, claramente apaixonada por ele?

–Oi Bonnie.

Ele disse encarando os sapatos. Katherine saiu pela porta e veio até nós. Quando Jenna a viu voou para cima dela começando uma bronca das melhores. Olhe lá a “Cara de Mãe” novamente... Mas Katherine a dispensou com um gesto e veio até nós enquanto conversava em voz baixa com uma Jenna irada.

–Eu juro que não fiz nada. Fiquei na minha cama como eu fiz o resto do mês inteiro.

Ela disse com as mãos no ar como se se rendesse.


Klaus demorou uma hora até aparecer com Scott arrastando um rosto mais ou menos familiar.

–Trevor.

Rose disse com espanto ao meu lado pegando minha mãe de repente. Oh não. Por acaso aquele não era o amigo/namorado de longa data chove-e-não-molha não é? Rose trocou um olhar desesperado com todas, mas não soubemos o que dizer a ela. Klaus parou a nossa frente e Jenna colocou Katherine e Jeremy atrás do corpo quase que como instinto. Se Klaus se incomodou com a ação não demonstrou. Pareceu até se divertir com a situação.

–Rose-Marie. Bonnie Bennet. Elena e Katherine Gilbert. Meredith Sulez. Renesmee Cullen. Vocês estão convocadas.

Ele disse simplesmente e partiu. Scott estava indo atrás mas Trevor resistiu virando-se para nós por alguns segundos. Por um instante, achei que ia ser um momento Romeu e Julieta em que ele declamaria seu amor eterno por Rose até na sua morte. Mas tudo o que ele fez foi olhar diretamente nos olhos de Katherine e dizer:

–Como pôde?

Então Scott o arrastou para longe, torcendo seus braços atrás das costas. Estava atônita quando ouvi um rosnado ao meu lado. Rose praticamente voou – sem brincadeira, ela realmente voou – para o pescoço de Katherine. Jenna foi em auxilio de sobrinha e o namorado puxou Rose de cima dela.

–Não acredito! – Ela gritava ensandecida, tentando se livrar dos braços que a seguravam – VADIA! Você o levou e mentiu para ele! Você o fez acreditar que iam fugir juntos! Você sabe que ele te ama! VOCÊ SABE! Você sempre soube e agora ele vai morrer por sua causa!

Ela gritava. Aos poucos, as palavras foram perdendo o sentido e se transformando em rosnados. Então ela se entregou ao choro. Katherine cruzou os braços, empinou o nariz e olhou-a de cima.

–Eu não fiz nada.

Enquanto Elena ajudava Rose a levantar, olhei para Meredith e ainda chocada com os acontecimentos dos últimos minutos, perguntei:

–Para o que estamos convocadas?

O olhar de Meredith ficou sombrio.

–Tortura.


Todas sabiam o caminho até o lugar. Era afastado da casa, em uma clareira bem menor. 10 cadeiras de pedra esperavam por nós. A frente delas, um altar em uma plataforma de três degraus rodeada por dois braseiros com chamas altas iluminando ao redor. Aquele altar... Eu o conhecia. É claro! É o altar em que estou deitada em todos os meus pesadelos. É o altar em que Klaus corta minha garganta!

Cada uma sentou-se sem reclamar, e eu as segui, sentando-me ao lado de Rose, que parecera entrar em uma espécie de transe ou torpor. Não consegui imaginar como seria se estivesse eu seu lugar. Eu provavelmente imploraria a Klaus me matasse junto. Scott apareceu das sombras, mas Trevor não estava com ele. Veio até nós e nos – preste atenção agora – acorrentou à cadeira de pedra. Ah sim. Havia algemas nos braços e nas pernas da cadeira em que Scott prendeu a cada uma de nós. As meninas não lutaram e não fazia sentido para mim relutar, especialmente com os olhos vermelhos de Scott olhando-me nos olhos enquanto passava a língua nos lábios.

Fiquei tentada a dar-lhe um bom chute nos testículos, mas sabia que se os amassasse, eles voltariam ao normal. Aquele era um pensamento triste.

Klaus chegou logo e dessa vez Trevor estava com ele, amarrado, seguindo seus passos. Trazia na mão oposta à corda uma maleta, do tipo que os executivos usam para carregar suas planilhas. Mas o jeito que Meredith tinha dito “tortura” me fazia crer que isso não se tratava de matá-lo de tédio ao ler gráficos de uma empresa. Klaus subiu os três degraus e fez Trevor ficar bem a sua frente. Sussurrou algo a ele, e do mesmo jeito mecanizado dos professores, ele subiu no altar e se deitou.

–Não Trevor CORRA!

Rose gritou, mesmo sabendo que não havia jeito. Não podia imaginar o que estava se passando dentro da sua cabeça agora. Enquanto Scott acorrentava Trevor ao altar, Klaus abriu sua maleta no espaço sobrando. Continha um punhal e três garrafas de 2 litros que um dia devia ter pertencido a algum vinho. Ele pegou o punhal e com a ponta da lâmina abriu uma das garrafas. Colocou-as de lado e vestiu luvas de couro. Era como assistir a uma cirurgia ao contrário.

–Boa noite. Como estão? Oh, só temos moças hoje na platéia? É uma pena.

Ele disse como se fosse o apresentador de algum reality show e não um vampiro maluco que mantém adolescentes mestiços cativos para seu próprio uso como se fossem propriedades e não seres vivos com encéfalo extremamente desenvolvido e polegar opositor. Eu tinha certeza de que se Rose pudesse escolher um poder, ela escolheria cuspir ácido. E se tivesse que escolher um momento da vida para cuspir todo o ácido dentro dela, inclusive o rompimento com o “Benji Franklin”, ela escolheria aquele, para cuspir em Klaus e vê-lo derreter pouco a pouco. Será que se você derreter um vampiro com ácido ainda precisa queimar as cinzas? Eu adoraria testar aquilo com Klaus.

–Desgraçado...

Ela rosnava tentando escapar de suas correntes. Klaus, que com certeza ouviu, abriu um sorriso como se três mestiços tivessem acabado de se materializar na sua frente e se entregar para serem eternamente seus escravos. Bom, acho que isso o deixaria feliz. Porque aquele sorriso parecia feliz, se é que isso é possível. Klaus até é bem bonito se você excluir o fato de que é um psicosociopata - Se é que isso é realmente uma palavra. Seus cabelos louro-escuros caem sobre os olhos castanhos e as feições angulosas. Ele é forte. Diria que a luz do luar, ele parecia perfeito. Mas como perfeição não existe, ele estava prestes a torturar alguém pelo crime de querer uma vida em liberdade.

–Você é engraçado Trevor. Mexeu com a cabeça da sua amiga. Fez ela acreditar que você a amava. Isso é doentio, Trevor. - Ele disse como se aquilo fosse apenas uma consulta dentária ou psicológica. Pegou a faca e levantou a mão de Trevor – Isso deve compensar alguns dos seus erros.

E antes que eu pudesse piscar, a lâmina cortou a carne e o osso como se fossem feitos de manteiga. E Trevor gritou. Gritou tão alto que desejei arrancar minhas orelhas. Não, desejei arrancar meu cérebro pelo nariz e jogá-lo aos cães desde que isso desabilitasse minha audição. Klaus olhou por alguns segundos a mão decepada de Trevor e a jogou no braseiro onde ela logo enegreceu. O odor de carne queimada por quase um tapa na minha cara. E Rose gritou também.

–Você devia jogar a mão no fogo por uma menina como ela. É bonita, inteligente, o que mais você poderia querer?

Fechei os olhos na esperança de que isso bloqueasse os gritos de Trevor. Não podia tapar os ouvidos, então essa foi a minha melhor opção.

–Não feche os olhos – Sussurrou uma voz gélida ao lado da minha orelha. Abri os olhos imediatamente – Klaus odeia. Vai perder todo o show.

Virei-me e dei uma cabeçada em Scott. Quando ele cambaleou para o lado cuspi aos seus pés. Ele nunca mais ia se aproximar de mim enquanto eu pudesse evitar.

–Fique longe de mim seu maluco.

Sussurrei arreganhando os dentes, deixando-os a mostra. Quando virei-me para Klaus ele sorria como se estivesse se divertindo muito. Trevor continuava gritando e Rose também. A mão já virara apenas ossos no braseiro. Klaus pegou a garrafa que tinha pegado inicialmente e tirou uma caixa de dentro da maleta. Tirou uma agulha e mergulhou-a toda no líquido.

–Scott costumava ter uma tatuagem para cada uma das que estuprou. Ele mal pode esperar para ir até Platoro e tatuar o nome da sua colega ali. Quem sabe se...

Ele pousou a agulha sobre o peito de Trevor. Se ele estava com dor antes, o que veio a seguir era o pior som que já havia escutado. Klaus rasgava a carne com a agulha, que onde tocava,deixava a pele em carne viva. Ele parava periodicamente para mergulhar novamente a agulha. A uma certa altura ele pareceu pensar e riscou o que tinha escrito, abrindo uma grande ferida no peito de Trevor, que quase não tinha mais voz para gritar. Então se pôs a escrever uma segunda palavra.

–Perfeito. Acho que Rose-Marie vai apreciar. Mas... Não vamos nos estender nisso, não é? Todos queremos dormir. Mas antes... – Ele pegou a garrafa e o toco da mão de Trevor, jogando o conteúdo todo sobre o ferimento. Como ácido a carne toda queimou, e encheu-se de bolhas e carne viva. Podia ver seu sangue pulsando em uma veia. Aposto que Trevor quase vomitou o próprio intestino. – Certo, acho que já pagou sua punição.

Pegou novamente o punhal e quase com desinteresse enterrou-a no peito de Trevor. Finalmente, ele parou de gritar, a medida que seu sangue saia pela sua boca. Eu estava horrorizada. Ousaria dizer, traumatizada. Klaus tirou o lenço do bolso, limpou o sangue do punhal e guardou suas coisas. Como alguém podia matar alguém daquele jeito e com aquele desprendimento e simplesmente guardar suas coisas como se aquilo não passasse de uma tediosa tarde de negócios.

–Senhoritas. Estão liberadas.

Ele pegou a maleta e desceu os degraus devagar, rumando até a casa que construíra provavelmente com sangue e morte condensada em tijolos. Tive vontade de pedir que voltasse e me matasse. Apenas para acabar logo com aquilo. Se não podia ir para casa, e qualquer coisa que fizesse de errado me renderia uma morte como aquela, eu pediria por algo indolor. Só para dar um fim de uma vez naquilo.

Scott soltou a cada uma de nós. No momento em que teve os pés e mãos soltos, Rose saiu correndo para o altar, gritando o nome de Trevor. Quando ele se abaixou para soltar minhas pernas chutei seu nariz. Ele cambaleou para trás gemendo.

–Espero que tenha doído.

Disse enquanto levantava. Por um segundo tive a impressão de que o chão fugiu de baixo dos meus pés. Fiquei de quatro e coloquei para fora todo o sangue que tinha caçado com Elijah. Levantei-me trêmula e subi até o altar onde todas tentavam afastar Rose de cima do seu amigo morto.

Em seu peito em uma letra caprichada, havia Katherine riscado e RoseMarie em caixa alta.


Convencer minhas pernas a rumar novamente até a casa foi um desafio. Elas estavam trêmulas e não queriam me obedecer. As cenas ainda se repassavam na minha mente toda vez que eu piscava e o grito ainda ecoava nos meus ouvidos. Eu nunca tinha visto tanta carnificina na minha vida. Eu entendo que nossa espécie é assassina por natureza. Mas Klaus era diferente. Ele sentia prazer com os gritos de Trevor, sentia prazer em torturá-lo, podia ver aquilo no fundo dos seus olhos.

Segurando-me nas árvores, consegui me forçar a chegar até a clareira. A imagem da Casa e da cama que me esperava lá dentro foi até bem vinda no meio do turbilhão que se passava na minha mente. Dei um ou dois passos ansiosa por isso, mas tropecei nos meus próprios pés. Quando caí sabia que não conseguiria me levantar e dar um passo sequer. Apenas me encolhi perto de um dos pinheiros que cercavam a clareira e me encolhi em posição fetal, chorando. Eu nunca quisera nada naquilo e nunca fizera nada para merecer o que estava fazendo. Ou fizera? Será que alguma vez na vida eu fizera algo que desagradasse tanto as forças maiores para que eu merecesse os horrores contidos naquela casa liderada por um insano? Puxei os joelhos para perto do peito, desculpando-me mil vezes a todos os deuses que conhecia. Fechei os olhos e revivi as imagens daquela noite.

O sonho de sempre retornou. E agora ele fazia sentido.



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Notas finais do capítulo

E ai? Quem odeia o Klaus? O/. E quem acha que ele é o assassino mais charmoso de todos os tempos? O/. Espero que tenham gostado.