Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 20
Nada nunca está tão ruim... - Capítulo Dezenove.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey amores, tudo certo? Mais um capítulo de Corpus Inversion por aqui!

Era para tê-lo postado ontem, mas tive aula e quando cheguei em casa para escrevê-lo, chegou visita e, por conta disto, não consegui postar o capítulo antes, afinal eu tive de fazer a social e fingir que sou uma pessoa simpática e todas aquelas coisas que você tem que fazer para alegrar sua mãe e fingir que você é uma pessoa civilizada...

Enfim, vocês entenderam.

Mas aqui está e eu espero que gostem!

Enjoy!



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Lily Evans

– Okay, então nós não temos mais nada? – Dorcas perguntou de forma dramática, encostando-se a arquibancada onde estávamos sentados e mostrando mais um lado seu que eu não conhecia. – Oh, Sirius, quebrou meu coração! – e riu.

Rolei os olhos, rindo um pouco de seu comportamento.

– Para falar a verdade nem teve muito fundamento tudo isso – falei.

– É o que vivia te dizendo – rolou os olhos. – Mas, bem, não pode negar que foi divertido. As pessoas até me cumprimentavam pelos corredores. Isto para não falar nos pedidos para sair terem aumentado em cem por cento – ela me encarou com as sobrancelhas erguidas. – Sabe, fez bem para o ego sair com o Sirius.

Sabia que ela estava falando aquilo para me fazer rir, mas me senti mal por Dorcas.

Quero dizer, eu estive tão focada em mim e na minha falta de sorte nos últimos dias que nem me dei o trabalho de ajuda-la como queria.

Dorcas fora criada pela mãe, pois seu pai morrera quando ainda era muito pequena para lembrar. Sua mãe era uma astróloga meio louca (não que eu tivesse dito isto à ela, obviamente), que trabalhava na sessão de astrologia do Profeta Diário (aquela mesma que sempre pulava por não acreditar nessas bobagens de signo).

Ela era uma daquelas pessoas raras que não parecia se importar com nada do que os outros pensavam a seu respeito. Mesmo que eu achasse isto o máximo, ainda espumava todas as vezes que as pessoas faziam coisas cruéis com ela. Tudo bem que as roupas da garota não eram as mais bonitas do mundo, mas ainda assim, aquilo não justificava a total falta de respeito de boa parte dos alunos de Hogwarts para com ela.

Sem falar que ela era muito legal. Mesmo. E tinha os melhores conselhos quando se tratava de curar espinhas, dores de cabeça, hematomas, dores no corpo, gripe e, até mesmo, unha encravada. Basicamente uma das melhores pessoas que conheci. Sem falar naquele seu talento especial em ler as pessoas e parecer saber o que todos estavam pensando o tempo todo.

Era até assustador.

Mas, de qualquer forma, precisava retribuir sua grande ajuda.

E eu sabia que ela gostava de Remus, porque toda vez em que os dois se cruzavam e ele dizia "Oi, Dorcas" ela perdia totalmente sua linha de pensamento e gaguejava um "Er, hm, é... Oi, Re... Remus". Não era tudo o que precisava para juntá-los?

Só precisava dar um empurrãozinho...

Então, ignorando minha total vontade de matar o Potter, eu tive de dar o braço a torcer, afinal de contas meu plano não dera certo em nenhum aspecto. Quero dizer, que plano era aquele, afinal de contas?

E então eu terminara com ela e depois disso só precisava encontrar uma forma de fazer Remus entender que ela nunca fora minha namorada mesmo. E trancá-los em um armário ou qualquer coisa assim.

Ah, que vida complicada era a minha. Ou, bem, será que era eu a complicá-la?

Não. Não deveria ser.

– Sem ofensas, Dorcas, mas sinceramente eu não vi nada de divertido em tudo isto – Sirius, que estava sentado um pouco mais abaixo, encarava-me de forma irritada. – Sirius Black e NAMORO são coisas que não combinam – acrescentou.

– Isto é porque você é um cachorro, Black – Lene, sentada ao lado de Sirius, resmungou.

Sirius então voltou seus olhos para ela e sorriu de forma maliciosa. Gemi.

– Pare de fazer essa cara, Black – reclamei, atirando a goles em sua direção.

Era mais uma daquelas noites em que fugíamos do dormitório para treinar. A diferença era que, aquele dia, Dorcas e Marlene fugiram também, seguindo um Sirius muito irritado debaixo da capa de invisibilidade enquanto eu tinha conseguido fugir mais cedo, sem precisar me esconder.

E por “fugir” estava me referindo ao Potter. Por que eu estava, simplesmente, fora de controle.

Quero dizer, o cara só ficava um pouquinho perto e minhas bochechas davam um jeito de ficar mais vermelhas que um pimentão, parecendo prestes a derreter a cada segundo. E, bem, sinceramente, eu ainda queria minhas bochechas. Ou, bem, Sirius, com certeza, queria as bochechas dele, certo?

Não sabia se seria capaz de combater um Sirius de TPM novamente. Ou uma Lily, no caso. Bem, a conclusão em que chegava era que se continuasse a ter aquelas reações quando o maldito Potter estivesse por perto a) ou Sirius me mataria por excesso de pensamentos homossexuais ou b) Potter me mataria por excesso de reações homossexuais.

Nenhuma das alternativas era boa, portanto, para o bem de minha vida e sanidade, eu, Lily Evans, estava fugindo como a covarde que era.

– Mas se quer mesmo saber, Lene, eu poderia namorar você – Sirius continuou com aquele sorriso, ignorando-me completamente, olhando para minha amiga de forma charmosa (ou, pelo menos, tentou, afinal de contas aquele corpo era meu e eu podia ser tudo menos charmosa).

Percebi as bochechas de Lene avermelharem tanto quanto as minhas avermelhavam quando estava perto de Potter e percebi que aquilo era muito suspeito.

Não que ela não fizesse aquilo, era só que, normalmente, Lene apenas rolava os olhos para o Black e simplesmente o ignorava ou dava uma resposta cortante. Por que a vida era assim, injusta. Umas pessoas, quando estavam irritadas, conseguiam ser elegantes (Lene) e outras, apenas viravam um pimentão ambulante (eu), contrariando todas as leis universais de que pessoas não podiam se transfigurar em legumes.

– Ah, cale a boca – ela resmungou ainda corada, desviando o olhar do garoto e encontrando com o meu. Arqueei uma sobrancelha em sua direção e ela simplesmente deu de ombros. E corou mais um pouco.

Merlin, o que estava acontecendo?

Não que Merlin fosse responder-me àquilo também. Aff era tão difícil ser eu.

Ou melhor, ser o Black.

– Pensei que seu negócio fosse caras, Sirius – Dorcas disse de forma divertida e foi a vez de Sirius corar furiosamente.

– Ah, pelo amor de Merlin, isso de novo não! – reclamou, erguendo-se de onde estava sentado enquanto encarava Dorcas de forma assassina.

– O que houve, Black? Ah, nem deve ter sido assim tão ruim... Você mesmo me disse no quinto ano que eu nunca me arrependeria se desse uma chance para o Potter – acrescentei, fazendo-o arregalar os olhos. – Me conte, como é que foi beijá-lo? – e ri aproveitando sua expressão mortificada.

– CALE ESSA MALDITA BOCA, EVANS! – praticamente berrou, dando as costas e descendo as arquibancadas rapidamente. – E ande com isso, chega de papo furado! – exclamou e pulou para o campo de Quadribol, pegando sua vassoura e apontando a goles para mim.

Gemi novamente. Mais treino. Mais sofrimento. Mais hematomas. Mais vertigens. Mais porcaria de quadribol.

MERLIN, EU QUERO MEU CORPO DE VOLTA!

X—X

Estávamos em uma sala vazia. Faltavam três dias para o jogo e Sirius decidira que seria melhor – já que meus treinos se demonstraram um fracasso total – começar a me ensinar a teoria e talvez assim eu me interessasse pelo assunto “como a nerd que você é, Evans” e começasse a melhorar.

Lista de coisas sobre o Quadribol que eu não fazia a menor ideia uma semana antes de começar minhas sessões de tortura... Ops, treinamento com Sirius Black:

1. Possuía três bolas: Goles (a que eu precisava de alguma forma totalmente milagrosa, mandar para dentro de um dos aros [estes que ficavam à quase quinze metros de distância do solo {Lily Evans a quinze metros de distância do solo = Lily Evans morta}]), Balaços (Merlin, por que, diabos, essas bolas existiam? Elas eram, basicamente, uma arma mortal. Como era possível que as pessoas achassem aquilo legal? E como permitiam usá-las em um jogo? Por Morgana, aquilo era ainda mais mortal do que Você-Sabe-Quem!) e o Pomo-de-ouro (a maldita bolinha que o imbecil do Potter ficava exibindo por todos os cantos de Hogwarts enquanto despenteava o cabelo e fingia ter acabado de descer da vassoura. Ainda não tinha decidido o que era mais patético: Potter ou a maldita bolinha. Hmm, para pensar antes de dormir. Na decisão, queria dizer. Afinal eu jamais pensaria em Potter antes de dormir. Não mesmo!);

2. A partida somente terminava após o apanhador ter capturado o pomo (o que significava que poderia durar uma eternidade! E, se por algum acaso, durasse? Eu não conseguia me manter no ar por nem um minuto, que dirá uma eternidade!);

3. A Grifinória era o time de vermelho e dourado (isso eu sabia, mas Sirius tinha dado tanta ênfase ao me dizer, como se esperasse que eu não reconhecesse as cores de minha própria casa, por favor!);

4. O time possuía sete jogadores divididos em quatro posições diferentes, com funções diferentes: Os batedores tinham a função de defender todos os jogadores de seu time das investidas dos balaços, utilizando os bastões (E AI DELES QUE DEIXASSEM AQUILO PERTO DE MIM, AI DELES!). Os artilheiros eram os encarregados de marcar gols, atirando a goles um para o outro e marcando dez pontos todas as vezes que conseguiam passá-la por dentro dos aros do gol (a maldita posição de Sirius, no caso a minha no momento. Tinha como ficar pior? Eu já não sabia voar e então ter que acertar uma bola em um aro a quinze metros de distância do solo? Eu não conseguia nem mesmo colocar uma linha em uma agulha, pelo amor de Morgana [Merlin, sim, eu finalmente tinha desistido do Senhor]). O apanhador tinha que capturar o pomo de ouro e conseguir assim cento e cinquenta pontos para o time e encerrar o jogo (o maldito Potter e o seu egocentrismo de cento e cinquenta MIL pontos!) e, por fim, mas não menos importante (me dissera Sirius, afinal nada daquilo era minimamente importante para mim), o goleiro, encarregado de defender as balizas do próprio time;

5. NADA DE BATER NO ADVERSÁRIO POR IRRITAÇÃO. NADA DE XINGAR O ADVERSÁRIO POR IRRITAÇÃO. NADA DE PULAR DA VASSOURA E DAR COM ELA NA CABEÇA DO ADVERSÁRIO POR IRRITAÇÃO. NADA DE ENFEITIÇAR O ADVERSÁRIO POR IRRITAÇÃO. NADA DE ATACAR OS PRÓPRIOS COMPANHEIROS DE TIME MESMO QUE ELES SEJAM ESTUPIDAMENTE IRRITANTES (COMO O MALDITO POTTER).

Eu não entendera muito bem a necessidade de Sirius praticamente berrar e dar tanta ênfase para a última parte, afinal eu nem era tão irritada daquele jeito. Não era eu quem estava de TPM, com licença! Agindo daquela forma parecia que ele não me achava capaz de me controlar. Por favor, eu era somente a Miss Controle.

Quando falei isto para Sirius em forma de xingamento, ele apenas rolou os olhos como se dissesse “até parece, Evans”. Eu ignorei. Afinal eu era mesmo a Miss Controle. Não precisava me descontrolar por qualquer coisinha. Não mesmo.

– CALE A BOCA, BLACK! – berrei, socando seu ombro de forma leve (ou tão leve quanto os braços fortes de Sirius eram capazes de ser).

– AI, MERDA, Evans! – ele choramingou acariciando o braço. – Vou ficar com hematomas!

– Como se eu não estivesse cheia deles! – retruquei de forma birrenta enquanto ajeitava-me em minha cadeira.

Sirius rolou os olhos novamente, respirou fundo e voltou a me encarar.

– Entendeu alguma coisa do que eu te disse? – perguntou finalmente, parecendo cansado enquanto afastava uma mecha ruiva para longe de seu rosto.

– Er... Bem... De qual parte está falando? – perguntei tentando desesperadamente lembrar-me da lista que ele acabara de citar.

Sirius respirou fundo novamente e eu fiquei preocupada por alguns segundos imaginando se ele não estaria desenvolvendo algum tipo de doença respiratória. Era o vigésimo suspiro que ele dava àquela noite. Ou algo assim. E se ele estivesse com problemas pulmonares, então eu estrava com problemas pulmonares.

Foi minha vez de suspirar.

Morgana, aquilo tudo era tão complicado.

– De todas! – ele exclamou. – Entendeu?

– É só que, bem... É muito complicado! – defendi-me sem responder a sua pergunta, ainda vasculhando minha mente à procura de coisas que tivessem se fixado por lá. Nada.

– Complicado? – ele arregalou os olhos em incredulidade. – Evans! São apenas sete jogadores que...

– É a isso que estou me referindo! – disse. – É um monte de gente fazendo um monte de coisa ao mesmo tempo! Como é possível que alguém entenda? – sua expressão apenas piorou. – Isto para não falar que são milhões de bolas voando para todos os lados! Qual delas os espectadores deve acompanhar? Qual eu devo acompanhar? – atirei minhas mãos para o alto. – É isso para aquilo e aquilo para isto e merda nenhuma para merda nenhuma! – bufei. – Droga, Black. Desculpe, sou péssima nisto. Não consigo – encostei minha cabeça na mesa. – Não consigo!

– Ah, não! Nem me venha com esse papo furado, Evans! – ele reclamou e eu ergui meus olhos para encará-lo. Sua expressão era mortal. Encolhi-me. – Eu estou nesta merda de corpo enquanto você estraga a minha reputação – abri a boca para contestar, mas ele continuou. – Eu, Sirius Black, estava esguichando sangue pelas partes baixas! Eu, Sirius Black, estou dormindo com um monte de garotas no mesmo quarto e não posso fazer nada! Eu, Sirius Black, estou chorando a todo e qualquer momento pelas mínimas coisas! EU, SIRIUS BLACK, FUI BEIJADO PELO MEU MELHOR AMIGO! – berrou e eu olhei para a porta imaginando se alguém estaria ouvindo.

– Sirius... – comecei, tentando acalmá-lo antes que ele estragasse as coisas. Ou, melhor dizendo, estragasse mais as coisas.

– ... E VOCÊ AINDA TEM A AUDÁCIA DE ME DIZER QUE NÃO CONSEGUE? – ele se aproximou com os olhos verdes estreitos em uma expressão completamente louca. – Não seja ridícula!

Engoli em seco diante de sua expressão.

Vendo por aquele lado, imaginei como me sentiria se tivesse sido beijada por Marlene. Mer... Morgana! Jamais superaria.

Quero dizer, não tinha nada contra quem gostava da coisa, mas não era o meu caso. Não, não! Eca!

Talvez Sirius tivesse razão. Talvez eu fosse apenas uma covarde.

Fugindo de Potter. Fugindo do Quadribol. Fugindo de encarar as coisas de frente.

Morgana, que grifinória fajuta que eu tinha me tornado.

– Talvez você tenha um pouquinho de razão – murmurei fazendo-o bufar.

– Sempre tenho, Evans – rolou os olhos. – Agora levante esta bunda maravilhosa da cadeira e vá lá para o treino. James não gosta de atrasos – disse. – Mais tarde nos encontramos e continuamos com nosso treinamento – e então saiu da sala, os cabelos ruivos esvoaçando pelas costas enquanto caminhava rapidamente de forma irritada.

Morgana, que criaturazinha irritante que Lily Evans era quando ficava arrogante.

Anotação mental: não ser mais irritante quando voltar para meu corpo. Nem arrogante. E nunca mais reclamar do quadribol. TAMPOUCO LER LIVROS DE INVERSÕES EM FESTAS DE COMEMORAÇÃO DE VITÓRIA DO TIME DE QUADRIBOL!

Okay, tudo bem, não seria tão rigorosa comigo mesma: Quadribol era mesmo uma grande merda.

X—X

Lista de evolução na cadeia alimentar do Quadribol:

1. Primeiros dois dias de treinamento (antes de Sirius fazer seu discurso sobre esguichar sangue pelas partes baixas): uma merda (recebi lição de moral de Sirius Black por minha falta de coragem. LIÇÃO DE MORAL DADA POR SIRIUS BLACK À LILY EVANS! Nota mental: em quadribol eu era mesmo muito medíocre para receber lições de moral de Sirius Black. De SIRIUS BLACK!). Segundo Sirius, eu seria trucidada em menos de um segundo;

2. Terceiro dia (após o treino um pouco menos vergonhoso com o time oficial): consegui ficar vinte minutos montada na vassoura! CONSEGUI! Mer... Morgana! Sirius até deu um sorrisinho! Status do dia (madrugada, na verdade): feliz! (Então eu só precisava aprender a montar na vassoura, voar por algum tempo E conseguir segurar a goles. Tudo junto). Sirius dissera que demoraria mais uns cinco minutos até eu morrer então;

3. Quarto dia: voar + ficar meia hora no ar + segurar a vassoura com uma mão + segurar a goles!

– ERA DISTO QUE ESTAVA FALANDO, EVANS! – Sirius gritou do outro lado do campo e eu sorri para ele, acenando para demonstrar minha felicidade.

Não deveria tê-lo feito, pois no momento em que soltei a outra mão da vassoura eu (QUE GRANDE NOVIDADE!) caí da vassoura.

E eu estava bastante longe do chão.

Oh droga.

BUM! Vassoura para um lado, Lily Evans para o outro e os ossos, com certeza, muito quebrados.

– Ai minha lombar – gemi enquanto encolhia-me no chão.

– Droga, Evans! – Sirius se aproximou correndo, ajoelhando-se ao meu lado enquanto me observava sem saber se em irritação ou em diversão. – Você está bem? – perguntou analisando-me de cima abaixo.

– Só alguns ossos quebrados – reclamei enquanto ele puxava-me pelo braço. – Ei! Isso dói – reclamei.

– Ande, não foi nada demais – ele disse e continuou me puxando sem muito sucesso já que, no momento, eu era umas quinhentas vezes mais forte que ele.

– Não foi nada demais? – resmunguei. – Black, eu caí do céu!

– Deixe de ser dramática – rolou os olhos e me puxou mais uma vez. Suspirei e aceitei sua ajuda. – Agora pegue a vassoura e vamos com isso.

– Se você não quer se importar com a sua bunda provavelmente quebrada, então quem sou eu para me preocupar? – disse de forma sarcástica, rangendo os dentes ao me abaixar para pegar a maldita vassoura.

– Cale a boca – reclamou. – Agora volte para o ar, segure essa goles e vamos tentar acertar as balizas.

Morgana, aquele homem ainda iria me matar.

X—X

4. Quinto dia: nada. E isso não poderia, definitivamente, ser considerado algo bom (provavelmente seria morta em apenas alguns segundos).

Desci as escadas do dormitório correndo de forma silenciosa, tomando uma poção de energia ao fazê-lo (a qual não fazia a menor ideia de como Sirius tinha conseguido e não fazia a menor questão de saber). Ajudava um pouco, mas os efeitos das últimas três noites sem dormir mais que duas horas estavam começando a ficar fortes demais para que somente aquilo ajudasse.

Morgana sabia o quanto era difícil sair dos malditos travesseiros cada vez que o feitiço de acordar fazia seu efeito e eu tinha que me vestir e ir para a porcaria do campo.

Como se eu precisasse de mais motivos para odiar o Quadribol além dos que eu já possuía.

– Hey – resmunguei de forma mal humorada para Sirius que estava atirado em uma das poltronas. Atirei a capa de invisibilidade de Potter na sua direção e ele a pegou, colocando-a no colo.

– Está com cara de quem caiu da cama, Evans – ele brincou comigo embora pudesse ver as grandes olheiras embaixo de seus olhos, tão ruins quanto as minhas.

– Vá à merda, Black, antes que me esqueça – reclamei enquanto me aproximava de sua poltrona.

Sirius estava prestes a responder – algo que provavelmente seria um xingamento – quando o som de passos soou à nossa volta, fazendo-me paralisar.

– Sirius? – James Potter descia as escadas do dormitório masculino. Sua expressão sem resquícios de sono indicava que ele estava acordado a um bom tempo (provavelmente esperando-me sair da cama e me seguir).

– Ja... James? – retruquei sentindo-me sem ar. E isto nada tinha a ver com os seus cabelos ainda mais bagunçados que o normal e seus olhos castanhos que pareciam mais claros àquela hora da noite.

Bem, talvez um pouquinho, sim.

Mas não totalmente.

MORGANA!

Foco, Lily, foco!

– O que é que você está fazendo, afinal? – ele perguntou e sua expressão era, além de curiosidade, um pouquinho de irritação.

Morgana sabia como nada era muito legal quando James Potter estava irritado. Principalmente quando eu, Lily Evans, estava envolvida.

Ah, droga. O que ele iria pensar?

Por que as coisas precisavam ser tão pateticamente difíceis para mim?

Como diria minha queridíssima mãe "nada nunca está tão ruim que não possa melhorar". Ah, não, melhorar não. É piorar. P-I-O-R-A-R!


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Notas finais do capítulo

Como é que Lily vai se livrar dessa? E, bem, que droga ela vai fazer faltando apenas um dia para o jogo? James vai desconfiar de alguma coisa?

Ah, tantas perguntas...

E o próximo vem RECHEADO DE EMOÇÕES (e quando digo emoções quero dizer descobertas sobre possíveis REVERSÕES DE FEITIÇOS) HA!

Espero que tenham gostado, amores! Fiz de coração ♥

Agora vamos continuar com nosso acordo para a maratona prosseguir?

Vocês comentam como leitores bonzinhos e NADA FANTASMAGÓRICOS e eu posto capítulos. Não acham uma ótima ideia?

A fic agradece e a autora também, sem falar que faz bem para a alma. Comentar, quero dizer rsrsrs

Vamos lá, abram o coração na caixinha ali embaixo e contem para a tia o que estão achando disto tudo. Juro que não mordo!

Beijos e até o próximo amores (que sairá amanhã *cofcofmaisrápidoaindacomacolaboraçãodosleitoresmaravilindoscofcof*) ♥