Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 14
Moony, Prongs e... Lily? - Capítulo Treze.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas lindas. Nem demorei muito, viram? Então, aqui está mais um capítulo da fanfic e eu espero que vocês gostem. Ele está mais sério, digamos, mas eu achei necessário nessa situação.

Well, well, espero que gostem!
Nos vemos lá embaixo.



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Lily Evans

— Ai meu Deus! – ouvi Sirius dizer baixinho.

Virei meus olhos em sua direção, ainda sem entender o porquê de todo aquele estardalhaço por causa de uma janela, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Potter me agarrou pelo pulso e praticamente me arrastou em direção ao dormitório masculino, fazendo-me ter que pular para não cair nas escadas.

— Que m…? – eu estava prestes a perguntar o que ele estava fazendo quando chegamos ao dormitório e Potter correu em direção ao seu malão, vasculhando enlouquecidamente como se procurasse algo, mas então ele atirou em cima de mim um pano prateado tão fino e liso que parecia água.

— Que m…? – então um pergaminho velho e meio amassado bateu em meu rosto e eu desajeitadamente peguei antes que caísse no chão.

Potter estava me achando com cara de armário?

— É melhor nos apressarmos – ele falou sem nem olhar em minha direção, puxando o pano e o pergaminho de minha mão e enfiando-os nos bolsos das vestes, descendo a toda velocidade as escadas de volta à Sala Comunal.

— Que merda está acontecendo? – resmunguei enquanto descia as escadas logo atrás dele.

— Sirius! – ouvi minha voz (ou a voz de Sirius no momento) e senti alguém me segurar pelo braço, de novo.

— O que está acontecendo? – perguntei enquanto observava Potter correr pela porta do dormitório sem nem olhar para ver se eu estava acompanhando.

— Escuta! Isso é muito importante – ele falou tudo num jato e eu podia ouvir a urgência em sua voz. Encarei-o e percebi que ele parecia estar… com medo? - Infelizmente você fez essa merda com a gente, portanto vai ter que lidar com isso - ele apontou para os nossos corpos indicando nossa troca - Você precisa fazer tudo o que James mandar. Precisa se concentrar muito quando chegar a hora e não pode entrar em pânico, entendeu?

Assenti, começando a ficar amedrontada com sua expressão. O que estava acontecendo que ninguém parecia querer me explicar? E eu teria de me concentrar porquê?

— Remus precisa de você! – ele disse e seus (meus) olhos muito verdes pareceram brilhar de nervosismo. — Agora vai logo que eu vou tentar encontrar uma forma de ajudar. Anda!

Então me empurrou e depois correu para o dormitório masculino enquanto eu me encaminhava rapidamente para o quadro e saia.

Olhei para os dois lados do corredor e não vi sinal de Potter, até que senti algo gelado cair por cima de mim.

— Se abaixa – ouvi um sussurro em meu ouvido e senti um arrepio percorrer pela minha espinha quando percebi que era Potter.

Que merda ele pensava que era pra falar daquele jeito comigo? E que droga de arrepio havia sido aquele?

Sacudi minha cabeça internamente enquanto fazia o que ele havia dito.

— O que está acontecendo, Po… James? – perguntei enquanto caminhávamos rapidamente e desajeitadamente pelos corredores.

– Shh, não faça barulho idiota – Potter resmungou e me encarou enfurecido. - É Lua Cheia, lembra? Remus deve ter esquecido também, ele estava muito afoito, acho que algo aconteceu e tirou isso da cabeça dele... E da nossa também – James tinha a voz rouca e eu percebi, pela primeira vez, o quão séria devia ser aquela situação, afinal de contas eu nunca havia visto nenhum dos marotos com aquelas expressões sérias e mórbidas, como se suas vidas dependessem daquilo. Mesmo que uma das expressões tivesse sido vista em meu rosto e não no do Sirius. Pelo menos não diretamente.

Nossa, eu odiava aquela troca de corpos.

Eu precisava urgentemente daquele livro! Era realmente um saco acordar todos os dias de manhã com um desconforto inigualável nas partes baixas, sem falar naquele... Negócio lá.

Isso para não imaginar o que aquele cachorro pulguento deveria fazer com o meu corpo, argh.

Novamente sacudi meus pensamentos para longe e me concentrei em não fazer barulho enquanto cruzávamos os corredores de Hogwarts sorrateiramente.

Foi somente quando estávamos saindo pelas portas dos jardins que eu processei o fato de que aquele pano prateado que mais parecia água era uma capa da invisibilidade, porém não tive muito tempo para me maravilhar, por foi neste momento que o meu cérebro decidiu entender o que Potter havia falado.

Lua Cheia? E… Remus?

Senti meu coração acelerar.

Quero dizer, eu sempre fui muito apegada a detalhes, por isso me pegava imaginando o quão estranho era o fato de Remus sumir todas as fases de Lua Cheia, assim como o fato de suas roupas parecerem ficar cada vez mais esfarrapadas após essas datas. Também achava estranho que ele fosse um maroto e parecesse evitar contato com as garotas, mesmo tendo várias aos seus pés, sendo sempre muito misterioso.

Mas também era só isso, nunca pensei a fundo o que aquilo realmente significava, se é que significava alguma coisa – ou então talvez eu não quisesse acreditar. Talvez fosse o jeito dele. Talvez ele tivesse uma desculpa muito boa para sumir sempre aquela época do mês. E ninguém mais parecia notar. Exceto Snape, com suas teorias de conspiração. Mas já fazia muito desde o tempo em que eu dava algum crédito ao que ele falava.

Só que naquele momento, enquanto James Potter corria pelos jardins escuros em direção à Floresta Proibida com sua expressão extremamente concentrada e eu o seguia, aquela ideia há muito deixada de lado foi trazida a tona.

Mas Remus John Lupin não poderia ser… Poderia?

Então eu estanquei.

Quero dizer, se ele fosse o que eu estava pensando que ele era em plena Lua Cheia, eu não achava que era muito boa ideia correr diretamente para a Floresta Proibida com Potter.

James continuou correndo, e por alguns segundos eu o perdi de vista, pois havia levado a capa consigo quando eu parei.

– O que houve Pads? - ele então apareceu em minha frente, o pano em uma mão e a varinha na outra.

– O Remus, ele - eu não estava mais coerente. Eu sentia como se meus nervos estivessem esticados como as cordas de um violão. Meus braços tremiam e minhas pernas pareciam duas gelatinas.

– O que é que você tem? Será que dá para parar de gayzisse? - Potter perguntou, parecendo completamente impaciente. - Nós não temos tempo, Sirius. O Moony precisa de nós! - e então me agarrou pelo braço sem deixar que eu falasse qualquer coisa e atirou a capa sobre nós.

Eu poderia tê-lo deixado ali e voltado para dentro da escola, perguntar para Sirius que merda toda era aquela, mas a expressão de Potter.

Eu simplesmente não podia deixá-lo sozinho naquela hora.

Não por ele, É CLARO, mas sim porque, segundo Sirius, Remus precisava deles e se, por um infeliz destino, eu estava na droga do corpo do Black naquela hora, então precisava agir como a grifinória que era e encarar aquela merda toda.

Mesmo que eu estivesse tremendo por dentro.

Nós não nos concentrávamos mais em correr abaixados porque estava escuro e não havia em tese ninguém na Floresta Proibida que pudesse nos ver. Então Potter arrancou a capa e colocou-a dentro de um oco de uma árvore.

Pude perceber que ele já havia feito aquilo antes e me perguntei, novamente, o porquê de tudo aquilo.

Então ele olhou para o céu e depois em volta, como se procurasse alguma coisa.

AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU.

O uivo longo e profundo pareceu penetrar por baixo da minha pele e eu senti um calafrio me percorrer.

James me encarou e assentiu, como se estivesse dando um comando para que eu fizesse algo.

Mas o quê?

E então James tirou os óculos e guardou-o junto à capa.

Sua sombra pareceu aumentar e eu sabia que meus olhos estavam arregalados e que ficar parada ali não era exatamente o que eu deveria fazer, mas o que, pelas barbas de Merlin, estava acontecendo?

Eu pisquei.

E não era mais Potter que estava em minha frente. Era um enorme e maravilhoso cervo.

Eu tinha certeza de que aquele animal não devia ser tão grande. Mas seus olhos, ah, seus olhos. Eu os reconheceria em qualquer lugar.

Okay, esse pensamento ficou completamente estúpido, afinal eram só olhos, por Deus.

Acho que brigar tantos anos com Potter havia me feito reconhecê-lo até quando ele não era ELE. Ou eu esperava que fosse mesmo isso, porque qualquer outra alternativa era ruim demais.

Enfim, era Potter.

Potter era um animago. E, pela forma que ele estava me encarando, Sirius deveria ser também.

Droga, mas como eu ativava aquilo? E porque, diabos, eu nunca descobri?

Eu tinha certeza de que nunca havia visto o nome de nenhum deles na lista oficial de animagos.

Revirei meus olhos internamente, era ÓBVIO que eles não estariam naquela lista. Eles eram os marotos, afinal.

Potter continuava me encarando e eu sabia que devia agir, então me concentrei, me concentrei e me concentrei. Fechei os olhos tentando pensar em meu corpo se transformando em um animal, deixando de ser humano.

E então os abri novamente e já não estava mais no corpo de Sirius. Agora eu era um cachorro.

Porque, é claro, além de ter trocado de corpo com aquele estúpido, sua versão animaga era um cão pulguento.

Okay, eu estava sendo malvada, aquele cão era enorme e negro como a noite. Eu podia me ver pelo reflexo dos olhos de Potter.

E a sensação, ah, era realmente incrível...

Potter então virou-se e continuou a caminhar pelas árvores, seus pés (ou suas patas, ah droga) não faziam som algum ao tocar no chão. Eu o segui silenciosamente, mesclando-me pelas árvores como uma sombra.

Pude sentir a adrenalina percorrer meu corpo e comecei a me perguntar como eu nunca havia pensado em ser uma animaga antes?

Mas então meus pensamentos foram interrompidos quando um uivo ais próximo soou em meus ouvidos.

E quando eu digo próximo, quero dizer MUITO PRÓXIMO.

Bem em nossa frente, do meio de duas enormes árvores, um ser que não era nem homem nem lobo saiu.

Eu teria gritado, é claro, se eu estivesse em um corpo humano. Agradeci internamente por não estar, não precisava de mais fama gay além da que já tinha.

O lobisomem nos encarou, firmemente. Senti os pelos em minhas costas arrepiarem. E então ele se aproximou com um grunhido, e Potter-cervo se aproximou, tocando o focinho no braço do lobisomem.

Nossa, eu precisaria de uma terapia fortíssima na seção de irrecuperáveis do St. Mungus quando voltasse ao meu corpo.

Foi somente ali, quando vi aqueles dois tão amigáveis, no meio daquela floresta completamente escura em uma noite de Lua Cheia, que eu entendi.

Remus era um lobisomem.


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Notas finais do capítulo

Heeey, e ai, o que acharam? Espero que tenham gostado :D
Eu queria agradecer a todos que comentaram no capítulo anterior e aos 469 leitores da fic. SÉRIO GENTE, MUITO OBRIGADA! Obrigada por acompanharem e mandarem comentários lindões na fic. Sou muito grata a vocês que, mesmo eu demorando séculos para postar, ainda veem aqui e deixam um review lindo e fofo dizendo que gostam da fic.
Leitores mais lindos do mundo!
Beijinhos ♥