Ensinando A Amar escrita por LaraBolinho


Capítulo 1
Amada




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Dormi com ele. Sim é verdade. Ainda não acredito em minhas próprias palavras mas é a mais pura verdade. Eu durmi com Nico Di Ângelo. Acordei meio confusa com o sol em meu rosto.

–Demorou...

Me sentei e olhei para frente. Ele estava me encarando com aqueles olhos infernais que me deixavam toda molhada.

Eu o fitei carinhosamente e sorri de canto. Como ele sempre conseguia o que queria?

–Demorei... pra que?

–Pra acordar... –ele se aproximou de mim e se sentou a meu lado. –Já alimentei sra. O’Leary.

Eu continuei a encarrar aqueles olhos e disse:

–Onde ela está?

–Não faço ideia.

Depois disso, houve um silêncio. Me distraí olhando a grama a meu redor.

–Q-quando... você acordou? –gaguejei com um pouco de medo da resposta. Ainda me era estranho falar de ontem.

–Faz umas... 2 horas. –disse ele passando a mão em meu rosto, me deixando completamente vermelha.

–Porque não... me acordou?

–Você é tao linda dormindo...

–Tá mas... o que isso tem haver?

Antes que ele pudesse responder, nossa atenção foi tomada pela sra. O’Leary, que corria em nossa direção, com uma árvore em sua boca. Aquela imensa cadela infernal do tamanho de um caminhão de lixo parece que ficava cada vez maior.Ela parou a nossa frente e jogou a árvore no chão, causando um estrondo.

–Parece que ela quer brincar... –eu disse.

–É...

E dizendo isso, Nico foi até sua mochila e tirou um petisco e o jogou longe. E como era de se esperar, O’Leary foi atrás, sumindo de nossas vistas aos poucos.Olhamos ela desaparecer entre as árvores, derrubando a maioria delas.

Logo em seguida, Nico se sentou ao meu lado. Seus olhos encontraram o meu em seguida, situação que me deixou meio vermelha.

–Como será que estão as coisas por lá...? –perguntei com medo da resposta.

–Não sei mas... tenho certeza que estão todos bem. Mas e suas irmãs?

Estremeçi quando ele falou... Irmãs. As garotas do chalé de Afrodite, sempre foram como irmãs para mim, mas nunca as vi dessa forma. Eram apenas... garotas. E eu por ser completamente diferente delas, não me encaixei rapidamente. E elas também não gostaram nada de saber que uma pura filha de Afrodite estava apaixonada por um filho de Hades. Sou ingenua... Afinal, só fui descobrir que era uma semi-deusa a... uns 2 meses, e ainda me parece uma coisa tão vaga.

–Não são irmãs para mim... –falei olhando em seus olhos meio nervosa, já que em momento algum, eu queria falar de Silena.

Ele sorriu e depois beijou minha boca levemente.

–Por que isso?

–Não posso mais beijar você...?

–Claro que pode. Estou perguntando porque a pergunta.

–Eu... queria saber se sente falta delas.

–Porque sentiria?

–As vezes fico em dúvida... se você queria mesmo estar comigo agora Branca.

Fiquei meio confusa mas depois de um tempo, meu cérebro pode avaliar a situação.Ele olhava para baixo. Nico queria parecer de ferro, mas só tinha 14 anos.

–Nico... vir com você foi a melhor decisão que já tomei. E não me arrependo em momento algum. –falei isso pegando em seu rosto e fazendo com que olhasse para mim. Ele me olhou e sorriu. Eu amava aquele sorriso... era tão angelical e tao cruel ao mesmo tempo.

–Você se parece tanto com a Bianca...

–Pareço?

–Sim. Um pouco.

Senti que fiquei um pouco vermelha. Logo em seguida ele me beijou. Mas não foi um beijo qualquer... foi... de cinema. Que deixou nos dois sem folêgo. Mas ele era tão... irrestível... não dava vontade de parar.

Continuamos com os beijos cada vez mais intensos, que nos deixavam cada vez mais sem folêgo. Eu não podia parar... por alguma razão. Paramos com os beijos e ele me olhou. Isso me deixou meio sem jeito mas eu gostei. Nico não era o tipo de cara que fala “eu te amo” para uma garota. Gosto disso. E esse fato me fazia diferente das filhas de Afrodite. Ele deslizou sua mão por meu corpo, indo do meu pescoço ate minha cintura. Eu fiquei meio arrepiada com a situação. Ele sorriu para mim. Fechei meus olhos e esperei... senti os lábios dele nos meus novamente, o que me deixou meio vermelha, mas dessa vez eu gostei.Senti uma de suas mãos apertar minha cintura, durante nossos beijos, o que me deixou meio nervosa.

Lembrar da noite passada ainda me é estranho, mas por alguma razão... lembro que foi uma das melhores coisas da minha vidinha miserável. Mesmo depois do término da Grande Profecia, outra já estava por vir.

–Espera... –ele sussurou.

–Por que?

Eu o ignorei e continuei com os beijos, cada vez mais intensos, sentindo suas mãos me alisarem quando ouvi um estrondo. Imaginei que fosse sra. O’Leary cavando algum buraco ou destruindo algumas árvores. Nico parou, e olhou em volta, atento.

–O que aconteceu? –perguntei.

Foi quando vi alguma coisa entre os arbustos. Mas não parecia uma pessoa ou um animal. Era um coelho. Mas não qualquer coelho. Ele estava pegando fogo. Literalmente.

–O que é isso...?

–De minha mae.

–O que Perséfone quer?

–Nossa volta ao mundo inferior.

Desviei meu olhar de Nico, que acariciava o coelho, e olhei para o chão. Por mais insensível que eu seja... voltar ao mundo dos mortos nao é muito legal. Muito menos para uma filha de Afrodite. Dei um suspiro profundo.

–O.k... Vamos voltar.

Ele pegou em minha mão e olhou em meus olhos.

–Sei o quanto você odeia lá... eu também. Prometo que vamos voltar.

–Obrigado...

Nico se levantou e deu um assovio. Alguns segundos depois, sra. O’Leary estava a nossa frente, latindo feliz.

–Garota... pode nos levar para casa? -Perguntou Nico baixinho em uma das orelhas da sra. O’Leary.

–AU!

–Acho que isso é um sim... -falei.

Nico olhou para mim e sorriu. Seu cabelo estava mais comprido e mais bagunçado. Ele andou até minha mochila e olhou dentro. Me levantei e fui até ele, colocando uma de minhas mãos nas dele.

–Não é muito educado olhar dentro da bolsa de uma mulher sabia...?

Ele fechou os olhos e sorriu de canto.

–Está encondendo alguma arma?

Nós rimos e eu dei um tapinha em seu braço.

–Quer mesmo descobrir?

–Claro... Mas agora vá se vestir.

–Tá... seu estraga prazeres.

Peguei minha mochila da mão dele e andei um pouco ficando atrás de uma arvoré. Me vesti e quando terminei, vi meu pequeno camaleão magico em meu pé.

–Oi Sebastian...

Ele subiu por minha perna até chegar no meu ombro.

Bom dia Oni-chan. Cade o Nico?

–Arrumando as coisas. Vem.

Coloquei minha mochila em meu ombro e voltei para o acampamento. Fiquei surpresa ao ver que Nico já havia arrumado tudo.

–Hum... Está linda.

Andei até ele e o beijei levemente. Senti Sebastian se esconder em meu cabelo. Meu cabelo loiro (quase branco, por isso meu nome) e bagunçado. Ele normalmente faz isso.

–Mentiroso.

Ele riu baixinho.Vi que a nossa cadela infernal estava mordendo alguma coisa. Achei melhor não perguntar que era. Ele me ajudou a subir na sra. O’Leary, segurando em minha cintura, logo depois subiu logo nela, e quando me dei conta, entramos nas sombras.

Senti que ia vomitar. Fechei meus olhos e esperei.

Quando percebi que estava quente. Muito quente. Abri meus olhos e respirei fundo. Nico desceu e me agarrou pela cintura me fazendo descer. Sra. O’Leary parecia esgotada. Não a culpo por isso. Essa experiência acaba com a alegria de qualquer um. Ele soltou o coelho, antes em sua mochila.

Nico pegou minha mão e continuamos andando. Passamos pela entrada, onde vários mortos esperavam para entrar. Andamos mais um pouco, passando por pontos terríveis e assustadores, até chegarmos no jardim de Perséfone. Estava diferente desde a ultima vez que vi. Acho que atualmente está parecido com o mundo de Alice No País Das Maravilhas. Engenhocas estranhas, parecidas com animais, passavam correndo por todo lado.

–Bem na hora.

Olhamos para trás. Perséfone estava usando um vestido claro e solto. seus cabelos estavam mais compridos e seu rosto estava tenso.

–Porque nos chamou? -perguntou Nico.

–Tenho um assunto pessoal a tratar com os dois. Venham comigo.

Nós a seguimos. Entramos atrás dela quando percebi alguma coisa diferente nela. Andamos até a lareira e ela se sentou, enquanto olhava para as chamas.

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