Meu Melhor Presente escrita por key


Capítulo 1
Capítulo 1 - MEU MELHOR PRESENTE


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAS LINDAS!!!
Então, falta pouco pro Natal certo? Por isso, trouxe para vocês essa estória, como forma de presentear a TODAS as minhas leitoras de SHE WOLF e STORM...e aquelas que NUNCA leram nada que eu tenha escrito tbm!rsrsrs.
Espero sinceramente que gostem.
FELIZ NATAL á todas vocês!
Bjs,
K.



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Eu senti o exato momento em que ela abandonou meus braços. Sempre que ela se afastava de mim, meu corpo reagia negativamente, como se uma parte vital minha fosse extraída. Abri um pouco os olhos e a vi levantar da cama e ir lentamente em direção ao banheiro, parando no meio do caminho para espreguiçar-se. Prendi a respiração maravilhado diante da beleza do seu corpo, admirei-a flexionar os músculos das costas, ficando na ponta dos pés para esticar-se ao máximo, e depois retomar seu caminho languidamente.


Voltei a respirar normalmente, sorrindo pra mim mesmo, lembrando o cara de sorte que eu era por poder desfrutar do amor dela! Foi muito difícil pra eu tomar a decisão de revelar o meu amor por ela, mas depois que o fiz, a felicidade passou a me sorrir todos os dias. A lembrança daquele dia, decisivo para nós, ainda estava fresca em minha memória.

FLASH BACK

Eu detestava ter que vestir roupas sociais, principalmente a parte dos sapatos, aquilo me deixava doido e desconfortável, mas Alice me preveniu umas mil vezes, só naquele dia, que se eu aparecesse na casa dos Cullen de jeans rasgados, sem camisa e de tênis, ela mesma daria um jeito de acabar com a minha raça.


Sorri diante da idéia daquela coisinha miúda me atacando. Mas para evitar desavenças, resolvi acatar sua sugestão, cheguei ao cúmulo de permitir que ela fosse comigo à Port Angeles me ajudar com as compras. Balancei a cabeça desapontado comigo mesmo, pensando “A que ponto pode chegar um homem apaixonado?!”.


Mirei mais uma vez minha figura no espelho, avaliando meu look by Alice Cullen, calça preta, camisa de botões na cor Grafite, um blazer leve também preto e para completar sapatos pretos lustrosos, a única coisa que não deixei que ela me forçasse a comprar foi uma gravata, nesse quesito eu bati o pé mais firme que ela. Tive que admitir, a contra gosto, que não tinha ficado tão ruim, eu só estava torcendo para que nenhum dos meus amigos de La Pusch me visse sair de casa vestido daquele jeito! Eu seria motivo de piada para eles por uma década inteira.


Suspirei vencido e virei-me para pegar o presente dela que estava sobre o criado mudo ao lado da minha cama. Aquilo tinha custado uma pequena fortuna, mas valia a pena ver sua felicidade quando o recebesse, era um delicado bracelete de ouro branco cravejado com pedras de topázio, que lembravam à cor de seus olhos. Não era o valor da jóia que a deixaria feliz, e sim o fato de ganhar algo, ela era a pessoa mais fácil do mundo de se presentear, ao contrário da mãe dela; embora Bella nunca tenha se negado a receber ou usar qualquer um dos presentes que lhe dei, acho que por que ela sabia o quanto me magoaria se os devolvesse. Sorri para mim mesmo, lembrando que um dia, numa época que me parecia tão distante agora, eu havia amado Bella desesperadamente. Hoje tudo o que restou daquele amor juvenil foi nossa amizade, que ficava cada dia mais sólida à medida que o tempo passava.


Saí de casa olhando de um lado para o outro da rua para verificar se não tinha ninguém à vista e corri pro meu carro, dando a partida apressado. Ao chegar à casa dos Cullen, fiquei um momento dentro do carro olhando admirado os enfeites que decoravam a casa pelo lado de fora. Havia lanternas vermelhas e lamparinas espalhas pelas árvores que haviam recebido várias bolas de natal coloridas para enfeitar seus ramos, tinham também guirlandas lindíssimas de Azevinho espalhadas por toda parte, além de uma infinidade de pisca-piscas em volta de toda a casa.

Fiquei imaginando quando eles tinham preparado aquilo tudo, já que eu tinha estado ali à tarde para deixar Alice depois das compras, e não havia nem sinal de todas aquelas coisas. No mínimo Alice tinha colocado todos no trabalho assim que nos despedimos, e lembrei que ela era um General Cruel quando se decidia por fazer alguma coisa, e ninguém ousava contrariá-la, sorri divertido pensando no sofrimento dos caras da família Cullen.


Respirei fundo, e me dirigi à porta de entrada, onde um boneco do Papai Noel dava as Boas Vindas. A porta foi aberta mesmo antes que eu batesse nela.


– Graças a Deus você chegou! – bradou uma Alice nervosa, metida num vestido Lilás de seda decotado – Pensei que teria que mandar uma missão até La Pusch para resgatá-lo.


Ela era sempre tão dramática, sorri para ela.


– Feliz Natal pra você também Alice – cumprimentei-a sorrindo.


– Ah, Feliz Natal Lobo Mal – disse-me ela sorrindo, com aquela sua voz de sino, que podia ser encantadora quando ela queria.


Olhei sobre seu ombro e vi Bella vir em nossa direção com um sorriso nos lábios.


– Nossa! Você está lindo Jake! – falou com admiração.


– Obrigado. – respondi sem jeito – Você também não está nada mal Bells – provoquei-a, admirando seu vestido Azul, que lhe caia tão bem.


Ela sorriu alegre, Edward aproximou-se de onde estávamos.


– Por que vocês não convidam Jake para entrar meninas? – propôs ele divertido – Olá Jake, como está? – ”Sempre educado”, pensei – Sempre – confirmou ele, lendo minha mente.


– Estou bem – disse-lhe – E você? – pergunta boba, era óbvio que ele estava bem, estava casado com a mulher que amava e ainda por cima era correspondido o sortudo.
– Como você mesmo acabou de constatar eu realmente estou muito bem. – respondeu sorrindo.


– Ah, deixe de ser inconveniente Edward, dê uma folga, ao menos hoje, para as mentes das pessoas. – ralhou Bella.


– Tudo bem amor, eu vou tentar, mas não prometo nada – brincou ele, beijando-lhe a mão.


Rimos com ele enquanto Alice me conduzia até a sala onde estavam os outros membros da família, conversando displicentes, só estava faltando Nessie.


– Boa Noite e Feliz Natal a todos – cumprimentei-os.


– Feliz Natal Jacob, seja bem-vindo – disse Esme levantando-se e vindo me abraçar. Ela era muito carinhosa e fazia questão de demonstrar seu apreço pelas pessoas.


– Obrigado por me receberem – agradeci correspondendo ao seu abraço.


Carlisle também veio apertar minha mão, se existia uma pessoa que merecia respeito nesse mundo, era aquele cara.


– Como está Doutor? – perguntei, apertando sua mão.


– Estou bem, e feliz por ter você aqui conosco essa noite – disse-me sorrindo gentilmente.
Os outros rapazes, Jasper e Emmett, ficaram em seus lugares e me cumprimentaram com acenos de cabeças e sorrisos, só Rosalie, a loira implicante e irritante me ignorou.
Bella me puxou para sentarmos juntos no sofá, com Edward ao seu lado.


– Onde seu pai vai passar o Natal Jake? Ele não quis vir com você? – perguntou ela, sempre preocupada com os outros.


– Esse ano Billy resolveu passar com Rachel e Paul em La Pusch – tranqüilizei-a – E por falar em pai, onde está Charlie?


– Ele estará aqui daqui a pouco, teve que ir até a delegacia ver se estava tudo em ordem, você sabe como ele é! – disse-me ela descontraída, apertando a mão de Edward na sua.


Alice chamou os rapazes para ajudá-la a trazer alguns pacotes extras para pôr embaixo da árvore, enquanto Esme e Carlisle iam a cozinha verificar o jantar.


– Então quer dizer que pelo menos uma vez no ano o veremos completamente vestido cachorro? – disse Rosalie, dirigindo-se a mim pela primeira vez na noite.


Ignorei seu comentário, e sorri para ela dizendo:


– Rosalie você sabe o que a Loira diz quando você pergunta se o pisca-pisca está funcionando? – provoquei-a, como eu sabia que ela não falaria nada, eu mesmo respondi – ela diz “Tá! Não tá! Tá! Não tá!”.


Eduard e Alice riram baixinho, e até Jasper os acompanhou, mas Emmett riu com gosto o que provocou ainda mais a ira da Loira azeda, ela voou até ele lhe dando um tapa para fazê-lo parar. Bella olhou para mim repreensiva, e eu apenas ergui minhas mãos na defensiva.


– Pare de implicar com tia Rose, Jake. Você sabe que não gosto quando vocês brigam. – A voz doce de Nessie me alcançou, olhei na direção de onde ela vinha e fiquei boquiaberto ao ver sua figura no alto da escada.


Ela estava com um vestido curto de seda vermelho sangue, que deixava a mostra suas pernas lindas, diga-se de passagem, sandálias de salto alto, também vermelhas completavam o figurino, seus longos cabelos cacheados estavam presos nas laterais por presilhas prateadas, que combinavam com os brincos que pendiam de suas orelhas delicadas, uma maquiagem suave cobria seus rosto de traços perfeitos, e seus olhos chocolate, como também um dia haviam sido os olhos de sua mãe, brilhavam felizes.


Ela terminou de descer as escadas e foi beijar o pai e os tios, fiquei com a respiração retida quando a vi de costas e percebi que seu vestido era frente única. Olhei para Bella que me fitava inquisitiva.


– Você não a orienta na compra de roupas? – sussurrei irritado.


– Ela já tem 18 anos Jacob, cuida do próprio nariz. – lembrou-me ela tranquilamente – e de mais a mais, quem a ajuda com as compras é Alice e você sabe que pouco ou nada podemos fazer a esse respeito – rematou derrotada.


Bufei exasperado. Como em nome de Deus, alguém poderia resistir a uma mulher vestida daquele jeito!? Ele tentará, nos últimos 18 anos, lutará bravamente para manter a relação deles na base fraternal. Ele a viu crescer, ela já tinha aquela mesma aparência aos 8 anos! Culpa do seu sistema genético diferenciado, mas isso não evitou que ele continuasse a vê-la como uma menina. Mas agora mesmo, passado todo aquele tempo, ele a percebeu, pela primeira vez como a mulher que de fato ela era. O fato dela hoje ser maior de idade com certeza contribuiu muito para isso!! Olhou-a demoradamente, e soube que estava perdido “Que Deus me ajude!” pensei desesperado.


Eu tentava me controlar, enquanto ela vinha caminhando lentamente ao nosso encontro, pelo canto do olho vi Edward do outro lado da sala me observando com a testa franzida. Nos últimos anos ele conseguiu entender, e até certo ponto aceitar, meu amor por sua filha, tudo bem que ele ainda tinha certa dificuldade com isso, até por que, seria difícil para qualquer pai aceitar que sua filhinha fosse objeto da paixão de um Lobisomem!

Talvez, se ele mesmo, não tivesse enfrentado tantas dificuldades no que dizia respeito ao seu amor por Bella, ele não conseguisse compreender as coisas como elas são e hoje eu não estivesse aqui em sua casa festejando o Natal. Mas tirando isso, ele já não me tratava com tanto antagonismo. As coisas realmente começaram a mudar entre nós dois depois daquela quase batalha com os Volturi, acho que foi a partir daquele dia que ele começou a entender a dimensão do meu amor por Renesmee, ele soube ali no momento de maior aflição pelo qual passamos, que eu daria feliz minha vida por ela, só para protegê-la de todo e qualquer mal.


Com o passar dos anos, em que vivenciamos juntos o desabrochar daquela menina, ele finalmente entendeu que minha estima por ela transcendia o físico, eu não a amava como um homem ama uma mulher, eu a amava por sua alma! Tudo o que importava pra mim era que Renesmee fosse feliz.


Á medida em que ela passava da fase infantil para a adulta, o que se deu num piscar de olhos, eu mantive meus sentimentos por ela intactos, não era sem um grande esforço de minha parte, que eu procurava distanciar ao máximo qualquer sentimento menos nobre de mim para com ela. Eu devia, ao menos isso aos seus pais, por toda a confiança que sua família depositava em mim.


Mas agora, vendo-a vir em minha direção, com um sorriso lindo iluminando seu rosto, eu encontrei dificuldades em manter meu foco, engoli em seco antes de cumprimentá-la.


– Feliz Natal Nessie! – disse-lhe abraçando-a suavemente, tendo o cuidado de manter certa distância entre nossos corpos.


O seu perfume me atingiu como um soco, desvencilhei-me do abraço e sacudi a cabeça para voltar à realidade.


– Feliz Natal Jake! – sua voz suave estava, como sempre, impregnada de carinho ao falar meu nome, meu estômago revirou-se.


– Tia Alice fez um bom trabalho com você hein!? – Disse divertida, vendo meu constrangimento diante de seu olhar avaliador.


– Verdade? – sorri contrariado – Mas você também está muito bem – disse-lhe gentilmente.


– Muito bem? – perguntou desapontada – Eu achei que estava abafando e você diz apenas “Você está muito bem”? – inquiriu desapontada fazendo biquinho.


– Ah! Desculpe querida, eu me expressei mal – apressei em me corrigir – Você está um Arraso Nessie. Realmente de Matar! – disse piscando pra ela.


Ela riu, e até seu riso cristalino parecia mais bonito naquela noite. “Controle-se Idiota”, pensei nervoso.


Ela pegou minha mão e me levou até uma mesa, ornada com velas e flores, no canto da sala onde havia alguns petiscos e bebidas. Ela serviu champagne em duas taças e ofereceu uma a mim.


– Você tem autorização para beber? – perguntei erguendo uma sobrancelha.


– Não seja chato Jake! Você sabe muito bem que meus pais confiam em mim – ela disse – e eles também confiam em seu bom senso para me manter na linha. Você é a melhor Babá que uma garota poderia ter – sua voz soando um pouco irritada.


Franzi a testa diante de suas palavras, alguma coisa estava perturbando Nessie, eu podia sentir isso, ela parecia desconfortável e nervosa, fiquei imaginando o que estaria acontecendo para deixá-la assim. Aquilo acabou me afetando também, tudo o que a incomodava, invariavelmente, refletia em mim de alguma forma, como se fossemos conectados por fios invisíveis, sua alegria era minha alegria, assim como sua tristeza era minha tristeza também.


Tentei conversar com ela sobre amenidades, procurando distraí-la. No começo ela até conseguiu se entreter, mas à medida que o tempo passava ela deixava transparecer seu nervosismo e sua irritação.


Edward e Bella se aproximaram de onde estávamos e passaram a contribuir com a conversa.


– Então meu amor, a festa está sendo como você queria? – perguntou seu pai, abraçando-a carinhoso.


– A festa está ótima pai – ela confirmou – Obrigada por fazer isso por mim – Ela agradeceu beijando seu rosto.


Ele sorriu feliz, mas percebi uma sombra de preocupação cruzar seus olhos dourados.
“Que Diabos está acontecendo com esses dois?”, pensei irritado. Ele virou em minha direção, balançando a cabeça disfarçadamente, como se tentasse dizer para eu não me preocupar com aquilo. Olhei para Bella e ela sorriu para mim confiante. Resolvi aceitar a situação, ao menos por hora, mais tarde eu procuraria conversar com Nessie a sós e daria um jeito de descobrir o que a perturbava, ela não conseguia guardar segredos de mim por muito tempo.


Charlie chegou logo depois, acompanhado de Sue e Seth, e acabamos nos distraindo. Esme nos chamou para jantar e sentamos todos á volta da mesa farta.


– Tudo bem que eu e Seth comemos bem, mas acho que dessa vez vocês exageraram – falei divertido, apontando o enorme Peru Recheado.


– Ah Jake, não se esqueça que Nessie também tem um apetite de causar inveja a qualquer lobo – Disse Seth, implicando com ela.


– Você está me chamando de comilona Seth? – acusou ela, fingindo-se ofendida – Nunca mais divido meus chocolates com você traidor – ameaçou-o.


Todos riram e Seth apressou-se em pedir desculpas prometendo não falar mais de seu apetite pouco comum para uma garota.


A Ceia de Natal estava divina, e todos nós, com exceção dos Cullen, comemos quase até estourar. Terminado o jantar Alice, impaciente como sempre falou:


– OK pessoal, hora de abrir os presentes – anunciou batendo palmas e levantou-se saindo graciosamente da mesa.


Nós a seguimos até a árvore de Natal enorme e ricamente enfeitada.


– Eu começo – disse Alice eufórica pegando um pacote retangular – Esse é para você Jasper - falou carinhosa – Vamos abra logo – disse torcendo os dedos nervosa.


Ele sorriu para ela amoroso, aceitando o presente e abrindo-o.


– Um Livro! – falou surpreso – Ah. Bem sugestivo – disse rindo, erguendo o livro nas mãos para que pudéssemos ler o título: “As Vantagens de Seguir Uma Dieta Vegetariana”.


Rimos da ironia contida por trás daquele presente. Só Charlie ficou boiando, mas não deu muita importância ao fato.


– Agora o meu – disse Charlie – Feliz Natal Nessie – disse ele carinhoso entregando um embrulho nas mãos da neta.


Ela agarrou o pacote apressando-se em abrí-lo rápido, os olhos brilhantes de felicidade e surpresa, como sempre acontecia quando era presenteada, eu adorava vê-la daquele jeito.


– Oh Vovô Charlie! – disse ela emocionada – Que coisa mais linda – ela falou prendendo o ar por um instante, enquanto nos mostrava uma delicada caixinha de música feita com madeira nobre, dentro havia um mini Presépio e as iniciais do seu nome estavam gravadas na tampa – Obrigada! – disse abraçando o avô.


Todos trocaram presentes entre si até que restassem apenas dois pacotes embaixo da árvore.


– De quem são esses aqui? – perguntou Alice curiosa, erguendo um pacote prateado e outro menor e retangular envolto num papel dourado.


– Esse é meu presente para Jacob – Falou Rosalie séria, pegando o embrulho prateado e entregando para mim.


Olhei para ela surpreso e desconfiado ao mesmo tempo. Aquilo não poderia ser nada de bom, vindo dela. Abri o embrulho com receio de que algo explodisse na minha cara ou coisa parecida.


– Rá. Muito engraçado Rosalie, você é realmente muito original – falei divertido, mostrando aos outros o conteúdo do pacote.


Todos riram ao ver um osso de borracha, desses que se dá para os cachorros brincarem. Só Nessie pareceu não gostar da brincadeira.


– Você realmente precisava fazer isso tia Rosie? – Nessie a repreendeu triste.


– Tudo bem Nessie, não se preocupe. – tranqüilizei-a deixando claro que não tinha ficado chateado com a brincadeira – No fundo tenho certeza que sua tia tem uma quedinha por mim – provoquei a vampira loira dando-lhe uma piscadinha.


– Vai sonhando! – disse ela bufando e virando a cara pra nós fazendo bico.


Rimos mais ainda da atitude dela. Os outros se dispersaram, envolvidos em

conversações alegres. Nessie aproveitou o momento para ir até a árvore e pegar o último embrulho entregando-o a mim.


– Esse é meu presente pra você – disse tímida – Na verdade é um presente para nós dois – alertou-me ficando ruborizada.


– Tirando proveito de mim para se beneficiar é espertinha? – brinquei, pegando o pacote que ela me estendia.


Tirei o papel que envolvia a caixa delicada e a abri, fiquei sem palavras olhando seu interior. Dentro dela havia um cordão de ouro com um pingente em forma de coração. Ela pegou delicadamente a peça, pressionou o pingente entre os dedos separando-o em duas metades e duas correntes, uma das correntes ela devolveu á caixa e a outra ela colocou em meu pescoço. Depois pegou a que sobrou e me entregou virando-se de costa para que eu a prendesse em seu pescoço, o que fiz ainda sob a forte emoção por ter recebido um presente tão lindo e ao mesmo tempo tão significativo.


– Obrigado – disse emocionado olhando-a nos olhos, e tocando com os dedos a metade do coração que pendia da corrente no meu pescoço.


– De nada – ela disse sorridente – agora você tem metade do meu coração e eu tenho metade do seu. Prometo cuidar bem do seu se você também jurar cuidar bem do meu – advertiu-me sorrindo mais ainda.


– Sempre – prometi sério.


Ela sorriu e beijou meu rosto para selar o pacto.


– Agora é sua vez – disse ela ansiosa.


– Minha vez de quê? – perguntei distraído.


– De entregar meu presente – lembrou-me ela.


– Ah não! – eu disse, batendo a mão na testa, fingindo que havia me esquecido – Desculpe – falei olhando para ela mortificado, para dar mais veracidade a minha encenação.


– Jura que você esqueceu o meu presente Jake? – a voz dela embargada pela tristeza, os olhinhos, antes felizes, agora estavam marejados de lágrimas.


Eu rapidamente me redimi abraçando-a forte dizendo em seu ouvido:


– Até parece que eu me esqueceria de algo assim sua boba – tranqüilizei-a sorrindo.
Ela se afastou dos meus braços, limpou os olhos lacrimejantes e depois me deu um soco no ombro.


– Nunca mais faça isso comigo entendeu? – ralhou brava.


– Ai! – gemi massageando o lugar onde ela havia batido com força – Desculpe. Vem comigo, eu deixei-o dentro do carro, vamos pegá-lo.


Ela deu um pulinho batendo palma feliz e depois girou em direção a porta. Eu sacudi a cabeça sorrindo ao perceber o quanto à convivência dela com Alice a influenciava, até os trejeitos da tia maluquete ela tinha aprendido.


Fui atrás dela que já me esperava, batendo o pé impaciente, ao lado da porta do carro, abri a porta e tirei o pacote do porta-luvas entregando-o a ela.


Ela rasgou o papel rapidamente e abriu o estojo onde estava a jóia. Seus olhos se arregalaram surpresos e ela prendeu a respiração.


– Nossa Jake! – sussurrou – É lindo. AMEI! - sua voz se elevando emocionada.


Eu sorri feliz com a felicidade dela e coloquei o bracelete em seu pulso delicado, peguei sua mão e a levei para perto de uma luminária para admirarmos melhor a peça. Ela sorria contente seus olhos brilhando felizes novamente, ela soltou sua mão da minha e me abraçou apertado dizendo:


– Obrigada Jacob – sua respiração acariciando meu pescoço, afastei-a um pouco de mim sorrindo desconcertado.


Ela tombou a cabeça para o lado me observando atentamente por alguns segundos, depois desviou os olhos para um ponto acima da minha cabeça, de repente um sorriso maroto desenhou-se em seus lábios.


– Olhe só, estamos embaixo da Guirlanda de Azevinho – falou fitando meus olhos espantados – Agora você terá que me beijar – concluiu divertida.


Fiquei paralisado olhando assombrado enquanto ela aproximava sua boca da minha, não consegui esboçar a menor reação quando seus lábios roçaram os meus. Seu hálito fresco sobrou em meu rosto e eu fechei meus olhos aturdido.


Ela afastou-se de mim, suspirou alto antes dizer:


– Eu sei que você pode fazer melhor que isso! – acusou irritada.


Eu não disse nada, fiquei ali olhando pra ela como se a estivesse vendo pela primeira vez.


– Você me ama Jake? – perguntou de supetão.


Que tipo de pergunta era aquela? Claro que eu a amava, será que ela tinha dúvidas sobre isso? Achei melhor esclarecê-la.


– Lógico que amo você Nessie – disse convicto.


– Não estou falando do tipo de amor entre irmãos e amigos – exasperou-se – Você me ama como mulher Jake? – perguntou irritada.


E essa agora!? O que eu diria a ela?


– Deixa pra lá – falou virando-se para voltar para casa.


Segurei seu pulso fazendo-a girar em minha direção.


– Por que isso agora Nessie? – perguntei curioso – O que está acontecendo com você? Vamos, desembuche. Eu sei que tem algo errado com você e quero saber o que é, agora mesmo – exigi.


– A única coisa que tem de errado comigo é o fato de eu estar APAIXONADA POR VOCÊ, IDIOTA. – ela bradou colérica livrando seu pulso da minha mão com um safanão.


– Fale baixo, você quer todos ousam? – adverti-a nervoso.


– Qual problema Jake? Está com medo dos vampiros agora? – falou sarcástica – Não precisa se preocupar com isso, meus pais sabem de tudo. Aliás, todos sabem, o único cego aqui é você; só você não notou isso – falou amarga.


– Não seja absurda Nessie. Você não sabe o que está dizendo. – alertei-a nervoso.
– Não. Menospreze. Meus. Sentimentos – ela disse apontando o dedo para meu peito, me dando cutucões fortes que me fizeram chocar contra a árvore atrás de mim, sua voz baixa estava carregada de ameaças veladas. Juro que pensei que ela me atacaria naquele momento, seu lado vampiro estava quase que completamente dominando o seu lado humano.


Olhei para seu dedo fincado em meu peito, depois levantei os olhos encarando os seus e, como que num passe de mágica tudo ficou claro feito água diante da minha mente antes aturdida com as palavras dela.


Ela realmente me amava! Ela estava dizendo a verdade, ela estava mesmo apaixonada por mim! Cobri a mão dela com a minha e a puxei para junto de mim, deslizei minha mão livre por seu rosto, que agora demonstrava claramente sua surpresa, senti sua respiração acelerar à medida que eu aproximava meu rosto do dela, toquei seus lábios suavemente, com medo de assustá-la, ela suspirou fechando os olhos e entreabrindo os lábios, como se me desse permissão para tomá-los. Aprofundei o beijo, enquanto meus dedos desciam para sua cintura trazendo-a para mais perto de mim, suas mãos agarram meus cabelos com força, como se ela tivesse medo que eu fugisse de repente. Afastei minha boca da dela para poder respirar e ela imediatamente abriu os olhos me fitando indecisa.


– Eu amo você Nessie – disse simplesmente – Exatamente da mesma maneira que você me ama! – confessei.


– Oh Jake! – murmurou as lágrimas saltando dos seus olhos – Por que você não disse isso logo? Você realmente precisava me fazer perder as estribeiras? – reclamou chorosa.


– Desculpe-me meu amor! – pedi, abraçando-a forte – Eu não queria assustar você, eu só achei que talvez você estivesse confusa em relação aos seus sentimentos por mim – esclareci calmamente.


– Confusa? Eu amo você há tempos seu tonto! Todo mundo sabia só você que nunca percebeu – acusou ela.


– Como assim todo mundo sabia? Seus pais sabiam disso? – perguntei nervoso.


– Meu pai foi o primeiro á saber – disse ela – Você sabe que, a não ser por minha mãe, ninguém consegue esconder nada daquele bisbilhoteiro – ela disse sorrindo – Ele foi quem mais me encorajou, dizendo que eu não deveria ter vergonha dos meus sentimentos, e que se você realmente fosse o homem que ele achava que você fosse nós seriamos muito felizes juntos – arrematou sorrindo timidamente.


Eu sorri para ela, minha mente voltada para o que ela acabava de me dizer. “Quer dizer então que Edward sabia? E não se opunha? Meu Deus eram muitas revelações para uma única noite!”


– Você tem certeza dos seus sentimentos Nessie? Você realmente não está confundido as coisas? Isso às vezes acontece sabe? – questionei mais uma vez. Seus olhos demonstravam sua certeza claramente.


– Eu tenho plena certeza do meu amor por você – garantiu-me – Assim como tenho certeza que nunca amarei ninguém mais da forma como o amo – disse segura.


– Se você soubesse o quanto esperei para ouvir você dizer isso – falei suspirando.


– Eu imagino, deve ter sido o mesmo tempo que eu esperei que você me dissesse – disse sorrindo feliz.


Beijei-a novamente, confiante em seu amor, fomos interrompidos por alguém tossindo discretamente à medida que se aproximava de onde estávamos. Separamos-nos nervosos, quando percebemos seus pais se aproximando.


– E então? Tudo bem por aqui? – perguntou Edward desconfiado.


– Estamos ótimos pai – disse Nessie calmamente – adivinha só? Jake me ama! Isso não é ótimo? – provocou-o insolente.


Seus pais riram descontraindo-se com a alegria dela, e eu pude voltar a respirar aliviado depois disso. Bella me felicitou com um abraço, aproveitando para sussurrar em meu ouvido:


– Eu sei que você a fará muito feliz – a voz mesmo baixa estava emocionada.


Eu a soltei e mirei seus olhos, para confirmar suas palavras. Edward apertou minha mão alertando-me educadamente:


– Espero que você a trate muito bem.


– Pode deixar, você melhor que ninguém sabe que minhas intenções sempre foram as melhores – disse-lhe sério.


– É eu sei – confirmou ele – mas não custa nada lembrar, certo? – falou jocoso.


Rimos e voltamos para dentro da casa. Nessie revelou á todos nossa nova condição de namorados e eles fizeram fila para nos cumprimentar, menos Rosalie, que ficou amuada no canto.


– Acho que Rosalie não gostou muito da notícia – falei para Nessie, que virou para me encarar.


– Ela terá que se acostumar com a idéia de ter um lobo na família – disse ela dando de ombros – afinal nós iremos nos casar mesmo – concluiu tranqüila.


– Hei calma aí, faz cinco minutos que começamos a namorar e você já está falando em casamento? – brinquei.


– Sim. Não quero ter que esperar a vida toda até que você se decida a pedir minha mão. Você é muito lento pra essas coisas – disse ela convicta.


E assim foi. Nessie sempre conseguia o que queria, e menos de um ano depois desse Natal estávamos casados.



FIM FLASH BLACK

Mantive meus olhos fechados, enquanto ouvi seus passos saindo do banheiro, ela deitou-se novamente ao meu lado, passando o braço por minha cintura e sussurrando em meu ouvido:


– Não adianta fingir, eu sei que você está acordado – disse divertida.


Eu sorri abrindo meus olhos para fitá-la.


– Bom dia meu amor – disse-lhe beijando sua boca doce – Feliz Natal.


– Feliz Natal pra você também amor – disse alegre.


– Espere, tenho um algo para você – falei.


– Jura? O que é? – perguntou já ajoelhada na cama estendendo as mãos ansiosa.
Eu admirei, mais uma vez, seu corpo envolto na camisola de seda, fiquei totalmente dominado pelo desejo que tinha por ela.


– Primeiro o presente depois o prazer Sr. Black! – disse sedutora.


Eu ri, virando-me para pegar um pacote dentro da gaveta do criado mudo, ao lado da cama. Entreguei á ela que o abriu ansiosamente.


– Oh Meu Deus! – ela disse maravilhada – É perfeita Jake! - disse admirando a gargantilha de ouro com um pingente de diamante – Obrigada! – disse emocionada jogando-se sobre mim, beijando minha boca repetidas vezes.


– Que bom que você gostou amor – deixe-me colocá-la em você – pedi.


Ela levantou-se sentando na cama, virando de costas pra mim, erguendo os cabelos para facilitar meu trabalho. Prendi a delicada peça e segurei-a pelo ombro para virá-la de frente para mim.


– Ficou lindo – disse-lhe deslizando meus dedos por sua garganta.


Eu era irremediavelmente louco por aquela mulher. Tudo nela me fascinava cada dia mais.


– Também tenho um presente para você – disse-me ela segurando minha mão na sua. Seus olhos brilhavam intensamente.


– Mesmo? E o que é? – perguntei curioso.


Ela desceu nossas mãos juntas e posou-as sobre sua barriga, um sorriso lindo iluminando seu rosto.


– Está aqui! – disse simplesmente – só que você terá que esperar nove meses para pegá-lo. Tudo bem? – avisou divertida.


Olhei para ela em choque.


– Jake você está bem? – perguntou preocupada colocando a mão em meu rosto – fale comigo amor. Estou ficando assustada – disse aflita.


– Você. Está. Grávida? – perguntei atordoado.


– Sim. Vamos ter um bebê. Não é maravilhoso? – anunciou feliz.


Olhei para barriga dela, lisa, e de repente foi como se um calor diferente se desprendesse dali. Fiquei maravilhado e com medo ao mesmo tempo.


– Meu Deus, eu vou ser pai? – perguntei alucinado.


– Sim amor, você vai ser pai – disse calma olhando-me atentamente – Você não está feliz?


Comecei a rir desesperadamente como um abobado enquanto a estreitava em meus braços.


– Jake, você está me sufocando – ela avisou agonizante.


– Desculpe amor! Meu Deus, eu vou ser pai. EU VOU SER PAI! Dá pra acreditar? – eu disse eufórico.


– Lógico que eu acredito, afinal eu serei a mãe – Disse sorrindo feliz.


– Pela segunda vez na vida você fez de mim o homem mais feliz da face da Terra – disse-lhe emocionado, com as lágrimas escorrendo livres por meu rosto sem que me desse conta disso, segurando seu rosto entre minhas mãos concluí – Serei eternamente agradecido a você por isso. Esse é o MELHOR PRESENTE DE NATAL que eu poderia ganhar – beijei-a emocionado.


– Eu também sou imensamente feliz por tê-lo como marido e agora mais ainda por você ter realizado meu sonho de ser mãe – rebateu contente.


Eu a beijei apaixonadamente, e tudo o que eu podia pensar é que ninguém nesse mundo era mais FELIZ que Jacob Black!



FIM


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Me deixem saber! Afinal eu lhes presenteei com essa estória...nada mais justo que vcs me devolverem a gentileza em forma de comentários né!? ashuashuashuahsua
FELIZ NATAL QUERIDAS! AHHHHHHH!! Só pra constar, á quem interessar possa, trarei outra One pro Fim de ano! Aguardem!!!
Mtos Beijos e Abraços.
Key.