Esdrúxulo escrita por Glauber Oliveira
Depois da escola, enquanto passava pelo estacionamento, Edwin estava do outro lado, perto de seu carro. Então começamos a trocar olhares, até que deixei de prestar atenção nele, quando uma van desgovernada veio em minha direção. E quando o carro estava prestes a me esmagar, Edwin se aproximou rapidamente de mim e parou a van com a mão. Eu não queria dizer, mas sua outra mão estava apertando meu mamilo. E então ficamos nos olhando por alguns segundos, até eu não agüentar e dizer...
– Edwin... - enquanto olhava hipnoticamente para aquele lindo rosto - o bico do meu peito está dolorido!
Quando ele percebeu que estava segurando meu mamilo, rapidamente tirou a mão de lá, e foi embora.
– Espera! Volte aqui, eu estava gostando! - gritei quando ele estava se afastando.
Eu estava intacta, mas resolveram me levar para o posto de saúde (SUS). Depois que viram que eu estava bem, fui para casa e quando cheguei lá, encontrei Jacobino, que parecia muito preocupado comigo.
– Betty. Eu soube do acidente. Você está bem? - perguntou ele.
– Sim, estou bem.
– Que bom! Betty, eu queria dizer que gosto muito de você, e eu não quero ser apenas seu amigo.
– Jacobino, eu não posso ficar com você. Eu gosto do Edwin! Se você malhar mais um pouco, cortar seu cabelo e não usar blusa, talvez eu possa te dar uma chance! Mas acho melhor sermos apenas amigos!
Ao dizer essas palavras, Jacobino saiu correndo e chorando como uma garotinha. E a partir daquele dia nunca mais o vi.
Em seguida fui dormir, e aquela foi a primeira noite em que sonhei com Edwin Dullen. Não sabia se eu estava apenas sonhando, ou se foi a gasolina que tomei. Na manhã seguinte, fui á escola, e na hora do almoço, enquanto eu ia em direção á cantina em busca de uma coxinha de frango, encontrei Edwin. Ele sorria de um jeito esquisito, como se estivesse com dor barriga.
– Olá. - Edwin disse sorrindo.
– Oi. - respondi- Posso falar com você?
– Sim - ele disse.
– Como você parou a van com a mão? - perguntei.
– Prefiro que me diga alguma teoria. – Edwin disse, sem responder realmente minha pergunta.
– Eu diria que, ou você faz academia, ou você foi mordido por algum inseto radioativo. – supus.
– Isso é coisa de super-herói. - disse Edwin - E se eu não for o herói? E se por acaso eu for o vilão?
– Impossível! - Respondi. Pois em minha opinião ele seria a mocinha da história.
Então ele começou a sorrir como se eu tivesse contado alguma piada. Em seguida o sinal toucou, e percebi que tinha de ir, pois a próxima aula era de biologia. Enquanto seguia em frente, me dei conta de que Edwin não estava me acompanhando até sala de aula. – achei muito estranho, porque ele também tinha aula de biologia junto comigo – Quando me virei ele estava parado perto da cantina.
– Nós vamos nos atrasar! – Tentei avisá-lo.
– Eu não vou á aula hoje. – Edwin disse.
– Porque não?
– É saudável matar aula de vez em quando. – Ele respondeu.
– Bom, eu já vou. Tchau! – disse á ele. Eu gostaria de matar aula só para ficar junto com Edwin e mostrar á ele que eu também posso ser “descolada”, mas eu não podia me arriscar a ficar na detenção.
Ao chegar na sala de aula, eu estava exausta de tanto correr. Então percebi que o Sr. Barney não havia chegado. – algo muito estranho, pois o ele nunca se atrasa-. Em seguida professor entrou rapidamente na sala, parecendo entusiasmado e ao mesmo tempo nervoso.
– Olá classe! - Ele disse enquanto colocava suas coisas em cima da mesa - Bom, como eu prometi na última aula, iríamos dissecar um sapo...
Que droga! Mais um motivo para eu ter matado essa aula!
– Mas infelizmente não iremos fazer isso hoje... – quando ele disse isso, dei um forte suspiro de alivio, enquanto o resto da sala de aula parecia decepcionada – Porque enquanto eu estacionava meu carro em frente á escola, matei um aluno atropelado, e por isso, iremos fazer uma autópsia! Não é divertido?! – O Sr. Barney perguntou de um jeito animado, tentando transformar um crime em uma aula divertida.
Em seguida, Michael e Derick entraram na sala de aula carregando o cadáver (que o professor matou) dentro de um saco preto. Então eles colocaram o corpo em cima de uma grande mesa de metal, enquanto ofegavam de cansaço. Depois disso, o professor tirou de dentro de sua maleta, um cutelo de açougueiro para abrir o corpo do aluno, e em seguida colocou suas luvas de borracha para não deixar nenhuma digital
– Alguém poderia me ajudar a abrir o cadáver? - quando o Sr. Barney fez essa pergunta, todos (exceto eu, é claro!) levantaram a mão. - Uni duni tê! – O professor disse, tentando escolher a dedo um aluno. Então o dedo indicador dele parou e apontou para Michael, que rapidamente se aproximou.
Depois que Michael colocou as luvas de borracha, o Sr. Barney disse á ele que iria fazer o primeiro corte, para mostrá-lo como abrir o cadáver. Quando o Professor deu o primeiro golpe, fechei os olhos e só consegui ouvir o som do sangue espirrando no rosto de Michael. Após ver aquela cena, vomitei em cima da jaqueta nova de Jesseie, que começou a surtar - há ha, bem feito!
Então o professor pediu para que Michael limpasse seu rosto, e me levasse até a secretaria.
– Ah, e senhorita Swank - O senhor Barney disse quando Michael e eu estávamos quase saindo da sala de aula – por favor, não conte para seu pai o que aconteceu aqui, certo? - Bom, se eu contasse para Xarles que o Professor de Biologia matou um aluno, provavelmente ele o prenderia, e eu seria mais uma daquele colégio a estar morta. Então eu decidi ser um a boa menina, e balançar a cabeça, concordando que não ia dizer nada – Obrigado!- o Sr Barney agradeceu - Michael, quando você voltar da secretaria, me ajude a enterrar o cadáver em um terreno baldio. Ok?
Depois que Michael concordou em ajudá-lo, ele começou a me arrastar em direção a secretaria, pois eu nem conseguia andar. Quando não estávamos nem na metade do caminho, Michael parou por um minuto e começou a descansar (fraco!). Enquanto isso, Edwin Dullen vinha em nossa direção.
– O que aconteceu? - Edwin perguntou, enquanto se aproximava.
– Betty passou mal, então o Sr. Barney pediu que eu a levasse até a secretaria. – Michael explicou.
– Eu a levo - Edwin disse, enquanto me pegava em seus braços.
– Não! - Michael disse - Quem tem que levá-la sou eu!
Então Edwin deu as costas para Michael, e o deixou falando sozinho, enquanto me carregava até a secretaria.
– Eu sei o seu segredo! - Quando eu disse isso, Edwin ficou sério.
– Você sabe?! - Ele disse.
– Sei!Você tem medo de sangue! - de repente ele começou a sorrir- Por isso que você matou aula hoje, não é?!
– Sim. - Edwin disse. Mas percebi que ele estava mentindo para esconder seu verdadeiro segredo.
– Se você sabia o que ia acontecer na aula de biologia, porque não me contou?!Eu fico enjoada quando vejo sangue! - admiti.
– Me desculpe - Edwin disse - Fiquei com vergonha de falar que eu tenho medo de sangue! - Mentira! Ele acha que sou idiota, ou o quê? Mas enquanto eu não descubro o segredo de Edwin, decidi bancar a ingênua e acreditar nele.
– Oh, eu entendo! - tentei o máximo possível parecer compreensiva. E pelo que me pareceu, Edwin acreditou. Nossa! Como eu sou uma boa atriz! Acho que vou entrar para o grupo de teatro!Bom, então decidi mudar de assunto – Edwin, você que ir à (represa) praia comigo, junto com um pessoal da escola? Vai ser divertido! - É. Principalmente se Jessie se afogar ou for engolida por uma baleia.
– Para que praia vocês vão? - Edwin perguntou.
– “La Bush” – respondi.
– Não vai dar para eu ir. Fico todo assado quando vou para praia. Além disso, não vendem protetor solar fator 100 aqui em Fox.
– Ah, tudo bem! - Mentira! Nunca vi alguém tão fresco com esse cara! Se Edwin não vai para praia, eu também não vou! Afinal, o que eu vou fazer lá sem ele?
Quando me dei conta, já estávamos na secretaria, e depois que me liberaram, peguei o vale transporte e votei pra aquele muquifo, que Xarles chama de “casa”.
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