Era este o ponto final – eu percebi. Era difícil acreditar que minha vida estava prestes a acabar e que eu não havia realizado nada. Eu não tinha tido a chance de proteger Lissa, eu não pudera fazer Dimitri acreditar em meu amor. E agora eu estava aqui, indefesa e sem saída. Eu nunca poderia dizer-lhe o quanto eu o amava e que eu teria feito tudo por ele. Tudo pelo nosso amor. Por que isso era o amor, eu me dei conta. A coragem para se fazer o necessário para estar junto da pessoa que amamos. A coragem para estar lá dia após dia e ser tudo o que o outro precisar. Amigo, amante ou irmão. Mas eu não tinha mais tempo. Dentro de poucos dias eu estaria morta e seria para sempre lembrada como a garotinha que tinha assassinado a rainha. Eu morreria de bom grado para salvar as pessoas que eu amava, mas agora eu iria morrer em vão. Acusada por um crime que não havia cometido. Eu decidi então que não poderia partir sem deixá-lo saber que o amara, amava e sempre amaria.

Gritei para o guardião que estava na porta da minha cela que me desse papel e caneta. Ele me olhou com uma das sobrancelhas levantadas.

–Qual é! Você não acha que eu vou escapar daqui usando uma caneta acha? Eu quero apenas escrever uma carta. – muito a contragosto ele concedeu meu pedido e me concentrei em escrever. No inicio estava perdida, mas então decidi deixar apenas meu coração escolher as palavras que eu diria a ele.

“Caro Dimitri,

Por favor, não pense que eu vim novamente implorar pelo seu amor. Talvez ele realmente não exista mais. O motivo de eu escrever-lhe é para que você saiba que eu sempre o amarei. Eu posso estar próxima da morte, mas neste momento isso é tudo o que consigo pensar. Mesmo sem você me amar, eu morreria por você. E amo tanto que eu seria capaz de ir embora e deixar-te em paz se isso fosse lhe fazer feliz. Bem... Eu estou indo de uma maneira ou de outra. Não é da forma como eu sonhei em morrer. Se pudesse escolher, eu iria querer morrer lutando para defender aqueles que amo, mas este direito foi-me negado... Ok, esqueça que eu escrevi isso. Se eu for ter que encarar a morte que seja de queixo erguido.

Hoje eu sei por que antes de conhecê-lo, estive com muitos caras. Por que procurei em todos eles o que só encontrei em você. Eu verdadeiramente estive a sua procura desde que nasci. Nunca fui de acreditar nessa baboseira de almas gêmeas e amor. Pra mim isso era para quem tinha uma vida livre para tomar suas próprias decisões. Eu nunca fui livre. Mas agora percebo que nunca fui livre porque sempre estive a sua espera. Naquele pequeno momento que estivemos naquela cabana na fronteira da academia, foi o momento em que me senti mais livre. Aquele sempre será o ápice da minha vida, o momento de mais felicidade.

Bom, não quero me prolongar. O tempo esta se esgotando. Só queria que você soubesse isso. Que não importa o que aconteça comigo quando deixar essa vida, eu continuarei te amando.

Porque eu te amei por mil anos e te amarei por mil anos mais.

Com todo o meu amor,

Da sua eterna Roza.”

Quando terminei aquela carta lágrimas escorriam por meu rosto. Eu me lembrava perfeitamente de todos os momentos que havíamos passado juntos. Cada sorriso raro que ele me dava na academia, cada lição de vida que ele me dera. Me lembrava de cada toque e cada beijo daquela noite na cabana. Eu fora sincera quando disse que aquele tinha sido o ápice da minha vida. Nada nunca poderia superar eu ter tido Dimitri dizendo que me amava e me tocando da forma como ele tinha me tocado. Eu sabia que sempre o amaria e sabia que quando fechasse os olhos pela última vez seria o rosto dele que eu veria.

POV – Dimitri

Os preparativos para tirar Rose da prisão estavam praticamente concluídos. Eu tinha fé que tudo daria certo, por que se Rose morresse... Eu não teria mais motivos para continuar vivo. Eu não poderia imaginar uma vida sem toda aquela alegria e vida que emanava dela. Dizer que não a amava seria para sempre meu maior arrependimento, mas desde que ela estivesse feliz, ela poderia estar com Adrian ou quem quer fosse, que eu seria capaz de estar feliz apenas por ela estar. Por que esse era o amor que eu tinha por minha Roza. Eu faria tudo para vê-la feliz.

Uma batida na porta me fez sair de meus pensamentos. Era Abe.

–Mazur. – eu o cumprimentei com um aceno de cabeça.

–Belikov. Eu fui ver Rose agora e ela me pediu que lhe entregasse isso. – disse estendendo-me uma carta.

–Como ela esta? – perguntei pegando a carta de suas mãos.

–Abalada, com medo. Mas você sabe como ela é. Não admite para ninguém. – oh, como eu sabia. – Eu tenho que ir. Só passei aqui para entregar-te isso. – Abe saiu e assim que ele saiu eu me sentei na cama e comecei a ler a carta.

“Caro Dimitri,

Por favor, não pense que eu vim novamente implorar pelo seu amor. Talvez ele realmente não exista mais. O motivo de eu escrever-lhe é para que você saiba que eu sempre o amarei. Eu posso estar próxima da morte, mas neste momento isso é tudo o que consigo pensar. Mesmo sem você me amar, eu morreria por você. E amo tanto que eu seria capaz de ir embora e deixar-te em paz se isso fosse lhe fazer feliz. Bem... Eu estou indo de uma maneira ou de outra. Não é da forma como eu sonhei em morrer. Se pudesse escolher, eu iria querer morrer lutando para defender aqueles que amo, mas este direito foi-me negado. Esqueça que eu escrevi isso. Se eu for ter que encarar a morte que seja de queixo erguido.

Hoje eu sei por que antes de conhecê-lo, estive com muitos caras. Por que procurei em todos eles o que só encontrei em você. Eu verdadeiramente estive a sua procura desde que nasci. Nunca fui de acreditar nessa baboseira de almas gêmeas e amor. Pra mim isso era para quem tinha uma vida livre para tomar suas próprias decisões. Eu nunca fui livre. Mas agora percebo que nunca fui livre porque sempre estive a sua espera. Naquele pequeno momento que estivemos naquela cabana na fronteira da academia, foi o momento em que me senti mais livre. Aquele sempre será o ápice da minha vida, o momento de mais felicidade.

Bom, não quero me prolongar. O tempo esta se esgotando. Só queria que você soubesse isso. Que não importa o que aconteça comigo quando deixar essa vida, eu continuarei te amando.

Porque eu te amei por mil anos e te amarei por mil anos mais.

Com todo o meu amor,

Da sua eterna Roza.”

Quando terminei, eu estava em prantos. Era tão bom saber que ela me amava tanto quanto eu a amava. Tão bom saber que eu estaria lá e que não deixaria que nada lhe acontecesse... Só o que me partia o coração era saber que ela pensava que logo estaria morta. Como ela podia pensar que eu permitiria que isso acontecesse com ela? Logo com ela. Ainda que Rose não tivesse sacrificado tudo por mim, eu ainda lutaria por ela. Mas o que ela havia feito por mim... Nada se igualaria ao seu sacrifício de ir me caçar. Eu sempre a amaria. Apesar de tudo e sobretudo.

Dois anos depois... POV – Rose

Apenas mais um dia comum na corte. Eu estava de guarda em um baile oferecido por Lissa. Era em comemoração ao seu noivado com Christian. Embora ele houvesse feito a proposta há duas semanas atrás, eles ainda tiveram que oferecer esse baile para os esnobes reais. Juro que nunca entenderia toda essa palhaçada.

A surpresa se devia ao vestido que Dimitri me fizera usar. Ele era um tomara-que-caia de cetim vermelho sangue e descia em suaves ondas até meu o chão. Ele dissera que seria uma ocasião especial. Mas até agora eu não estava vendo nada de especial. Isto é, se ver minha mãe num vestido de festa contar como ocasião especial...

–Roza. – Dimitri me pegou por trás e sussurrou no meu ouvido. – Me encontre lá no jardim em cinco minutos. Disse e então saiu me deixando sozinha.

Eu me encaminhei para o jardim e sentei em um dos bancos. As arvores estavam todas iluminadas com pisca piscas e mais a frente havia uma fonte de dois cupidos dançando. De repente começou a tocar uma música que eu reconheci ser a que me inspirou a escrever aquela carta para Dimitri dois anos antes. Eu comecei a lembrar tudo o que já passamos e uma lágrima escorreu por meu rosto.

–Roza? – veio sua voz do meio da noite. – Você me concede essa dança? – ele disse me estendendo a mão a que eu prontamente segurei. Nós começamos a rodar num silencio confortável e eu apoiei meu rosto em seu ombro.

–Você me pareceu um problema desde a primeira vez que te vi. Mas desde a primeira vez que te vi eu também fiquei intrigado e encantado. Para ser sincero, você me encanta até hoje. – ele levantou meu rosto e me fez olhar em seus olhos. – Eu te amo Rose Hathaway. A cada dia mais.

–Eu também te amo Dimitri. Mais do que a mim mesma. Mais do que um dia pude imaginar. – ele então encostou seus lábios nos meus e me deu um calmo selinho. Eu queria apressar as coisas, mas ele me surpreendeu se afastando e se ajoelhando. – Dimitri o qu... – mas então eu perdi a fala quando o vi retirar uma caixinha de veludo preto de dentro do bolso do smoking.

–Rosemary Hathaway eu te amo mais do que tudo. Você é a pessoa mais incrível, corajosa, linda e brava que eu já conheci em toda a minha vida. E eu sei que cada dia que passar ao seu lado nunca será o suficiente. Mas eu sei, que tudo o que eu espero da vida é poder envelhecer ao seu lado. Você aceita ser minha mulher? – eu o encarei atônita e sem palavras. Honestamente não sabia o que dizer. – Rose, eu estou extremamente nervoso e ficaria muito feliz se você me dissesse que sente o mesmo.

–Dimitri... Eu... É claro que aceito! Que mulher não aceitaria?! – ele então me pegou no colo, me rodou e em seguida deu-me um beijo de tirar o fôlego. – Hey Camarada! Você não esta se esquecendo de nada não? – perguntei esperando ele colocar a aliança em meu dedo.

–Claro, claro. Me desculpe. – ele então pegou minha mão e colocou a aliança. Pude perceber que do lado de dentro havia uma frase. Porque eu te amei por mil anos e te amarei por mil anos mais.