Meu Desejo Para A Neve escrita por Lucian Di Ambrey


Capítulo 1
Meus desejos para a neve


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal minna, e boa fic o/



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“‘Eu irei voltar, é uma promessa’. Essa frase ficou me seguindo durante 10 anos, exatos 10 anos. Essa frase me irrita, mas me da esperança. Por quê? Porque foi a última coisa que ele me disse antes de aquele trem o levar para longe.

Isso foi dia 25 de dezembro, isso mesmo, no natal. Mas antes de contar essa longa e chata história, irei me apresentar. Me chamo Kamus Vincent Louvain, tenho 25 anos, 1,84, peso 76 kg, meu tipo sanguíneo é A e...”

-Vamos, Kamus, isso já é informação demais... – Sussurrou o ruivo enquanto rasgava a folha que havia escrito no pequeno caderno, novamente, para recomeçar tudo desde o inicio.

“Meu nome é Kamus Vincent Louvain, tenho 25 anos. Por que eu estou escrevendo isso? É o que eu me pergunto nas 3 horas em que eu estou sentado no banco deste parque, olhando para nada além deste pequeno caderno e segurando nada além desta caneta, mas se alguém fosse realmente me perguntar isso, eu responderia algo como “Não é da sua conta”, mas como estou escrevendo por livre e espontânea vontade, acho que minha resposta é que este é o décimo natal que passo sozinho.

Não me entendam mal, não é que eu fiquei sem namorar alguém durante 10 anos, muito pelo contrario, já namorei muitos homens e mulheres nesse tempo. Eu ainda não gosto dessa palavra “namorar”, então digamos que eu “fiquei” com muitos homens e mulheres nesse tempo.

Você deve estar se perguntando o porquê de eu ter “ficado” e não “namorado”, não é? Simples, a última pessoa que eu namorei me deixou para ir para os quintos dos infernos. Não, antes que você fale algo, ele não está morto.

Vou tentar explicar:

Há 10 anos, quando eu tinha 12 anos, namorei com um garoto. Exato, um garoto. Meus pais obviamente não aceitaram isso e acabaram me mandando para fora de casa falando para eu voltar somente quando eu terminasse com esse garoto.

Então de mala na mão, eu saí de casa, comecei a morar com meu namorado e o irmão dele, Kardia. Parecia que o irmão dele não se importava nem um pouco com nossa relação além da amizade, muito pelo contrário, ele nos apoiava. E muito para falar a verdade.

Eu morei com eles durante quatro anos, falava com meus pais às vezes e eu sabia que o Kardia mantinha contato com eles. Porém, foi durante meus 15 anos que tudo aconteceu, eu voltei a morar com meus pais.

Se você prestou atenção na história até agora, deve ter lido que eu não poderia voltar até terminar com o meu namorado, o Milo. É isso mesmo, nós terminamos. Bem, não oficialmente, mas ele foi embora.

Pelo – pouco – que ele me contou, é que o irmão dele, o Kardia, durante uma viajem de trabalho, encontrou uma pessoa e se apaixonou por essa pessoa (que aliás eu nem sei o nome). A viajem durou quatro meses, e desde que voltou o Kardia mantém contato com essa pessoa, mas a pessoa disse que não gosta desse relacionamento à distância.

5 minutos depois, o Milo me avisa que ele e o irmão vão embora procurarem por essa pessoa que o Kardia ama.

Minha memória é muito vaga, somente me lembro que dois dias depois eu estava na estação de trem, me despedindo do meu namorado por uma janela do trem. O trem iria partir, demos um último beijo. Sentia as lágrimas em meus olhos, mas não as deixaria cair por nada, eu iria me despedir dele com um sorriso!

Já meu querido Milo era outra história, ele estava chorando (aliás, eu não sabia que era possível seres humanos derramarem tantas lágrimas de uma vez). A última coisa que eu ouvi dele foi:

-Kamus, manteremos contato todos os dias, eu prometo, irei voltar logo. Eu irei voltar, é uma promessa!

Três meses depois, Milo não havia me mandado nenhuma carta, nem me ligado e eu não tive qualquer contato com ele. Por que eu não ligo pra ele? Simples, ele não me disse para onde iria.

Quando se passou um ano foi que eu superei e comecei a sair com outras pessoas, mas aquele vazio no peito ainda doía. Minhas relações não duravam nem duas semanas

A mais longa relação que eu tive, foi com um tal de Saga, durou 2 meses, mas eu terminei com ele antes que fosse mais longe do que isso.

E os anos se passaram. Os incontáveis aniversários que eu ficava sozinho – Por que eu me recusava a passá-lo com qualquer outra pessoa – não doíam como os natais. Por quê? Foi exatamente nesse dia santo que eu vi o meu anjo loiro partindo.

E hoje faz 10 anos que eu não o vejo.

Milo, se um dia magicamente você ler isto, saiba que eu nunca mais quero velo na minha frente! Você sumiu do mundo e me deixou aqui! Eu te odeio! Odeio-te com cada partícula do meu ser! Somente uma coisa ultrapassa esse ódio que eu sinto por você, e essa coisa é...”

Pequenos pontos brancos começam a cair. Esta nevando.

-Droga, eu tenho que voltar para casa – O ruivo se levantou e começou a andar em direção a sua casa que não ficava muito longe dali.

A cada passo que dava, Kamus se sentia mais vazio. Ver todos aqueles casais somente abria mais o vazio no seu peito. Apertou o passo, estava quase em casa.

Estava frio, muito frio, e a neve estava começando a se tornar uma tempestade, porém foi como se tudo ao seu redor desaparece-se, a única coisa que ele via era as incríveis cascatas loiras e os olhos que causavam inveja ao céu mais azul.

O que Milo estava fazendo ali? O que ele estava fazendo ali, de camiseta regata, um short e completamente desprotegido naquele frio?

-O que está fazendo aqui? – Foi a única coisa que Kamus conseguiu falar.

-Kyu... – O ruivo sentiu um leve arrepio ao ouvir o antigo apelido que o namorado inventou – Você demorou, já estava pensando que havia errado o endereço... – O frio estava deixando o loiro quase sem conseguiu falar, ele se esforçava para falar aquelas poucas palavras – Eu passei na sua casa, ainda bem que seus pais não me reconheceram, eles falaram que você se mudou para cá há alguns anos.

Milo se levantou e se dirigiu até Kamus, querendo beijá-lo, porém este virou o rosto. Milo sentiu como se uma faca o atravessava

-Venha, aqui fora você irá congelar – Foi somente o que saiu dos lábios do ruivo enquanto ele se dirigia até a porta, sendo seguido pelo loiro.

Já dentro da casa, Kamus ordenou que Milo fosse tomar um banho e deu algumas roupas para ele. Assim que o loiro saiu do banho, se juntou ao namorado para tomarem um chá para se aquecerem.

Após um longo momento de silêncio, Milo resolveu enfim perguntar:

-De quem são essas roupas? São muito grandes para serem suas...

-Um de meus namorados – Ele contorceu os lábios levemente ao falar essa palavra – Esqueceu aqui.

-Namorados? – O escorpiano parou de tomar o líquido fumegante da xícara e deu total atenção a Kamus.

-Acha que eu fiquei sem ninguém durante 10 anos? Durante os 10 anos que você sumiu do mapa? – Lançando um olhar gélido ao outro, disse friamente – O que você quer aqui, afinal?

-O que eu quero aqui? Eu vim ver você! Eu nem sequer coloquei uma roupa adequada para o clima daqui, somente porque eu o queria ver!

Antes que o ruivo pudesse dizer mais qualquer coisa, sentiu seus lábios sendo tomados pelos de Milo. Aquela sensação, a mesma sensação de 10 anos atrás, a sensação que não conseguiu ter com mais ninguém, foi demais, as lágrimas começaram a sair sem qualquer controle.

-Queria me ver?! – Falou entre soluços – Depois de 10 anos você se lembra que tem um namorado, e de repente quer vê-lo?! Pra que? Pra acabar de vez com nossa relação?!

-Kyu... Em momento algum destes 10 anos eu o esqueci, será que você não entende?! Eu queria ligar para você, mandar uma carta, qualquer coisa, mas eu não conseguia!

Kamus não tinha palavras. Ao sentir a leve pressão nos seus lábios novamente suas pernas ficaram bambas, se não fosse pelos braços de Milo que o sustentavam, ele havia caído no chão. Voltando a realidade, o ruivo começou a corresponder o beijo com muitas saudades.

Ambos foram em direção ao quarto, porém, o que aconteceu lá somente as quatro paredes sabem.

Um ano depois. Noite de natal:

Enquanto encaixotava o restante de seus pertence, Kamus achou um pequeno caderno. A cada linha seu sorriso alargava, porém, foi na última que sua atenção realmente foi tomada. Rapidamente pegou uma caneta:

“Somente uma coisa ultrapassa esse ódio que eu sinto por você, e essa coisa é... O amor que eu sinto por essa criatura irritante.

E hoje, um ano depois que nos reencontramos me sinto muito feliz. Foi difícil, sim, para o Milo recuperar minha confiança, porém as magoas não foram eternas. Ele – com sua incansável insistência – conseguiu, mais uma vez, destruir meus muros e agora iremos morar juntos.

Acho que já podemos ser considerados casados, né?

Bem, somente tenho uma coisa a dizer para acabar de vez com esse desabafo:

Os anos vêm, os anos vão. Muitos natais felizes, muitos tristes, porém se lutarmos, cada dia, cada noite, cada hora estaremos felizes, pois o natal não consiste em presentes, e sim em ficar com as pessoas que mais te amam. Elas não estão ao seu lado? Então não faça igual a mim. Você deve procurá-las até que as ache, pois se eu tivesse realmente procurado o Milo, estaríamos juntos a muito tempo.

P.S: Por que eu não pergunto por que ele não me procurou? Pelo simples fato de ter medo de ser deixado novamente.

Notas da beta: Yo minna o/... Ran, fico mto linda essa fic *-* Eu amei! ^^

Povin, vo enche um poco o saco aqui o/ Aproveitando que a fic é de Natal eu quero desejar-lhes um Feliz Natal para todos o/ que vocês façam deste Natal um Natal melhor do que de anos passados ^^ Façam de tudo para terem boas recordações e aproveitem muito, sempre com um sorriso no rosto o/ outra coisa que eu gostaria de falar, se vc não pode passar o natal com alguém que você ama seja o motivo que for, não fique triste pois esta pessoa sempre estará dentro do seu coração não importa o que aconteça o/... Já dei meu recado^^ portanto, Bom Natal a todos e pra vc tbm Ran, um Feliz Natal!!!  =) Kissus =*


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Nao gostaram? é so me mandar review o/
E o dia que eu souber de onde veio essa ideia, eu falo pra vcs, pq quando eu percebi, ja tava escrito õ.O
De qualquer forma, feliz natal minna, bom ano novo o/
Kissus o/