The Voice Of Heart escrita por yin-yang


Capítulo 6
Capítulo 6 - Um Novo Amanhecer


Notas iniciais do capítulo

Proooonto, postei o/ Agora não precisam mais me ameaçar. Promessa cumprida. Claro, demorei um "pouco", maaas, está aí. "My Immortal" foi a música inspiradora dessa vez. Espero que gostem. Capítulo escrito especialmente para: UchihaYuuya, Zkakashino e ana_beatriz. Putz, que saudade de você, Miranda-chan ç.ç A personagem Miranda vai começar a aparecer mais no próximo capítulo, porque, esse está mais focado casal em questão. Divirtam-se!



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Havia se passado três dias após a invasão de akumas à Ordem e todos estavam ocupados em reconstruí-la, embora estivesse muito próximo do ano novo. Kanda e Lenalee, depois daquela noite de natal, não conseguiam se falar; ele havia sido mandado a uma missão emergente no dia seguinte e até então não havia voltado, enquanto a jovem exorcista ajudava seu irmão nos seus afazeres. Miranda ainda não havia se recuperado totalmente do susto, enquanto Lavi e bookman estavam encarregados de registrar o que havia acontecido de fato.

- Lenalee, poderia preparar um café sem açúcar pra mim? Perguntou Komui, assinando uma papelada.

-... – Ficava ela olhando para a janela, pensando no nada.

- Lenalee – Ergueu o rosto, ajeitando os óculos depois de uma franzida na testa –, oooi?

- ... Hm?

- Poderia preparar um café sem açúcar pra mim?  Repetiu.

- Ah, claro, nii-san. – Sorriu levemente ao tentar disfarçar seu desânimo. Aquilo tinha nome e se chamava Kanda. Embora soubesse que ele fosse forte o suficiente, ela estava preocupada; sentia um aperto no coração.

Lentamente, começava a caminhar em direção à porta com o pensamento muito mais além. Por entre os corredores, ela olhava para janela e via pequenos flocos de neve cair, formando um exuberante cenário. Parava enfrente a uma e lá encostou sua mão esquerda e, com seu olhar distante, deixou escapar um pequeno e leve sorriso sincero. Lembrava-se daquela noite em dançou com Kanda; embora sempre ele a tivesse tratado diferente, este parecia mais querido por sua vez. Talvez estivesse imaginando coisas, mas, para ela, ele havia sido um príncipe, assim por dizer, naquela noite de natal.

Seu semblante aparentava estar rosado, principalmente na região das maçãs do rosto. Suavemente, ela retirou a mão daquela vidraça e a pôs em um lado de seu rosto. Aquele gelo a fez tornar sua face novamente da cor de sua pigmentação e voltar à realidade. Direcionando-se à cozinha, Lavi foi ao seu encontro.

- Yo, Lenalee. Trabalhão que a gente ta tendo, né?

- É.. Pois é. Disse ela, bocejando. Por estar ajudando o irmão, Lenalee havia dormido muito mal nos últimos dias.

- Não deve ser muito fácil para você também.

- Que isso, isso não é nada comparado com o seu e o dos outros, Lavi. Estou indo buscar o café do meu irmão.

- Deixa que eu te acompanhe. Disse ele com aquele sorriso imutável de sempre. Sim, Lavi era sempre alegre daquele jeito. Era tagarela e adorava conversar com quem que seja. Gostava também de provocar Kanda, embora o ajudasse muito, pois achava engraçado.

Pelo caminho, ele notou que ela estava calada, um tanto pensativa. Sabia até o motivo, aliás, como não saberia? Era sempre ele que estava no meio dos dois e sempre ajudava Kanda a se aproximar dela.

-... Saudades do Yuu, néé? Provocou. Embora não fosse de seu costume provocá-la, mas não aguentou.

-... Ah... Ahn?! Q-Quê?! L-Lógico que não! Lavi! Olha o que você me pergunta!

- Calma, Lenalee, só estou brincando. Você tinha que se ver no espelho, você ficou vermelha. Riu o ruivo.

Ao chegar ao refeitório, ambos se direcionavam a Jerry. Sim, Lenalee não era quem realmente preparava, mas é um detalhe que o Supervisor não precisa ficar sabendo.

- Jerry-san, um café sem açúcar de sempre para o Komui nii-san.

- Ok~♥

- Jerry, um chocolate quente pra mim, por favoor. – pediu, em seguida, o ruivo com seus olhos verdes brilhantes, embora um deles estivesse escondido pelo tapa-olho.

Ao pegar o pedido de ambos, Jerry o preparou em dois minutos – com todo o capricho possível. Entregou o café à jovem e o chocolate quente, ao jovem.

Saía os dois em direção novamente ao escritório do Supervisor. Novamente o silêncio tomava conta do local, somente quebrado pelo som emitido pelos goles dados por Lavi. Lenalee andava a olhar ao chão com seus olhos opacos carregados de cansaço e preocupação. O maior dava uma olhava breve à mais nova – ainda a consumir aquela bebida tipicamente europeia – e, para quebrar aquele clima tão indesejável, perguntou:

-... Sabe alguma coisa da Miranda? Tenho estado tão ocupado que nem a vi por esses três últimos dias.

- Ahn? – Olhou Lenalee, ainda um tanto distraída, para Lavi. – Miranda? Não, eu também não, me desculpe.

- Que isso, eu só perguntei. E, a propósito, você sabe se tem alguma missão pra mim?

- Por quê? – riu.

- Porque eu não aguento mais ficar todo dia, lado a lado, hora a hora, escrevendo e trabalhando com aquele Panda-jijii maldito. – Sua expressão era de desânimo total e um pouco de aflição. Como sucessor de Bookman, era sua obrigação registrar tudo, sem exceção, sobre o que havia acontecido. Mas, sendo como ele é, era bem capaz que ele fizesse tal trabalho com tamanha dedicação.

- Não sei, Lavi. Mas acho que não. – riu novamente.

- NÃÃÃÃO.

- Ai, não exagera, vai.

- Ta bom.

Assim, Lavi a acompanhou até a porta do escritório e assim se despediu. A garota suspirou e finalmente entrou.

- Nii-san, trouxe seu café. – dizia ela, aproximando-se do mesmo. Colocava a bandeja com a caneca azul com um desenho de um coelho rosa favorita de seu irmão sobre a escrivaninha. Sorriu para o mesmo e deixou, sem quere, escapar um bocejo.

- Arigatou, Lenalee. – Disse a ela, retribuindo-lhe o sorriso. – Agora, pode ir descansar. Você já me ajudou o suficiente.

-... Não tem problema mesmo?

- Não. Agora vá.

Então, agradecendo-o, Lenalee aceitou a oferta e foi para seu quarto descansar um pouco.

 

* * * * * * * *

 

Um frio fazia na Suíça e um jovem exorcista estava em uma das ferroviárias mais antigas do país, esperando pelo próximo trem rumo à Ordem. Sentado a um banco de aço, Kanda cruzava os braços, impaciente e sentindo frio. Em seu suspiro era visível a fumaça branca pairando no ar devido à temperatura. Seu golem ficava a voar em suas proximidades, esperando junto de seu dono o trem que os levariam de volta para casa.

 

 Casa.

Ele ainda possuía uma? Já se fazia oito anos que não pensava nessa palavra. É como se tivesse vivido, durante esses anos todos, para o mundo e não para ele. E por que, de repente, isso? Era tão indiferente para ele se voltasse à Ordem ou não, mas agora parecia tudo mudado.

 

Lenalee.

Era em quem pensava em todos os momentos. É o motivo pelo qual quer voltar. É ela quem ele quer rever.

 

Levantou-se ele quando o trem já era possível ser avistado. Limpou aquele seu manto preto coberto por uma porção neve e colocou-se em posição de espera em pé. Abriram-se as portas do trem quando então o veículo parou em sua frente e assim entrou. Diferentemente da temperatura ambiente, por dentro estava aquecido levemente, em uma temperatura um tanto agradável. O exorcista se aconchegou em um dos assentos próximos à janela. Quando, então, finalmente o trem se pôs a andar, Kanda se pôs em uma expressão pensativa – longínqua – olhando para o cenário que mudava a cada duzentos quilômetros que era percorrido. O céu permanecia acinzentado, típico céu de um inverno europeu. Seu golem começava a apitar; era Komui.

- Que é? – Perguntou Kanda, desanimado.

- Noooossa, que desânimo, hein, Kanda-kuuun? – Razoavelmente tranquilo dizia o Supervisor. – Como vai a missão?

- Já acabei. Estou à caminho da Ordem. – Houve uma pequena pausa. Hesitante estava o jovem em dizer suas próximas palavras. -... Como está Lenalee?

-... A Lenalee? – Repetiu Komui. Sim, sentiu uma pontinha de algo que se chama ciúmes. Controlando-se, respondo o maior àquele do outro lado do telefone – Ela esteve me ajudando até então, mas a dispensei. Estava muito cansada. Mas ela está bem, no geral. Só um pouco... Preocupada, digamos.

- Preocupada? – Retrucou o jovem em tom interrogatório.

- Odeio admitir isso e isso me dói muito... Mas é por você.

Novamente uma pausa, mas, dessa vez, um pouco mais prolongada.

- ... Bom, eu vou desligar. Já estou quase chegando.

Assim ele o fez. Em cinco minutos, Kanda já estava de volta ao Quartel General. Cansado, andava vagarosamente ao seu quarto, quando um ser intragável trombou no mesmo. Estatura baixa, cabelos extremamente grisalhos, olho azul-acinzentado com uma cicatriz ao lado esquerdo.

 

Allen Walker.

Seu maior pesadelo depois da morte.

 

Olhou-o com desdém e em seguida o ignorou. Detestava o novato. Tinha seus motivos, como já é de conhecimento vosso. Tornou a se direcionar ao seu aposento soltando um pequeno suspiro. Subia as escadas e pelo quarto de sua amada passava, dando uma rápida olhada para aquela porta. Parou por alguns instantes e assim ficou, quando deixou escapar um pequeno sorriso torto, e assim voltou a seguir até o destino.

 

* * * * * * * *

 

Três dias haviam se passado e Kanda ainda estava a dormir. Lenalee? Sim, ela já sabia que ele havia voltado e que estava em seu quarto se repousando. Preocupada? Imagine se não. Ia sempre que podia até o quarto do mesmo olhá-lo. Tentava fazer sempre o mínimo de barulho possível. Sobre ele, colocava a coberta e delicadamente o observa durante alguns minutos e lá se ia a garota. Kanda, por sua vez, não conseguia dormir com traquilidade. Estava com febre e tendo intermináveis pesadelos como consequência desta. Sua expressão era indiferente. Talvez não soubesse expressar seus sentimentos ou emoções. Não sabe, aliás. Era ainda no dia seguinte ele abriria os olhos. Dorminhoco? Não. Cansado? Talvez. Doente? Certeza.

Quando ele finalmente abria os olhos, Lenalee estava ao seu lado, observando-o. Ela sorriu angelicalmente a ele. Ele desviou o olhar para a garota, fixando-o por instantes.

- O que, digo, por que está aqui? – Perguntou ele com a voz ainda rouca e sonolenta.

- Nada não, Kanda. Só.. vim te ver. Há três dias que você dorme.

-... Três? – Assustou-se. Dera seu sorriso cômico e riu rapidamente. – Dormi tanto assim?

- Aham. – Riu junto ao outro. – Mas, então, como foi a missão?

- ... Gelada. – Fechou os olhos com suas mãos em sua nuca. – Mas confesso que o cenário é bonito.

- Você sempre diz isso. – Riu novamente. Em seguida, tornou a olhá-lo, porém, desta vez, querendo falar algo. – Nee, Kanda.. Você vai comemorar o ano novo conosco.. né?

O garoto tornou a abrir os olhos e fixá-los nos de Lenalee. Orgulhoso, hesitou em dizer suas próximas palavras.

-... Vou pensar.

- Ta. – Sorria levemente. Esperava que pelo menos esse ano ele fosse.

Silenciosamente, Lenalee saía do quarto e se direcionava para o escritório de seu irmão. Como os consertos do Quartel General já haviam sido concluídos, todos estavam mais tranqüilos, assim por dizer. Komui, porém, ainda estava com muitas papeladas a serem organizadas. Ao ver sua irmã entrando ao local com um semblante entristecido, pausou um pouco o seu serviço. Levantou-se da poltrona que quase nunca se afastava e foi até onde ela estava – no sofá. Inclinou-se enfrente à garota e colocava alguns fios de cabelo para trás da orelha. Por cima dos óculos ele a olhava e assim perguntava:

- O que foi?

Olhava ela para o mais velho. Suspirou.

-... Ele disse que vai pensar.

- E isso não é bom?

- É, mas.. E se ele se recusar esse ano também.

- Tenho certeza que ele não vai se recusar, Lenalee.

Assim, o maior sorriu gentilmente para ela e voltou sua posição ereta, direcionando-se novamente à poltrona. Ao se sentar, voltou a assinar papeladas e mais papeladas.

- Você acha mesmo? – Perguntou a garota.

Não houve resposta alguma, foi quando ela sorriu. Seu irmão sabia ser responsável e atencioso quando queria.

 

* * * * * * * * *

 

Toc toc.

Lavi batia na porta do aposento de Kanda. Havia finalmente terminado o seu trabalho e estava a fim de passar o tempo “à toa”.

-Yuu?

Bruscamente abria Kanda a porta ao ouvir seu primeiro nome. Sua raiva era simplesmente visível.

- Que é?!

- Ohayou, né, dorminhoco. Calma, não precisa ficar assim.

-... Ta, mas, o que quer?

- Vamos lá tomar café d – Pensou. Olhou para o relógio de pulso e refez a frase – quer dizer.. Vamos lá almoçar.

-...

- Vamos logo. – Disse o ruivo, puxando-o similar a uma criança feliz. Sim, aquele era o jeito dele.

Ao chegar ao refeitório e pedirem seus cardápios, ambos se sentaram a uma mesa perto da vidraça. Kanda, como sempre, olhava para a janela sem dizer uma palavra se quer. Estava pensando se realmente devia participar da comemoração. Seria sua última virada de ano e queria passá-la com quem se sentia bem, mas não queria passá-la com aquele que tanto detestava. Com certeza ele o provocaria.

- Você vai, né?

- Vou no quê, baka usagi¹?

- Na contagem regressiva.

-... Não sei.

- Como não sabe? Vai sim. – Encarou-o. – Você tem três motivos para ir. Primeiro: É a virada do século; segundo: pode ser sua última virada de ano; terceiro e mais importante: pela Lenalee. Você vai deixar com que o Allen ao lado da Lenalee? Acho que não, né.

- É lógico que não.

- Então. – Mudou novamente sua expressão. Desta vez, alegremente. – Não vá perder essa oportunidade única por causa desse maldito orgulho, hein?

 

Vai ou não vai?

As horas se passaram e assim permaneceu a decisão de Kanda – indecisa.

 

 

* * * * * * * * *

 

Arrumava-se Lenalee para a grande noite. Todos estavam ansiosos, inclusive ela. Olhava-se ao espelho e enrolava as pontas do cabelo após amarrá-lo. Vestia um vestido branco de mangas compridas, gola alta e de medida um pouco acima do joelho. Como era uma ocasião especial, trocara sua bota preta por uma branca de salto baixo. Fazia uma maquiagem leve – nas maçãs do rosto, um pouco de blush; nos olhos, uma leve passada de lápis e Himmel preto para destacar o que ela tinha de mais belo com uma leve camada de sombra prata; na boca, um simples gloss. Após se arrumar, olhou para a janela e via que o céu já estava estrelado e a lua, luminosa. Respirou fundo e tentou não pensar na possibilidade de Kanda não estar presente. Já eram dez horas da noite, quando, então, ela resolveu descer.

Durante a festa toda, ela o procurou sem obter sucesso.  Já estava quase desistindo, quando ouviu Lavi gritando:

- Yuu, você veio!

A garota deu meia volta e olhou para trás. Sim, era ele. Um tanto emburrado – como sempre – mas veio. Ela o via se aproximando dela mesma e, ao chegar à sua frente, disse ele hesitante:

-... Já que você insistiu para que eu viesse, quero que você me faça companhia.

Sorriu a garota. Deu uma olhada para o irmão e pensou consigo mesma “Você tinha razão, nii-san”. Afirmou com a cabeça e entrelaçou seus braços no dele.  

- Claro.

Kanda, ao ouvir a resposta alheia, levou-a até a parte de fora lá ficara a observar as estrelas, quando, de lá de dentro, já se podia ouvir a contagem regressiva. Ambos trocaram olhares e, quando fogos de artifício foram lançados, vagarosamente o jovem aproximou seus lábios nos dela, como fizera da última vez, porém não hesitou dessa vez. Embora corresse o risco de levar um tapa na cara ou de perder a amizade, mas ele tentou. Ao sentir seus lábios se encostarem-se aos dela, envolveu-a em um beijo longo e apaixonado, sonhador e sincero, cheio de carinho e ternura. De início, a garota se assustou, talvez sentisse um frio na barriga, mas, depois, rendeu-se. Talvez sempre estivesse esperando por isso.

Afastou-se ele dela e respirou fundo. Havia perdido um pouco de seu fôlego.

- Lenalee... Eu queria esconder isso, mas.. Não consigo mais. Juro que tentei, porque senão isso poderia estragar a nossa amizade, mas a verdade é que eu... Eu te amo. – Disse ele de olhos baixos, ainda com sua respiração ofegante.

Não acreditava no que ouvira; Lenalee, primeiramente, ficou em choque. Mas, ao analisar bem as palavras alheias, sorriu. Algumas lágrimas começavam a escorrer de seus olhos bem desenhados.

- Kanda...

Abraçou-o com força. Chorava de alegria, de emoção. Seu sonho havia se tornado realidade. Era tão bom saber que ele sentia a mesma coisa que ela... Seu coração batia à mil. Seus olhos procuraram pelos dele.

- Sabe aquele dia, no natal? – Disse ela, dando uma pequena pausa. – Eu queria ter dito... o que eu sinto por você. – Tornou a abraçá-lo e, numa voz abafada, continuou. – Eu te amo.

O garoto sorriu e limpou as lágrimas alheias. Em seu ouvido, disse em voz baixa:

- Feliz Ano novo.

 


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Notas finais do capítulo

Baka usagi¹= Coelho idiota.

Reviews, please? *---*'