Capitulo VII

-Ei , tudo bem? Foi só uma brincadeira , não queria ter te irritado .– Thomas falou, tocando no ombro de Liah, já fora da casa.

-Não , tá tranqüilo. Não estou estressada com isso. O que me incomoda é sempre ser motivo de risos, mas você não tem nada a ver com isso. - Liah falou, encarando Thomas.

-Mas mesmo assim ..me desculpa, mas porquê você se importa tanto com eles, ein? O que a opinião deles muda na sua vida? - Thomas falou sentando-se no capô do carro, encarando Leah que olhava séria para a cara do jovem.

-Sei que deveria dizer nada, mas não é bem assim .Eu gostaria de fazer eles engolirem as palavras, sabe? Só por um dia, gostaria de falar “Olha, eu sou uma menina, não sejam tão cruéis.” ou algo assim. E eles só são idiotas comigo. Porque com Rachel e Emily é muito diferente, são tratadas à pão de ló ! Não que elas não mereçam, eu só queria fazer parte de um grupo não ficar no meio de dois – Liah falava bem confusa, bagunçando os cabelos. - Entende?! - Seu olhar cansado estava fixo nos olhos de Thomas.

-Não, sempre fui confiante em quem sou ou no quero ser, não preciso de opiniões alheias. Apenas quando alguém que eu gosto não gosta do que eu faço ou algo do gênero eu tento ver onde errei. Quando nós não gostamos de uma coisa , cabe a nós mesmos mudá-la, já te falei isso .- Thomas puxou Leah para sentar ao seu lado.

-Roupas, cabelo, modo de falar – Leah falou se jogando para trás, sentada no capô e encostada no vidro. - Eu parei pra pensar no que você havia falado, mas não é fácil você virar, falar pra si mesmo “Tá ,hoje eu vou mudar! “ e realmente mudar. Não é assim.

-Quem te disse isso? Você não pode virar a rua e se apaixonar ? E de repente o que antes era pensado para um virou para dois? E a vida muda mais rápido do que você pensa, Leah.

-A vida pode até ser, mas não uma pessoa!

-Quer apostar comigo? - Thomas falou sorrindo, de um jeito malandro, mas que cativou Leah.

-Claro! Mostre-me – Leah, por igual, sorriu.

-Combinado! Amanha te busco e te mostro. Até mais. – Thomas falou beijando a bochecha esquerda de Leah e saiu do capô do carro para entrar no mesmo.

Leah ficou vendo o carro de Thomas, se é que era mesmo de Thomas , sumir pela a estrada. Leah não sabia o por quê, mas algo em Thomas lhe fazia bem e querer ficar perto dele. Não chegava a ser um Impriting, estava fraco pra ser isso, porém ali tinha algo que ela temia e ao mesmo tempo queria explorar.

Leah saiu de seus pensamentos quando escutou um barulho de algo quebrando vindo da casa de Sam.

-Merda – Leah falou, voltando para dentro.

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-Paul ! – Rachel falou, repreendendo o outro.

-O que ? Só falo o que muitos aqui estão pensando. Esse menino é irritante, ele vai entrando ,falando coisas como “mama ama Paris” e blá blá blá. Que gente soberba !– Paul falava mostrando irritação, não havia gostado de ser contrariado por Rachel.

-Ele pode ser irritante, mas pelo menos ele não é um babaca invejoso que nem você, Paul. Afinal, a família dele tem dinheiro e você nunca vai sair daquele barraco que você chama de casa. – Anne não poupou palavras, ela queria mesmo era jogar veneno e irritar.

-O que você falou ? - Paul falou, levantando da cadeira e fazendo a mesma cair – Repete na minha cara!

Todos os outros lobos também se levantaram e ficaram na espreita, afinal, a fama de Paul não era a das mais agradáveis.

-Anne, fique quieta. – Sam falou, se pondo perto da irmã.

-Eu ficar quieta? Esse ai vem falar de alguém que ele não conhece por pura inveja, pelo amor de deus, quem tem que ficar quieto aqui é ele .

Anne não pôde terminar sua fala ,pois Sam lhe deu um tapa no rosto, fazendo a mesma cair para trás e derrubar um porta-retratos.

Todos ficaram quietos e Paul começou a se acalmar, todos olhavam de Anne para Sam e de Sam para Anne.

Quando a jovem foi tentar se levantar do chão com a mão esquerda acabou escorregando nos cacos e assim feriu o braço todo, fazendo pequenos cacos de vidro entrarem no seu braço.

-Mas que merda é essa? - Leah falou indo ajudar Anne a se levantar, porém ela recusa a ajuda.

-E você ainda se diz minha família? - Anne falou correndo para o quarto e batendo a porta com tudo.

Sam se jogou no sofá com tudo, cobrindo o rosto totalmente agoniado.

-Ela não sabe dos lobos, né? - Emily falou, se sentando ao lado do marido.

-Não . - Sam falou e todos ali ficaram espantados.

Jacob subiu as escadas ao lado de Seth. Quando tentou entrar no quarto, a porta estava trancada

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Anne entrou no quarto raivosa, batendo e depois trancando a porta. Procurou seu celular e lembrou-se que ele ainda estava com Sam. Sem pensar duas vezes. pegou o telefone da casa e ,de cabeça, ligou para o número que sempre foi o seu refúgio.

-Atende, vai! - Anne via o sangue escorrer pelo braço, mas não estava se importando muito com aquilo.

-Alô ? - Uma voz calma foi escutada do outro lado da linha.

-Lucas, Lucas, por favor, vem me pegar. Me tira daqui. Essa casa é um inferno, Sam me bateu, me tira daqui , por favor – a voz de Anne implorava. Era rouca mas não chegava a ser chorosa.

-Vou mandar Thomas ir agora, ele parou para pegar Jade na casa do meu Tio, ele segue prai! - Lucas falou já desligando.

Anne desligou o aparelho. Não queria usar ele por muito tempo, por ser do irmão.

-Anne, abre a porta .– Jacob falou do outro lado da porta, havia escutado as falas da menina e nada havia lhe agradado.

-Cai fora.

-Por favor, Anne. Aí dentro não tem nada para curar o seu braço. – Jacob falou, vendo Seth voltar com a caixa de primeiros socorros.

Contrariada, Anne abriu a porta. Começou a ficar preocupada pois a ferida não queria parar de sangrar.

-Me dá logo isso. – Anne falou, mostrando seu mau humor.

-Deixa a gente ajudar. Você vai piorar a sua situação em vez de melhorar. Ainda mais sendo canhota ..– Jacob falou empurrando o ombro da outra até a cama.

-Você lembra disso? - Anne se mostrava totalmente surpresa.

-Sim. Seth, pede um pinça a Emily ! - Jacob falou, podendo ver alguns caquinhos na pele da menina. - Não odeie Sam, ele apenas não sabe como a tratar. E Paul.. até parece que você não sabe que ele é um idiota! - Jacob parou de olhar o machucado e encarou Anne.

Os dois ficaram se encarando, tinha algo de estranho ali, Jacob já havia tido uma sensação assim antes, porém algo o impedia de ir mais a fundo. Anne também sentiu algo de estranho ao encarar Jacob. A verdade é que sempre sentia e isso lhe perturbava muito, tanto que ela preferia não encarar.

– Anne – A voz de Jade se fez presente ali, tirando o pensamento dos dois.

– Jade – Anne sorriu e recebeu o abraço da amiga.

–Eca, você tá sangrando. – Jade falou se sentando do lado da amiga - Por favor, é..eer... eu não lembro o seu nome – Jade fez uma cara engraçada e tanto. Anne e Jacob riram.

-É Jacob – O mesmo falou quando parou de rir.

-Ah sim sim, então, por favor faça o curativo, porque, eer, como eu posso dizer? Não sou muito fã de estragar minha roupa nova e nem minhas unhas - Jade falou, apontando para o machucado com cara de nojo.

-Jacob, a pinça. – Seth falou, entrando no quarto e sentando ao lado do amigo – Isso tá feio. Nossa, como ela chegou aqui? – Seth falou, apontando para Jade e no mesmo momento a menina lhe encarou rindo.

Seth por um momento achou que o mundo havia parado, o som não lhe importava mais, o chão não lhe importava mais, ele estava voando, voando em direção àquela pessoa a sua frente, ela valia muito, muito mais que seu nome, sua vida, seu bando, sua família, ela era tudo e esse era o ponto, seu mundo não havia parado e sim começado a rodar, mas agora por ela.

-Seth? Seth. - Jacob falou balançando o amigo.

-Eu... Eu …. Preciso sair – Seth estava muito confuso e atordoado.

-Eu fiz algo? - Jade se perguntou preocupada.

Jacob olhou para a jovem asiática , tinha desconfiado de algo, mas sorriu para a menina. a tranquilizando.

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-Onde está Anne? - Thomas voltou para a casa de Sam, e como da primeira vez, entrou sem bater, porém não mais animado. Sua feição estava pra lá de puto e não tinha vergonha ou medo de demonstrar isso.

-Esta achando que esta aonde? - Sam falou, se irritando com o jovem. Seu dia não estava bom e alguém invadindo seu território não o agradava.

-Eu estou no lugar onde uma amiga minha foi agredida! E você, está achando que é quem ? Ein? Acha legal bater nos outros? - Thomas falou, vendo Jade subir as escadas ,local apontado por Emily.

-Não se meta! - Sam falou, fechando a mão em punho. - Isso é assunto de família.

-Me poupa, ok? Família ? Tá de sacanagem com a minha cara, né? Ninguém de vocês ligou para ela, ninguém se importava, isso não é família. Você simplesmente fez o mais cômodo para si e largou ela lá – Thomas também não poupava suas palavras.

-Você não sabe o que está falando. - Alguns lobos começaram a ficar atrás de Sam, caso algo ocorresse. Seth parou na escada vendo a confusão ser armada.

-Eu só sei que aquela menina lá em cima já sofreu muito do descaso do irmão, e não vou vê-la sofrer de novo nas mãos do mesmo. Escute bem ,Sam, toque mais uma vez nela, seja como que for.. É bom que saiba correr, pois eu vou fazer da sua vida um inferno, nem que eu tenha que usar a influência da minha família, mas eu juro que você vai ter desejado nunca ter nascido.

-Thomas, se acalma. – Anne falou na escada, correndo, foi abraçar o amigo – Chega, ok?! Chega.

-Chega nada! Esses aí, todos eles, acham que sabem de algo , ficam falando e te olhando torto ou de forma superior, mas vou falar, vocês não são nada, nada, vocês todos deveriam reavaliar a forma de como tratam as pessoas, porque ninguém é obrigado a gostar de vocês, NINGUÉM ! – Thomas falou saindo da casa, dando uma rápida olhada para Leah, que detinha os olhos arregalados. Ao longe, só pôde escutar a porta do carro batendo.

-Amiga! - Jade estava tremendo um pouco, afinal nunca vira Thomas tão bravo, mas sabiam da historia de vida dele, não iam questionar.

-Saia da minha casa – Sam falou apontando para Jade.

-Olha como você fala com ela! – Seth falou, encarando feio Sam, sentia o temor de Jade para com o mais velho e não ia deixa nada de ruim ocorrer a ela.

No primeiro momento, todos se surpreenderam. Nunca viram Seth tão raivoso.

-Ajuda ele, vai! - Anne abraçou a mesma. - Vai amanhã. A gente se fala.

Jade deu um sorriso fraco para a amiga , tocou na mão de Seth como agradecimento e saiu porta a fora.

-Boa noite – Anne falou subindo as escadas sem olhar para trás, já estava cansada de todos ali. Só queria um banho e uma boa noite de sono.

–Seth? -Leah falou, se aproximando do irmão.

-É isso mesmo que todos vocês estão pensando. Jade é meu Impriting, então Sam, nunca mais grite com ela. – Seth falou, saindo da casa sem olhar para trás.

-Meu deus – Sam se jogou no sofá, nunca na sua vida tal guerra havia se formado em sua casa.

Os lobos por um momento ficaram em silencio, a noite havia acabado. Não haveria mais nada para ninguém ali.

Aos poucos, cada um fora voltando para sua casa. Mas nem todos conseguiram cair direto no sono, muita coisa rolara e quem achava que a paz havia começado, estava enganado.

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O dia veio, sendo cúmplice de um ponto loiro que saía sorrateiramente de casa e entrava em um carro que pouco barulho fazia.

-Alguém já acordado? - Thomas falou, sorrindo como se nada tivesse ocorrido na noite anterior.

-Que nada, até parece que você não escutou o ronco de Sam daqui do carro – Anne falou se jogando no banco de trás.

-E ai ? Como acabou a noite ? - Jade falava, lembrando do rosto irritado do irmão de Anne.

-Até que bem calma, considerando as circunstâncias. Cada um foi para sua casa e Emily e Sam ficaram conversando a maior parte da noite, mas eu tava tão cansada que nem quis ficar escutando.

-Anne, me deixa bater nele da próxima vez? - Thomas falava, sorrindo pelo retrovisor.

-E o que ,estragar meu plano ? na nani na não – Anne também sorria – Eu vou fazer da vida deles um inferno, até que não me queiram aqui.

-Cadê Lucas? - A mesma falou, sentindo falta de seu fiel amigo e “namorado”.

-Disse que vai encontrar com a gente no hospital, falou que te explica melhor depois – Jade falava animada.

-Sim sim – Anne falou, ligando a música do rádio e cantando animadamente com Jade.

O carro ia muito rápido,então não demorara para o pequeno grupo chegar no hospital.

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-Emily ! Anne não vai descer para o café? - Sam falou olhando para a escada como se a qualquer momento a mesma pudesse aparecer ali.

-Não, ela saiu .– Emily falava receosa.

-Como? - Sam estava incrédulo. - Ela não está em casa?

-Ela saiu, oras , se saiu é porque não está em casa. Ela disse que foi ao hospital. Será que o braço dela está muito machucado? - Emily detinha preocupação na voz.

-Jacob me falou que não estava tão feio. Eu não sei se vou aguentar essa rotina de guerra não. Será que fiz certo em trazê-la de volta? - Sam falava, olhando para a mulher.

-Eu acho que você deveria começar a explicar as coisas para ela. Talvez assim rolasse menos rancor e raiva quando ela olha para você. Paciência com ela e principalmente com os amigos dela seria legal, afinal agora Seth tem um impriting por uma das menina, o outro é sobrinho do Carlisle e Thomas é tão esquentado quanto você, também tem mais uma, mas não me lembro muito bem dela.

-Ok, eu vou tentar, mas você sabe o quanto é difícil pra mim!

-Sim Sam , só eu sei. – Emily falou, beijando o marido e os dois começaram a tomar café.

A tranquilidade fora novamente estabelecida na casa.

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-Bom, esses últimos exames mostram o que a gente já sabia, só que nos deu mais certeza que Natalie não vai sobreviver. – Carlisle falou, suspirando. – Você tem certeza?

-Sim . Não vou tirar, quero tentar, se tenho uma chance, quero testá-la até o fim – Natalie olhava para os amigos que lhe passavam mais e mais confiança.

-Tudo bem. Você vai para casa dos seus pais? - O vampiro continuava com suas perguntas.

-Sim sim, meu vôo sai daqui a três horas. Vou ficar uns meses na casa dos meus pais e depois volto para cá.

-Isso é bom. Então, vou manter sua ficha em mãos do pessoal do hospital, para facilitar na hora do parto , se você o fizer aqui. Bom, boa viagem Natalie e se quiser ficar lá em casa, sempre será bem-vinda – Carlisle falou, desmontando a pose de médico. - Anne ,depois vá no meu consultório ver esse braço.

-Obrigada! - Natalie falou, abraçando o mais velho e logo após o mesmo saiu do quarto.

-Bom, aqui eu também me despeço de vocês! - Natalie viu todos os outros 4 tentarem questionar. – Sim, eu sei, me levar no aeroporto, mas não quero isso, quero ir sozinha, meu caminho vai ser difícil pois estarei assim, mas sinto que no aeroporto é muito clichê, então aqui é melhor. Anne, não chora .

-Não tô chorando !– O que era mentira pois as lagrimas já rolavam pelos seus olhos.

-Abraço em grupoooo ! – Thomas falou, arrastando os amigos e todos rindo muito ali.

O pequeno grupo sabia que um era muito especial para o outro e nada nessa vida poderia os separar.

Como a frase que Thomas sempre ditava :

“Melhores amigos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nem a morte irá nos separar “

Continua...