My Only Exception escrita por


Capítulo 13
Capítulo 13 - Você É Uma Parte De Mim


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas... se é que tem alguém que ainda lê isso aqui :l
Bem, eu sei que prometi não demorar tanto assim, mas vocês já sabem meus motivos. Então, só me resta pedir desculpas.
Agradeço todos os reviews e os comentários no twitter. Vocês são uns fofos, obrigada mesmo.
Ah... Ganhei uma nova leitora, seja bem-vinda. Espero que continue curtindo a fic *-*
Agora, quanto a esse capítulo... Bem, ele vai servir para mostrar a vocês o quanto o Josh tá babando pela Hayles kkkkkk e também vai ter momento fofo dela com a irmã. Enfim, leiam aí. Espero que gostem. Eu ia colocar mais coisas, mas resolvi deixar pro próximo.
P.S.: Respondam a pergunta que farei lá embaixo e desculpem-me pelos erros no capítulo, é que não deu tempo para corrigir tudo e eu não queria ter que enrolar vocês mais ainda.



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P.O.V Hayley

-HAYLEY! FILHA,VOLTA AQUI! –Meu pai gritou assim que me viu sair correndo em direção à rua.

Ver aquela garotinha, parada ali, sorrindo pra mim como se estivesse feliz em me ver... Senti como se devesse fazer o mesmo. Mas, eu não conseguia. Foi um choque realmente grande, não era possível fazer isso. Agir como se estivesse confortável com a situação, como se estivesse feliz em ver minha “irmã”. Não, e eu não iria bancar a compreensiva, meu pai não tinha o direito de fazer isso, não tinha!

Corri pela rua. Podia sentir as lágrimas em meus olhos. Eu não sabia o motivo exato delas estarem correndo por minha face. Mas, eu não conseguia contê-las, por mais que tentasse.

Avistei o parque em que fora com Jerm há algum tempo atrás... Não parecia ser tão perto da minha casa, me surpreendi. Mas, diminui o ritmo e caminhei até lá.

Joguei-me no chão e só depois disso eu olhei para rua. Não, meu pai não viria atrás de mim.


P.O.V Josh

Resolvi aproveitar a manhã, visto que não iria para o colégio. Peguei minha bicicleta, que eu não usava havia muito tempo e resolvi pedalar um pouco.

Depois de ter pedalado uma meia hora sem rumo, eu resolvi parar um pouco para descansar, antes de voltar pra casa, pois já estava quase na hora do almoço. Fui até o parque que ficava no bairro. Era um lugar verde, cheio de árvores que me transmitia muita paz. Era um dos meus lugares favoritos e eu sempre ia até lá quando não tinha nada para fazer, ou simplesmente queria me afastar um pouco...

Assim que as rodas da minha bike trocaram o asfalto pela grama, eu a larguei no chão. Passei os olhos sobre o local e fui em direção a um dos bancos dispersos pelo parque. Não havia muitas pessoas no local. As poucas que estavam, eram crianças aproveitando a infância, algumas faziam isso nos brinquedos que ali havia, enquanto outras corriam pelo espaço. Aproximei-me do banco e apoiei meu pé no mesmo, para conseguir amarrar o cadarço do meu tênis, que estava frouxo. Ao fazer isso, olhei para minha frente e avistei uma garota, sentada embaixo de uma árvore. Surpreendi-me ao notar que não era uma garota qualquer, era Hayley. Sim, mesmo estando um pouco distante, os cabelos laranja fizeram-me reconhece-la no mesmo instante. Terminei de amarrar o cadarço rapidamente e fui em sua direção.

Assim que cheguei perto de Hayley, notei que ela ainda não havia me visto. Ela estava sentada, abraçada em suas pernas e com a cabeça baixa. Não me permitindo ao menos ver o seu lindo rosto.

-Hayley? –Falei sorrindo, em pé a sua frente.

-Josh? – Ela levantou o rosto assustada. O sorriso que estava em meus lábios, se desfez no exato momento em que vi os olhos de Hayley vermelhos e lágrimas escorrendo pela face da garota.

-Hey! Por que você tá chorando? – Perguntei confuso, fitando o lindo par de olhos vermelhos, que agora estava inchado. Eu não sabia o motivo. Mas, ver o estado de Hayley, me deixou... Não sei, preocupado demais, eu acho. Aquilo doía em mim.

-E-eu não tô chorando não. –Ela disse rapidamente, limpando as lágrimas que teimavam em cair. E eu abaixei-me, sentando-me ao seu lado.

-Você tá brincando né? É claro que você tá chorando. –Falei, levando uma mão até o rosto delicado da garota em minha frente, secando lhe uma lágrima que escorria. Pude notar seus olhos me fitando, enquanto realizava o gesto.

-É... –Balbuciou Hayley, desviando seu olhar do meu. Dirigindo-o para o chão.

–Hey, se você não quer falar, tudo bem. Mas, por favor, pare. Eu não suporto te ver assim. –Falei, puxando delicadamente seu rosto em minha direção. E assim que ela me olhou, pousei minhas mãos sobre a grama ao lado de minhas pernas.

–Na verdade... –Ela suspirou- Nem eu não sei o motivo ao certo. –Hayley disse, esticando as pernas e apoiando sua costa contra o tronco da árvore. Fitando o gramado à sua frente.

–Olha. –Comecei, desta vez, sem encará-la- Eu sei que nós não somos assim, melhores amigos e tal. Mas, eu gosto de você... Sério, gosto muito e não quero te ver triste assim. Então se você quiser conversar, eu estou aqui. Eu sei que desabafar às vezes ajuda... E me diz quem foi que te deixou assim e eu acabo com a raça dessa pessoa! –Disse a última frase um pouco rude e ela me olhou com um sorriso de soslaio nos lábios. O que me trouxe alívio, quando notei que ela já não estava mais chorando.

–Vai acabar com a raça do meu pai então... Ou se preferir, duma garotinha de três anos. –Hayley disse e deu espaço a um leve sorriso, onde não era possível ver seus dentes. Mas, eu ainda conseguia notar tristeza em seu olhar.

–Como assim? –Perguntei.

[...]

Passaram-se cerca de 15 minutos desde que Hayley decidiu se abrir e me contar o que havia acontecido. Fiquei realmente surpreso com o que ela me disse. Eu sabia que os pais dela eram separados, visto que ela morava só com a mãe e tal. Mas, Hayley me contou toda a história, o motivo que a fez se mudar para Franklin. A história não era realmente feliz. Depois dela me dizer isso, contou o fato, que provavelmente foi o motivo de eu a encontrar chorando.

Hayley parecia revoltada com o acontecido e eu não tirava a razão dela. Imagina se fosse eu, abrindo a porta da minha casa e dando de cara com um irmão que nunca vi. E este irmão, sendo a causa do fato mais triste que aconteceu na minha vida? É, eu também ficaria chocado.

Eu queria poder ajudar Hayley, dar um conselho... Alguma coisa que a fizesse ficar melhor. Mas, eu não sabia exatamente o que dizer. Afinal, nem nos meus sonhos mais absurdos, eu já havia vivido por algo parecido. Porém, de uma coisa eu parecia estar certo. Hayley não deveria se negar o passado. Não tem como apagar a garotinha da vida dela... Essa é uma página da vida dela que não se pode virar de uma vez ou arrancar, amassar e jogar no lixo. A única coisa que ela poderia fazer é reler com cuidado, analisar. Para daí sim, conseguir continuar a história, sem pular nenhuma parte.

–Sabe Hayley, eu sei que isso deve ser muito difícil para você. Mas, eu acho que você deveria encarar isso de frente. Não dá pra ficar fugindo... E além do mais, a garotinha não tem culpa. Ela não deve nem saber porque você saiu correndo quando a viu. –Falei e Hayley olhava atentamente para mim.

–Eu sei... –Ela susprou, colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha- Você tem razão.

–Então... O que você vai fazer? –Perguntei.

–Eu... Eu não sei. O que acha que eu devo fazer? –Ela perguntou, olhando confusa para mim.

–Bem, eu acho que você deveria conhecer sua irmã, Hayles. Aí acaba logo com isso. Porque mais cedo ou mais tarde isso vai ter que acontecer. –Falei e ela apenas assentiu com a cabeça.

–Vou tentar fazer isso... Mas, não hoje. –Ela disse, olhando-me profundamente, com um sorriso de canto. Não sei exatamente o motivo. Mas, esse sorriso, e o jeito como ela me olha, provoca em mim, sensações estranhas e muito boas.

–Bom, agora que acho que você tá melhor... Que tal ir almoçar lá em casa hein? Eu nem acredito que hoje eu vou almoçar em casa. –Falei, e ri da última frase, assim como Hayley.

–Acho melhor não. Sua mãe nem me conhece direito e... Josh? –Ela parou o que estava dizendo e chamou minha atenção.

–O que?

–Me desculpe... Sabe, eu acho que sou o motivo, ou ao menos uma parte dele... Por você ter levado suspenção e tal. –Hayley disse sem graça.

–Não Hayles. Que isso, você não tem nada haver com isso não. Eu fui suspenso... Bem, porque segundo o senhor Wilson, eu faltei com respeito a ele. –Disse sorrindo para ela. É incrível como eu não consigo conter o sorriso quando olho para essa garota dessa maneira.

–É, mas se eu não tivesse brigado com a Jenna, nada disso tinha acontecido. –Disse ela. Dessa vez, fitando o chão.

–Hey! Esquece isso, Hayles. E eu estou adorando ficar em casa. –Falei, conseguindo arrancar um riso da garota.

–Ok... Mas, quantos dias você pegou? –Ela perguntou.

–Três.

–Nossa! Eu também. –Falou ela, fazendo uma careta estranha.

–A única parte ruim, é que eu tenho que fazer um trabalho de matemática e não sei nada de nada... Vou tirar zero. –Disse, um pouco desesperado. Visto que era mesmo verdade, eu iria mesmo me dar muito mal.

–Que chato isso... Mas, sobre o que se trata? –Ela perguntou, novamente sem jeito. Não entendo porque ela estava se sentindo culpada pela minha suspenção. Não foi ela que quase mandou o diretor se foder.

–Poliedros convexos. –Disse, sem ânimo algum e Hayley começou a rir.

–Fala sério, Josh. Achei que fosse algo difícil. –Ela falava rindo- Isso até eu sei.

–Pois eu odeio geometria. Na verdade, eu odeio a matemática toda. –Falei também rindo. Era bom ver que Hayley já estava melhor.

–É a única parte que eu entendo. Se quiser eu posso te ajudar. –Disse ela, com o mesmo sorriso que me faz me sentir um bobão.

–O-ok. Eu adoraria. –Falei, enquanto os olhos verdes de Hayley, fitavam-me.

–Está certo, então. A gente combina depois. –Ela falou, desviando seu olhar do meu.

–Ok, ok. Mas, e aí? Vamos almoçar lá em casa? –Perguntei, levantando-me.

– Ai Josh... Acho melhor não. Acho que sua mãe não vai gostar.

-Ah, que isso. Minha mãe adorou você! Vamos, para de desculpa. –Falei, puxando-a pelo braço, levantando-a do chão.

-Não sei não. –Hayles disse, ficando em pé.

-Não aceito não como resposta. Agora vamos! –Disse e a puxei pela mão, indo em direção aonde eu havia largado minha bicicleta.

-É sua? –Hayles disse soltando minha mão, assim que chegamos perto da bicicleta.

-É sim. Vamos? –Falei, segurando a bike e começando a empurrá-la.

-Ah... Mas espera aí! –Ela disse acompanhando-me e eu parei confuso olhando-a.

-O que?

-Você vai empurrar essa bicicleta até a sua casa? Não acredito, pensei que ia ganhar uma carona nela. –Hayley falou, fingindo estar indignada com a situação e eu ri.

-Tá falando sério? –Perguntei um pouco incrédulo.

-Claro... Ah não ser que você não consiga me carregar. –Ela falou rindo.

-Eu não conseguir carregar você? Fala sério, Hayles. Você deve pesar uns 15 quilos. –Falei e nós rimos mais ainda.

-Ah... Então vamos lá, fortão. –Ela provocou, ainda rindo e eu subi na bicicleta.

-Agora você provocou. Sobe aí e segura firme. –Falei, arrancando o lindo sorriso dos lábios da baixinha.

-Só não me derruba, por favor. –Ela disse, subindo nos apoios da roda traseira da bicicleta e segurou firmem meus ombros. O simples toque decisivo da garota provocou em mim uma sensação incrivelmente boa, o que me fez travar por um momento. “E aí? O que tá esperando?” foi a frase que me tirou dos meus pensamentos e me fez começar a pedalar.

-O que você vai fazer se eu te derrubar? –Perguntei e arranquei um grito da garota ao pedalar mais forte. Num impulso, Hayley agarrou mais forte em meu ombro, para logo depois passar seus braços por baixo dos meus, segurando firme em meu peito.

-Ah não queira saber! –Ela falou um pouco mais alto, em resposta à minha pergunta.

-Nossa que medo! –Disse irônico, no momento em que dobrava a esquina.

-Acho bom ter mesmo. –Ela falou rindo.

-Pode acreditar. Depois do que você fez com a Jenna... Eu não duvido de mais nada.

-Ela teve o que mereceu. –Hayley disse e eu preferi não contrariá-la. Apenas continuei a pedalar forte, até chegarmos em frente à minha casa.

-Então, viu como sou ótimo motorista? –Falei, parando a bicicleta e Hayley literalmente pulou da mesma.

-Você ficou com medo é das consequências, caso me derrubasse. –Ela disse séria e eu ri.

-Você é muito brava pro seu tamanho, Hayles. –Disse, andando até a porta da minha casa.

-Hum... O que quis dizer com isso, hein? –Ela disse, fingindo estar brava, encarando-me com uma careta engraçada. As piadas sem graça, as caretas, o jeito divertido que a faz ainda mais bonita. Tudo isso me encanta de uma forma indescritível e me deixa extremamente confuso... Eu, definitivamente, não estou me reconhecendo mais. Não sei o que acontece. Mas, estar com ela é para mim, muito melhor do que deveria ser.

-Que você é uma baixinha, oras. –Falei sério, tentando parar de olhar para a perfeição ao meu lado e prestar mais atenção no que ela dizia.

-Ah como pode diz isso assim? Eu não sou baixinha. –Heyley disse rindo, dando um soco em meu braço.

-Hey! Isso dói. –Disse e abri a porta, adentrando a sala, dando passagem à Hayley.

-Desculpe, não queria machucar você, senhorita. –Ela debochou.

-Você tá muito engraçadinha, hein? –Falei, fechando a porta.

­-Hayley! –Minha mãe disse, adentrando a sala sorrindo, vindo até nós.

-Ah... Oi senhora Farro! –Hayley disse tímida.

-Hayley vai almoçar com a gente, mãe. –Falei, jogando-me no sofá.

-Ah, que coisa boa! –Minha mãe disse sorrindo.

-Não queria incomodar. Mas, é Josh insistiu muito para eu vir. –Hayley disse.

-Que isso... Será um prazer ter você aqui, almoçando conosco. –Falou minha mãe. Eu sabia que ela não iria se incomodar. Conhecendo ela como eu conheço, sabia que ela estava sendo sincera quando disse isto à Hayley.

-A senhora é muito gentil. –Hayley falou, retribuindo o sorriso.

-Ah não me chame de senhora, querida. Bom, vou pôr mais um lugar a mesa então. Você me ajuda? –Minha mãe falou para Hayley.

-Claro!

[...]


-Ah eu desisto de disso! –Hayley disse desanimada, largando o joystick no sofá e eu e Zac rimos. Já fazia cerca de duas horas que tínhamos terminado de almoçar e agora estávamos jogando vídeo game na sala.

-Cara... Você é muito ruim, Hayley. –Zac disse rindo.

-Hey! Eu não sou não. Vocês dois que são viciados. –Hayley se defendeu.

-Aham claro... A gente percebeu o quanto você é boa. –Falei irônico e nós três rimos.

-Bem, eu adoraria ficar aqui e continuar mostrando minha habilidade no vídeo game para vocês. Mas, eu tenho que ir pra minha casa. –Hayley disse, levantando-se do sofá.

-Ah! Por quê? –Zac perguntou entristecido.

-Porque na verdade eu nem devia estar aqui. Minha mãe disse que eu estou de castigo por tempo indeterminado por causa... Ah por causa daquilo que aconteceu. –Ela disse, obviamente referindo-se à briga com Jenna.

-Ah! Eu quase esqueci de dar os parabéns. Você briga muito bem Hayley. –Disse o idiota do meu irmão e Hayley riu.

-Devo agradecer isso? –Ela perguntou divertida.

-Ignora esse idiota. –Falei.

-Bem... Eu tenho que ir mesmo. Tchau pra vocês, adorei o almoço. –Hayley disse, começando a caminhar até a porta.

-Hey! Espera, eu te levo. –Eu disse, levantando-me do sofá.

-Não precisa não, Josh. –Hayey respondeu.

-Nada disso. Eu te trouxe, eu te levo e ponto final.

-Se você quer, então tá. –Hayles disse- Tchau, Zac.

-Tchau, Hay! –Zac respondeu.

[...]


-Viu? Chegamos mais rápido do que se viéssemos de carro. –Hayley disse, saindo da bicicleta, no momento em que chegamos. Estávamos do lado da pequena escada que dava acesso à varanda da casa de Hayley.

-Só se eu dirigisse como uma tartaruga. –Disse, fazendo Hayley rir. Eu iria trazê-la de carro. Mas, ela preferiu a bike, dizendo ser mais divertido. Que outra garota preferiria vir em pé numa bicicleta ao invés de confortável num carro. Hayley não é normal e isso deve ser uma das coisas que me fazem ficar cada vez mais encantado por essa menina.

-Ah Josh! Entra? Vou pegar sua blusa, antes que eu esqueça mais uma vez. –Ela disse, indo em direção à porta.

-Blusa? –Perguntei confuso, subindo a escada e me aproximei dela.

-É... Daquele dia no parque de paintball. –Hayley respondeu, no momento em que abria a porta de sua casa.

-Ah sim! Nem lembrava mais.

-Pois é... Entra aí, vou lá em cima buscar ela pra você. –Hayley falou, adentrando a sala da casa, dando-me passagem para fazer o mesmo e logo em seguida fechou a porta.

-Ok.

-Eu já volto. Fica à vontade aí. –Hayles falou, indo até a escada, subindo-as depressa.

Assim que Hayley subiu, eu me sentei no sofá e corri os olhos pelo cômodo bem decorado da casa. Olhei em minha frente e notei um porta-retratos na estante, o que chamou minha atenção. Pois a curiosidade de saber se a garotinha na imagem era a Hayley, foi grande. Levantei-me do sofá e peguei o objeto, analisando bem as três pessoas que se encontravam na foto. Duas delas eu reconheci. Uma era a senhora Williams e a garotinha, era mesmo a Hayley, que parecia ainda mais fofa quando criança. Já o homem, que na imagem estava ao lado da pequena menina, eu nunca havia visto antes. Mas, deduzi ser o pai de Hayles.

-Nós éramos uma família feliz. –Ouvi a voz de Hayley e só nesse momento foi que notei que ela já estava atrás de mim.

-Esse é seu pai? –Perguntei, devolvendo o objeto ao seu devido lugar e virei-me para olhar Hayley.

-Sim. –Respondeu ela, meio entristecida. Não deve ser fácil para Hayley, superar a separação dos pais.

-E aí... Já decidiu se vai conhecer sua irmã? –Perguntei, um pouco inseguro. Não sabia se deveria ter perguntado isto a ela.

-Já... Vou tentar fazer isso amanhã. –Hayley disse e soltou um suspiro pesado, sentando-se no sofá e eu sentei-me ao seu lado.

-Bom, acho que você vai se sentir melhor depois que fizer isso. –Disse e ela encarou-me.

-Obrigada, Josh. –Hayley disse, com um sorriso torto.

-Por que está me agradecendo? –Perguntei confuso.

-Pelos conselhos e por ter me ouvido... Sabe, você foi um bom amigo. –Hayley disse, um pouco sem jeito. Meu Deus, como ela consegue ser assim? Tão perfeita?

-Por nada, Hayles. Eu só quis ajudar.

-E ajudou... Eu já ouvi antes da minha mãe, que eu deveria conhecer logo a garotinha e tal. Mas, a conversa com você foi diferente... E u não sei explicar... Mas, enfim, agora eu tenho certeza que devo enfrentar isso de uma vez e o quanto antes, melhor. –Hayley disse, fitando o chão e passando as mãos sobre minha blusa, que estava dobrada sobre seu colo.

-Fico feliz por ter ajudado em alguma coisa, então. –Disse, atraindo o olhar da garota novamente para mim, a qual ficou em silêncio por um tempo.

-Bem... Aqui está sua blusa. Obrigada por me emprestá-la aquele dia e desculpe pela demora em devolvê-la. –Hayley falou, entregando-me a peça de roupa.

-Por nada, e não tem precisa se desculpar. E eu nem lembrava vai dela. –Disse, analisando a blusa.

-Normal, depois de todo esse tempo. –Hayley disse, arrancando-me um sorriso.

-Mas... Então, a gente pode ir jogar outra vez, qualquer dia. Não acha? –Perguntei discretamente. Não queria que parecesse que eu estava a chamando para sair novamente com segundas intenções, pois não era assim.

-Claro... Quando eu sair do castigo, nós podemos chamar o resto da turma e irmos todos lá nos sujarmos de tinta. –Ela respondeu divertida. Certo, ela não quer sair só comigo outra vez. Mas, isso não me surpreende.

-Bom, então eu já vou. –Disse, levantando-me e ela fez o mesmo.

-Te acompanho até a porta.

-É... Eu posso te ligar pra marcar quando você pode me ajudar? Com o trabalho de matemática, sabe? –Perguntei, parando de costas para a porta, agora já aberta.

-Ah sim... Claro. Só que acho que você vai ter que vir até aqui, porque pelo que conheço minha mãe, ela não vai me deixar sair essa semana. Mas, olha já vou avisando que não sou nenhum Einstein. –Hayley falou e eu ri.

-Tudo bem. Mesmo assim, aposto que sabe muito mais que eu. Obrigado por querer me ajudar. -Falei.

-Vai ser um prazer. –Respondeu ela e eu caminhei para fora da casa.

-Ah Hayles! Esqueci de perguntar uma coisa. Agora que você tá de castigo, como vamos fazer pra ensaiar? Sabe, o show de talentos é daqui uma semana. –Perguntei, parando para esperar uma resposta.

-Bem, esse resto de semana nem que eu implore, minha mãe com certeza não vai me deixar sair... Mas, semana que vem eu dou um jeito de ir ao ensaio, prometo. –Ela respondeu.

-Então tá certo... Até mais Hayles! –Falei, pegando minha bicicleta.

-Até mais, Josh. –Ouvi como resposta e comecei a pedalar.

[...]


P.O.V Hayley

Depois de passar a manhã e uma parte da tarde com Josh, que por sinal foi um fofo comigo durante todo o tempo em que estivemos juntos, eu esperei ansiosamente que minha mãe chegasse do trabalho. Eu sabia que ela estava ciente do que aconteceu hoje mais cedo, e arrancaria dela uma razão que a fizesse esconder de mim que isso iria acontecer. Por que sim, ela sabia da visita do meu pai e esse com certeza, era o motivo que a fez ficar tão estranha pela manhã.

Assim que minha mãe chegou, eu fui direto buscar explicações. Ela me pediu desculpas por não ter falado nada e também me disse que só fez isso porque não sabia que meu pai traria minha “irmã” até aqui em casa. Segundo ela, ele tinha a dito sim que a garota estava com ele em Nashville e que ele tinha intenção de apresentar-me a menina, mas não que a traria para eu conhecer assim, sem avisar antes. Minha mãe ficou chocada e com muita raiva do meu pai quando eu contei o ocorrido. Ela não brigou e nem disse nada quando contei que saí correndo pela rua ao ver a garotinha e nem quando disse que tinha decido conhecer Érica amanhã. Apenas disse que era para eu fazer o que sentia que era certo e me deu permissão pra sair amanhã cedo, dando-me até o endereço do hotel em que meu pai estava hospedado. Por que ele havia passado o endereço pra ela, eu não entendi.

Decidi que iria pegar um táxi até Nashville na manhã seguinte e que iria fazer tudo sem avisar o meu pai, para ele saber como é ser pego de surpresa numa situação dessas.

Fui dormir mais cedo. Visto que tinha me programado para acordar às 7h na manhã de quinta-feira. Estava realmente decidida a me dar uma chance e conhecer a pequena menina, que dizem ser minha irmã, mesmo comigo não a vendo dessa forma. Enfrentar essa situação é sem dúvidas o melhor a ser feito, e eu espero sentir-me aliviada depois de realizar isso.

[...]


Já passava das 10h horas quando cheguei em Nashville. Minha intenção era chegar mais cedo. Mas, não consegui, visto que só acordei às 8h. Estava agora, no restaurante do hotel, aguardando que meu pai voltasse com Erica. Quando cheguei, eu mesma telefonei pra ele avisando que estava aqui e que queria conversar.

Meu pai ficou extremamente confuso quando disse meu motivo para estar aqui. Mas, ao mesmo tempo não conseguiu esconder sua felicidade ao saber que eu estava disposta a me aproximar da minha irmã e que entendia que ela não tinha culpa de nada no que aconteceu com nossa família. Meu próprio pai dizia que o único causador do fim do seu casamento com minha mãe, ela ere mesmo. Pois ele teve a opção de não trair minha mãe, mas preferiu o contrário disso.

Meu pai disse que Erica é muito parecida comigo, tanto que ainda estava dormindo. Ele subiu para buscá-la no quarto, atendendo ao meu pedido, deixando que eu a levasse para almoçar em algum lugar comigo. Claro que só faria isso se ela aceitasse, o que meu pai disse que aconteceria. Pois, segundo ele, apesar da garotinha ter ficado muito confusa e assustada com a minha reação na primeira vez que a vi, tudo o que ela mais queria era “ter uma irmã mais velha”, e havia ficado extremamente feliz quando meu pai a trouxe para cá, dizendo a ela que iria finalmente me conhecer.

Já estava entediada enquanto esperava por eles. Não sei se era devido a minha ansiedade, mas parecia que eu já os guardava fazia horas. Confesso que já tinha passado por minha cabeça, ir embora e deixar isso para outro dia. Mas, abandonei essa ideia ao lembrar das palavras de Josh e até mesmo da minha mãe, que agora faziam todo sentido para mim.

Tomei mais um gole do suco de cenoura que meu pai havia pedido para nós, tentando aliviar o meu nervosismo. Sim, eu estava muito nervosa, pois não sabia o que iria fazer. Queria ser gentil com a garota. Porém, definitivamente, não previa o que dizer a ela quando a visse. E isso aconteceu, quando coloquei o copo novamente sobre a mesa e olhei para a entrada do restaurante. Lá estava meu pai, de mãos dadas com uma pequena menina, vindo em minha direção.

Sentia minhas mãos tremerem. Mas, mesmo assim tentava parecer o mais natural possível, acompanhando com o olhar os passos das pessoas até vê-las pararem ao lado da mesa.

–Essa é a Hayley, meu anjo. –Ouvi meu pai dizer, apontando para mim e olhando para baixo, nos olhos da pequena garota que me fitava.

Não sabia o que fazer, sentia meu corpo gelado. Apenas levantei-me da cadeira, ficando de frente para eles. Eu queria ser gentil e tentar apagar a primeira impressão que devo ter dado à garota. Mas, simplesmente não sabia o que dizer. Só conseguia olhar para os olhinhos brilhantes e analisar cada traço no rostinho delicado da menininha, o que nem pensei em fazer na primeira vez que a vi. Era como se eu... Não sei. Era como se me reconhecesse nela.

Aproximei mais, abaixando-me para ficar da mesma altura da pequena. Queria vê-la melhor. Alguns dos fios de cabelo levemente loiros da franjinha da menina, estavam sobre um de seus olhos e num gesto praticamente automático, eu levei uma mão até a face delicada, afastando os fios. Assim, pude ver melhor os seus olhos, que ainda me fitavam. Havia em seu rosto uma expressão que eu não soube decifrar. Eu precisava dizer alguma coisa. Porém, antes que tentasse fazer o mesmo, senti os pequenos braços da menina envolverem-me num abraço muito apertado. Fiquei completamente paralisada por alguns segundos, apenas apreciando a sensação boa, mas até então desconhecida por mim. Até que não resisti mais e eu não queria resistir. Eu sentia como se dependesse, como se necessitasse sentir mais daquilo. Fechei meus braços em torno do corpo pequeno agarrado ao meu, e retribui o abraço na mesma intensidade. Eu não entendia o que estava havendo ali, naquele momento.

Afaguei com uma de minhas mãos, o cabelo da menina, que agora estava com a cabeça enterrada no meu pescoço. Já não nos abraçávamos com a mesma intensidade. Mas, eu ainda não conseguia soltá-la. E foi aí que eu finalmente consegui sussurrar um “oi” ao lado do ouvido da garota e senti algo gelado no meu pescoço.

Separei-me lentamente dela e levei minhas mãos até o pequeno rosto, que tinha os olhos lacrimejados. Ela ainda me olhava com mesma expressão que eu não sabia decifrar.

–Hey! Não chore. –Finalmente falei palavras concretas, limpando com o lado da mão, a lágrima que escorria pelo rosto angelical. Vê-la assim, já estava provocando em mim, vontade de chorar também.

–Eu pensei que você não gostasse de mim. –Ouvi pela primeira vez a voz doce e fraca da garotinha a minha frente. E ao ouvir sua frase, num impulso eu a tomei novamente em um abraço.

–Não pense isso... Eu gosto de você. –Disse. Eu havia descoberto isso naquele momento. Sim, não tinha como não gostar de um ser indefeso daquela maneira. Ali, eu tive certeza de que fui muito tola ao sentir raiva de Erica. Não tinha como a pequena garotinha a minha frente ter culpa pelo o que aconteceu em nossas vidas. Senti-me mal pelas inúmeras vezes em que senti uma raiva descomunal da menina. Como eu consegui sentir isso por alguém que nem ao menos conhecia?

–Claro que gosta. Vocês são irmãs. –Ouvi meu pai dizer e me levantei, ficando em pé para olha-lo.

–Ela é mesmo linda, papai! –Disse Erica olhando-nos, com um sorriso lindo no rosto.

–Você é que é linda. –Falei.

–Vocês duas são... São as minhas lindas. –Meu pai disse, trazendo-me para mais perto, tentando abraçar a mim e a Erica ao mesmo tempo.

Aproveitamos o momento de carinho por um tempo até meu pai soltar-nos.

–Bem... Você tem certeza que quer levar Erica para almoçar, filha? –Meu pai perguntou dirigindo-se a mim.

–Sim... Você quer almoçar comigo, Erica? –Perguntei, abaixando o olhar até a garotinha.

–Quero! –Erica respondeu com o sorriso sincero que só uma criança pode ter.

[...]


Levei Erica para “almoçar” no McDonald’s comigo. Percebi que ela não tinha o hábito de comer porcarias, visto do que com certeza meu pai era o motivo. Mas, vi que ela ficou realmente feliz quando notou que nosso almoço era hambúrguer e batata frita. Aleguei para a criança que comer isso de vez em quando não faz mal e que ela não precisava contar a ninguém sobre a nossa refeição e isso a fez comer com vontade e sem receio algum. Esse seria nosso primeiro segredinho.

Depois do almoço com Erica, o que foi uma experiência realmente extraordinária para mim, eu pequei um táxi de volta para Franklin.

Tive que prometer para Erica que eu a visitaria mais vezes, pois ela ameaçou chorar quando me despedi. Despedida essa que também foi difícil para mim. Visto que não era só para ela que eu tive que dizer “tchau”. Meu pai havia vindo à Nashville também a negócios e partiria de volta para Meridian ainda hoje, levando de volta sua caçula. Não tinha uma nova data para revê-los.

No caminho até minha casa, eu pensei em como tudo tinha se resolvido, de certa forma. Em como realmente fui muito tola ao pensar que fugir disso seria o melhor... Ao jogar toda culpa numa inocente criança. Depois da manhã de hoje, eu estou sentindo o alívio que tanto desejei.

Agora, como Josh me disse, eu posso virar a página do livro e continuar a história, da qual minha irmã faz parte.



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Notas finais do capítulo

Bem galera, e aí? O que acharam?
Como disse, esse capítulo foi só para vocês verem como está a relação do Josh com a Hayles e para começar a dar um jeito nessa questão familiar da baixinha.
Vocês curtiram o P.O.V Josh? kkkkkk
A pergunta que quero fazer a vocês é a seguinte: VOCÊS QUEREM QUE EU CONTINUE POSTANDO ASSIM (SEM TER DIA PROGRAMADO, NEM NADA) OU PREFEREM QUE EU POSTE TODA SEMANA (TODA SEGUNDA-FEIRA, POR EXEMPLO), MAS DAÍ OS CAPÍTULOS SERÃO MENORES. O QUE VOCÊS ACHAM?
Enfim, me digam o que preferem. Pode ser no review ou no @SenhoraDavis também. Até mais que tô sem tempo, bjos!