O sol já se encontrava completamente visível no céu, aquela até seria uma manhã calma, seria, já que devido às circunstâncias, os quatro heróis sabiam que aquela era uma corrida contra o tempo.
– Ei Lass! –Disse o azulado, que corria logo atrás do ágil albino, seguido pela espadachim e logo atrás da mesma o andarilho – O plano não era contar para Lothos? Por que agiu daquela forma?
– Os planos mudaram – Lass respondia sem olhar pra trás.
– Como assim “mudaram”? – Gritou a ruiva, que perdeu um pouco o foco e tropeçou, mas não chegou a encontrar o chão, pois o andarilho que vinha logo atrás dela à segurou pelo braço antes da queda. 
– Tudo bem? – Perguntou, parecia preocupado. A ruiva apenas assentiu um pouco corada, mas disfarçando, agradeceu e continuaram.
– Mudaram porque era esse o sinal, a tal “ajuda” que a voz disse no meu sonho.
– Ahn? – Ronan pareceu confuso, não muito diferente dos colegas.
– Pensa bem Ronan, monstros, passando para a floresta, SEM ATACAR, isso não parece algo para chamar nossa atenção?
– É, pensando bem, faz sentido, mas...
– Pois é, a voz disse que iria me ajudar a encontrar ela, esses monstros não são meio suspeitos como uma “pista” para alguém que, pelo que pude perceber, não pode transparecer que está do nosso lado?
– Mas Lass, você acha que os monstros irão para o local onde ela está? – Perguntou Zero.
– Não sei bem, mas eles devem dar pelo menos uma pista. E para quem não tinha nem ideia, já é um começo. 
– Lass... Essa garota, quem é ela? – Perguntou Zero.
*Lass Narra ***
– Lass... Essa garota, quem é ela? – Perguntou Zero. Boa pergunta. Quem era Millie? O que ela era? Minhas lembranças me mostravam nós dois quando éramos crianças, ela parecia uma grande amiga, a ponto de eu me arriscar no circo para salvá-la. Eu não agüentava ver Zidler a machucando, mesmo quando isso se tornou apenas uma memória, cada vez que eu me lembrava, me vinha uma vontade incontrolável de tirá-la dali, uma raiva imensa. Eu não sei direito como ou por que, eu só me lembro que ela era minha amiga, não me lembro de como nos separamos, nada disso, eu só sei que, se fosse preciso, eu faria tudo novamente, eu entraria na frente dela de novo, eu a salvaria de novo, e se fosse preciso, daria minha vida para isso.
É tão estranho isso, eu não me lembrava de quase nada, é como se eu à conhecesse há tanto tempo, mas não soubesse quase nada sobre ela, e, ainda assim, eu me arriscaria por ela. E é o que estou fazendo agora. Minha mente a todo o momento me cogita a possibilidade de não encontrá-la a tempo, de não conseguir salvá-la, de estar colocando minha vida em risco. Não, mesmo com todas essas hipóteses negativas, eu não vou desistir de tentar, eu não vou desistir dela.
– Hum...Lass? Você está nos ouvindo? – Grandark fala, abrindo seu olho, como se eu estivesse um pouco fora de órbita, o que, de fato, eu estava.
– Ahn?! Ah, sim, estou, desculpem. Ela é... Uma grande amiga do passado. – Disse vacilando um pouco, duvidando de minha própria resposta, na verdade, nem eu mesmo tinha uma resposta para aquela pergunta. Quem era ela?
– Você à conheceu no circo? – Elesis perguntou, enquanto continuava correndo, assim como os outros, já adentrando a floresta, onde ao longe já se ouvia alguns ruídos que provavelmente vinham dos monstros os quais procuravam.
– Acho que sim, uma das memórias que eu me lembrei quando vi a fotografia, eu acho que era do dia em que nos conhecemos, e era no circo, estranho, mas numa jaula – Só de me lembrar daquela jaula, já me dava calafrios.
– Hum, Lass, me desculpa a pergunta, mas como vocês se separaram? – Desviei de uma árvore no caminho, desacelerei um pouco o passo, apenas um pouco.
– Eu não faço ideia – Fomos calados até onde encontramos os monstros, ficamos em posição de ataque e começamos a lutar contra eles.
A luta estava bem fácil, eram poucos e fracos, mas do nada começaram a aparecer mais e mais monstros. 
“Desculpe Lass, meu senhor não quer vocês interferindo e eu não posso desobedecê-lo, ele me fez mandar mais monstros!”
–AAAAAH! QUE DROGA! Assim fica impossível seguir em frente! Isso está nos atrasando – Disse, enquanto reduzia cinco monstros à pó, com raiva.
– Vai Lass, vão você e Ronan, eu e Elesis damos conta aqui, vocês precisam ir rápido! – Dei uma olhada na batalha, vi que não era tão difícil, o ruim era que a quantidade era muita, mas resolvi confiar em meus amigos para cuidarem disso. O atraso nesse momento NÃO era uma opção. Olhei para Ronan, ele assentiu e corremos desviando dos monstros.
– AAAH! CÍRCULO DA MORTE! – Ouvi Elesis gritar ao longe, derrotando um bom número de monstros, Zero não ficava para trás, sorri, eles até que formavam uma boa dupla.
Eu e Ronan corríamos, não sei pra onde, mas algo me dizia que aquela era a direção certa. Foi então que vimos à nossa frente uma mamãe harpia, sim, porque aquela coisa parecia uma harpia que comeu muito fermento!
– Ah não! – Eu disse.
– Minha vez de ficar, Lass, você tem que ir em frente – Disse Ronan.
– Tá louco? Você já olhou bem o tamanho dessa coisa?
– Confie em mim, não podemos perder tempo e você sabe disso! – Assenti e corri, percebi como meus amigos estavam fazendo isso por mim, para me ajudar, eles eram realmente incríveis, corriam riscos e mais riscos para ajudar uns aos outros, acabou que desde que entrei para a Grand Chase, ganhei uma nova família, alguém por quem lutar, eu me sentia finalmente como parte de algo. Meus amigos. 
– AAAH, Guardião Divino!!! –Olhei para trás um segundo e vi que Ronan estava dando conta da Harpia, a luta estava equilibrada, sorri. Continuei correndo, procurava algo que eu nem tinha ideia do que era, mas mesmo assim não iria desistir. Com esse pensamento, continuei, até que...
##X##X##X Perto, beeem perto dalí ##X##X## *Millie narra
Acordei um pouco tonta, não sabia onde eu estava, a última coisa que eu me lembrava era de estar lutando contra uma louca e um bando de tarântulas que foram mandadas por minha... Mãe. Eu meio que fiz uma cara de nojo ao chamá-la de mãe. Eu à odiava, fugi desde os meus 5 anos, quando ela matou meu pai. Nessa fuga, eu acabei por parar num circo, onde fui trancada numa jaula, obrigada a me apresentar no circo e chamada de aberração. Encontrei lá um garoto que se tornou meu único e melhor amigo, mas o perdi quando fugimos do circo, nos arredores de um castelo. Céus, como ele era teimoso!! Eu disse pra ele não entrar lá, eu sabia o que poderia acontecer, eu sentia que algo ruim iria acontecer, mas mesmo assim, ele entrou, e eu fiquei do lado de fora, e esta foi a última vez que nos vimos... Sinto muita falta dele. Sim, minha vida é um mar de rosas de tão perfeita!! Fui tirada de meus pensamentos por um... Uma... Um... Ah! Uma coisa gigante na minha frente!
– Huhuhu, vejo que acordou garota! Finalmente! Já estava pensando em te matar inconsciente mesmo, estou com fome! – Não sei, mas alguma coisa me diz que esse “com fome” não quer dizer que ele vai trazer chá e biscoitos para nós. Como eu sei? Não sei se é porque essa frase mencionou a minha morte ou se é porque EU ESTOU AMARRADA NUMA PAREDE E NÃO CONSIGO SAIR! Mas é só um palpite ta?
O cara começou a afiar uns dez tipos de faca, acho, só acho, que aquilo tudo era pra mim... Aaaah, não precisava tiozinho legal! É, eu fico meio sarcástica quando estou prestes a morrer, liga não! Então eu fiz a única coisa sensata* nesse momento.
– SOCORROOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!

Continua...