E a única coisa que eu não conseguia parar de pensar naquele momento era no jeito que esse homem havia sido feita perfeitamente sob medida pra mim.

6 meses depois

Aquele aeroporto estava uma loucura. Saímos da lá escoltados por vários seguranças, enquanto os fãs gritavam desesperados nossos nomes. Josh, como sempre, era quem mais recebia gritos de “lindoooo” das fãs.

Peraí, Josh? É, Josh. Zac também estava conosco. Logo após a separação da banda, havíamos planejado de fazer uma turnê mundial, e, bom, pra tocar ao vivo precisaríamos de um segundo guitarrista e de um baterista. Então os meninos se ofereceram pra tocar conosco, e nós aceitamos na hora. Nós queríamos que as pessoas se surpreendessem, então não anunciamos nada.

Estávamos nos falando bastante, pra falar a verdade. Ao menos uma vez no mês nos víamos e saíamos todos juntos pra zoar por aí.

Lançamos em estúdio mais duas músicas para o Singles Club: Hello Cold World, a qual eu já havia escrito um pouco da letra, e Renegade, além de In The Mourning que já havia sido lançada. A Paramore estava no topo de seu auge.

Aquela altura, já estávamos entrando em nossa van, enquanto o calor tropical do Rio de Janeiro me fazia suar. Era o primeiro lugar que aterrissávamos para fazer shows. Taylor entrou primeiro, enquanto segurava em minha mão. Depois de mim, Jeremy, Zac e Josh.

– Nossa, tinha me esquecido o quanto o Rio era quente – disse, enquanto prendia meu cabelo.

– Devem estar fazendo uns 40ºC lá fora – disse Zac, que suava feito um desvairado.

– Com sensação térmica de 50ºC – completou Jeremy.

Após 1h de trânsito, finalmente conseguimos chegar no hotel. Entramos pelos fundos, já que os fãs estavam bloqueando a porta de entrada. Encontramos com 3 ou 4 meninas que nos “esperavam” no estacionamento, e batemos fotos com todas elas.

Cada um ficou em um quarto diferente para termos mais privacidade. Era quase meia noite, e ainda faríamos um show no dia seguinte. Estava exausta.

Ao chegarmos nas portas de nossos quartos, todos nos despedimos de imediato, exceto por mim e por Taylor.

– Dorme bem, anjo – ele disse enquanto se inclinava pra beijar meus lábios.

– Boa noite, meu amor. Vejo você amanhã.

Tranquei a porta e abri minha mala, tirando de lá meu pijama. Após tomar um banho refrescante naquele calor e escovar os dentes, vesti-o. Me joguei na cama, e apaguei no mesmo instante.

Naquela manhã o sol fervia, atravessando uma fresta da cortina e fazendo-me despertar com sua claridade. Franzi os olhos, virando de lado na cama e dando de cara com um buquê de rosas vermelhas em minha cabeceira.

Sentei-me na cama, abrindo os olhos por completo. Peguei um bilhete escrito á mão que pairava ao lado do buquê.

Que muitos outros anos ao seu lado venham pela frente. Amo você.

P.s.: você é muito linda dormindo.

Soltei um suspiro alto, lembrando que hoje completava um ano que eu estava com Taylor. E como eu estava bem ao lado dele! Não precisava de mais nada quando eu o tinha.

Levantei num passo e fui ao quarto dele, de pijama mesmo. Bati na porta, e quando ele a abriu lhe recebi com um beijo, pulando em seu colo e enroscando as pernas em sua cintura.

– Oi pra você também – ele me disse com aquele olhar malicioso.

Olhei por seu ombro e vi que os meninos estavam em seu quarto, tentando ver o que estava acontecendo ali fora.

– Esses fuxiqueiros – disse, voltando para o chão.

– Gostou do buquê, senhorita?

– Adorei. Também amo você.

Ele me deu um selinho demorado, e nós voltamos para o quarto. Percebi que todos lá também estavam de pijama.

– Hello, povo – cumprimentei-os.

– Olha só quem está completando um ano de namoro – disse Jeremy, num tom gracioso.

– É o amooor... – Josh começou a cantarolar, tocando no violão que estava em suas mãos.

Taylor e eu rimos envergonhados.

– Vocês não prestam – eu disse enquanto ainda ria.

– Hey, não sei se vocês já se ligaram, mas tá na hora de irmos pro ensaio antes do show...

Peguei meu celular e me assustei com a hora. Na verdade o sol que me despertara não estava nascendo, e sim se pondo. Já eram 18h30.

– Relaxa aí mano – disse Zac, que era sempre tão tranquilo que nós brincávamos dizendo que ele fumava umas marijuanas por aí.

– Zac, para com isso, mano... Maconha faz mal a saúde – disse Taylor, e todos riram.

– Aí, sério, acho que a gente devia ir – reafirmou Jeremy. Todos concordaram e cada um foi em direção a seu quarto.

– Vou me arrumar – disse, dando um selinho em Taylor. Voltei ao meu quarto, tomando outro banho com a água gelada. Rio de Janeiro fazia calor até a noite? Que isso!
Vesti uma camiseta que eu mesma customizara com a black flag, uma calça metade preta, metade branca, e meu velho All Star. Um pouco de delineador nos olhos e estava pronta. Passei o dedo nos cabelos para penteá-los. Até que eu havia sido rápida dessa vez.

Peguei meu celular de cima da cabeceira, e tinha 6 SMS novas. A maioria dizendo “cadê você?” ou “você está atrasada!”. Ué?

Tranquei a porta do quarto e desci as escadas correndo, rumo á van que me esperava nos fundos do hotel.

– You are late! – disse-me Josh assim que eu entrei na van.

– I’m not late! – respondi, com cara de emburrada.

– What do you think about late people?

– About what? - Jeremy disse, sabendo o que deveria fazer.

– Late people - reafirmou Josh.

– Oh? Hayley?

– Yeah.

– I think late people should all die – respondeu Jeremy, e nós três rimos juntos.

Nós fomos o caminho todo assim, rindo e conversando, até chegarmos ao Citibank Hall, onde faríamos o show. Chegando lá, fizemos a passagem de som até a hora do show, quando saímos do palco e as luzes se apagaram. Depois que todos entraram, então nós fomos ao palco. Apresentei Jeremy, no baixo, e Taylor, na guitarra solo.

– We are Paramore! – todos gritaram junto conosco. – E agora, na guitarra rítmica e na bateria... Nossos velhos amigos, Josh e Zac Farro!

A platéia foi ao delírio. As pessoas gritavam, choravam, berravam... Afinal, a banda se iniciou com eles dois. Por mais que estivessem fora dela agora, as pessoas ainda tinham um afeto enorme por eles.

E naquela noite eu cantei com um sorriso mais que estampado no rosto, e pude perceber que todos no palco exibiam a mesma expressão. Simplesmente porque era ótimo estar ali com todo eles... Como nos velhos tempos.