You Disappear escrita por Cicy


Capítulo 1
And then you disappear.


Notas iniciais do capítulo

História totalmente dedicada a Carol (iero n), minha Ge fêmea. Te amo demais sua linda []. Espero que goste.



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O sol já começava a nascer ao longe espantando aos poucos a escuridão. O moreno passara toda noite e madrugada ali, em frente ao mar, sentado na areia fria. Havia olheiras enormes em volta dos olhos esverdeados e murchos devido ao cansaço. Ele bem sabia, ou pelo menos podia imaginar como devia estar sua aparência. Um desastre! Georg havia perdido completamente o sono depois do convite repentino que recebera do melhor amigo.

Enfiou uma das mãos no bolso da calça jeans e tirou de lá o celular. Olhou por curtos segundos a tela apagada. Talvez não fosse uma boa ideia reler aquela mensagem, só doeria mais. O moreno soltou uma lufada apertando os olhos, já estava doendo demais agora, mais do que podia explicar, mais do que podia ser possível. A verdade é que já estava tudo perdido, depois que havia admitido para si mesmo o que sentia, Georg se afastou do amigo, se afastou de todos, passava mais tempo perdido em seus próprios pensamentos do que em qualquer outra coisa. Mas ficar realmente longe dele era tecnicamente impossível já que tocavam na mesma banda. Contra a vontade tinha que ficar horas e horas no mesmo ambiente que ele, ensaiando as músicas, e sendo melhores amigos já que nem se passava pela mente do rapaz o tamanho carinho, por assim dizer, que Georg sentia.

Por fim o moreno apertou um botão qualquer acendendo a tela. Havia dezenove mensagens, quatro a mais desde a ultima vez que pegara o aparelho para ver as horas, uns trinta minutos antes daquele momento. Mas o interessante era que dentre as dezenove três eram de David, duas de Gustav e duas de Bill. Todas as outras eram dele. Doze mensagens desesperadas, ansiosas por respostas que não vinham desde que se despediram no corredor dos quartos. Ignorando-as, Georg abriu aquela mensagem. Fixou os olhos no que estava escrito começando a ler lentamente:

“Ér... Oi. Eu sei que se estava dormindo e acordou com essa mensagem vai querer me matar depois, mas estou sem sono. Agora, se acordou, talvez esteja pensando: E eu com isso? Enfim, eu vou dar uma volta. Quer vir? É isso, descerei em 15 minutos, não atrase. Impossível para você, eu sei. Beijos lindinho do seu Tom.”

Os lábios agora pálidos de Georg curvaram-se num sorriso fraco ao fim da mensagem, e foi ainda maior quando lembrou-se do passeio que tiveram. Na verdade não aconteceu nada demais entre eles, mal sequer trocaram uma palavra, mas seu sentimento por Tom era tão forte que chegou ao ponto que apenas por ser o escolhido para fazer-lhe companhia, apenas por estar ali, ao seu lado, andando lentamente sobre a areia, sentindo a brisa da noite arrepiar-lhe a nuca enquanto o moreno suspirava tantas vezes só para quebrar um pouco do silêncio se tornava a melhor coisa de sua vida. Mas foi a volta que o intrigou, quando o elevador abriu no andar de seus quartos e ele olhou para Tom que estava de cabeça baixa, os olhinhos cansados e sonolentos, e os lábios de um rosa claro, entreabertos, como se tivesse algo a dizer. Georg esperou alguns segundos, mas ele nada falou. Então ele o olhou também, o castanho no esverdeado, e o que durou apenas alguns segundos pareceu séculos para Georg. Em seguida o de tranças sorriu simplesmente. Nem sabia que a mente do mais velho gravaria aquela imagem e o torturaria por muito, muito, muito tempo.

Com certeza toda aquela ideia de que Tom tinha algo a falar era somente fruto de sua imaginação fértil, pois aquela não era a primeira vez que tivera essa impressão. Tom, segundo seus olhos, já havia agido de um jeito estranho com ele, às vezes parecia tão amoroso e de repente, sem mais nem menos, retirava-se quieto e até frustrado, de uma forma que nem os mais próximos dele entenderiam. De um jeito que ninguém estava acostumado. As brincadeiras também haviam mudado, antes Georg era objeto de gozação do mais novo, mas agora, como se Tom soubesse dos que se passava em seu coração, o moreno insistia em dizer que estava apaixonado pelo outro, que tinham algo, mandava beijos de longe e depois sorria brincalhão, e Georg, como se não fosse já esperado, se entregava àquilo, tentando não se iludir.

A questão agora é que mesmo que Tom não tivesse nada a dizer-lhe, Georg tinha, e deveria dizer, ou aquele sentimento explodiria dentro de si, como uma bomba relógio, e não queria imaginar o que aquilo poderia fazer consigo.

Deu uma longa piscada sendo acordado daqueles pensamentos por algo molhado e frio a tocar-lhe os dedos dos pés. Olhou para a pequena onda que arrastava-se sobre a areia para trás. A noite inteira, persistentemente, as ondas tentavam alcançá-lo, mas sempre se quebravam antes que isso acontecesse. E novamente elas tentavam, e agora chegaram até ele. Talvez, como uma onda, ele deveria tentar de toda forma alcançar Tom, mesmo que se quebrasse no caminho, varias e varias vezes, um dia o alcançaria, e seria bom.

– Georg? O que está fazendo aqui? – todos os pêlos do moreno se eriçaram ao ouvir aquela voz grossa e rouca atrás de si. – Há quanto tempo está aqui? – perguntou cheio de preocupação, inclinando-se minimamente para poder ver seu rosto.

– O-oi Tom. – cumprimentou quase num sussurro, virando-se devagar, forçando um sorriso torto no canto dos lábios. Seu coração estava pulsando tão rápido que parecia ser audível.

– Como oi? Me responde! Estamos te procurando desde mais cedo, te mandei um monte de mensagens. Por que não me respondeu? – Tom parecia realmente frustrado. Cruzou os braços com as sobrancelhas erguidas, esperando uma resposta, mas o moreno apenas desviou o olhar, cansado. O de tranças murmurou um riso, soltando os braços e se aproximando mais. – Sabe que o Bill vai querer te matar quando te encontrar né?

– Ele também está me procurando? – Georg arregalou seus olhões verdes. Bill realmente havia acordado e levantado para procurá-lo? – Argh. – grunhiu pondo as mãos na cabeça que já começava a latejar mais forte. Como ia doer quando o Kaulitz mais novo começasse seu discurso.

– É. Vamos logo, quem sabe conseguimos chegar antes de Bill. – acenou com a cabeça para que se levantasse logo, e foi o que o outro fez.

Bateu as mãos no jeans tirando a areia e, em passos largos, caminhou em direção a Tom. Baixou a cabeça quando estava preste a passar por ele, por nada podia encontrar aqueles olhos castanhos. Quando pensou ter consigo sentiu a mão do outro segurar seu braço, e instantaneamente olhou-o, bem nos olhos. Tom estava tão sério, mas radiante, olhando-o tão fixamente, e os lábios rosados se entreabriram, como se quisesse dizer-lhe algo. Georg piscou fortemente, com certeza precisava de horas e horas de sono, ou de uma terapia, pois sua cabeça estava começando a projetar coisas que não estavam acontecendo e seus olhos vendo coisas que não existiam.

– Georg. – o moreno chamou-o baixo. Quando o outro reabriu os olhos Tom não o fitava mais, seu olhar estava fixo no chão. – Eu queria saber se... – e pausou umedecendo os lábios. – Se você está assim porque... – Tom ergueu a cabeça. Georg tinha certeza que deveria estar completamente pálido e seu coração, quase lhe saindo pela garganta, batia desesperado. O de tranças suspirou e voltou a olhá-lo da mesma forma fixa. – Você está bem? – Definitivamente Tom não era nada bom em mudar de assunto. Georg apenas assentiu decepcionado e confuso. – Mesmo? Sabe que pode se abrir comigo Ge.

– Eu sei. – disse forçando um sorriso. Ele podia realmente, e devia, mas o problema envolvia Tom de uma forma tão grande que nem ele próprio era capaz de medir. Mas tudo bem, Georg era só uma onda que persistentemente tentaria alcançar Tom, e mesmo quebrando-se varias e varias vezes no caminho, tendo que recomeçar, ele estava disposto, porque Tom valia a pena e acreditava fielmente que o alcançaria.



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Notas finais do capítulo

Então, minha primeira torg então nem me atrevi a muita coisa, espero que tenham gostado e aguardo por reviews.
Besocas.
Ps: Se encontrarem algum erro, por favor, me avisem por review. Obrigada.