Era sábado e todos se preocupavam com o jogo de quadribol. Eu não iria. Precisava ficar na escola, estudando para um exame de runas antigas.

Desejei boa sorte à Harry, e segui direto para a biblioteca. Não acredito que perderia um jogo como esse, à toa, além do mais, afinal, não conseguia me concentrar. Percebi que tinha lido três páginas, e nem me lembrava sobre o que era.

Entre uma página e outra, me dava um intervalo para pensar. Não sobre runas antigas, mas sobre a pergunta de Harry. Ela se repetia em minha cabeça. “você realmente está com pena de Malfoy?”

A porta da biblioteca se escancarou. Um garoto com cabelos loiro-acinzentados entrou, e trancou a fechadura.

_____________________________ Draco Narrando:

Eu estava tomado pelo desespero, qualquer ajuda me serviria, para concertar aquele armário estúpido!

Sábado de manhã, todos foram ao jogo de quadribol e eu permaneci no castelo. Corri à biblioteca aparentemente vazia, em busca da seção reservada. Talvez houvesse algum livro sobre isso.

Ouvi algo. Havia mais alguém na biblioteca. Me dirigi à última estante e vi uma juba de cabelos castanhos correr em direção à porta.

–Petrifucus totalus!

O corpo que fugia ficou paralisado e pude ver quem era.

–O que faz aqui Granger? - guinchei. Logo depois percebi o quão estúpido eu era. Era óbvio que ela não iria responder, paralisada. Murmurei um contra-feitiço.

–Ah, o que VOCÊ faz aqui Draco? não deviea estar lá fora jogando?

–isso não lhe interessa Granger, vá embora sangue-ruim.

Ela levou a mão ao bolso do uniforme

–Oppugno! – Ela gritou, com a varinha em mãos.

–Protego!

Avistei o relógio da biblioteca. Droga! Logo estariam todos de volta ao Castelo, não podia desperdiçar meu tempo.

Me virei de costas para Granger, e corri em direção à seção reservada. Ela surgiu logo atrás de mim, minutos depois, mas eu não me importava com isso agora, estava perdendo meu tempo. Precisava achar algo!

__________________________Hermione narrando:

Draco Malfoy havia entrado na biblioteca. Tentei correr em direção à saída sem ser percebida, iria estudar em minha sala comunal mesmo. Infelizmente ele me notou. E me petrificou.

Percebeu que era apenas eu, então me livrou do feitiço e me chamou de... sangue-ruim.

Conjurei oppugno, ele se defendeu, e correu direto à seção reservada, fingindo que eu nem sequer estava ali.

Ele folheava todos os livros que via pela frente.

–Droga, onde está? Eu preciso achar! – ele repetia. - Ah, ele vai me matar!

Então era verdade. Voldemort mandara Malfoy fazer algo, dentro do Castelo. E por sinal, Malfoy não conseguira.

–O que ele...O que ele te mandou fazer Draco? - perguntei.

Ele se virou e me encarou.

–O que quer dizer com isso Granger?

–Eu já sei de tudo Malfoy. Voldemort lhe pediu para fazer algo dentro do castelo. O quê?

–Eu... – Ele olhava para o chão, como se cogitasse uma idéia. - Isso não te interessa Granger. Tenho mais coisas a fazer do que ficar me explicando para uma... Pra você.

–Seja qual livro estiver procurando, você tem menos de uma hora para achar – eu disse, acenando a cabeça para o relógio na parede. - é bom se apressar Draco.

–Eu não preciso que você me diga o que fazer.

–Hum... Você tem 35 minutos.

Ele me fitou por alguns segundos.

–Hermione, ele... Ele ameaçou me matar – Ele olhou para baixo e virou as costas pra mim apressadamente. Pela sua voz, parecia que estava prestes a chorar. – Ele ameaçou matar minha família. Eu... Eu não sei mais o que fazer.

Eu fiquei quieta. Estava atônita demais, Draco Malfoy parecia me pedir ajuda.

–Confesse - finalmente disse algo. – Diga para Dumbledore, e ele te dará proteção.

– Eu não posso Granger. Voldemort iria me achar. Eu... Eu devia saber que você não iria me ajudar... Vamos sair daqui. O quadribol acabou.