Eram sete horas. Isso mesmo, sete horas. Queria deixar bem claro aqui que fugimos da escola lá pelas dez horas da manhã. E agora são sete da noite... Imaginem o quão bêbado o Johnny, por exemplo, não está. Pois é...

  - Gente – berrei, rindo – Já venho ok. Vou ao banheiro.

Levantei-me cambaleando e andei em direção ao banheiro. Não conseguia entender como me lembrava de andar ainda. Acho que nunca bebi tanto na minha vida em um único dia. Qualquer minuto a partir de agora meu fígado entra em protesto. Até consigo o ver segurando uma plaquinha de protesto... Mas acho que é o álcool no meu cérebro.

Ouvi alguns passos atrás de mim então agilizei o caminho e entrei logo no banheiro sem nem olhar pra trás. Ultimamente fico paranoica quando escuto passos atrás de mim, você nunca sabe quando pode ser outro idiota tentando se apossar de você e te fazer matar seus amigos, não é?

Fiz o que tive que fazer e lavei as mãos, dando uma checada no espelho. Não deveria ter feito isso. Meu Deus... Que cara é essa? Preciso parar de beber, apenas acho. To parecendo um monstro... Sem contar nessa maquiagem borrada. Argh.

Caminhei lentamente em direção a porta e quando abri a mesma dei de cara com Brian me esperando, encostado na parede da frente.

— Oi. – sorriu. Daquele jeito sedutor que ele sabe fazer... Ridículo.

— Oi... – vi-o se aproximar, congelei. Ok, foda-se. Ainda tenho reações estranhas quando estou perto dele, qual é o problema? Brian sempre mexeu comigo, isso nunca foi novidade. Talvez antigamente eu conseguisse disfarçar, mas hoje em dia nem tento mais, quero mais é que se foda. – Veio atrás de mim por quê?

— Como se você não soubesse Marie... – ele já estava tão perto de mim, que sentia sua respiração bater na minha bochecha.

— Brian, sai. – empurrei-o.

— Qual é! – chegou mais perto, mordiscando o lóbulo da minha orelha de leve. – Você nunca resistiu.

“Eu sei”, pensei comigo mesma, contudo apenas fiquei calada sentindo-o intensificar os “carinhos”... Ou devo chamar de provocação?

— Além do mais. Você sempre me teve, era só piscar e eu estaria ali. Nunca percebeu isso? – beijou de leve meu maxilar e logo em seguida o pescoço. Suspirei pesadamente, me sentindo uma idiota – como sempre – por ser afetada desse jeito.

— Brian... – minha mão estava em seu peito, pronta para empurra-lo. Mas minha vontade dizia outra coisa. Algo que, infelizmente, cada parte do meu corpo concordava.

— Você sabe que resistir é inútil. – concordei mentalmente, porém sem demonstrar qualquer emoção a ele.

Eu podia ir embora. Podia empurra-lo, dizer que não queria mais nada com ele. Que era um inútil e que não me abalava de maneira alguma. Mas seria tudo mentira. Devo dizer que sempre tive uma quedinha por ele. Coisa normal. Toda garota daquela escola já foi apaixonada por Brian Haner. Ele tem esse poder sobre todas, é impressionante. Chega até a ser ridículo. Mas quem pode lutar contra? Não sei por que lutei tanto contra o que sentia por ele. Principalmente quando me beijou, quase dois anos atrás. Talvez seja porque realmente não queria estragar a amizade, mas hey, estamos falando do Brian aqui. Até parece que um não o abala tanto assim. Provavelmente era pro mim mesma. Sabia que entraria num beco sem fim. Me envolvi, me apaguei. E não fui a única porque lá estava ele, ali, na minha frente tentando quebrar minha barreira e ser dele mais uma vez.

Brian me encarava atentamente e eu conseguia ver um pouco de medo nos olhos dele. Ele não queria ser rejeitado. Não queria que fosse embora. Mas adivinha só? Nem eu.

Brian’s POV.

Quando pensei que ela já havia desistido e que a batalha era perdida, eis que, mais uma vez, sou pego de surpresa. Marie me puxou pela camiseta e simplesmente me atacou, num beijo feroz e urgente. Totalmente diferente do que estava esperando. Mas, afinal, quando ela não me surpreendia?

Em poucos minutos estávamos sem ar. Ela arranhava e beijava com tanta vontade que quase cogitei a ideia de roubarmos o carro do Matt. Não sei se ele ficaria tão contente com isso.

— Brian... – Marie sussurrou em meu ouvido me causando leves arrepios, encarei-a. Ela sorriu pervertidamente. – O banheiro está vazio.

Era tudo que precisava ouvir.

Marie’s POV

E lá estava a Marie pervertida que só ele conseguia despertar. Com um olhar de aprovação puxei-o pelo cinto e o conduzi até uma das cabines do banheiro. Brian trancou a porta atrás de si e voltamos a nos beijar como loucos.

Brian tinha todo esse jeito brusco enquanto beijava que me deixava completamente louca. Ok, sim. Gosto quando ele é brusco, qual é o problema?

Num piscar de olhos já estava com as pernas envolta de sua cintura enquanto ele me segurava  de um jeito bem cafajeste e me prensava na parede da cabine distribuindo chupões e mordidas pelo meu pescoço me levando cada vez mais a loucura.

— No banheiro do bar? Sério mesmo Brian? – falei ofegante, enquanto ele mordiscava minha mandíbula, soltando o ar num riso.

— Vai realmente querer parar agora? – perguntou enquanto me beijava. Neguei com a cabeça o trazendo para mais perto de mim que podia. Ou pelo que era permitido pela física.

— Cala a boca e continua. – reclamei, mordendo seu lábio inferior selvagemente. Em poucos segundos minha blusa caiu no chão e logo em seguida a dele.

— Tem certeza que não quer ir pra outro lugar? – ele perguntou ironicamente. Respondi beijando. Brian entendeu o recado prontamente e logo o negócio começou a pegar fogo. Meu shorts foi pro chão junto com a calça dele e em poucos minutos estávamos lutando por prazer em um cubículo. No fim das contas nem foi tão difícil assim, acho que tínhamos prática no negócio.

— Que tal voltarmos pra mesa? – perguntei. Brian negou com a cabeça me apertando mais contra ele. Sim, estávamos dentro da cabine do banheiro ainda. Estava sentada no colo dele e ele nem preciso dizer onde estava sentado né, por favor. Abracei-o com força, tentando demonstrar um pouco do todo que estava sentindo no momento. Beijei o pescoço dele de leve e apoiei meu queixo em seu ombro. Brian suspirou.

— Acho melhor voltarmos. – disse, por fim. Concordei balançando a cabeça e levantei.

Caminhei até o cabelo para poder arrumar meu cabelo e ele apareceu por trás beijando meu ombro. Sorriu.

— Eu que fiz todo esse estrago? – perguntou, encarando meu reflexo no espelho.

— Se o cabelo tá assim, não quero nem ver o resto do corpo. – respondi e ele riu alto, beijando meu ombro novamente em seguida.

Andamos lentamente até a mesa juntos e sem perceber chegamos lá de mãos dadas. Todos estavam encarando e sorrindo.

— Se acertaram finalmente? – Jimmy perguntou, dando um gole em sua cerveja.

— Qual foi o total de estrago no banheiro? – Matt foi direto, me fazendo corar e rir ao mesmo tempo.

— No banheiro não sei. Mas em mim, posso garantir uns roxos e tanto. – falei e todos riram.

Ficamos mais uma meia hora no bar até decidirmos que foi o suficiente por hoje e resolvemos ir para casa. Matt deixou cada um em sua respectiva casa, tirando Brian que resolveu ir pra minha.

Com todo aquele exercício no banheiro minha bebedeira já tinha passado a uns bons quarenta minutos então não precisei me preocupar em esconder o porre. Mamãe ficou feliz de vê-lo ali e nem reclamou de ter que fazer jantar. Fantástico como o humor dessa mulher muda quando algum dos meus amigos está por ali. Fico até indignada às vezes.

Jantamos e vimos filme com mamãe e Tom até ficar tarde o suficiente para termos que ir dormir porque, afinal de contas, hoje não foi o ultimo dia de aula, mas sim amanhã. E isso me trazia algumas lembranças não muito boas e outras decisões ainda piores.