Marie’s POV.

Aquela vadia ficava se arrastando e dançando e babando no Brian. Isso já estava me tirando do sério, porém tentei ao máximo ignorar e fingir que não vi. Tarefa quase impossível já que eles estavam praticamente na minha frente. Ela fazia questão de se arrastar pelo corpo dele e... Argh. Piranha.

Virei à cara no mesmo instante em que aquela vadia ousou olhar em minha direção. Juro que se beber mais um pouco, enfio os dentes dela garganta adentro. E sem nem um pingo de dificuldade. Se eu teria que aguentar aquilo a noite toda, pelo menos precisava de mais um incentivo ao divertimento. Acho que apenas um não fez efeito.

- LENI! – gritei em meio a tanto barulho e consegui com sucesso chamar a atenção de Leni que estava conversando com algumas pessoas. Ele aproximou-se rapidamente e, como sempre, me puxou pela cintura para mais perto dele. Não resisti em dar uma olhadela para Brian que fingia estar confortável com isso, porém esquecendo-se de relaxar o maxilar.

- Diga meu amor. – disse aquele palhaço olhando para mim e sorrindo. Revirei os olhos.

- Preciso de... – não precisei nem terminar a frase e ele já foi logo estendendo a palma da mão e entregando-me mais um comprimido.

Agradeci com um aceno de cabeça, porém ele não saiu de perto. Dei de ombros, finalmente ingerindo a capsula junto com o conteúdo que havia dentro do meu copo.

Leni começou a distribuir beijos por toda a extensão do meu pescoço, enquanto ficava arrepiada com o gesto. Não resisti e dessa vez encarei Brian, que há minutos atrás fazia o mesmo enquanto aquela prostituta de esquina se esfregava nele. Ambos nos encaramos e por alguns segundos até esqueci a presença de Leni.

Por fim ele tentou algo a mais e me beijou. No começo não queria corresponder, mas só de imaginar a cara que Brian poderia estar fazendo, ignorei qualquer sentimento e finalmente correspondi. O beijo era urgente, extremamente rápido e até mesmo picante. Leni beijava bem. Logo estávamos numa confusão de braços e beijos. Estava começando a ficar bem claro qual era a intenção dele ali. Porém fingi ignorar e continuei apenas nos beijos.

Brian cansando de ver aquilo agarrou a puta dele e saiu de perto de mim. Pude ver para onde eles estavam indo com o olhar e alguns minutos depois dei um jeito de me livrar do meu querido amigo, que estava insistentemente grudado no meu pescoço.

Zacky’s POV.

- Não me surpreende. – Matt comentou. Assenti com a cabeça.

Estávamos apenas assistindo tudo. Obviamente não dispensamos uma bebida, porém a preocupação da noite era cuidar para que Brian e Marie não se matassem. O resto era lucro.

- Um provocando o outro. Que clichê. – Tom falou com a maior voz de tédio do mundo. Todos estavam cansados de ficar ali, infelizmente era preciso. Seria muito mais fácil arrastar a Marie para casa, mas não era o que queríamos fazer. Ou ela ficaria puta da vida e nunca mais falaria com ninguém. O que também é bem típico dela.

- Por que eles simplesmente não se comem logo para podermos ir pra casa? – Johnny disse. Estava sentado em cima de algum tipo de sofá bebendo cerveja.

- Porque estamos falando de Brian e Marie. – Matt respondeu.

- Eles podiam ser menos dramáticos e mais práticos. – finalmente falei.

- Estamos falando de Brian e Marie. – Matt repetiu. – Me diz quando eles foram menos dramáticos e mais práticos?

- E a resposta é: nunca. – Johnny respondeu, jogando sua latinha vazia no chão e indo pegar outra. Apenas concordei com a cabeça e sentei naquela coisa. Aparentemente um sofá.

Marie’s POV.

Não intendi muito bem porque os outros estavam todos juntos, conversando e com cara de tédio. Porém tratei de ignorar. Estava mais preocupada é com a festa que estava ignorando somente porque Brian deveria estar comendo aquela prostituta à uma hora dessas e isso me deixava com nojo.

Rodei o lugar, procurando aonde me esconder e acabei encontrando os dois – quanta ironia – que estavam nos beijos enquanto ela tentava tirar a camiseta dele e ele arranjava um jeito de fazê-la parar. Pelo menos não estavam transando. Ainda.

Revirei os olhos e caminhei na direção oposta. Era tão injusto ele estar aqui. Alias eles estarem aqui. Minha festa!

Acabei trombando de frente com um cara. Extremamente forte. Cabelos um pouco compridos – altura do ombro – e negros, olhos azuis e um sorriso extremamente sedutor. Da onde ele surgiu? Nunca havia visto-o aqui.

- Desculpa. – falei um pouco desconfortável com o jeito como ele me olhava.

- Não se preocupe. – sorriu. – Meu nome é Michael.

- Marie. – confesso que estava um pouco envergonhada, porém sorri. Ele deu uma risadinha.

- Não precisa ficar com vergonha. – sorriu. Meu deus, que tipo de sorriso é esse?

- Ok. Então vamos procurar uma bebida Michael. – antes que pudéssemos nos movimentar para qualquer lugar, ele simplesmente me pegou pela cintura e me beijou. Não tive tempo para pensar. Ele era gostoso. Estava me beijando. E era gostoso. Hm. Já disse que era gostoso? Enfim. Correspondi no mesmo instante. O beijo era uma mistura de tudo. Tinha uma pitada lentada e carinhosa, um pouco de violência e urgência. Sem contar na pitada de “quero te levar pra cama agora mesmo, pode ser?”. Foi um dos melhores beijos, definitivamente. Só não ganha do... Tanto faz.

- Será que rol – ele começou a falar, porém cortei-o totalmente com mais um beijo.

- Faça o que quiser. – foi a única coisa que pude falar antes de Michael me pegar pela cintura me suspender do chão. Automaticamente coloquei minhas pernas em volta de sua cintura e senti a movimentação ao redor de mim. Estávamos andando, era bem claro.

Chegamos a um lugar mais silencioso e afastado de todos. Ele me colocou deitada em um sofá que tinha por lá e já o puxei para mais perto de mim no mesmo instante. Distancia não é legal. Voltamos a nos beijar e quando vi já estava tirando a camiseta dele. Tive um breve momento para olhar aquele abdômen definido e... Meu Deus que abdômen é esse? Infelizmente a visão daquele abdômen foi interrompida quando

Michael resolveu tirar minha blusa, o que foi na verdade muito aceito por mim.

Estava claro o que ia acontecer. E eu não dava a mínima.

Brian’s POV.

Aquilo já estava me dando nos nervos. Não sei nem o que estava fazendo aqui com essa garota. Sem contar que ela era extremamente pegajosa e irritante.

Finalmente resolvi por um fim nessa situação. Digo, ela beijava bem. E era gostosa, mas... Sem condições no momento.

- Ei! Aonde você vai? – ela gritou, quando já estava a uma certa distancia dela.

- Dar o fora daqui.

Ela resmungou mais alguma coisa, porém me limitei a lançar lhe o dedo do meio e continuar andando.

Cheguei a onde todos estavam conversando sobre alguma coisa. Quando me aproximei eles trataram de calar a boca na hora.

- Que foi? – perguntei, pegando a cerveja que estava na mão do Zacky.

- Eu conto? – Johnny perguntou olhando pros outros. – Que tal você contar Matt? – implorou.

- Ok. – o grandão revirou os olhos entediado com a situação provavelmente. – Marie estava se pegando com um cara ai.

- E? – perguntei. É. Eu a vi aceitando beijos e caricias de um babaca enquanto estava na minha frente. Fiquei com uma vontade de quebrar cada osso do corpo do babaca, mas não pude dar o braço a torcer.

- Não é o mesmo que estava na sua frente Brian. – Zacky comentou. Minha reação instantânea foi de apertar minha mão. Pronta para dar um soco em qualquer que fosse o babaca.

Apenas continuei olhando-os. Por fim Matt se pronunciou, para terminar a “história”.

- Acho que eles não se conheciam e tal. Esbarraram, conversaram e quando percebemos já estavam se beijando. Até ele pegar ela no colo e eles irem pra sabe-se lá aonde fazer você sabe o quê.

Fiquei quieto. Completamente quieto.

Zacky’s POV.

- Brian? – Tom chamou-o estralando os dedos na frente da cara dele. Brian havia ficado imóvel quando Matt tinha terminado de falar e não teve mais nenhuma reação. Não piscou, não falou e se duvidar nem respirou. Cinco minutos já se passaram e nada do Brian reagir.

- Ei, cara! – Matt o chamou. Nada.

- BRIAN! – Johnny berrou e finalmente obtemos algo. Ele piscou algumas vezes e voltou a orbita.

- Quê? – perguntou somente. Tive que revirar os olhos e manda-lo se foder. Depois de todo o drama de ficar sem falar e tudo o mais ele me pergunta um “quê”. Faça-me o favor. Mas é claro que a primeira reação dele foi a mais obvia. Seu punho estava cerrado e pronto para acertar a cara do primeiro que cruzasse seu caminho. E isso não seria legal, devido à festa que estávamos com as pessoas que estavam ali.

Certamente morreríamos na hora. Se é que vocês me entendem.

- Vamo relaxar ai Brian. – falei. O que foi completamente em vão porque ele resolveu sair pisando fundo e resmungando algo consigo mesmo.

Isso ainda ia dar muita merda.

Marie’s POV.

Esse homem era completamente divino. Ele é divino! Sabia fazer cada movimento com uma perfeição indescritível. Foi, sem duvida, o melhor momento da festa e se duvidar das férias. Estava me vestindo. Michael já estava com suas roupas e fumava seu cigarro de um jeito extremamente sexy. Fui obrigada a desviar o olhar de seu jeito sexy quando ele passou a me observar.

- Mora aonde? – perguntou. Levei alguns segundos para processar a informação, mas por fim respondi.

- Los Angeles.

- América. – ele tinha esse sotaque britânico lindo que me deixava cada segundo mais derretida. E isso era ridículo já que não passava de uma transa... E que transa.

- É. – concordei.

- Volta quando? – olhei-o sem entender. – Pra América. – completou.

- Semana que vem. – assentiu e resolveu levantar. Acho que fiquei babando uns cinco minutos – já usando minhas roupas, é claro – até ele finalmente virar e mais uma vez me pegar no flagra.

- Que tal procurarmos bebida? – estendeu a mão para mim.

- Me parece uma ótima ideia. – concordei, pegando minha bolsa e segurando em sua mão. Caminhos lentamente de volta a festa. Aviste Brian ali por perto com uma cara nada boa. Parece que sentiu minha presença, pois logo estava olhando para mim e depois para minha mão junto a de Michael. Pegou uma bebida e saiu dali com a cara pior do que já estava. Bom, foda-se.

Matt’s POV.

O clima da festa até que era divertido. Se não fosse por Thomas perto do nosso grupo reclamando que todos eram ridículos e que se ele pudesse daria um sumiço em todos. E em Brian que sumia e aparecia a cada quinze minutos. Sempre com uma garota diferente.

Da ultima vez, porém, ele voltou sozinho. A não ser que sua lata de cerveja conte como companhia. O que pra mim daria na mesma.

Zacky suspirou já captando algo que provavelmente ninguém entendeu de início. Depois finalmente resolveu explicar simplesmente apontando para algum lugar. Todos viraram pra olhar e a situação presente se auto esclareceu.

Lá estava Marie, dançando com aquele cara que ela esbarrou – e provavelmente fez coisas a, mas, devido ao cabelo bagunçado – de um jeito extremamente sexy. O que ela sabia ser quando queria – e até quando não queria, mas é minha amiga, portanto, que seja.

- Que tal irmos embora? – Johnny se pronunciou depois do que pareceram horas.

- Ta legal aqui. – dei de ombros.

- Por mim não teria nem vindo. – Tom disse rabugento.

- Isso todo mundo já percebeu cara. – falei um pouco grosso demais. Foda-se.

- Só saio daqui quando estiver em coma alcoólico. – Brian finalmente falou alguma coisa, todos bufaram de tédio.

- Não vamos embora nunca então. – Zacky comentou. Tive que concordar.

Brian sabia beber e ele sabia muito bem como ficar bêbado e sóbrio ao mesmo tempo. Sem contar que era praticamente impossível de se fazer alguma besteira tão grande como simplesmente continuar bebendo até morrer. Qualquer defeito que Brian tinha não era comparado a esse dom supremo de saber parar.

- Só saio daqui com a Marie. – Tom falou novamente, ainda rabugento.

- Por que não a deixa ai? Ta provavelmente se divertindo com o cabeludo ali.

- Brian me poupe. Tu catou quase todas as disponíveis nessa festa. – falei.

- E se duvidar as não disponíveis também. – o anão falou.

- Foda-se.

A cada momento a situação piorava. Primeiro porque Marie parecia estar se divertindo como nunca junto do outro lá. Segundo porque Brian já estava na nona cerveja e terceiro porque Tom não parava de resmungar um segundo se quer.

- Tom. Vai lá chamar a Marie. Não aguento mais isso.

E eram apenas três horas da manhã.

Marie’s POV.

Ele tinha uns braços tão fortes... E conseguia ser tão carinhoso e cafajeste ao mesmo tempo... O pior de tudo era achar isso familiar.
Estávamos dançando qualquer porcaria que tocava no rádio do carro. Sentia milhões de olhares – principalmente femininos – pra cima de mim e tentava ignorar todos. O que não era nem um pouco difícil já que estava tão afetada de tanta bebida e comprimido que tudo em volta era desnecessário.

- Marie. Vamos embora? – Thomas apareceu de repente do nosso lado. Levei até um susto, não lembrava que ele estava ali.

- Mas estou me divertindo Tom. – choraminguei. Ele apenas ficou me encarando e pude entender que não havia mais discussão. Era ir pacificamente ou Thomas chamaria o armário do Shadows pra vir me buscar. E eu realmente não queria pagar esse mico. – Ok, já estou indo.
Ele assentiu e saiu de perto, voltando pro grupinho que eu conhecia tão bem.

- Seu irmão? – Michael perguntou. Fiz que sim com a cabeça. – E aquele pessoal?

- Meus amigos. – dei de ombros.

- E aquele outro ali com cabelo pra cima, cara de ceifador amassando uma latinha na mão, olhando para cá? Seu amigo também?

Não pude deixar de rir da descrição que Michael havia feito de Brian. Porém a cara de ceifador estava lá e ele realmente estava amassando a latinha com a mão, nos encarando.

- Mais ou menos.

- Entendi. – sorriu. – Bom, você precisa ir. Te vejo ainda?

- Não sei. – dei de ombros novamente.

- Certo. Bom, se não te ver mais, foi ótimo te conhecer... – sorriu safadamente e quase cai de joelhos bem ali. Urgh, gostoso. – E... Qualquer coisa... – ele colocou a mão dentro do bolço da minha saia e tirou meu celular dali de dentro. Mexeu por alguns minutos e colocou novamente no bolço da minha saia. – Me liga.

- Ok. – sorri novamente e não esperava por um beijo, mas foi o que recebi. E foi de tirar o folego.

Aos tropeços caminhei em direção ao pessoal.

- Vamos? – todos assentiram. Andamos até o carro e ao finalmente entrar nele desabei. Tive que ir no colo do Zacky que ironicamente estava sentado ao lado do Brian.

Acabei tombando minha cabeça para trás, encaixando entre o ombro e o pescoço do Porpeta.

E cai no sono.