Harry Potter E A Revolta Dos Lâncatropos escrita por jujuba


Capítulo 22
Apreensão.


Notas iniciais do capítulo

Ansiosas por este post? Espero que sim!
ENJOY!



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- Pode ser a qualquer momento, a qualquer dia. – Anabelle falava olhando para a xicara de chá quente que possuía em suas mãos. Ela podia não demonstrar muito, mas isso a estava apavorando. – Midnight tentou convencer alguns lâncatropos de não fazerem a guerra, mas, por incrível que pareça, há uma democracia dentro dos clãs e a grande maioria preferiu ter a guerra.

- E voce... Terá que se envolver nela? – Ron perguntou.

Anabelle suspirou – Não, mesmo que muitos bruxos iram participar, os donos, eu não poderia nem se quisesse. Primeiro porque Midnight nunca permitiria e segundo porque eu ainda sou menor de idade, eu seria presa se entrasse em uma batalha e terceiro Dumbledore também nunca permitiria então não há chances de eu entrar nessa.

Respirei mais aliviado. – E os outros donos?

- Com certeza irão. – assentiu e então levantou o olhar.

- Sabe quem são?

- Conheço alguns, por estarmos na mesma tribo, sabe. Há o Gibbon, ele é o dono de Scar. Comensal. – ela disse franzindo o cenho. – Ele era da mesma tribo que eu, porém eu pouco me aproximava dele, tanto porque ele quase não era ligado a tribo. – ela parou para pensar. – Agora da nossa tribo, eu só conheço mais dois, Pio Thicknesse. Trabalha no Ministério da Magia. E também há Guga Jones...

- Pera ai, Guga Jones? – Ron disse surpreso. – A batedora do time feminino de quadribol?

- Sim, mas eu duvido que ela entrará na briga, quero dizer, ela é famosa. – Anabelle deu de ombros. – É melhor mesmo que os donos não se envolvam.

- Aonde Midnight está agora? – perguntei.

- Está perto das montanhas da Grã Bretanha, estão fazendo um conselho por lá. Ao que parece Midnight não quer ser a primeira a fazer o ataque, quer que eles o façam. Por isso que não tem uma previsão certa de quando vai acontecer, mas todos da tribo já disseram que a guerra acontecerá.

- O Ministério da Magia sabe? – Mione questionou.

- Eu acho que sim, principalmente porque Pio é do Ministério, mas não há nada que eles possam fazer. O Ministério da Magia não interfere em assunto dos lâncatropos, são os únicos animais que eles não controlam.

Havia tanta coisa acontecendo! Eu achando que apenas Voldemort era meu problema, mas noto agora que acontecimentos muito mais grandiosos estão acontecendo, no fundo é porque Voldemort está manipulando a situação, mas o Ministério nunca julgaria ser ele por trás de tudo o que esta acontecendo, colocariam a culpa na selvageria dos lâncatropos.

Empurrei minhas preocupações de lado e me concentrei em deixar Anabelle mais tranquila, ela explodiria se ficasse nessa angustia, pois como ela disse, poderia ser a qualquer momento.

Aos poucos a Sala Comunal foi se enchendo e nosso assunto foi morrendo, eu me questionava o que estaria acontecendo neste exato momento nas montanhas da Grã Bretanha. Ficava imaginando quais decisões Midnight estaria tomando. Ser líder de algo tão grandioso e perigoso como os lâncatropos não deveria ser para qualquer um. Embora Midnight sempre se apresentasse com atitude de imponência majestosa eu me perguntava se lá no fundo essa situação toda não estava sendo demais para ela, se não estava sendo um fardo demais para ela.

- Eu não quero ficar pensando muito nisso. – Anabelle abanou a mão como se expulsasse uma mosca – Temos que nos concentrar na escola no momento, acredito que tudo se resolverá bem. – ela não tinha muita convicção em sua voz, só queria nos acalmar, porque eu tinha certeza que nossas caras não eram as melhores e mais confortantes do mundo.

- Bom. – Mione disse trocando de assunto – Amanhã nós teremos que fazer uma visitinha no Três Vassouras.

- Mas as viagens não foram canceladas? – Ron disse.

- Bom, sim, foram. – Mione disse cautelosa – Mas Fred e Jorge vivem saindo do castelo pelos esconderijos e não custa nada nós fazermos o mesmo.

- Quem é voce e o que fez com a nossa Hermione? – Ron a olhou estranho.

- Pare com isso. – Mione rolou os olhos, mas um discreto sorriso apareceu no canto de sua boca – É um bem maior nos arriscarmos.

- E o que vamos fazer por lá? – perguntei.

- Isso eu só conto quando chegarmos lá.

* * *

- Isso é loucura. – falei para Mione. Anabelle não quis vir conosco, então veio apenas nós três o que, particularmente, foi mais seguro, já que não cabia quatro debaixo da capa de invisibilidade.

Fomos por um dos tuneis que os gêmeos nos indicaram e nos guiávamos pelo Mapa do Maroto, para ver se Argo não estava atrás de nos.

- Eu espero que isso valha a pena, Mione. – Ron se queixou. Assim que entramos no túnel retiramos a capa.

- Valerá! – ela garantiu e andamos apressados pelo túnel escuro.

- Pode nos contar o que é?

- Bom, Anabelle me deu um excelente ideia e ela tem razão, Harry, se ninguém realmente conhecer a sua verdade eles não terão outra saída se não acreditar nas loucuras que o Ministério diz. Então eu mandei algumas cartas e Rita Skeeter concordou em publicar a sua versão no Profeta Diário. – ela disse toda orgulhosa.

- Rita Skeeter? – eu disse franzindo o cenho – Porque ela nos ajudaria?

- Porque ela é um animago ilegal, prometi a ela que se ela publicasse essa historia eu nunca mais a chantagearia com isso. – deu de ombros – Ela dará um jeito de publicar a historia sem a interferência do Ministério da Magia.

- Mione... Ual! – eu e Ron dissemos juntos.

Saímos do túnel e estávamos dentro da Dedos de Mel, tornamos a colocar a capa e saímos da loja, que estava bem movimentada, mesmo já sendo fim de tarde. Entramos no Três Vassouras e tomamos cuidado para não esbarrarmos em ninguém, Rita Skeeter estava sentada na mesa mais distante e escura de todos. Olhava ao redor com seus olhos afiados e um tanto preocupados. O cachos que em geral eram perfeitamente cuidados e domados estavam com uma aparência opaca e embaraçada. Seu costumeiro batom vermelho já tinha saído de sua boca e apenas o contorno sobrara. Rita também estava com uma aparência extremamente cansada.

Retiramos a capa e nos sentamos a frente dela, que se colocou em posição profissional.

- Nos encontramos novamente, Potter. – ela disse com um sorriso convencido. – É verdade que voce e Anabelle Bodini estão juntos? Que voce largou a Cho para ficar com Anabelle? Um tanto ousado da sua parte, não é mesmo?

- Não viemos aqui para isso, Rita. – Hermione disse firme.

Rita a olhou atravessada. – Bom, vamos lá então. – sua pena magica e seu bloquinho de notas se elevaram no ar.

Neguei com a cabeça. – Nada dessa pena maluca escrever por voce, da ultima vez ela escreveu coisas absurdas. – falei.

Rita Skeeter respirou fundo e tomou a pena em suas mãos. Comecei a contar tudo para ela e notei que a mesma ficou mais apreensiva quando a historia se tornou para o cemitério e quem eu encontrei lá. Sua mão tremia levemente, mas ela não falou nada, apenas continuou a escrever, ocasionalmente pedia mais detalhes de certas partes, mas isso era raro.

Assim que terminamos Hermione agradeceu e deu sua palavra de que não tornaria no assunto do animago, Rita não pareceu muito convencida, mas disse que a matéria sairia na próxima edição. Voltamos a nos esconder sob a capa e retornamos ao castelo. Havia sido uma ideia de gênio de Hermione fazer com que a verdadeira historia fosse publicada no Profeta Diário, jornal aonde desde o inicio deste ano havia falado mal de mim. Imagino como o Ministério ficará assim que os jornais saírem e tomarem a repercussão que tomaram. É claro que Dolores ficara possessa conosco, mas ela não tem como provar que saímos do castelo... Eu acho.

* * *

- Eu falei com Luna enquanto vocês haviam saído. – Anabelle disse assim que chegamos. – Ela disse que vai anotar toda a sua historia também, Harry, e mandará para o pai dela publicar a na revista dele. Vocês já deram uma olhada nela? Eu achei que era bobagem, mas tem algumas coisas interessantes e é uma revista que está 100% ao lado de voce e Dumbledore. – ela nos mostrou a revista e algumas matérias que a mesma possuía.

- Isso é bom, pelo menos teremos feito nossa parte, agora se a população bruxa vai acreditar ou não isso não é conosco. – Ron disse e bocejou. – Bom, eu vou dormir. Noite para vocês. – e subiu as escadas.

- Eu também já vou indo, vejo vocês amanhã. – Mione subiu logo após Ron.

Sentei-me ao lado de Anabelle no sofá de veludo vermelho. Aconchegamo-nos ainda mais e Anabelle acendeu a lareira. Não falamos nada, apenas ficamos abraçados e assistindo as chamas dançarem. Talvez, lá no fundo, Sirius tivesse razão, talvez não fosse uma boa ideia Anabelle e eu ficarmos juntos, ela tinha o problema com os lâncatropos e eu com Voldemort e no final das contas tudo estava interligado tão firme que eu temi, naquele momento, temi mais do que tudo por ela.

Eu não queria provocar tristezas em sua vida, não queria torna-la difícil, na verdade, se eu pudesse eu a protegeria de todos os problemas e confusões que poderiam aparecer em sua vida. Vê-la apreensiva, triste e preocupada não me apetecia nem um pouco, eu poderia facilmente pegar toda a sua apreensão, tristeza e preocupação e eu mesmo lidar com elas, porque por mais que eu soubesse que Anabelle de inofensiva não tinha nada, sua aparência enganava muito e muitas vezes eu me pegava pensando o quão frágil ela era para uma situação como a que estávamos tendo.

Apertei-a ainda mais em meus braços, sentindo aos poucos seu corpo relaxando em frente ao meu. Ela havia dormido. Eu podia acordá-la e dizer que devíamos ir para os dormitórios, mas meu corpo protestou por esse ato e quando me dei conta também havia dormido.

* * *

Um barulho tirou-me do sonho. A lareira já tinha se apagado e a Sala Comunal estava vazia e escura, Anabelle ainda ressoava baixinho a minha frente. Tentei me erguer sem acordá-la. Olhei ao redor e não encontrei ninguém. Devia ter sido apenas o vento na janela.

Massageei meu pescoço, que estava dolorido, e suspirei. Abri os olhos e olhei para a escada que dava para os dormitórios. Ali possuía uma silhueta no escuro, que eu não havia visto antes. Puxei minha varinha.

- Lumus. – sussurrei e então a Sala Comunal se iluminou um pouco. Tomei um susto ao notar que era Julius, pai de Anabelle.

- Surpreso? – perguntou com um sorriso sombrio, seus olhos estavam em Anabelle dormindo calmamente.

- Como entrou aqui?! – perguntei baixo, para que Anabelle não acordasse. Ele era um trouxa, como havia entrado aqui?

- Tenho meus contatos. – falou e desceu algumas escadas, a costumeira roupa preta o deixando ainda mais sombrio. Confesso que senti um pouco de intimidação por ele, mas a vontade de afastá-lo de Anabelle foi mais forte e foi por isso que eu continuei com minha varinha erguida. – Só passei para ver como ela estava. – indicou com o queixo para Anabelle.

- Você não me parece do tipo de quem se preocupa com os outros. – revelei.

Julius abriu um sorriso misterioso e tenebroso. – É, eu sei, mas no final das contas ela é minha filha, não é? Eu tenho que zelar por ela.

- Não acha que deveria ter pensado nisso antes? – eu sabia que estava sendo ousado e petulante com o pai de Anabelle, mas eu sabia que ele havia deixado marcas profundas na familia inteira dela e eu não queria que ela se preocupasse com mais uma coisa.

Julius retirou o sorriso do rosto  e o endureceu, o deixando ainda mais sombrio. – Você não sabe de nada, garoto. – falou seco. – Eu vim aqui para lhe avisar.

- Sobre...?

- Se voce realmente gosta dela, tem que se afastar. – falou firme, isso quase soou uma ordem. – Anabelle diz que é forte, mas é frágil, muito emotiva. – franziu o cenho como se reprovasse Anabelle por ser emotiva. – E voce sabe, lá no fundo, que o seu mundo só vai piorar daqui para frente, só vai piorar enquanto o Lorde das Trevas não for destruído. Vou te dar uma dica, garoto: Ele irá atrás de todas as pessoas que voce ama, matará todas e pode ter certeza de que Anabelle já está nesta lista e quando voce menos esperar, ela estará em um caixão e voce não poderá fazer nada com isso.

Meu corpo congelou, ele me pegou de surpresa ao falar tudo isso para mim e sem nem ao menos pestanejar. Ele estava serio o suficiente para que eu acreditasse em suas palavras.

- Então siga meu conselho: Afaste-se dela. Será o melhor para ela. Anabelle já tem um grande alvo na testa dela e junto com voce este alvo só aumenta. – deu uma ultima olhada para Anabelle e então ergueu sua sobrancelha para mim. – Você vai notar, Potter, que pessoas como voce tem que fazer sacrifícios na vida. – então passou por nós e saiu da Sala Comunal.

Deixei o ar escapar de meus lábios com força, meu coração estava acelerado. Julius havia pintado um quadro não muito otimista na minha cabeça. Abaixei meu olhar para Anabelle e a mesma ainda dormia no sono dos inocentes. Completamente tranquila.

Meu coração se apertou só de imaginar deixa-la... Mas e se isso fosse realmente o certo? Além do mais, Julius não era o primeiro a me dizer isso. 


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Notas finais do capítulo

E agora?! Será que o Harry vai largar a Anabelle? Vamos comentar baaaaaaaaaaaastante para me dar uma inspiração, ok? E quem sabe com seus comentários eu nao consiga ser mais boazinha no proximo capitulo?
Beijos e se cuidem :*
XOXO