Harry Potter E A Revolta Dos Lâncatropos escrita por jujuba


Capítulo 11
Afeição.


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, um pouquinho sobre como a Anabelle está se sentindo e a aproximação dos dois.
ENJOY.



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- Não deveria estar em sua aula? – perguntou na defensiva. Eu não me deixei abalar.

- Assim como você.

- Mas obviamente voce não tem regalias como eu posso ter – continuou na defensiva.

Sentei-me ao seu lado e por mais que ela tentasse se levantar eu não deixava, de um modo estranho eu me importava com ela. Agora ela fazia parte tanto do meu grupo de amigos quanto da mesma casa que eu estava. Pensei sobre isso e decidi que estava sendo apenas cordial com ele.

- Tem como sair um pouco da defensiva? Não vai doer. – eu disse sorrindo tranquilo e tentando passar essa tranquilidade para ela.

- Tudo bem. O que voce quer?

- Primeiro eu vim te encontrar para perguntar se voce tem algum tipo de problema quando pensou que poderia cabular a aula de Snape, ele provavelmente está nos procurando pelo castelo. – eu fui sincero – Segundo, eu quero saber o porque voce estava chorando.

Anabelle bufou e rolou os olhos – Eu não estava chorando. Puff. Chorando, fala sério, eu definitivamente não estava chorando – cruzou os braços no peito e mirou o lago.

- Tudo bem, se voce não quer dizer então tudo bem – dei de ombros – Só estava tentando ajudar.

- Não preciso da ajuda de ninguém! Porque todo mundo pensa que eu sempre preciso de ajuda?! Eu não preciso de ajuda! Eu sei me virar sozinha! – ela agora gritava enfurecida – Eu estou cansada de todos achando que só porque eu tenho Midnight comigo significa que eu sou completamente indefesa! Odeio que pensem que só porque eu estou aqui eu vou receber agrados de Dumbledore só porque ele é meu padrinho! Odeio que me subestimem e me tratem como se eu fosse quebrar a qualquer momento!

Depois do descontrole dela o local se encheu de silencio. Isso me surpreendeu, eu nunca vi Anabelle perder a calma e ver sua face rosada era um tanto bonitinha. Parecia uma gatinha pequena querendo se passar por uma grande tigresa.

- Melhor? – perguntei.

- Um pouco – ela soltou o ar. – Desculpe, não era para surtar com voce.

Dei de ombros – Tudo bem. Agora, tem como me explicar tudo isso? Porque eu definitivamente não entendi o porque de voce pensar assim.

- É o que todo mundo diz e pensa, está estampado na cara deles. – começou a arrancar alguns matinhos – Eu sei que não tenho a aparência mais intimidadora do mundo, mas eu não gosto quando as pessoas apenas me veem como uma garotinha indefesa. Eu não sou nada indefesa. Você acha que eu não escuto o que dizem quando eu passo pelas pessoas? “Vire amiga de Anabelle que voce passa de ano sem precisar estudar”. – ela imitou a voz de alguém. – Então vem o fato de todo mundo comentar sobre Midnight e eles não fazem discrição com isso. Passam falando de como os lâncatropos escolhem apenas os mais frágeis para proteger, mas não tem nada a ver.

- Esse tipo de comentário passa, é só porque voce é nova por aqui. Acha que eu não recebia esse tipo de comentário quando entrei? Todos sabiam mais sobre mim do que eu mesmo. – dei de ombros – Com o passar do tempo eles vão esquecendo de fazer comentários e suposições sobre voce. É claro que voce não deve esperar essa reação dos Sonserinos, eles vão sempre pegar no seu ponto mais fraco, voce só tem que lidar com isso.

- Ah, esse é o problema. Eu lido com isso a minha vida inteira. Desde que Dumbledore foi nomeado meu padrinho. Todas as vezes que ele me levava para conhecer um pouco do mundo mágico as pessoas sempre me mandavam aqueles olhares de especulação. Quando descobriam sobre Midnight se afastavam de mim e se não faziam isso elas mediam cada palavra comigo, como se qualquer coisa fosse me ofender e eu sentenciasse a morte delas. – passou a mão nos cabelos e os jogou de lado, deixando apenas a franja cair em sua testa. – Mas é diferente quando voce sabe que vai conviver com eles durante todo o ano letivo, todos os dias e horas.

- Se voce não quer que te subestimem então voce tem que mostrar isso a eles, Anabelle. Não adianta fugir e reclamar consigo mesma. – falei mais calmo – Mostre a eles que voce não precisa de Dumbledore para passar de ano ou para te tirar de enrascadas. Mostre que não precisa de Midnight a todo o momento ao seu lado, te zelando.

- O problema não é esse. As pessoas vem e acreditam no que querem, Harry. Acha que eu já não faço isso. Todo mundo aqui sabe sobre Midnight, mas nunca a veem. A não ser a noite, quando ela vem dormir comigo. Midnight sabe que eu não preciso de proteção constante, que eu sei me virar e é por isso que ela não fica comigo o tempo todo, como muitos outros lâncatropos fazem com seus donos. A questão é que ninguém vê isso. Não adiantou eu explicar detalhadamente que Midnight não vai ficar me seguindo pela escola, as garotas do dormitório não acreditam e distorcem tudo o que eu falo. – suspirou – Sabe, com os olhares e comentários sobre Midnight eu posso aguentar – deu de ombros – Aguentei minha vida toda. Mas os comentários sobre meu padrinho que me deixam enervadas.

- Eles vão perceber com o tempo de que não é nada do que imaginavam. Acho que isso aconteceu comigo – mirei o lago. – Todos achavam que eu ia sair me vangloriando pelo o que aconteceu no meu passado, ou até fazendo feitos extraordinário nas salas de aulas, mas no meu primeiro ano eu me dei muito mal, porque não conhecia nada daqui e não sabia muitas coisas que eles faziam. Depois de um tempo eles viram que eu sou completamente normal, só que com um destino diferente do deles.

Ficamos em silencio durante um tempo.

- Quando eu tinha dois anos meu pai abandonou minha família – Anabelle disse de repente, mais como um sussurrar – Minha mãe tinha acabado de chegar no Reino Unido, nunca saiu de Verona e não sabia nada sobre o idioma. Eles tinham se casado muito cedo, minha mãe com 14 e meu pai com 16. Acho que eles se casaram por que minha mãe engravidou, mas eles se amavam – pelo menos é o que minha mãe diz. – seu rosto estava baixo e seus olhos não possuíam mais brilho. – Mesmo quando Giovanna nasceu eles continuaram na Itália. Então veio Rosália depois de quatro anos, as coisas continuavam bem, com eles ainda na Itália, então quando minha mãe engravidou de mim, meu pai quis voltar para o Reino Unido, onde a maioria de sua família estava. Minha mãe foi, mesmo não sabendo de nada sobre o idioma. Com duas filhas e uma para nascer meu pai abandonou minha mãe sem um tostão em um país que ela nunca esteve antes em um apartamento que estava para ser leiloado a qualquer minuto.

A olhei em choque, não sabia o porque ela estava me falando isso, mas notei que era algo que ela não contaria para qualquer um.

- Minha mãe não recebeu suporte da minha avó, porque minha avó sempre foi muito rigorosa. Então se ela quisesse voltar para a Itália, teria que batalhar para comprar as passagens, é claro que ela não deixava minha mãe passar fome, então sempre mandava alguém que ela conhecia do UK para cuidar das nossas refeições. – continuou a historia – Eu não fui criada pela minha mãe, tecnicamente, foi por Giovanna. Giovanna tinha 9 anos na época e Rosália apenas 4. Ela tinha que cuidar de nós duas, porque minha mãe tinha três empregos, um de manhã, um de tarde e um de noite. – ela fez uma pausa e parecia estar se lembrado daquela época. – Não foi nada fácil. Meu pai nunca deu sinal de vida e quando minha mãe conseguiu dinheiro nós voltamos para a Itália. Eu vi que minha mãe tentava recomeçar, mas não estava sendo fácil para ninguém. Eu via... – ela parou respirando fundo – Todos aqueles olhares de pena para mim, além do mais eu tinha sido a única que foi criada em condições difíceis, é claro que tinha aquelas crianças malvadas que sempre diziam que foi por minha causa que ele abandonou a família. Não entende, Harry? É por isso que eu não suporto esse olhar de que eu não sou capaz. Porque todas as fichas apontavam para que minha mãe não fosse capaz de criar três garotas em um país completamente estrangeiro. Eu fui criada para nunca ser frágil, Harry. – suspirou – E eu sempre gostei disso na escola da Itália. Todo mundo ali sabia que eu não era inofensiva, mas aqui...

Peguei sua mão, como se isso fosse confortá-la. Ela olhou para nossas mãos e depois me olhou. Eu não sabia o que dizer para confortá-la em relação ao seu passado, porque eu não podia mudar o passado. Mas eu podia consolá-la agora, dar meu apoio agora.

- Dolores ficou a aula inteira pegando no meu pé e eu sei que é por causa de Dumbledore, já que o Ministério não está nem um pouco feliz com vocês dois – ela falou e tornou a mirar o lago – Eu posso suportar isso, suportar ela dizendo que eu não estou fazendo direito, porque é o máximo que ela pode fazer e eu as vezes sou movida a isso, sabe. Querendo mostrar que eu sou capaz. Então isso é o de menos, mas lidar com ela mandando indiretas sobre como eu posso me dar bem sem fazer nada. “Os NOM’S não serão difíceis, se vocês se prepararem para eles, é claro que algumas pessoas com contatos certos podem passar sem estudar, mas para quem não pode estudem bastante”, disse Dolores. – Anabelle suspirou. – E eu tenho que morder minha língua, porque do mesmo modo que não quero decepcionar Dumbledore eu não quero que ele me livre de alguma detenção, eu acho que ele não faria isso, mas ele é imprevisível, as vezes.

Antes que algum de nós pudéssemos falar mais alguma coisa eu vi um vislumbre da capa esvoaçante de Snape passando pelos corredores. Puxei Anabelle com força para levantarmos e então... Bom a única árvore que tinha era o Salgueiro Lutador e eu certamente não me aproximaria dele, Snape tampouco poderia nos ver.

E agora?


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Notas finais do capítulo

E ai gente! Gostaram do cap? Deixem seus comentários.
Beijos e se cuidem!
XOXO;*