She Is The Only One escrita por kakahcobain


Capítulo 1
Capítulo 1 - Confusions


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem!
Boa leitura... >.



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A vida de Kurt sofrera grandes mudanças. Se tornou conhecido mundialmente da noite pro dia e essa transformação até que foi bem aceita no início, até porque, quem começa uma banda não quer morrer no anonimato... Ele se encontrava em um perfeito êxtase: Dinheiro, sucesso, mordomias e muito rock and roll. Finalmente conseguira o que tanto almeijou em sua adolescência: Viver de música. Porém, em seu íntimo nem tudo estava completo. Ele sentia falta de algo a mais, e por isso se isolava às vezes, gostava de estar consigo mesmo. Ele percebia que as frustrações e os traumas de infância não se apagavam de sua memória, mesmo com todo o dinheiro e toda a atenção que ele atraía. Com isso, procurou outras formas para sentir-se bem.


Seu corpo afundava no grande sofá preto de seu novo apartamento. As mãos inquietas faziam movimentos igualmente desesperados no ar, enquanto sua mente rondava em busca do pó que ele tanto desejava. E como se sentia sujo e fraco por isso... Sentia-se um completo lixo, porém não conseguia dizer não à louca vontade de se drogar... E então, se levantou e foi pegar o último punhado que lhe sobrou do show de ontem. Como ele se sentia bem ao usar aquilo... Era como se todo o fardo que ele sentia sobre si desaparecesse em segundos. Deitou sua cabeça no braço do sofá e vislumbrou o teto do lugar, que já rodava aos seus olhos.


Minutos depois, meio tonto ele se levantou e foi até à mesa, onde haviam umas correspondências. ‘’Mal vim pra esse lugar e já vem grana?’’, resmungou consigo mesmo. Mesmo à contragosto, pegou os envelopes e passou os olhos em cada um, mas apenas um deles foi aberto por ele. Era uma carta de sua querida mãe Wendy, que, como ela mesma escreveu, queria inaugurar a nova ‘’caixa de correios’’ do filho. Mesmo ‘’alucinado’’, Kurt entendeu cada linha escrita por ela, e até derramou lágrimas ao ler que ela se orgulhava dele pelo sucesso que ele tinha conquistado em tão pouco tempo. Ele então sentiu uma súbita raiva de si mesmo, sentiu vergonha por estar convertendo o sucesso tão sofrido que conquistou em coisas que o deixavam feliz, mas apenas por um instante. Choroso, voltou ao sofá e pegou no carpete o saquinho que continha o que restava daquele pó. Já trêmulo, colocou o pouco da droga na mesa e pegou o isqueiro que sempre guardava consigo. Kurt não pensou duas vezes: Ascendeu o isqueiro e o aproximou do saquinho que estava na mesa, vendo toda aquela sujeira indo pros ares, e só o cheiro daquela queima o fez ficar tonto, tonto... Até perder os sentidos e desmaiar.




~-~



Já era noite, Kurt levantou do chão e sentiu uma bela pontada na cabeça, o que o fez gemer de dor. Levantou tateando as coisas, já que a sala estava totalmente escura. Quando finalmente ligou a luz, percebeu que tinha chovido enquanto ‘’dormia’’ e foi na cozinha beber alguma coisa. Abriu a geladeira e notou que Dave não havia esquecido de seu suco de laranja, como ele havia pensado. Abriu a garrafa de suco e a entornou na mesma hora, bebendo direto da garrafa. Espiou também o armário e pegou dele um pacote de biscoitos de chocolate. Com o pacote na mão, voltou à sala para ver tevê, mas parecia que nenhum dos canais o satisfazia. Sentia falta de alguma coisa, de alguém que o ouvisse, o entendesse, que compartilhasse das mesmas dores que ele tinha. Ele então estremeceu ao ouvir uma pancada muito forte na porta, além de gritos e barulhos de objetos caindo. Assustado, foi até a porta e a abriu para ver o que era.


Na frente de seu apartamento havia uma mala jogada e mais à frente, um casal discutindo. A mulher chorava desesperada, vestindo lingerie preta e cinta-liga, coberta por um sobretudo que não estava amarrado. Ao ver Kurt, a mulher tratou de amarrar o sobretudo e enxugou algumas lágrimas. Mas Kurt foi o primeiro a se pronunciar.


– Está acontecendo alguma coisa? – Kurt falava apenas com a cabeça pra fora da porta.

– Não está acontecendo nada, se você quer saber!- Disse o homem, visivelmente bêbado.

– É claro que está, seu cretino! E não fale com os outros desse jeito! Vai logo embora daqui! – Gritava a mulher para seu namorado alterado.

– Eu já disse que não vou embora dessa merda de apartamento! – Gritou o homem, ficando mais agressivo.



Envergonhada ao ver que Kurt ainda assistia a tudo, a mulher se dirigia à porta de Kurt para pegar a mala que o homem tinha jogado lá, mas foi repreendida antes.


– Não se aproxime desse cara, senão...

– Se não o quê?! – Desafiou a mulher parada na frente do namorado.

– Eu quebro a sua cara, vadia! – E o homem deu um soco tão forte na moça, que a fez cair no chão.


Kurt levou um susto e não pensou duas vezes: Correu até a moça para socorrê-la. Só foi quando chegou perto dela é que ele viu que ela já possía vários hematomas pelo corpo. Com certeza tinha sido obra daquele sujeito.


– Você enlouqueceu, cara?! Bater em mulher é coisa de cara covarde! - Gritou Kurt enquanto limpava em vão com sua camisa o sangue que jorrava do rosto dela.

– Vai ficar do lado dela agora?! Quer levar um na cara também, não é?! - Disse o homem, apertando os punhos.

– Isso foi um desafio?! - Disse Kurt depois de levantar.


A mulher chorava e implorava para que Kurt fosse logo embora. O tal cara tinha quase o dobro do tamanho de Kurt, iria acabar com ele em segundos. Mas Kurt permaneceu naquele corredor e deu um soco na cara do homem com toda a força que tinha. É claro, o homem sofreu nenhum arranhão. Não demorou muito e Kurt foi atingido no rosto, mas por sorte pegou de raspão. O tempo passava e o homem transparecia mais raiva.


– George, não! - Gritou a moça, já suspeitando que ele ia bater de novo em Kurt.


Passos são escutados e finalmente alguém chega para ajudar.


– Onde você pensa que está, seu merda! - Grita um dos seguranças do prédio.


George é imobilizado por dois seguranças e levado embora. Paul, o vigia noturno, era amigo da moça e correu para ver se ela estava bem.


– Senhorita Valerie, vimos tudo pelas câmeras de segurança, desculpe a demora... - Paul tentava se explicar, pois gostava muito dela.

– Ok, o que importa é que tudo acabou... Aliás, quero agradecer por tudo o que fez... - Disse Valerie olhando para Kurt.

– Não precisa agradecer... Eu nem consegui acertá-lo direito... - Disse Kurt um pouco ofegante - Acho que não comi feijão suficiente quando era criança...


Valerie riu de Kurt e se aproximou dele, queria dar um abraço no loiro, retribuir o ato de coragem dele, que para ela, foi muito mais do que ele achava. Mas Valerie estava muito fraca e simplesmente apagou nos braços dele.



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Querem mais?
Por favor, mandem reviews *------*
Beeijos ♥