Frank, Gerard, Mikey e Ray não puderam voltar de Los Angeles no domingo, como era o combinado, pois os vôos foram cancelados por causa da neve que caía forte. Eles voltariam na segunda-feira de tarde.

X – x Segunda-feira x – X

 Acordei pela manhã, estava feliz. Veria Gerard pela primeira vez depois de ele assumir nosso namoro oficialmente.

 - Essa hora que não passa – falei, irritada.

 Eram apenas dez da manhã ainda.

 - Quer matar o tempo? – perguntou Diana. – Então vai na padaria comprar pão, porque acabou.

 - Claro, tudo para não morrer de tédio aqui – respondi.

 Coloquei uma calça jeans – agora elas entravam em mim de novo -, um suéter de lã azul escuro, uma jaqueta jeans e calcei meu all star.

 A neve estava grossa nas calçadas, e a estrada estava realmente escorregadia, me desequilibrei diversas vezes.

 Cheguei à padaria a salvo, sem nenhum tombo, as ruas estavam quase desertas.

 Caminhei lentamente pela calçada, afundando meus pés por completo na neve, até que não consegui mais caminhar por ali, fui obrigada a atravessar a rua, pois a outra calçada estava com menos neve.

 Estava atravessando a rua quando ouvi um barulho alto e que fez meus ouvidos doerem, olhei rapidamente, mas mal tive tempo de ver o que vinha em minha direção. Apenas senti um forte choque na lateral de meu corpo, e logo depois, minha cabeça se chocar fortemente com algo duro. Não vi e nem senti mais nada, apenas fechei os olhos.

- - -

Gerard’s P.O.V.

 Estava no hotel, segunda-feira de manhã, assistindo televisão e ouvindo Frank e Mikey discutirem por causa de uma musica. Mikey falava que Frank estava tocando o acorde errado, e Frank falava que Mikey é que estava errando, sendo que eu achava que os dois estavam tocando certo.

 - Frank, você errou de novo! – gritou Mikey.

 - deixe de ser idiota! Você que está errando! – Frank respondeu.

 - Porque vocês não param com isso e começam a arrumar suas malas? – perguntou Ray, irônico.

 Os dois apenas reviraram os olhos e foram guardar seus instrumentos. Meu celular tocou.

 - Oi – falei, estranhando, já que era o numero de Leticia.

 - Gerard? – ela perguntou, parecia nervosa.

 - Sim, sou eu – falei.

 Mikey começou a prestar atenção, devia estar curioso por ela ter ligado para o meu celular.

 - Vai demorar muito para vocês chegarem à Nova York? – sua voz parecia estranha.

 - Chegaremos pela noite, por quê? – perguntei, curioso.

 - Droga! – ela disse, mais nervosa ainda. – Não dá pra chegarem mais cedo?

 - Leticia, por favor, me fale o que aconteceu? – fiquei nervoso.

 - Está bem... – ela respirou fundo. – É a Layla... ela...

 - O que aconteceu com ela? – perguntei, me levantando da cama.

 - Ela foi à padaria, a estrada estava escorregadia... – ela falava nervosa.

 - Ela escorregou? Pelo amor de Deus, me diga o que aconteceu?

 - Não, o carro... estava rápido... ela estava atravessando a rua, e ele não conseguiu frear – ela disse rapidamente.

 Não precisei ouvir o resto para entender, meu coração acelerou naquele instante.

 - Ela... Ela está bem? – perguntei, sem emoção na voz.

 - Não sabemos ainda, ela está sendo levada para o hospital agora, está desacordada e bateu a cabeça com muita força – ela parecia chorar agora. – Gerard, eu estou com medo que ela...

 - Não fale isso, por favor! – a interrompi.

 Eu não queria pensar no pior, eu não podia. Layla não poderia me deixar agora.

 - Preciso desligar, tenho que arrumar alguns documentos dela – disse Leticia.

 - Eu chegarei aí o mais rápido possível, e, por favor, me mantenha informado, okay? – pedi.

 - Tudo bem – ela respondeu, desligando.

 - O que aconteceu? – perguntou Mikey, quando desliguei.

 - Layla, foi atropelada – respondi.

 Eu não acreditava nas minhas próprias palavras, aquilo parecia um pesadelo.

 - Ela está bem? – Frank perguntou.

 - Eu não sei, ninguém sabe ainda. Ela está desacordada e bateu a cabeça – quase sussurrei.

 Passei o resto da manhã em uma torturante briga com o relógio, nosso vôo seria às três horas da tarde, até as oito horas da noite já estaríamos em Nova York.

 Assim que saí do aeroporto, peguei o primeiro táxi que vi e fui para o hospital em que Layla estava. Cheguei em poucos minutos – por sorte não havia trânsito naquele dia – e corri para a recepção.

 - Nome da paciente? – perguntou a recepcionista.

 - Layla Lee Phillips – respondi rapidamente.

 - Terceiro andar, você vai até a recepção de lá e entrega isso – ela disse me entregando um papel com vários números e o nome de Layla – para a recepcionista, ela vai lhe dizer o que fazer – ela explicou.

 - Okay, obrigado! – falei, já correndo para o elevador.

 Fui até o terceiro andar e fiz o que a primeira recepcionista disse.

 - Layla Lee Phillips? – ela perguntou, confirmando o nome.

 - Sim – falei.

 - Ah – ela disse, mudando a expressão do rosto. – Infelizmente não poderei lhe encaminhar para quarto algum, pois ela não está no quarto – ela disse lentamente.

 - Ela está aonde? – perguntei, nervoso.

 - Senhorita Layla está na UTI, pelo o que consta em sua fixa – ela respondeu.

 - Não poderei vê-la?

 - Isso que irá decidir é o médico, espere um momento que irei chamá-lo – ela disse saindo de trás do balcão e seguindo para um corredor.

 Poucos minutos depois ela estava de volta e um home alto, pele clara, vestindo roupa branca e com um estetoscópio sobre os ombros estava atrás dela.

 - Senhor Gerard? – ele perguntou.

 - Sim, sou eu – respondi.

 - Prazer, sou o Dr. James Hill – ele disse, apertando minha mão. – O senhor é o que da paciente?

 - Namorado – falei.

 - Ah, poderia vir comigo? – ele disse, já se encaminhando novamente ao corredor.

 O segui, estava cansado de ficar andando por esse hospital sem nenhuma notícia de Layla, eu queria saber se ela estava bem, se ela já havia acordado.

 Depois de caminharmos por alguns metros pude ver Leticia e Diana sentadas em cadeiras no corredor.

 - Gerard! – Leticia gritou, quando me viu. – Graças a deus você chegou, eu não conseguia falar com você pelo celular.

 - Eu o desliguei dentro do avião e esqueci de ligá-lo novamente – falei.

 As duas estavam chorando, e parecia que estavam fazendo isso a algum tempo, pois seus olhos estavam muito vermelhos.

 - Liguei para Frank e Mikey e eles estão vindo para cá também – disse Diana.

 - Como ela está? – perguntei a elas.

 - Ela... – Leticia tentou responder, mas as lágrimas a impediram.

 - Foi tudo minha culpa, era para eu ter ido à padaria, Leticia apenas pediu à ela porque eu não quis ir – disse Diana, chorando também.

 - Por favor, eu não agüento mais isso, onde ela está, como ela está? – fiquei desesperado.

 Leticia enterrou o rosto no ombro de Diana e desatou a chorar nervosamente, Diana também chorava, restava apenas o Dr. Hill para me explicar como ela estava.

 - Como ela está – perguntei, com lágrimas vindo aos meus olhos.