Bom o meu plano era o seguinte: Iria seguir minha rotina naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Então eu esperaria todos irem dormir e fugiria do acampamento e, e, bom eu só pensei até aqui, mas já é um bom plano.

Sai da praia e fui para a enfermaria, para cuidar do machucado causado pela lata de Diet Coke. Não foi um corte fundo, mas havia uma linha um tanto grande de sangue que havia escorrido da minha mão. Cheguei à enfermaria e Austin estava enrolando bandagens no joelho de uma garota, Amber filha de Hefesto se eu não me engano. Os dois estavam muito corados e evitavam se olhar diretamente.

-Toc,toc- .Disse para avisar que estava ali.

-Ahh,oi Ash, aconteceu alguma coisa?- Austin perguntou e corou mais ainda.

-Eu já vou indo. - Amber disse se levantando.

-Não fique ai, eu só vim pegar um curativo para a minha mão.Você sabe se tem alguém no chalé?

-Não,acho que não.Porque? –respondeu Austin.

-Nada não. – Peguei o curativo e encarei aqueles dois que estavam muito vermelhos, não pude resistir. – Juízo hein?

Fui direto para o chalé, esperando que ele estivesse vazio para eu começar arrumar minhas coisas. Entrei e vi que não havia ninguém, mas resolvi verificar na parte inferior só para prevenir. Ótimo não havia ninguém. Tratei de lavar minha mão nojenta e colocar um curativo. Pronto, agora é arrumar a mochila esconder ela e fugir. Para onde eu não sei não.

Tudo pronto eu fui almoçar, pois estava morta de fome. O almoço hoje era churrasco e o cheiro fez meu estomago dar voltas e voltas. Não tenho culpa se a garota aqui é uma carnívora assumida. Ao contrario de Claire eu me amarro em uma carne. Escolhi o melhor pedaço de carne e fui levar para a fogueira e fazer uma oferenda para Apolo.

-Hey,Ashley você que é filha de Apolo deve conhecer um monte de músicas não é?- Sam apareceu ao meu lado com uma maçã para jogar na fogueira.

-Conheço algumas, e você vai jogar uma maçã para o seu pai?-apontei para a maçã.

-Foi um trato nosso, ele disse que estava precisando perder uns quilinhos.Na verdade vários quilinhos,mas não mude de assunto.-ela disse tudo muito rápido.

-O.k- disse achando aquilo tudo muito estranho- De que música você está falando?

-Dessa aqui conhece,é mais ou menos assim: Aserehe ra de re O Jake vai fugir lá pelas onze horas e disse que ninguém vai impedir.

-Ahh sim eu conheço essa! Tem a outra parte também: Aserehe ra de re Eu já tenho tudo pronto e vou também.

-Cara você estragou tudo! Tinha que rimar!- Sam gritou.

-Você acha que eu estou em condição de ficar rimando?-Gritei de volta.

-Então,você entendeu tudo?

-Não, eu preciso que você cante ragatanga de novo para ver se eu consigo entender!-disse sarcástica.

-É pra já: Asrehe Ra de re...

-Cala a boca Sam!

-O.k então você já sabe. Onze horas lá no Pinheiro de Thalia.

-Ou,ou,ou Com você sabe de tudo isso?

-Eu perguntei pra ele dã?-Ela jogou a maçã na fogueira e foi embora.

As horas demoraram para passar, e eu estava muito agitada. Bom é como se fica quando tem déficit de atenção. Mas até que onze horas chegou. Coloquei a mochila nas costas, dei um beijo em Matt que estava roncando tanto que eu estava com medo de alguém acordar com os roncos dele.Matt, que sempre cuidou de mim, sempre me protegeu e agora eu vou deixá-lo e talvez não voltar mais.Não, não é hora para pensar nisso.Eu tenho que seguir em frente.

Saio do chalé andando com o máximo de cuidado possível e sigo em direção ao pinheiro, até que uma voz me assusta:

-Para onde você vai?

Me viro para encarar os olhos azuis mais perfeitos do mundo, que agora estampam surpresa.

-Aonde você for.-é o que respondo.