Rony chegou em frente a sala da direção. Será que eu bato ou entro direto? O garoto estava um pouco tenso. Acho que é melhor bater.

Dentro da sala da direção, a professora ouviu os tocs vindos da porta.

–Pode entrar, Sr. Weasley.

Como ela sabe que sou eu? Rony parecia não sentir o chão embaixo de seus pés.

–Com licença, professora.

–Sim, Sr.Weasley, fique a vontade.

O garoto se aproximou um pouco mais da mesa da sala, já que a professora se encontrava do outro lado da mesma.

–Professora, como sabia que era eu do outro lado.

–Ah, me desculpe se eu o assustei- Ah! Não, que é isso, só quase me matou de susto o garoto pensou- É que eu vi o senhor no corredor, vindo nessa direção.

Ah, está explicado. A professora ficou encarando o garoto por um tempo e ele parecia não conseguir falar nada.

–O que o trouxe aqui, Sr. Weasley? Algum problema?

–Ah, não, bem, mais ou menos.

Rony não sabia bem como falar. A expressão da professora já não parecia mais tão ruim, e, por isso, o garoto ficou com um certo receio de perguntar, mas sabia que era necessário.

–Professora, por que a senhora parecia tão triste nos últimos dias?

O semblante um pouco mais animado da professora parecia novamente entristecido.

–Como assim triste, eu não estava triste- a resposta da professora saiu gaguejando.

–Professora, dava para notar que a senhora não estava bem.

Os olhos da professora novamente estavam cheios d’água (era assim que eles costumavam ficar nos últimos dias) e só o que ela conseguiu dizer foi:

–O que o Sr, Longbottom andou lhe dizendo, hein?

Longbottom? Neville Longbottom? O que ele poderia saber sobre o assunto? Agora sim, muito mais do que antes, Rony parecia assustado e confuso.

–Neville? Ele não me falou nada. Aliás, o que ele sabe sobre o que está acontecendo?

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto da professora, que parecia começar a ficar nervosa.

–Sr. Weasley, para vocês pode ser muito engraçado o que está acontecendo comigo, mas será que vocês poderiam guardar suas gozações apenas para vocês- as lágrimas começaram a aumentar- e respeitar minha dor?- agora a professora estava gritando.

O garoto estava cada vez mais confuso. O que estava acontecendo com a professora? Por que ela estava daquele jeito?

–Professora, do que a senhora está falando? O Neville não me falou nada. Qual é o problema?

–O problema, Sr. Weasley, é que eu amava o professor Snape, esse é o problema.- agora a professora parecia desolada.

–O quê?

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Na aula de Trato das Criatura Mágicas...

–Nossa, como o Rony está demorando, não é Mione- indagou Harry.

–É- concordou Hermione, meio chateada.

–O que foi Mione- perguntou Harry, um pouco preocupado.

–É que... você sabe o que o Rony foi fazer?

–Ele foi no banheiro, não foi?

–É que, Harry, ele não foi na direção do banheiro.

–Não?

–Não, ele foi para outro lado.

Será que ele foi na sala da direção? pensou Harry.

–Ah Mione, vai ver ele foi em outro banheiro...

–Ou está me escondendo algo- a garota respondeu com muita certeza- mas eu vou descobrir o que é...

A aula de Trato das Criaturas Mágicas parecia não ter fim. Hagrid parecia ter encontrado para a aula um bicho estranho, de aparência escamosa, embora vivessem fora d’água, e que emitia alguns ruídos estranhos. Hermione, no entanto, não parecia conseguir se concentrar na aula.

–Não fica assim, Mione. Depois você fala com o Ron e ele te explica o que aconteceu.

–É, pode ser...

E os dois continuaram absorto em seus pensamentos e, por isso, nem perceberam que Neville também não conseguia se concentrar na aula...