Eu e Rachel estamos sentadas nas cadeiras de frente para o diretor Figgins. Ele nos olha com uma sobrancelha arqueada. Já faz quase meia hora que estamos aqui e ele não diz uma palavra.

- Diretor? O senhor queria falar conosco? - pergunto bem de vagar, pra ver se ele sai do transe que ele se encontra.

- Ha... Sim é claro que quero falar com vocês... Humm... Vocês sabem que se passar por outra pessoa é crime não sabem?

- Achei que já tínhamos conversado sobre isso - eu falo não entendendo o motivo de estarmos ali, tanto tempo depois.

- Sim nós tivemos Fabray... Mais a história se repetiu

- Como? - Rachel e eu falamos ao mesmo tempo

- A filha de vocês, a Vaiola se passou pelo irmão o Sebastian. Para entrar no time de futebol da escola.

Calma, calma, calma... É isso mesmo que você leu. FILHA. Acho que esqueci de dizer que se passaram vinte anos desde que Rachel e eu estivemos nesse mesmo lugar. Eu me passando pelo meu irmão e blá, blá, blá. A história é a seguinte. Depois que nos formamos no ensino médio nós duas fizemos faculdade e nos casamos. Rachel se tornou uma grande estrela da Broadway e eu me tornei professora de educação física da faculdade de Nova York. Rachel e eu nos casamos quando ela tinha 21 anos e eu 22. Quatro anos depois como ela havia planejado, resolvemos ter um filho. Mais pra isso precisamos de um doador de esperma. Puckerman foi o escolhido e com muito gosto ele doou o material, que foi fecundado com meus óvulos e inseminados em Rachel. Ela engravidou com facilidade. Afinal é uma mulher saudável. Pra nossa surpresa quando fomos bater a ultra sonografia descobrimos que eram gêmeos. "dá pra acreditar?" o medico disse que era comum quem tinha um irmão gemeu ter filhos gêmeos.

Nove meses depois nasceram Vaiola e Sebastian Berry Fabray. Nossas criancinha. Eles sempre nos deram alegria e muita felicidade. Até hoje. Porem estou com minha mulher sentada de frente para o nosso antigo diretor. Que mudou muito com o passar dos anos. Ele está com os cabelos todos branco e a pele enrugada. Mais continua com o mesmo ar de maluco. Ele acabou de dizer que a historia se repetiu... E ainda por cima com minha princesinha Vaiola.

- Você só pode estar brincando - eu falo pra ele

- Não eu não estou. Ela foi vista saindo do chuveiro de madrugada inúmeras vezes, o Malcolm o nosso diretor de alojamento desconfiou e nos contatou. Dai nós investigamos e descobrimos que ela junto com três amigos planejaram tudo e colocaram em prática. - eu estava pasma e a Rachel começou a rir... Rir não ela começou a gargalhar.

- De que você está rindo?

- Isso prova que ela realmente é sua filha

- Você tinha duvidas disso?

- Não Quinn, desculpe meu amor, mais você não acha engraçado ela ter feito a mesma coisa que você?

- Não Rach, eu não estou achando graça, porque isso significa que...

- Que? O ela parou de rir e me encarou com o diretor

- A quanto tempo ela está se passando pelo Sebastian?

- Duas semanas

- Isso significa que faz duas semanas que ela dorme no mesmo quarto que um garoto fedorento.

- Meu bem, você não acha que está exagerando? Afinal de contas você dormiu por dois meses no mesmo quarto que um garoto fedorento.

- Isso é diferente Rach

- Não é não. Ela só seguiu seus passos.

- Onde ela está? - pergunto ao diretor

- Mandei Sue ir chamar ela

- Ótimo

Quinze minutos depois, Rachel ainda tentava me acalmar. Seu chega trazendo a Vaiola.

- Oi filha - Rachel corre e abraça ela

- Oi mãe - ela me olha ainda abraçada a Rachel

- Pode explicar o que está acontecendo aqui? - eu indaguei com a voz severa... Tudo bem que eu fiz a mesma coisa, mais isso faz vinte anos. Minha filha, minha princesinha não podia correr o mesmo risco.

- Pode ser em casa? - ela pergunta com a voz de culpada

- Vamos - me viro para o diretor - Obrigado por me avisar Figgins antes de chamar a policia dessa vez. Vou dar um jeito nisso.

- Não tem de que Fabray... Agora saia - não consegui evitar um sorriso. Eu sentia falta desses tempos.

Nós três saímos da escola e fomos pra casa. Lá nós teríamos uma longa conversa.

- Então? - eu comecei assim que me sentei no sofá, Rachel estava do meu lado e a Vaiola estava no sofá de frente a nós.

- Olha mãe eu queria muito jogar no time de futebol ai...

- Futebol americano? - Rachel a interrompeu

- Não, futebol, futebol mesmo. Eu queria muito entrar no time, mais não quiseram deixar então eu me vesti de Sebastian e fui no lugar dele já que ele foi fazer um intercambio na França.

- Pensou em nos falar sobre isso?

- Se eu falasse vocês não iam deixar

- Não mesmo - eu estava um pouco nervosa. Mais não estava com raiva dela. - filha o futebol é muito perigoso

- Nossa Quinn, que comentário machista - Rachel me olhou seria

- Desculpa... Vaiola?

- Oi - ela estava de cabeça baixa

- Você não conheceu ninguém né?

- Está me perguntando se eu me apaixonei?

- Isso

- Bom...

- Oh não - eu exclamei colocando a cabeça nas mão

- O nome dele é Duke Orsino ele é o atacante do time. Ele é legal, delicado, gentil, musculoso...

- Ok chega... E esse Duke, sabe que você é uma garota?

- Não, mais nós nos beijamos na barraca do beijo da Quermesse - olhei pra Rachel e ela ria descontroladamente.

- A historia está se repetindo realmente - ela falou enxugando lagrimas de tanto rir.

- Certo... Vai pro seu quarto Vaiola - eu mandei e ela foi. Quando Rachel e eu ficamos sozinhas na sala de estar da nossa casa eu a encarei. - Você está de acordo com isso?

- Porque eu não estaria?

- Não percebe a gravidade da situação?

- Não Quinn, eu não percebo. Ela não está fazendo nada do que você já não tenha feito.

- Ela é a nossa menininha...

- Ela tem 16 anos Quinn... Meu amor não se estresse por isso. Deixa ela resolver essa situação.

- E se esse Duke for um garoto igual ao Finn?

- E se ele for o amor da vida dela? - Rachel sempre conseguia me deixar sem palavras. Ela realmente era minha outra metade. Ela me acalmava, me respeitava e me enfrentava quando queria provar que eu estava errada.

- Tudo bem você venceu - eu desisti de tentar ir contra ela. Rachel pulou no meu colo e me beijos ardentemente. Adorava deixar ela ganhar um discussão, so pra ter esse tipo de reação da parte dela. Os anos passaram mais o nosso amor continua o mesmo. Tudo bem que as vezes nós brigamos feio. Eu até já cheguei a sair de casa de tanta raiva que fiquei dela, por causa de ciúmes, quando ela fez uma peça onde tinha uma cena de sexo com um cara. Surgiram boatos e eu peguei pesado com ela que também não deixou barato. Nunca bati e nem levantei a mão pra ela e vice versa. Nunca a trai e não tenho duvidas da lealdade dela. Temos nossos opostos mais sempre nos reconciliamos em grande estilo se é que me entendem.

- Vai falar com ela amor - ela fala no meu ouvido, justamente quando estamos no meio de uns amaços gostosos.

- Amanhã eu falo com ela, agora vamos pro nosso ninho de amor, que ainda temos muita coisa pra discutir.

- Nananinanão - ela parou minhas mãos e se levantou do meu colo. - é melhor você ir logo tranqüilizar ela se não vai ficar pensando que não a apoiamos

- Mais...

- Se não meu amor... Você não vai ter esse corpinho nem tão sedo. Lembra da ultima greve que eu fiz? - ha eu lembro. Foi por causa de uma traquinagem que Sebastian fez e eu briguei feio com ele. Quando isso aconteceu fiquei uma semana sem poder chegar perto da Rachel, eu preferi até dormir no sofá que é muito desconfortável, do que dormir do lado dela sem poder tocá-la.

- Você é muito má senhora Fabray - falei com a boca a milímetros de distancia da dela.

- Pode acreditar que eu sou - eu não podia lutar contra isso. Então me levantei e fui pro quarto da nossa filha. Bati na porta e ela me mandou entrar.

- Oi filha

- Mãe me desculpa se eu te desapontei eu não... - abracei minha menininha, ela estranhou mais devolveu o abraço.

- Não precisa se desculpar meu amor... E já fiz a mesma coisa

- Como assim?

- Eu me passei pelo seu tio Charlie pra poder entrar no time de futebol americano da escola. Lá eu fiz amizade com seu tio Puck e conheci sua mãe. Foi lá que eu me apaixonei por ela.

- Mais a mamãe sabia que você era uma garota?

- Não ela achava que eu era um garoto... Mais quando ela descobriu a verdade, ela me aceitou como eu era.

- Acha que o Duke vai me aceitar?

- Ele vai ser um idiota se não aceitar a menina linda que você é.

- Obrigada mãe.

- Durma bem meu amor.

Dei um beijo nela e sai do quarto. Rachel estava observando tudo do portal da porta. Ela sorriu e saiu comigo do quarto.

- Estou orgulhosa de você meu amor

- Isso me custou muito a fazer, porque ela é nossa lindinha.

- Mais ela está crescendo, assim como eu e você crescemos.

- Isso não muda o fato que eu vou querer ter uma conversa séria com esse tal de Duke Orsino.

- Nisso eu concordo plenamente - ela me deu um beijo e virou de costas pra mim, me puxando de encontro ao seu corpo. A abracei por trás e fomos para o nosso ninho de amor.

- Vamos eu vou dar sua recompensa.

- Adoro esse tipo de recompensa.

Naquela noite como nas tantas outras  fizemos amor como se fosse a nossa primeira vez. Quanto a nossa filha... Bom ela consegui ganhar o jogo que tanto queria e ainda conseguiu um namorado. O tal de Duke Orsino... Até que ele não é tão mal. Rachel e eu gostamos dele.