Crystal escrita por Lilith Súcubo


Capítulo 16
Acontecimentos




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Depois de algum tempo de viagem, Crystal ajudou sua mãe a tirar Lucius do carro e leva-lo para dentro de uma casa afastada do centro da cidade.

Já dentro da casa as duas levaram o garoto para um quarto no andar térreo e o deitaram na cama. Lucius se contorcia sobre a cama, gemendo e reclamando de dor.

- Você está bem querida? _ Sophia perguntou a filha.

- Sim. Quando isso vai acabar? _ Crystal estava com o olhar vidrado em Lucius.

- Ele precisa de sangue, o quanto antes. Ao beber, o sangue vai ajuda-lo a passar pela dor da transição um pouco mais facilmente.

- Se ele não beber… morre… não é? _ a voz de Crystal denotava tanto medo que o coração de Sophia doeu.

- Infelizmente sim.  _ pela primeira vez desde que Crystal entrara no carro ela se voltou para a mãe e as duas ficaram frente a frente.

- Você é um deles, não? Também é uma vampira?

Sophia abaixou a cabeça se mostrando envergonhada.

- Sim. Sinto não ter contado antes, mas fui chamado pela Virgem Escriba ao Outro Lado.

- Isso agora não importa agora. Na verdade eu sequer sei se vai importar um dia. O que me importa é que a agonia dele acabe logo. _ ela voltou para Lucius e foi sentar-se na cama ao lado dele.

- Você gosta dele, não? _ a mãe de Crystal perguntou sorrindo para a filha.

- Somos amigos.

- Você entendeu minha pergunta filha.

- Sim mãe. Eu gosto dele. _ a garota respondeu a pergunta olhando o chão e com o rosto rubro.

- Então vá para a sala e me espere lá. Vou dar meu sangue a ele.

- Por que não posso ficar? _ Crystal no momento não se importava em esconder que não queria deixar Lucius.

-Vou dar meu sangue a ele, falta muito pouco para amanhecer, não vão mandar ninguém para alimentá-lo por enquanto. A alimentação vampira pode não ser uma coisa muito agradável para um humano.

- Se o sol nascer, algo acontece com você?

- Lucius e eu morreríamos queimados. _ ao ver o rosto assustado da filha Sophia tratou de tranquiliza-la. – Pode ficar tranquila, as janelas se vedam sozinhas e impede o sol de entrar.

- Tudo bem, eu vou sair. _ quando se levantava Crystal teve a mão puxada por Lucius a impedindo de sair.

- Crystal? _ Sophia começava a ficar nervosa, a transição não era brincadeira e ela devia agir rápido.

- Ele segurou minha mão e não quer soltar.

- Então ele quer que você fique o caso é: Você quer ficar? _ a pergunta foi feita de maneira séria e Sophia olhava nos olhos da filha.

Crystal ergueu a cabeça e encontrou os olhos da mãe. Sustentou aquele olhar sério por algum tempo.

- Ficarei com ele até o fim de tudo isso. _ Crystal respondeu com a voz firme e apertou a mão de Lucius como se mostrasse que ninguém a tiraria dali.

- Tudo bem. _ Sophia andou até o lado da filha e ergueu a manga da blusa até o cotovelo, mordeu o próprio pulso e o pôs na boca de Lucius.

July esperava em frente ao Iron Mask pela fêmea a quem devia dar o recado. Já estava esperando na porta da frente junto a duas montanhas de músculos que eram os dois seguranças humanos que cuidavam da porta.

Estava prestes a pedir que chamassem Xhex novamente quando sentiu uma mão segurá-la pelo ombro, voltou-se assustada e se deparou com a vampira alta, musculosa e de cabelos curtos que a encarava com olhos duros, parecia capaz de olhar fundo em sua alma.

- Não deveria estar em casa garota? Isso não é hora de uma criança estar na rua e principalmente sozinha, não sabe que existem Lessers soltos por aí?

- Sei sim senhora, mas preciso lhe dar um recado para que entregue ao rei.

July mal terminou de falar e foi empurrada contra a prede por Xhex que lhe pôs uma arma em frente ao rosto.

- O que disse? _ a vampira estava furiosa e qualquer palavra errada de July poderia fazer com que Xhex puxasse o gatilho.

- Por quanto ele vai ter que beber? _ Crystal estava de pé segurando a mão de Lucius e preocupada com a aparência pálida da mãe.

- Creio que… creio que só mais um pouco.

- Está pálida mãe, é melhor parar um pouco.

- Só por alguns minutos, não posso deixa-lo por tanto tempo sem sangue agora. _ Sophia levantou-se e saiu do quarto dizendo que iria comer algo e voltaria para seguir com a alimentação.

Ao se ver sozinha com Lucius que parecia sofrer ainda, ela não resistiu e sentou-se na cama e começou a passar a mão livre nos cabelos molhados de suor, ao toque da mão dela Lucius pareceu relaxar mais.

- Você vai ficar bem. Vou cuidar de você. _ Crystal sussurrou ao ouvido de Lucius.

Crystal continuou a passar a mão nos cabelos dele e tentando confortá-lo com palavras doces. Depois de alguns minutos da mesma forma, Lucius começou a resmungar reclamando de dor e apertava cada vez mais a mão de Crystal chegando há machucar um pouco, mas ela não se importava. Em uma das ondas de dor que o acometiam, Lucius puxou a mão de Crystal para perto de seu rosto. De um segundo para o outro Lucius atacou o pulso de Crystal e começou a sugar o sangue dela com avidez.

- Mãe! _ o grito que a garota deu era u misto de medo e dor que atingiu Sophia deixando-a em pânico.

- O que… _ ao ver a filha quase desmaiando pela perda de sangue Sophia correu até a cama e tomando o máximo de cuidado que pôde, fez Lucius soltá-la.

Após deixar de beber Lucius despertou sobressaltado e só viu Crystal sendo levada para o que parecia um banheiro por uma mulher que ele não conhecia.

Olhou ao redor e quando não reconheceu nada naquele lugar tentou levantar-se, mas sua cabeça parecia pesar uma tonelada, então permaneceu deitado. Quando Crystal voltasse perguntaria a ela onde estavam. Mas ao mesmo tempo lhe bateu medo pelo que poderia acontecer com Crystal sozinha com quem quer que fosse aquela mulher.

Lucius sentou-se na cama com muita dificuldade e ainda mais dificuldade se pôs de pé, seguiu cambaleante para a porta por onde as duas passara e abriu a porta. A cena que viu dentro do banheiro foi completamente diferente, a torneira da pia de mármore branco estava aberta e ele pôde sentir o cheiro de sangue. Crystal estava de pé em frente a pia junto com a mulher desconhecida.

- Calma querida, ele não fez por mal. A dor já vai passar, só precisamos estancar este sangue. _ a desconhecida falava com Crystal como se tentasse acalmar uma criança que acabara de se machucar brincando.

- Já… há tentou selar o corte? _ a voz rouca e falha de Lucius chamou a atenção das duas.

- Lucius! Deveria estar na cama! _ Crystal foi até ele sem se importar com o corte nem com o sangue que insistentemente de seu pulso.

- Seu braço... É uma mordida!

- Tudo bem, agora você precisa voltar para a cama. _ ela o apoiou e junto com Sophia o deitou novamente na cama.

- Seu braço… fui eu? _ os olhos dele já suplicavam perdão mesmo antes de ouvir a resposta dela.

- Sim, mas foi durante o período crítico da sua transição querido, tente descansar. _ quem respondeu foi Sophia ao ver que a filha não conseguiria falar nada.

- Quem é você? _ Lucius perguntou.

- Sou Sophia, sou mãe de Crystal e Escolhida da Virgem Escriba.

Lucius voltou a olhar Crystal e novamente o cheiro do sangue dela lhe atingiu o nariz e a culpa por ter ferido ela doeu em seu peito.

- Crystal, eu sinto muito ter machucado você. _ ela continuou a olhá-lo sem dizer nada e depois se voltou para sua mãe.

- Mãe, pode nos dar licença?

- Claro, mas antes; Lucius está com fome ou sede?

- Não senhora. Obrigado.

- Lembrem sua transição ainda não acabou Lucius.

- Sim.

Quando estavam a sós Lucius segurou a mão de Crystal e virou-a para olhar seu pulso, mas...

- O que?! Como?! _ o espanto dele fez Crystal se sobressaltar.

- O que... _ ela calou-se ao ver que os furos de seu pulso haviam sumido assim como o sangue que antes havia escorrido por seu braço. – É como se nunca tivesse havia corte algum! _ surpresa Crystal passava a mão sobre onde estava o corte.

Ao se levantar para ir contar a sua mãe sobre o que aconteceu Crystal sentiu sua cabeça girar e sua visão escureceu, o quão único ela teve tempo de fazer foi sentar-se na cama para logo em seguida desmaiar.

- Sophia! Sophia!

Quando a Escolhida chegou ao quarto e se deparou com a filha desmaiada sobre a cama ficou desesperada.

July estava em pânico, não podia deixar de dar o recado que a Escolhida mandara, mas a fêmea a sua frente parecia prestes a puxar o gatilho.

- O recado é de uma Escolhida! _ as palavras se atropelaram na boca de July e imediatamente ela virou o rosto para não ver a reação da fêmea armada.

Alguns segundos depois, o aperto em seu ombro cedeu e ela viu Xhex abaixar a arma e a olhar nos olhos:

- Que recado?

- Ela me mandou dizer que você avise ao rei que Crystal e Lucius estão com essa Escolhida que foi enviada pela Virgem. Lucius entrou na transição e a Escolhida os trará de volta quando Lucius estiver em condições.

- Tudo bem, direi a ele. E você, vai comigo.

- Por quê?! O que eu fiz?!

- Você vai explicar ao rei exatamente tudo o que aconteceu.

Como um suspiro July concordou e as duas se dirigiram ao carro de Xhex que estava estacionado nos fundos do Iron Mask.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado.



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