P.O.V. Helena.

Segui as indicações de Ray e achei o banheiro.
Vinha barulho de água lá de dentro. Ouvi também a voz de Gerard. A porta estava encostada, e empurrei devagar. Gerard estava com fones de ouvido e cantando. E dançando.

– All the single ladies (All the single ladies), All the single ladies (All the single ladies), All the single ladies (All the single ladies), All the single ladies.
Now put your hands up.

– Gerard? –
Ele não me ouviu.

Gerard estava usando uma calça cortada
à tesoura, parecendo uma bermuda, e quem cortou tinha problemas motores. Uma camiseta preta e umas marias-chiquinhas prendendo os cabelos compridos e negros. Ele ainda não notara que eu estava lá.

Ele rebolava conforme mandava a música. Cantava alto a canção da morena diva Beyonce. Ele jogava sabão, esfregava o chão com uma vassoura, e de vez em quando parava para dar uma dançadinha. Não pude segurar. Eu ri muito.

Somente quando a música acabou ele se virou e quase escorregou no sabão quando me viu. Tive que ajuda-lo e quase caí também. Ele tirou os fones e ficou me encarando.

– Oi Gerard – Não pude conter uma risada.

– Meu nome é Beyonce. – Ele disse num tom sério

Nós rimos e ele me abraçou. Senti o perfume dele. Um aroma que
ficaria gravado na minha memória para sempre. Nos soltamos e ele tirou as
chuquinhas.

– Eu sei que não estou muito
apresentável, mas... Dia de faxina, não gostamos de contratar faxineira... Aí
nós mesmos arrumamos a casa e...

– Eu entendo, eu também usaria roupas a vontade em dias de faxina. Por que... Eu faço isso.

Nós rimos e de repente, chega umagarota loira na porta do banheiro. Nos encaramos.

– Helena, essa é a tal Stefani

– Stefani não. Meu nome é Lady Gaga!

– Tanto faz – Gerard deu de ombros.

– E seu irmão chegou? – Ela sorrira. Notei como ela era meio dentucinha.

– Deve ter chegado. Acho que ele está dormindo agora.

Lady Gaga saiu sorridente. Ela era bonita. Só exagerou um pouco no delineador e nas estrelas em 3D de sua roupa.

Gerard pegou a vassoura e continuou esfregando. Me sugeriu ficar a vontade, ou ajudá-lo. Respondi que não tinha roupa adequada e ainda tinha aula amanhã, não poderia sujar o uniforme. Ele disse que tudo bem, mas que iriamos ter uma conversa séria depois.

Fiquei esperando na sala,
observando que Liesel tinha desaparecido. E Frank também. Bob estava espanando as prateleiras da cristaleira e Ray estava lustrando o candelabro de ouro da mesinha de centro.

Fiquei sentada no sofá de
couro, que era muito confortável. Liesel continuava sumida, assim como Frank,
Mikey e Lady Gaga. Gerad saiu do banheiro com o balde, a vassoura e os
produtos, e foi em direção à cozinha. Mal ouvi o barulho da porta se abrindo e
ele voltou assustado. Me chamou e fui correndo ver o que era.

Era Frank e Liesel.

Se beijando.

Na cozinha.

Fiquei boquiaberta. Gerard sorriu maliciosamente.

– Nossa, Frank... Você não perde tempo hein?

Liesel quase caiu da cadeira. Mas Frank escorregou no piso brilhante, levou minha amiga junto e ambos caíram no chão. Ray, Mikey Bob e Lady Gaga chegaram. A loira saiu em disparada, ficando de frente aos dois:

– Mas que lindinho! Vou levar vocês pra casa!

Rimos e os gnominhos coraram. Liesel saiu de cima de Frank, e se apoiaram no balcão.

☆

Nos reunimos na sala. Os garotos tinham algo de importante para nos dizer. Eu tive vontade de rir com aqueles visuais engraçados. Notei que
Frank estava de mãos dadas com Liesel. E Gaga abraçando Mikey por trás.

Ray nos contou que a filha do chefe deles se casaria no domingo da semana seguinte, e eles seriam os padrinhos. Sim, e aonde entramos?

Frank depois de uns “é...”. "bem...”, entre outros monossílabos, disse que nós seríamos as madrinhas. Lady Gaga então avisou que já tinha feito os nossos vestidos. Eu e Liesel nos entreolhamos. A loura sumiu e foi até um dos quartos. Pensei comigo mesma: “O que é que eles querem?”.

Gaga retornou com dois pacotes na mão. Entregou um para mim, que tinha meu nome. Ela disse que só poderíamos abrir em casa. Qualquer coisa só ligar pra ela. Fiquei olhando o pacote e quinze minutos depois notei que eles nos forçaram a ser madrinha junto com eles.

Tudo bem...

☆

Lá pelas onze horas da noite é que tive coragem de abrir o pacote. Meu Deus! Era uma seda preta brilhante, com pedras vermelhas e brancas na blusa e no cinto. Ele era tomara que caia, com as mangas num tecido fino, preto e transparente, cortado no meio, e era unido na dobra do cotovelo com uma fita com brilhantinhos. Vesti-o e me sentia uma verdadeira princesa.
Nunca achei que tinha o corpo bonito, apesar do protstos dos meus irmãos, mas o vestido me deixou elegante, e sensual, sem ser vulgar. Era incrivel como o vestido se encaixava perfeitamente em mim e me deixa daquela forma.

Notei que tinha sapatos e outros acessórios. E um cartão, com endereço de um salão, que eu deveria com parecer no domingo, às três da tarde.