Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 18
Que droga aconteceu ontem a noite?!


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais uma fic Adrian e Sydney... ;*



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Sydney’s POV

Abri meus olhos e vi que o quarto ainda estava escuro. Reprimi um gemido. Eu não queria acordar. Eu não queria me mexer. Eu não queria que braços fortes deixassem de me envolver. Havia muito tempo que eu não dormia tão bem.

Espera, o que?!

Braços fortes me envolvendo?

Oh, não.

Dei um pulo. Levantei mais rápido do que achei que era possível.

O que estava acontecendo?

O quarto estava escuro. Era difícil de enxergar, mas mesmo assim eu logo percebi que o quarto não era meu.

Era obvio que o quarto não era meu. Eu não deixaria tintas esparramadas pelo chão.

Tintas?! Oh não. Oh não. Oh não.

Por favor, que não seja ele. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor.

Pela primeira vez resolvi olhar para... Para a pessoa que estava com os braços ao meu redor segundos atrás.

Por favor. Por favor. Por favor.

Não. Não. Não. Não.

Eu nem sei por que fiquei surpresa. Com a sorte que eu tenho eu não podia esperar nada diferente.

Adrian.

Ai meu Deus. Ai meu Deus. Ai meu Deus

Por quê? Por quê? Por quê?

Não importa. Não agora. Eu só precisava sair daquele lugar.

Corri em direção à porta. Ou pelo menos tentei. Estava tão escuro que eu havia tropeçado na cama.

–Awnn – gemi de dor e me abaixei para massagear meu pé.

–Sage? – Adrian disse. Sua voz soou um pouco rouca porque ele acabara de acordar.

–Fique longe de mim – disse e fiquei impressionada como a minha voz parecia mais um rugido.

Continuei no meu caminho em direção a porta mais rápido do que antes. Eu não podia olhar para trás. O que havia acontecido ontem à noite?

Cheguei à sala. Território seguro. Não. Não era seguro. Não enquanto Adrian estivesse no apartamento. Mas pelo menos não era... o quarto dele.

De repente, minha cabeça começou a doer. Muito. Levei minha mão aos meus olhos para impedir a passagem da claridade.

O que havia de errado comigo?!

Tentei me lembrar do que fiz ontem. Awwch. Não fora uma boa ideia. Minha cabeça só doía ainda mais.

–Cuidado – eu ouvi Adrian dizer atrás de mim. – Depois de ontem à noite, você deveria pegar leve.

Ai meu Deus.

Eu virei para trás para encará-lo. Adrian estava com uma calça jeans, mas sem camisa. Seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal. Ele olhava para mim com uma expressão ilegível.

Olhado para mim mesma eu não pude evitar arfar. Como eu podia estar usando aquelas roupas? Ou melhor, não usando.

Nos meus pés estavam meias que eu geralmente usava com botas. Será que eu havia usado botas ontem? Bom, essa era a única parte descente do que eu estava usando.

Nas minhas pernas... nada. Eu não estava usando calças. Por que eu não estava usando calças? Eu estava só de calcinha. Eu não conseguia me lembrar da última vez na minha vida que eu ficara somente de calcinha. Mas essa ainda não era a pior parte.

A pior parte era que eu estava usando uma camisa. Uma camisa que eu já vira Adrian usando. E a camisa estava aberta de modo que era possível ver o meu sutiã por baixo. Fechei os botões da camisa apressadamente.

Como eu pude ter perdido minha virgindade e nem mesmo me lembrar disso? Como eu pude ter perdido minha virgindade com Adrian Ivashkov?!

–Fique longe de mim! – eu gritei. Eu olhei ao redor e fui em direção ao sofá. Peguei uma almofada e joguei com o máximo de força que consegui em direção a Adrian. Depois peguei outra e fiz o mesmo. Como ele pôde? Como eu pude? – FIQUE LONGE DE MIM.

Para a minha infelicidade, Adrian desviava das almofadas facilmente.

–O que você está fazendo, Sage? – ele perguntou como se eu estivesse louca.

–Como você pode dizer isso? – perguntei indignada.

Por um momento tudo começou a girar ao meu redor. Eu não sabia se isso aconteceu por causa da raiva que eu estava sentindo ou por causa da dor de cabeça.

–Como você pode dizer isso depois do que você fez comigo? Depois do que aconteceu? – eu disse e percebi que meus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Como eu pude ter perdido minha virgindade e nem mesmo me lembrar?

–Ei, eu não fiz nada com você ontem. Você que fez tudo comigo – Adrian disse com um sorriso convencido. – E quando você diz “depois do que aconteceu” o que exatamente você está se referindo?

A raiva se tornou insuportável e jogar almofadas já não parecia mais uma opção. Então, sem pensar, corri na direção de Adrian. Cerrei minhas mãos e batia descontroladamente no peito dele. Como ele pôde? Como eu pude?

–Sage – Adrian elevou seu tom de voz.

Mas eu não o ouvia. Eu queria mata-lo. Eu queria me matar.

–Sydney – Adrian disse seriamente. Ele agarrou meus pulsos e me colocou contra a parede. Eu parara de me mover. Não só porque eu não conseguia, mas porque eu não queria. – O que aconteceu?

Eu balancei minha cabeça. A dor parecia estar três vezes mais forte.

–Não era para ter acontecido desse jeito, Adrian – eu disse e fiquei surpresa como tudo saiu como um soluço.

–O que não era para ter acontecido desse jeito? – ele disse suavemente.

Adrian soltou meus braços e eles caíram ao meu redor. Ele colocou suas mãos nas minhas bochechas e seu polegar afastou lágrimas que eu nem sabia que estavam lá.

–Você sabe – eu disse com a voz falhando – você e eu...

Adrian não deixara de olhar para mim nem mesmo por uma fração de segundo. Eu, por outro lado, não tinha coragem de olhar para ele. Meus olhos encaravam o chão.

–Espera – Adrian disse lentamente – você acha que nós transamos?

Eu olhei para Adrian e acho que estava explicito na minha expressão o que eu achava.

–Nós não fizemos nada – ele disse. – Eu nunca faria isso com você naquele estado.

Alívio percorreu meu corpo. Eu conseguia respirar novamente. Coloquei meus braços ao redor de Adrian e puxei seu corpo mais para perto. Eu não podia estar mais feliz. Adrian não hesitou. Seus braços me envolveram firmemente.

–Espere – eu disse me afastando -, se não aconteceu nada, então por que eu estou sem calças? Usando sua camisa?

Adrian olhou para mim por alguns segundos que pareceram uma eternidade.

–Eu acho melhor você se sentar – ele disse sem humor algum em seu tom de voz.

Estava claro, pela maneira que ele falou que eu não gostaria do que estava por vir.

Sentei no sofá e Adrian sentou ao meu lado. Ele não disse nada a principio apenas me estudava com aqueles olhos verdes.

–Você realmente não se lembra de nada? – ele perguntou.

–Não. – Eu disse tentando me lembrar. Contudo, tudo o que consegui foi fazer minha cabeça latejar ainda mais.

Ele suspirou.

–Qual a última coisa que você lembra?

–Eu... – disse tentando me lembrar. Minha cabeça doeu tanto que levantei minha mão para massagear minha testa. – Eu estava na escola. Eu tinha que levar Jill para a casa de Clarence para ela se alimentar. Não é?

Adrian assentiu.

–E depois? – ele perguntou.

–Ahh – eu gritei. Minha cabeça doeu mais ainda e eu levei minhas mãos a ela, como se minha cabeça fosse explodir a qualquer segundo. E provavelmente ela iria.

–Eu não sei – eu disse um pouco mais alto e agressiva do que deveria. – Eu não sei, ok? Então por que você não me conta?

Adrian olhou surpreso para mim. Normalmente eu não era rude daquele jeito, mas hoje era uma exceção.

–Você passou no meu apartamento e me deu uma carona. Então eu, você, Eddie, Jill e Angeline fomos para Clarence. Nós chegamos e no começo estava tudo bem. Só que...

–“Só que” o que? – eu perguntei.

–Só que você e Angeline começaram a brigar. Eu não tenho certeza sobre o que, para dizer a verdade.

Eu dei de ombros.

–Nós andamos brigando a semana inteira. Ela simplesmente não sabe se comportar, Adrian! Ela ainda age como se estivesse vivendo com aqueles caipiras dos Keepers.

–De qualquer forma – Adrian continuou -, vocês brigaram. E você começou a tomar uma lata de coca cola.

–E...?

–E quando você não estava olhando ela colocou algo na sua bebida.

–Ela o que? – eu gritei. – O que?!

–Ela colocou algo na sua bebida – ele repetiu. – Eu não tenho certeza o que exatamente. Angeline disse que era algo que os Keepers tomavam em festas.

–Ela me drogou?! – eu disse com raiva. Levantei do sofá e comecei a andar de um lado para o outro. Minha cabeça doía, mas tudo o que eu fiz foi colocar minha mão sobre ela. – Como ela pôde fazer isso?! Isso só prova o quanto ela é imatura. E irresponsável. E –

–Você quer um remédio para sua cabeça? – Adrian perguntou.

–Não. – Eu respondi rapidamente. – Eu estou bem. Mas Angeline não vai poder dizer o mesmo. Eu vou acabar com ela. Eu vou mandar ela de volta para os Keepers. Ela nunca mais vai poder voltar para o mundo civilizado.

–Sage, – Adrian disse. – Você não acha que está indo longe demais? Ela só estava tentando pregar uma peça em você.

–Ela me drogou, Adrian! – eu gritei. Depois respirei fundo tentando me acalmar. – Ok. Ela me drogou e depois eu dormi. Foi isso?

Eu esperava que sim, mas era obvio que não.

–Não exatamente – Adrian disse e eu vi que ele lutava para esconder um sorriso.

–Você acha isso engraçado? – perguntei. Peguei uma almofada que estava no chão e joguei nele.

–Não – ele disse voltando a ficar sério. – É claro que não.

–Então, o que aconteceu? – perguntei voltando ao assunto.

–Então... – Adrian disse lentamente. Quanto mais ele demorava a contar, mais irritada eu ficava. – Vamos dizer que você começou a falar coisas sem sentido.

–Tipo o que?

–Tipo... – Adrian hesitou. – Você começou a falar sobre a tabela periódica.

Tabela periódica. Não parece tão ruim.

–E sobre algumas pessoas – Adrian continuou. – Você também falou sobre flores e carros, eu acho.

–Como assim você “acha”? – eu perguntei cerrando meus olhos. – E de que pessoas eu falei?

Adrian deu de ombros.

–Eu não tinha certeza do que você falava depois de um tempo – ele disse. – Você ria tanto que não dava para entender direito.

Respirei fundo.

–De que pessoas eu falei, Adrian? – perguntei novamente.

–Você sabe – ele disse. – Pessoas.

–Que pessoas?

–Eddie. Jill. Eu. Alquimistas. Sua família. – ele disse lentamente.

Respirei fundo novamente. Eu só esperava que eu não tivesse dito nada que não deveria.

–Ok – eu disse. – E quando exatamente eu perdi as minhas roupas?

Adrian levantou as sobrancelhas.

–Ah – ele disse. – Suas roupas.

–É, Adrian. Minhas roupas.

Dessa vez foi Adrian que respirou fundo.

–Depois de um tempo – ele disse lentamente – você meio que começou a dançar.

O que?!

De repente, o mundo começou a girar novamente e eu tive que sentar no sofá de novo. Eu comecei a me lembrar de algo.

Fechei os olhos.

Eu estava rindo. Não. Gargalhando. Eddie estava na minha frente e ele olhava para alguém que estava atrás de mim.

–O que nós devemos fazer? – Eddie disse para essa pessoa. – Nós devemos levá-la para o hospital?

–Hospital? – eu disse. Quer dizer a minha memória disse, porque era impossível que eu fizesse uma voz tão aguda e melosa quanto a que eu ouvi. – Eu não gosto de hospitais.

–Eu acho que não é necessário – a pessoa que estava atrás disse. Adrian.

–Mas, olhe só para ela – Eddie voltou a dizer. – Eu nunca a vi desse jeito.

–Eu sei – Adrian concordou. – Mas se nós fôssemos ao hospital os alquimistas saberiam. E eu não acho uma boa ideia.

É – eu disse na mesma voz irritante. Balancei a cabeça. – Não é uma boa ideia. E eu não sei por que vocês estão reclamando. Eu me sinto bem. Como um átomo estável – eu ri.

Quando fui dar um paço para frente tropecei. Felizmente, Eddie estava lá para me segurar.

–Isso foi muito legal – eu disse ainda rindo. – Nós deveríamos fazer isso de novo.

–Não. Não deveríamos. – Eddie disse sério.

Eu estiquei minha mão e segurei o nariz de Eddie.

Sabe – eu disse seriamente, como se eu estivesse falando da primeira guerra mundial -, você tem um nariz bem legal. Mas não tão legal quanto o do Adrian.

Eu pude ouvir Adrian rir atrás de mim e Eddie tirou minha mão do seu nariz.

–Ai meu Deus – eu gemi.

–Você está bem? – Adrian perguntou.

–Não! – eu disse entredentes. – Angeline me drogou. Eu não estou bem.

Adrian me estudou por alguns segundos.

–Então – ele continuou -, você começou a dançar e... bem, você se empolgou.

–Você está dizendo que eu tirei minha roupa dançando?!

Ele assentiu.

–Ai meu Deus. – Eu disse e tinha certeza que meu rosto estava vermelho.

–Mas eu não deixei você tirar tudo – Adrian disse rapidamente. – Quando eu vi o que você ia fazer eu a coloquei no carro e nós viemos para cá.

–E o que aconteceu quando chegamos aqui? – eu perguntei.

–Eu – Adrian hesitou. – Eu tinha que fazer você dormir.

–E como você? – a resposta para a pergunta que eu começara a fazer veio antes de eu termina-la. – Você usou compulsão em mim.

–Usei – Adrian disse. – Eu sinto muito.

Eu não sabia o que dizer. Encarei a parede enquanto me lembrava de outra coisa.

–Onde você está me levando? – eu perguntei parecendo uma criança.

Adrian estava me carregando. Meus braços estavam ao redor de seu pescoço e ele me segurava firmemente enquanto andava na direção de seu quarto.

–Você precisa dormir – ele disse suavemente.

–Mas ainda não é hora de dormir – eu disse.

Quando chegamos, Adrian me colocou delicadamente em sua cama. Ele tentou se afastar, mas eu não soltei seu pescoço.

–Você precisa dormir – ele disse.

Você não vai me dar um beijo de boa noite? – Eu perguntei com a mesma voz irritante que eu usara antes.

Ele se aproximou e beijou ternamente a minha testa. Quando ele foi se afastar, eu fui a sua direção e capturei seus lábios nos meus. Ele retribuiu o beijo e seus braços envolveram minha cintura. Os meus braços que ainda estavam em volta de seu pescoço o puxaram mais para perto e o beijo ficou mais intenso. Só que, para minha infelicidade, Adrian se afastou.

–Eu não posso fazer isso – ele disse. – Amanhã você vai se arrepender disso.

–Não vou – eu disse – eu prometo.

Ele riu.

–Sabe, Adrian – eu disse -, eu gosto muito muito muito muito de você.

–Eu também gosto muito muito muito muito de você.

–Verdade? – eu perguntei.

Verdade – ele espondeu. – Não. Eu gosto muito muito muito muito de você e mais um pouco.

–Então por que você não quer me beijar?

–Porque amanhã você vai se arrepender disso tudo – ele disse. – E porque agora é hora de você ir dormir.

–Mas eu não quero dormir.

–Eu vou fazer uma coisa – Adrian disse – que vai fazer você querer dormir. Mas eu sinto muito, está bem?

–Tudo bem – eu disse. – Mas, Adrian me promete uma coisa?

–O que?

–Promete não me deixar sozinha enquando eu estiver dormindo?

–Prometo – ele disse.

Eu assenti e deitei na cama.

–Você está com sono – Adrian disse enquanto eu olhava para seus olhos verdes. – E você quer dormir.

Eu assenti e a última coisa que vi antes de fechar os olhos foram os olhos de Adrian.

–Eu tenho que ir – eu disse me levantando.

Adrian assentiu.

–Sua roupa está ao lado da cama – ele disse e eu fui correndo em direção ao quarto.

Depois de me trocar e tentar dar um jeito no meu cabelo no banheiro, eu finalmente voltei para a sala.

–Eu estou indo – disse para Adrian que estava comendo um pacote de salgadinho.

–Ok – ele disse. – Você quer que eu vá com você?

–Não – eu disse pegando as chaves do meu carro.

–Sydney – ele disse -, eu entendo se você quiser me odiar por ter usado compulsão em você.

Eu suspirei.

–Eu não te odeio, Adrian – eu disse. Eu me lembrei do que eu havia falado ontem “eu gosto muito muito muito muito de você, Adrian”. Por mais que fosse verdade, eu esperava que ele pensasse que eu disse aquilo somente porque estava sob os efeitos de seja lá o que for que Angeline me dera. Depois do dia que Adrian se declarara para mim eu não queria encorajá-lo ainda mais.

Eu abri a porta e quando estava prestes a sair, Adrian me chamou.

–Sage – ele disse -, você não tem que se preocupar. No dia que nós transarmos, você realmente vai se lembrar.

Arregalei meus olhos e fechei a porta atrás de mim. Às vezes eu realmente queria matar Adrian Ivashkov.

Mas, enquanto eu caminhava eu só conseguia pensar em uma coisa. Angeline não deveria mexer com alguém que carregava tantos ácidos na bolsa como eu.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acharam?
Obrigada a todos que deixam reviews, vocês alegram o meu dia!
Beijos ;*