The Wolf And The Lady escrita por Larissa Baptista


Capítulo 4
Capítulo 3:O Primeiro Vislumbre De Minha Nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pela demora, mas estou cada vez mais lerda para escrever, e nem é por falta de criatividade. Só não consigo seguir em frente do ponto onde parei. Mas prometo que tão cedo não desisto.
De qualquer forma, agradeço profundamente aqueles que vem lendo. Vocês não sabem o quanto são importantes pra mim!! *--*



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Capítulo 3 : O Primeiro Vislumbre De Minha Nova Vida

       Enquanto descia as escadas eu ouvi um estrondo vindo da cozinha e, com isso, comecei a correr.

       Eu não sabia o que estava acontecendo, então fiquei altamente preocupada com todos, várias situações (uma pior que a outra) passando em minha cabeça. Do jeito que o mundo anda perigoso, quem sabe o que poderia estar se desenrolando.

       Quando cheguei à porta encontrei uma cena de caos. Todos divididos em grupos, alguns acuados pelos cantos. Expressões preocupadas em seus rostos. E, bem... Remo jogado no chão em meio a restos de louças e de um antigo armário. Abri a boca com o susto e, rapidamente, juntei-me a ele, que se virou em minha direção quando o alcancei.

       Nos encaramos por um curto momento enquanto eu tentava organizar minha mente e ele nada falou, com se estivesse esperando que eu me pronunciasse.

       -Mas que merda, Remo! O que acabou de acontecer aqui? – Eu quase gritei para que todos pudessem me ouvir, esperando que não só o Remo respondesse.

       -Elizabeth, você está bem! Graças a Merlin! – Ele disse suspirando aliviado e me abraçando.

       -É, estou ótima. Obrigada! – Falei inexpressiva – Mas não vá tentando mudar de assunto Lupin, eu quero respostas!

       Sempre que eu trato o Remo pelo sobrenome ele já me olha preocupado, pois sabe que isso indica que eu estou irritada com ele ou com alguma outra coisa qualquer. Mas geralmente é com ele mesmo...

       -Não é que eu esteja mudando de assunto, Liz, eu só estou preocupado com a sua integridade.

      -Preocupado?! Eu estou preocupada! Olha só esta confusão. – Falei rodando 360° e apontando para todos os cantos. – Vou repetir minha pergunta, o que acabou de acontecer aqui?

       -Elizabeth, fique calma. – Sirius atrás de mim sussurrava, enquanto mantinha as mãos sobre meus ombros, me impedindo de realizar qualquer movimento. A não ser que eu me esforçasse. E eu não estava em condições de realizar grandes atos.

-Falar é fácil, difícil é fazer. – Respondi entre dentes, tentando me esquivar de seu aperto.

       Ele me segurou mais forte e continuou a falar. – Fique calma, Liz, fique calma. – Até aquele momento eu estava bem, mas essa insistência do Sirius começou a me irritar.

       -Sirius, por que tanta preocupação? – Eu perguntei enquanto ele me girava até poder olhar em meus olhos, que eu rapidamente desviei, passando a encarar o chão sujo.

       -Elizabeth, - Ele começou e, segurando o meu queixo com uma de suas mãos, levantou meu rosto e eu não tive outra opção a não ser encará-lo. – você não percebeu como as pessoas estão apreensivas contigo? Ninguém até agora teve coragem de aproximar-se de você, exceto eu e o Remo. – Eu não tinha percebido antes, mas o Sirius tem um hálito maravilhoso, além de ser forte e...uh, que nojo! Não era para eu estar tendo esse tipo de pensamento. Ele é praticamente meu tio.

       -Ahn... – Foi o único som que consegui forçar meus lábios a emitir. Respirei fundo, organizei meus pensamentos e disse:

       -Qual o problema? Eu não vou morder ninguém! – Falei igual a uma criança mimada, fazendo biquinho e cruzando os braços contra o peito.

       -Sua frase é bem irônica ao ser levado em consideração o fato de que, além de vampira, você também tem traços de licantropia. – Ele disse sorrindo.

       -Não me lembre disso quando eu estou irritada, Sirius, eu posso rasgar o seu pescoço tão rápido que você nem veria o que te atingiu.

       Sirius tinha a incrível habilidade de me isolar do mundo quando conversávamos. Por isso eu sempre gostei tanto dele, ele me deixava mais leve! O que, de longe, eu não sentia com o Remo. Não quero ser levada a mal, mas Remo é o meu pai de consideração, então ele se preocupa tanto comigo que chega a ser irritante. Eu o amo, porém toda essa atitude super-protetora já me encheu o saco!

       -Eu sei me defender, Liz. Uma jovem mestiça furiosa não deve ser tão horrível quanto Azkaban! –Um sorriso sombrio passou por seu rosto e eu me senti mal por tê-lo feito pensar em um lugar tão sombrio. Então, apesar de ter me sentido ofendida por ele ter me chamado de fraca, resolvi mudar de assunto.

       -Ahn, bem...Sirius, cadê o Remo? – Perguntei confusa ao notar que ele havia saído de perto de mim sem que eu percebesse.

       -Não se preocupe, Liz. Ele não fugiu nem nada do gênero, apenas está conversando com todos da ordem, tentando acalmá-los. – Ele disse enquanto girava meu corpo, de modo que eu pudesse ver todo mundo reunido.

       -Ótimo! – Exclamei aliviada. – menos explicações para eu dar. – Sorri marotamente e continuei – Mas o que nós dois estamos fazendo aqui isolados? – Perguntei um tanto quanto intrigada.

       -Conversado como qualquer pessoa comum geralmente faz.

       -Claro, como se bruxos e outros seres fantasioso fossem super normais. – Falei sarcasticamente, parecendo uma trouxa.

       -Elizabeth! – Ele repreendeu-me com um olhar severo. – Que tal você tirar essa carranca do rosto, enquanto eu trago todos de volta a mesa para que as explicações sejam feitas com maior clareza? – Ele perguntou puxando uma cadeira para que eu me sentasse.

       -Claro, por que não? – Falei bufando e desanimada. Mesmo se eu negasse, o Sirius, sendo o cabeça dura que é, não iria acatar meu desejo e apenas ignoraria meu mau humor. E foi exatamente o que ele fez! Virou as costas e saiu andando em direção aos adultos para chamá-los.

       Naquele momento eu percebi que os meus amigos não estavam mais no recinto. Algo me dizia que eles haviam siso expulsos de lá.

       ‘’Que saco!’’ – pensei – ‘’Por que eu também não fui isolada? Sério, nesse momento eu gostaria de estar em qualquer lugar, menos aqui sob tantos olhares preocupados.’’

       Eu estava de cabeça baixa, esperando que o interrogatório, ou seja lá o que fosse ser, começasse. Quando o som de arrastar cadeiras cessou e Remo sentou-se ao meu lado, o identifiquei pelo cheiro, resolvi que já estava na hora de levantar a cabeça e enfrentar os estragos, pois todos ali esperavam que eu fosse a primeira a falar.

      Respirei fundo, o que já estava virando um hábito, e segurei, involuntariamente, a mão do Remo, procurando segurança. Com o canto do olho pude ver que ele olhou para mim, encorajando-me a começar.

       O silêncio sepulcral somente era interrompido pelo Olho – Tonto mastigando a própria língua. O que, particularmente, estava começando a me irritar.

       -Então, - Comecei, com a voz em um sussurro – eu, bem, ahn... – vale à pena ressaltar que quando eu gaguejo é porque estou nervosa. Por isso evito fazer discursos.

       Sirius, que é um poço de indelicadeza em certos aspectos, me deu um belo de um chute por debaixo da mesa, fazendo com que eu o encarasse, e sorriu encorajando-me. Murmurei alguns insultos embolados e lhe dei um sorriso amarelo.

       -Desculpem-me pelo que aconteceu! – Falei com sinceridade. – Como vocês sabem, eu sou, em parte, vampira. E, bem, isso faz com que eu tenha certa dependência de sangue. Especialmente quando me machuco. – Disse de uma vez só, mal me dando tempo para respirar. – Quando feri meu braço agora a pouco tive uma recaída e, como estava sem beber nada há alguns dias, resolvi que seria melhor afastar-me de todos antes que alguém se ferisse por minha culpa.

       -Por isso que você saiu correndo desesperada, querida? – perguntou a senhora Weasley com sua voz doce e bondosa.

       -Exatamente! – Sorri ao ver que, aos poucos, era compreendida. – E o Remo, que já passou por essa situação diversas vezes comigo, decidiu que o mais prudente seria manter todos afastados de mim. Já que um vampiro é tão territorial quanto um cachorro ao se alimentar, e ataca quem o incomoda. – Péssima comparação, eu sei. Mas arranquei alguns sorrisos abafados ao falar isso.

       -Viram só? – Disse uma voz afastada. Olhei em volta procurando a quem ela pertencia. – no fim a Elizabeth é só mais uma pessoa atormentada pelo vicio.

       -Como se você entendesse de vícios, Ninfadora! – Sirius disse debochando da moça que havia falado. Que eu descobri ser a mesma que havia ajudado o Remo a levantar do chão quando eu o derrubei da cadeira por acidente.

       A moça dos cabelos coloridos estava subindo cada vez mais no meu conceito!

       -Cale a boca, Black! E não ouse me chamar de Ninfadora novamente. Já disse que prefiro Tonks. – Descobri como irritá-la, graças ao Sirius. Só falta desvendar como ela passou o cabelo de roxo para vermelho em questão de segundos. Será que consigo?

       -Vocês dois, parem de agir como duas crianças. Tonks, Black, sentem-se em seus assentos! – Ordenou o Olho-Tonto com sua voz imponente. Os dois lhe lançaram olhares raivosos e, relutantes, voltaram às suas cadeiras.

       -Bem, agora que já está tudo resolvido, presumo que a Liz não tenha mais nenhum motivo para permanecer nesta reunião. – Remo disse, buscando o meu olhar e implorando para que eu concordasse.

       -Ah, claro. – Resmunguei procurando uma desculpa plausível. – Eu já estava pensando em ir dormir mesmo. Sabe, repor a energia. – Falei enquanto levantava da cadeira. – Hum...Boa noite a todos!

       Exclamei e deixei todos os adultos para trás, sabendo que tão cedo eles iriam sair dali, perdidos em mais uma interminável reunião.

       No momento em que comecei a subir as escadas e olhei para trás de relance, tive um rápido vislumbre da Tonks fechando a porta e sorrindo para mim. Dei um sorriso fraco e me permiti pensar que, em um futuro próximo, nós poderíamos ser amigas.

       Acabei por lembrar do Harry. Eu não tinha visto o Potter à noite inteira e, por causa de toda a confusão, esqueci de perguntar por ele. Onde esse garoto estava? Depois eu falaria com Hermione ou Rony sobre isso.

       Ao pensar no Harry várias lembranças de Hogwarts começaram a florescer em minha mente. Foi automático meu pensamento sobre o primeiro ano. O primeiro vislumbre de minha nova vida.

*Flashback*

       Eu já sabia tudo sobre Hogwarts, ou tudo o que minha avó podia me contar.

       Ela havia morrido há alguns meses. Desde então eu morava com uma parte de minha família que me aceitava parcialmente. Sim, eu sofria nas mãos deles, mas eu ainda era nova demais para morar sozinha. Apesar do intelecto de um jovem adulto, eu tinha a aparência de uma criança, sem contar que ainda tinha uma atitude infantil em certos aspectos.

       Quando recebi minha carta de Hogwarts eu simplesmente surtei. Nunca, nem em meus melhores sonhos, eu me via naquela escola. Mas minha avó sempre acreditou nessa possibilidade e, bem, lá estava eu indo para Hogwarts.

       Ao passar pelo imponente portão meus olhos encheram de água. Naquela hora lembrei de minha avó perguntando-me a algum tempo atrás se eu já tinha feito algo diferente, que ninguém costuma fazer. Ela estava a me contar sobre Hogwarts.

       -Vó, eu sou vampira e loba. Não acho que já tenha feito algo estranho demais para meus padrões! – Exclamei brincalhona, apesar do olhar sério que ela me lançou.

       -Ah, querida, pense bem, você nunca fez algo extraordinário? – Ela perguntou paciente.

       -Claro! Mas é só olhar para mim que você vê o quão estranha eu sou. – Falei abrindo os braços e rodopiando.

       -Querida, você não é estranha, você é especial. E muito! – Ela exclamou amorosa e abraçando-me. – Quantas pessoas no mundo iguais a ti existem? Nenhuma! – Eu sorri para ela e nós continuamos a conversar normalmente.

       Alguns anos depois, falando com o Harry, ele contou-me que quando Hagrid lhe disse que ele era um bruxo, foi da mesma forma que minha avó o fez. A pergunta foi muito parecida.

       -Bem vindas a Hogwarts, crianças! – Exclamou uma senhora simpática e esguia. Ela sorriu para nós, virou de costas e começou a andar. – Venham, irei levá-las até o salão principal, onde todos já estão, apenas esperando por vocês e pela seleção das casas. – Disse por sobre o ombro enquanto nos guiava.

       Todo o grupo em que eu estava começou a andar, seguindo-a.

       Estávamos todos deslocados naquele lugar ostentoso. Como estrangeiros em um país xenofóbico. Uns poucos murmúrios faziam-se ouvir em meio ao silencio que reinava entre nós. Os poucos que conversavam já se conheciam por meio de prévios encontros familiares. Eram crianças que vinham de famílias de origem bruxa, elas eram sangue – puro.

       No entanto a maioria encontrava-se calada, fosse por medo ou maravilhada pela beleza estonteante do castelo, que era a escola.

       Eu buscava absorver o máximo possível da experiência para, quem sabe no futuro, poder compartilhar minhas memórias com alguém.

       Quando chegamos a uma grande porta a senhora, professora Minerva McGonagall ela disse ser, parou e, depois de explicar algumas coisas sobre a escola, ela, graciosamente, abriu a tal porta. Entrando no enorme salão, que estava abarrotado de alunos, e nos levando consigo.

       Lá dentro nós formamos uma fila de alunos excitados, parados no meio do salão.

       Todos aqueles que estavam sentados, ou seja, que não estavam na fila comigo e com os outros novatos, viraram para nos encarar. Uns sorriam encorajadoramente, outros apenas olhavam curiosos, uns poucos acenavam para conhecidos – que entusiasmados retribuam o comprimento – mas os mais estranhos certamente eram aqueles alunos indiferentes. Eles faziam parte de um grupo isolado. Eram carrancudos e deles emanava tanta hostilidade que era bem capaz de me deixar enjoada. Imediatamente percebi que eles jamais seriam um bom exemplo de simpatia e bondade.

       A cor presente nas vestes dos alunos antipáticos logo me fez lembrar da divisão das casas. Verde e prata, Sonserina. Imaginei que não fosse gostar de nenhum deles!

       Um senhor de longa barba branca e óculos de meia lua começou a falar, levantando-se de seu assento ao extremo fim do salão – o que era bem perto de onde a fila começava-. Ele se encontrava em uma mesa com mais alguns adultos juntos, um do lado do outro. Presumi que fossem os professores.

      Acertei! O senhor, Alvo Dumbledore, também conhecido com diretor de Hogwarts, apresentou os professores e depois explicou algumas das regras da escola, para, logo em seguida, nos informar que a professora McGonagall iria chamar os alunos novos e deixar que o chapéu seletor escolhesse para que casa iríamos.

       Uma peça de roupa inteligente e falante pareceu-me muito mais interessante do que as fotos que se moviam, sendo que elas eram minha paixão.

       Eu não costumava me impressionar com facilidade. Contudo Hogwarts estava se mostrando capaz de me tirar o fôlego repetidas vezes.

***Flashback Off***


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