Sophie, Como Tudo Começou escrita por hidechan


Capítulo 3
Capítulo 3: Revelações


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se cometi algum erro de calculo na idade xD



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            Uma fatia de bolo, uma xícara de chá melado com açúcar, torta de limão, pirulitos e pela décima vez Light estava no mercadinho na rua do apartamento comprando doces para o maníaco compulsivo do seu namorado.

- Meu jovem, está traficando doces? _o velinho do caixa sorriu gentilmente a Light que dessa vez resolvera comprar quase um quilo de tranqueiras.

- Espero que ele morra de diabetes _resmungou para si mesmo enquanto pagava os doces.

- Hum?

- Não se preocupe senhor, vaso ruim não quebra e muito menos fica doente _pegou a sacola e saiu fazendo o sino da porta tilintar ao passar.

            10 minutos de caminhada e o ruivo chega até o andar onde estava morando á duas semanas. Encarou por um instante o enfeite bizarro na porta pesando onde L havia conseguido tal artefato _um boneco de palha _e entrou.  

- Cheguei... _entrou na sala tirando os sapatos e o cachecol.

- Você demorou _atacou sacola nas mãos de Light _ os azuis são os melhores _tirou a embalagem de um grande pirulito azul marinho.

- Ele deixa seus dentes azuis, não é nada sexy.

- Encontrei uma pista... nada muito animador _virou o monitor para que o outro pudesse ler.

- Hum... “hospício Santa Helena, Inglaterra... internada desde 1996” _passou os olhos rapidamente pela página.

- Só encontrei isso _quebra seu pirulito ao meio imitando uma criança quando não gosta de alguma coisa.

- Só? Como pode dizer só... ela está num hospício, isso significa que teve um grande trauma... L você tem 24 anos agora, em 1996 já estava na fundação Wammy, isso significa que talvez Watari tivesse conhecido-a sã, pois foi ele quem te levou para o orfanato.

- Ou não, talvez ela já estivesse doente, mas foragida. O fato é que agora ela está internada e... não tenho certeza que com 6 anos eu já estivesse na fundação.

- Se não tem lembranças dela e nada antes disso, provavelmente foi para lá muito novo, talvez até antes.

- ... _digitou seu nome rapidamente e fez uma pesquisa _... parece que estou no Wammy desde 1995, com 5 anos por alguma razão mandam me buscar do local onde vivi até então.

- Tem mais alguma coisa?

- Não _abriu sua vigésima bala fazendo uma careta quando o sabor de manga invadiu sua boca.

- ... então perdeu-se as pistas? Tente mais alguma coisa dela... escola, trabalho.

- Já o fiz, as únicas coisas que encontrei é que ela nasceu na Inglaterra, estudou até o segundo grau numa escola do interior, trabalhou em Londres numa firma e... _olhou para o teto tentando se lembrar do resto _e no seu passaporte a única coisa que tem é uma viajem ao Japão.

- Hum, pode ver que não era de uma família muito rica.

- Tsc, tirando isso não encontrei mais nada, mesmo hackeando todo o sistema, ela não tinha carteira de motorista, endereço fixo... nada.

- ... _deu um tapinha amigável no ombro de L _você parece renovado.

- Ah... é, sim.

- Que tal aproveitar essa animação toda... _completou a frase no ouvido do menino que se arrepiou.

- Estou mesmo precisando de um descanso... mental _abriu um sorriso pervertido.

            Light deu um beijo caliente, fazia dias que estava com aquele desejo incontrolável, mas L dava atenção apenas para o caso da “mãe perdida” como eles apelidaram. Sem delongas, todas as roupas estavam espalhadas pelo chão, Light fazia o moreno gemer alto com o oral e como recompensa ganhava beijos incontroláveis.

            Caíram exaustos depois do tão esperado clímax, foram tomar um banho juntos, um banho demorado e quente.

- Ah... deu até moleza agora _L sentia a água quente bater em sua nuca enquanto recebia um abraço forte de Light.   

- Eu também... hum, vamos comer um pedaço de bolo quando sairmos?

- ... _respirou fundo _eu te amo, simplesmente te amo!.

- Seu interesseiro _deu uma risada longa e por fim desligou o chuveiro.

            Enquanto L procurava mais alguma informação no computador, Light servia pedaços generosos de bolo de pêssego de uma renomada confeitaria do centro de Tóquio para eles; ultimamente L pedira doces cada vez mais caros, os cubos de açúcar já não pareciam agradar seu paladar refinado como antes.

- LIGHT! Rápido!!!

- O que? _correu da cozinha para sala equilibrando um dos pratos nas mãos

- Uma mensagem de N.

- N?

- Um dos agentes que ainda mora no orfanato... esse disse que encontrou um bloco de notas nas coisas de Beyond.

- ...perdão, quem?

- Beyond Brithday, o assassino do caso de Los Angeles que resolvi a anos atrás com a ajuda de uma agente do Japão.

- Talvez eu tenha ouvido falar, ou não _pensou por um momento tentando resgatar algo do passado _... ah, mas espera eu não entendi a ligação...

- É o meu irmão _pegou o bolo das mãos de Light furtivamente.

- IRMÃO?! _deu um pulo do sofá.

- Sim, foi preso depois de assassinatos em série, mas acabou morrendo de ataque cardíaco anos depois, provavelmente por Kira _fechou a expressão ao lembrar-se do caso.

- ... L...L olha pra mim.

- ? _virou o rosto pra Light desfazendo a expressão assombrosa.

- Isto é passado, ok? Não quero que fique se lembrando do caso Kira... isto te faz mal.

- ... tudo bem, nosso foco é outro _suspirou _ o caso é que N disse ter algumas coisas lá e perguntou se podia mandar o diário.

- Hum, por que hesitou?

- O natal está chegando, esse ano eu quero ver as ruas enfeitadas de Londres... vamos? _perguntou ainda com os olhos fixos no monitor.

- Está me surpreendendo viu! _apertou a bochecha de L _achei que não existia nada romântico ai dentro.

- Só vi isso num filme.

- Vamos! _puxou o namorado para mais perto de si podendo assim dar um abraço apertado _vai ser uma viajem inesquecível.

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            1 semana depois, Londres.

- Doces _L puxou a blusa do namorado apontando uma loja enorme e colorida.

- ... vamos _suspirou _desde a hora que descemos do avião, você só entrou em lojas assim.

- Iremos ao lugar onde tive traumas, eu mereço.

- Mentiroso você não está nem ai para o orfanato _abriu a porta deixando L entrar primeiro.

- Hum _deu um sorriso de canto e sentou numa mesinha ao fundo.

- ... sabe depois poderíamos trocar presentes de natal _tentou começar um assunto com o distraído que lia o cardápio a procura de algum doce que nunca comera _ vai ser bom pra você.

- Eu não comemoro o natal.

- É algo por nós dois _abaixou o cardápio que L segurava para poder ver seu rosto.

- ...tudo bem, eu comprarei algo mais tarde para você _apesar da resposta animadora, não mudou sua expressão vazia.

- Você não tem jeito mesmo.

            O dia passou tranqüilo, combinaram em não pensar no caso da mãe perdida pelo menos por um dia e após muitos doces e lojas de presentes estavam descansando num luxuoso hotel, afinal era um passeio além das investigações e L queria sempre o melhor, puro mimo.  

- ...Watari tinha dado a idéia de viajar _teve uma pequena nostalgia quando olhou pela janela do quarto onde estavam _na época eu dei algumas desculpas para tal, mas acabou sendo uma boa idéia.

- É sempre bom sair do lugar onde se fica por muito tempo...

- Uhum... amanhã iremos lá... e se tudo ocorrer bem, passaremos o dia 25 aqui mesmo com o caso concluído.

- Ei, não tenha pressa _bagunçou os cabelos de L _ hoje é dia 22, não precisamos fazer tudo correndo.

- ... mania de detetive talvez... _deitou na cama, seus olhos estavam pesados de sono por causa do fuso horário _e ainda... não comprei nada pra você.

- ... _abriu um sorriso.

            “Estou me sentindo muito bem, cada vez mais ele está perto de resolver o caso, sua ambição como detetive e sua atenção para mim voltaram a ser como antes. Ah meu querido Lawliet, está vendo com a vida é inesperada? Estou te ensinando tudo que posso e é claro que também aprendo... estamos evoluindo juntos; essa é a seleção natural da vida” _pensamentos de Light.

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            O dia amanheceu com céu azul, o casal estava esperando por algum caseiro em frente dos grandes portões da casa Wammy.

- Pois não? _um rapaz trajado com roupas simples chamou a atenção dos rapazes.

- Sou Light, estou trazendo L para... _não precisou terminar a frase para que eles se abrissem _ nossa, que pessoa importante.

- ... eu apenas avisei que viria _olhou para a casa mais a frente procurando algo no telhado.

- Sei... _estacionou o carro na frente da mansão _o que tanto olha? _tentou se posicionar no mesmo ângulo de L.

- Sinos, em breve tocarão... _sentiu um arrepio lhe subir a espinha_ serei rápido, vamos... _desceu do carro num pulo.

            Assim que L abriu a pesada porta da entrada principal encontrou Near os esperando, o garoto guiou até o antigo quarto do moreno que fez uma careta quase imperceptível ao entrar, não trazia lembranças ruins, porém também não trazia lembranças boas.

- Encontrei o diário ali _apontou para uma prateleira de livros.

- Obrigado Near, foi de grande ajuda... _ficou na ponta do pé para pegar o objeto _...acho que nunca fiz tamanho esforço _sentiu sua coluna estralar.

- ... _Near o olhou com a mesma cara de tédio que o recebeu a alguns momentos atrás.

- Mais alguma coisa?

- Nada _respondeu olhando agora para Light _nenhuma pista, mas parece que ainda tem alguma duvida.

- Talvez _caminhou pelo quarto _agora quem fica aqui?

- Ninguém, desde que você foi embora está vazio... não vem muitas crianças pra cá.

- Entendo...

            L ficou mais algum tempo caminhando pra lá e pra cá no quarto, nele havia, além da estante de livros, duas camas e um guarda-roupa vazio de mogno.  

- Lia isso quando era pequeno? _Light agora analisava os livros amarelados com o tempo, tinha ali livros clássicos como o pequeno príncipe e os contos dos irmãos Grimm e também livros sobre doenças, história, matemática e biologia.

- Uhum, até onde me lembro sim. Vamos? Obrigado pela ajuda N.

- ... talvez o velho queira te ver _girou os calcanhares e deixou o casal sozinho no quarto.

- Você está bem? _segurou no ombro de L

- Sim, vamos ver o que ele tem a nos dizer _entregou o diário a Light e saiu na frente o guiando pelos corredores da mansão.

- ... está ansioso para ler?

- Um pouco _abriu a porta de madeira envelhecida da sala do diretor depois de bater.

- Oh, L! Entre... e quem é o rapaz? _deu um sorriso gentil a Light.

- Light Yagami senhor _fez um sinal de respeito.

- Mais alguma coisa do B? _se apoderou de umas das cadeiras estofadas com tecido vermelho.

- Infelizmente não... nós encontramos crianças como você e B através de escolas, contatos e hospitais, mas no seu caso L... tudo que posso dizer é que Watari observou vocês dois quando tinham cerca de 5 anos e era surpreendente o que faziam.

- Tipo?

- Cubos mágicos, desenhos, falavam bem, eram curiosos... eu realmente não sei como ele os conheceu, talvez tenha sido apenas coincidência.

- Entendo.

- Meus pêsames por ele _desviou o olhar para suas próprias mãos repousadas na mesa, eles tinham sido grandes amigos e não teve tempo o suficiente para ir ao velório que fora realizado no Japão mesmo.

- Obrigado... se isso é tudo estou indo agora _percebeu o clima pesado, não estava afim de ouvir lamúrias.

- Espere! Mais uma coisa... talvez você nunca tivesse percebido isso por ser distante dele, mas Beyond falou algumas vezes dela... dizia sempre as palavras “presente, matar e mamãe”, quando Watari trouxe vocês, ela já estava num estado de loucura.

- ...

- Isso é tudo, cuide-se.

- Hum _fez sinal de respeito e saiu.

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- ... L como era o seu irmão? _já no carro de volta para o hotel.

- Bom, ele era sanguinário e psicopata como saiu no laudo da policia, como ouviu do diretor nós nunca fomos próximos.

- Será que... foi ele que enlouqueceu a senhora Sophie?

- ... talvez, não tem nenhum registro do meu pai, acho que ela tentou nos criar sozinha.

- É..._ suspirou _está tudo bem?

- Sim, pode parar de perguntar isso sempre.

- Desculpe-me _se sentiu chateado com a resposta do namorado, só estava preocupado.

- ...acho que vou ler o diário... posso te encontrar no hotel mais tarde?

- Vai ficar sozinho?

- Sim, tem algumas lembranças que preciso resgatar... e você faz a minha atenção diminuir um pouquinho _fez um bico, Light acabou rindo dele.

- Tudo bem vai _parou o carro em frente a um café _ qualquer coisa me liga.

- Obrigado _abriu a porta do carro e antes de fechá-la deu uma ultima palavra _eu te amo.

- Também... se cuida _fez um sinal com as mãos para L e saiu.

            L entrou no pequeno café e sentou-se à mesa mais distante da porta e janelas, pediu um doce e um chá antes de começar a folhar o diário. Era um livro surrado, com algumas páginas soltas e a capa já rasgada, talvez fosse mais um bloco de pensamentos do que um diário propriamente dito.

            “O Japão é um lugar incrível, estou á sete dias aqui e tudo me encanta, talvez até mude para cá mesmo não conhecendo ninguém” _L ignorou essa parte, ela começou a descrever os lugares onde andou e rapidamente reconheceu como Shibuya e Tokyo logo a frente tinha alguns preços e receitas, nenhum doce fazendo o garoto desanimar um pouquinho.

            “A policia ainda não o encontrou, estou voltando para Londres... nunca achei que isso aconteceria comigo, ainda mais nesta terra tão pacífica! Eu odeio todos eles!” _um trecho inesperado, a letra estava visivelmente tremida, logo após tinha páginas com rabiscos e finalmente encontrou outro texto.

            “Londres, meu berço... agora estou na casa de minha mãe com esta barriga enorme, ninguém me diz onde ele está ou quem é, nunca mais voltarei aquele lugar de satanás. Agora mais calma consigo relatar tudo aos meus pais, eu estava voltando de um barzinho na noite do dia 30 quando um bêbado me abordou, eu o ignorei e segui em frente com passos largos na esperança de encontrar um policial. O homem era alto, de cabelos claros devido a descoloração e olhos negros... nunca me esquecei daqueles olhos intensos e frios, meu coração pareceu querer sair pela boca quando ele chegou mais perto e segurou meu pulso; o hálito de saque me enojou ainda mais... tenho ânsia a cada vez que me lembro daqueles beijos forçados abafando meus gritos de socorro e lamento.

            Como todos aqueles filmes clichês americanos, a mocinha fora atacada num beco escuro... ah se tivessem a idéia de como é aterrorizante alguém tocar seu corpo, minha alma pareceu romper quando ouvi aquele gemido alto e forte; não consigo me lembrar de muita coisa após isso... apenas que alguns policiais me encontraram no dia seguinte, meu corpo estava pesado, mal consegui mexer minha boca e responder num japonês muito ruim meu nome e onde estava hospedada.

            “Nunca encontraram o homem, fui mandada de volta para a Inglaterra sob proteção da policia japonesa e hoje vivo em paz, grávida de gêmeos e por mais que eu tenha sofrido, os vejo como uma VIDA e não tenho o direito de julgá-las”.

            L terminou de ler a página que o interessava e fechou o diário, foi uma leitura pesada e mesmo não tendo nenhum sentimento especial pela mãe, sentiu certo pesar afinal, foi um relato de estupro terrível.

            Saiu do café para arejar os pensamentos, o sol já tinha se posto e agora as cintilantes luzes de natal podiam dar o ar de sua graça, porém passava por elas sem contemplar sua beleza, apenas pensava no caso e naquela pessoa tão sofrida.

- “Uma pessoa de baixa renda... com traumas de um estupro e duas crianças para cuidar... mas ainda faltam partes do quebra cabeça, por que ela enlouqueceu? Como fomos percebidos por Watari?...”

            Um objeto lhe chamou a atenção a ponto de interromper sua linha de raciocínio, o moreno entrou na loja e saiu dela 10 minutos depois com um embrulho nas mãos, oras! Não tinha como esquecer que era natal e que uma pessoa muito especial o aguardava no hotel. Ansioso, pegou um taxi e foi encontrar Light e tinha agora, além de novidades sobre o caso, um presente de natal.


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