In Love With The Hero escrita por Jungie


Capítulo 6
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Mas o que é isso? Shikshin postando um novo capítulo exatamente uma semana depois do último??? Sim!!11!1! Peço desculpas se houver muito blá blá blá nesse capítulo e ele pareça meio chato, mas esse falatório é necessário.



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Se havia algo que Jessica odiava mais do que arrumar o quarto, ser cantada por velhos pervertidos e a cara de satisfação da professora que menos gostava na universidade sempre que lhe aplicava uma nota baixa, era ser acordada no meio de um sono profundo.


- Jessica, acorda! – Sunny balançou a garota gentilmente para que despertasse.


E bastou um olhar para que Sunny percebesse que Jessica não estava muito feliz em ser despertada.


- O que é? – grunhiu Jessica, limpando com a costa da mão o resquício de baba que escorreu de sua boca durante o sono.


- Taeyeon está nos convocando, e isso inclui a você.


- Ah, manda aquela chata tomar no...


- Deixa de preguiça, Jessica! – cortou Sunny. – Você vai conhecer o pessoal, vai ser legal.


- Não dá pra ser outra hora? – Jessica enfiou a cara no travesseiro.


- Não, é urgente – Sunny puxou Jessica pelo pulso e em troca recebeu mais resistência da garota, que segurava na borda da cama para não ser levada pela menor. – Vamos lá, Jessica!


Sunny soltou Jessica e frustrou-se quando ela cobriu o rosto com as cobertas. Suspirou e resolveu então recorrer a um artifício do qual não se utilizava faz muito tempo.


- Sicaaaa, vamos acordar, por favoooooor?~ – Sunny afinou a voz e mandou o seu melhor aegyo.


- Que porra é essa? – Jessica levantou-se e olhou para Sunny com uma expressão esquisita.


- É o meu aegyo – Sunny encarou Jessica, constrangida.


- Ah, essa coisa de asiáticos.


- Você fala como se não fosse também!


- Você não se sente meio retardada fazendo isso?


O silêncio de Sunny soou para Jessica como um “bastante”.


- Eu me levanto se você prometer nunca mais fazer isso.


- Fechado, agora vamos logo! – Sunny puxou Jessica novamente.


- Ei, ei, peraí! – protestou Jessica. – Eu estou só de blusa e calcinha, posso me vestir decentemente primeiro?


- Tá, vai lá. – Sunny sentou-se na cadeira giratória e virou de costas para Jessica.


- Não vai sair do quarto?


- Você vai querer dormir de novo se eu sair.


- Droga... – murmurou.


Alguns poucos minutos de enrolação e reclamações depois, Jessica e Sunny finalmente se juntaram ao grupo. Jessica já se sentiu desconfortável ao perceber o olhar de todas as garotas pairar sobre ela – menos, é claro, o de Taeyeon, que aparentemente achava o chão mais interessante de se observar – então se resumiu a ser discreta e não chamar muita atenção, enquanto analisava rapidamente a face de cada uma presente naquela sala.


A que mais veio a atrair sua atenção havia sido uma jovem bonita, de cabelos negros e pele suavemente mais escura que a do resto, que parecia ser a única outra a não ter notado (ou fingir não ter notado) sua presença. Estava sentada no braço do sofá, batendo o pé incessantemente no chão. Sua face, apesar de exuberante, exibia algumas poucas cicatrizes, das quais duas eram bastante visíveis; uma que cortava o canto de seus lábios e outra próxima à sobrancelha direita, que provavelmente estaria encoberta pelo seu cabelo se ele não estivesse preso em um rabo de cavalo.


Logo a porta da frente se abriu e passou por ela uma garota alta, esbelta e igualmente bonita (todas ali tinham uma aparência muito agradável, Jessica notou) vinha puxando pelo braço uma loira que parecia relutante em estar lá. 


- O que vocês fizeram agora pra atrapalhar a minha caminhada matinal? – disse a loira de cara fechada.


- Caminhada matinal? Por favor, Hyoyeon, todo mundo sabe que você sai só pra entupir os pulmões com essa merda de cigarro! – manifestou-se a garota morena de cabelo preso.


- Com licença, mas os pulmões são meus e eu faço o que quiser com eles – Hyoyeon cruzou os braços.


- Claro, porque você vai ser muito útil pra nós quando tiver câncer...


- Cala a boca, Yuri!


- Já que estamos todas aqui, creio que posso começar – Taeyeon levantou do sofá sem muito entusiasmo, cortando a discussão.


- Claro que não, está faltando a Yoona – disse Yuri.


- Yoona foi ferida por um tiro na perna momentos atrás. Tiffany já cuidou disso e agora ela está repousando no quarto.


- Como é que é? – a expressão de Yuri mudou de neutra para furiosa. – Não acredito que você foi capaz de botar a sua própria irmã mais nova em uma situação de risco, grande líder você é! – levantou-se impetuosamente.


- Yuri, menos – retrucou Taeyeon, sem um pingo de alteração em sua voz. – Yoona está bem e não corre perigo algum. Poderia até mesmo juntar-se a nós, mas ordenei para que permanecesse no quarto por enquanto.


Yuri pareceu acalmar-se com o que Taeyeon disse e sentou-se novamente, finalmente percebendo a presença de Jessica na sala e dando um assobio ao notar a beleza da garota. Taeyeon, conhecendo Yuri, resolveu dar o seu comunicado antes que ela fizesse algum comentário que constrangesse Jessica.


- Convoquei-as aqui para dar-lhes dois comunicados muito importantes. Primeiro, como todas já devem ter notado, temos uma nova integrante em nosso grupo. – Taeyeon apontou com a cabeça para Jessica, que respondeu aos olhares curiosos com um aceno sutil. – Pessoal, essa é Jessica Jung. Jung, esse é o pessoal. Então, vamos para o segundo aviso...


- Que porcaria de apresentação foi essa? A novata não sabe nem os nossos nomes! – Yuri olhou na direção de Jessica. – Muitíssimo prazer, sou Kwon Yuri – piscou.


- Yuri, não creio que dar em cima de Jessica seria um jeito apropriado de dar-lhe boas vindas – suspirou Taeyeon.


“Então discutir comigo e me menosprezar o tempo todo seria perfeitamente aceitável?”, pensou Jessica.


- Sooyoung! – a garota alta rapidamente se recolheu ao chamado da líder. – Faça uma introdução oficial de todas nós a Jessica. Seja breve.


- Tudo bem – Sooyoung foi até o centro da sala de estar, atraindo a atenção de todas. – Meu nome é Choi Sooyoung, e você pode me considerar a vice-líder deste grupo. Meu poder é da intangibilidade, o que me permite atravessar objetos sólidos.


Sooyoung demonstrou sua habilidade ao literalmente enfiar o pé no sofá como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Apesar de Jessica não ser mais uma cética em relação aos poderes das garotas desde que Taeyeon lhe mostrou a sua telecinese, considerou aquele o momento em que caiu a ficha de que aquilo tudo era real e estava mesmo acontecendo com ela. E o pior: que corria riscos por causa disso.


- Eu preciso falar sobre coisas pessoais? – questionou Sooyoung a Taeyeon.


- Isso não é o primeiro dia do jardim de infância, Sooyoung! Vou repetir: seja breve!


- Tá, tá – pigarreou. – Vou continuar com as pessoas com quem você já é familiar. Tiffany é a nossa médica, tem o poder de acelerar a regeneração das células de qualquer ser vivo que as possua. Em termos mais simples, ela pode curar qualquer ferimento! – Tiffany sorriu e assentiu com a cabeça, parecendo orgulhosa de sua habilidade. – Já Sunny tem poderes precognitivos.


- Que é só um termo mais bonito para “visões do futuro” – acrescentou Sunny. – Foi assim que soubemos como e onde lhe procurar. Mas é um dom bem traiçoeiro. Aparece quando bem quer e me faz sentir como se estivessem martelando minha cabeça com uma marreta gigante, eu não recomendo. Quer dizer, exceto quando essas visões aparecem em forma de sonhos. Aí já é bem mais tranquilo.


Jessica logo se lembrou do sonho que teve no avião. Seria aquela uma visão do futuro? Sentiu seu coração acelerar e um frio percorrer sua barriga.


- E como você sabe que é uma visão e não apenas mais um sonho comum? – perguntou Jessica.


- A primeira vez que a minha habilidade se manifestou foi aos quinze anos. Eu nunca tive um sonho que não tivesse se tornado realidade desde então.


A resposta não havia ajudado em nada para acalmar Jessica.


- Uh, vamos continuar? – apressou Sooyoung ao sentir o olhar impaciente de Taeyeon em sua direção. – Yoona, nossa segunda maknae que infelizmente não pôde se juntar a nós, tem o poder da superforça. E Yuri, nossa doce Yuri, pode controlar e produzir fogo com as suas próprias mãos! – Jessica viu Yuri piscar para ela outra vez e já estava começando a achar aquilo irritante.


- Kim Hyoyeon, nossa dançarina que precisa parar de fumar, é mais rápida do que qualquer maratonista com a sua supervelocidade – Hyoyeon resmungou algo inaudível após a insinuação de Sooyoung. – Nossa pequena maknae Seohyun tem o poder de ler mentes! Mas não se preocupe, ela nunca irá ler a sua se você não pedir.


A única garota que não havia chamado a atenção de Jessica até o momento curvou-se para cumprimentá-la de longe. A quietude e discrição de Seohyun ajudaram para que passasse despercebida por Jessica.


- E por último, mas não menos importante... Kim Taeyeon, nossa Kid Leader. Telecinese. Sem ela não seríamos…


- Ok, Sooyoung, isso já é o suficiente. Obrigada. – Taeyeon sinalizou para Sooyoung sentar-se. – Serei curta e grossa: estamos todas correndo um grande perigo.


Muitos foram os olhos que se arregalaram após esta frase. Jessica, apesar de estar ciente dos riscos que correria a partir do momento em que desembarcou em Seul, logo notou que a gravidade do problema era maior do que imaginava quando viu as expressões surpresas e assustadas de oito garotas que possuíam incríveis habilidades sobre-humanas.


- Ao retornarmos do aeroporto de Incheon, nosso carro foi seguido por dois atiradores. Um deles era Nichkhun Horvejkul, razoavelmente conhecido por ser um bom atirador de elite. O outro... bem, não faço ideia de quem era, mas não devemos descartar a possibilidade de também ser uma grande ameaça.


- Então foi assim que Yoona foi ferida? – perguntou Seohyun, preocupada.


- Sim. O problema é que Nichkhun não era apenas um simples atirador. Ele, assim como nós, possui um superpoder; intangibilidade, como Sooyoung. Conseguiu me enganar direitinho – Taeyeon rangeu os dentes. – Tenho razões para acreditar que existem outros que estão atrás de nós.


- Peraí – disse Hyoyeon. – Então mesmo depois de termos encontrado tantos outros como nós, ainda existem mais?


- Provavelmente até mais do que imagino.


- Fodeu – disse Yuri.


- Yul! – repreendeu Tiffany. – Isso não é jeito de se falar na frente da Jessica!


Yuri apenas revirou os olhos e Taeyeon prosseguiu:


- As informações que temos no momento são mínimas. Não sei exatamente quem está atrás de nós e com que propósito. Sei que no passado tivemos gente nos caçando com o intuito de nos transformar em ratos de laboratório e até mesmo conseguiram levar alguns de nós – houve uma breve hesitação na voz de Taeyeon. – Mas não acho que usariam os próprios experimentos deles como armas.


Jessica já não entendia mais nada. Experimentos? Ratos de laboratório? Fez uma nota mental para lembrar-se de pedir esclarecimentos a Sunny sobre toda essa situação.


- A única certeza que tenho é de que precisamos melhorar ainda mais nossas habilidades. O treinamento para todas; inclusive você, mocinha – Taeyeon olhou para Jessica. – terá início amanhã. Sim, Yuri? – disse ao notar a mão levantada da colega.


- Jessica está usando a sua blusa, isso significa que vocês estão se pegando?


As reações foram imediatas. Taeyeon lançou um olhar mortal para Yuri e a morena não previu a chuva de almofadas para cima dela, cortesia de Hyoyeon e Tiffany. Jessica corou e tentou esconder-se atrás de Sunny mais uma vez, sentia-se até mesmo enojada com a ideia de se envolver intimamente com a líder.


- Ei, foi uma pergunta genuína! – protestou Yuri.


- A qualquer momento um caminhão-guincho estará aqui para trazer o carro com as malas da Jung – Taeyeon retirou-se para o seu quarto, ignorando Yuri.


- Isso foi um sim? – e mais almofadas vieram em sua direção. – Tá, já entendi! – Yuri levantou-se e foi até o quintal.


Após a saída de Yuri da sala, Sooyoung e Hyoyeon conversavam no sofá sobre o anúncio de Taeyeon, Seohyun prestando atenção nas duas mas não se envolvendo na conversa. Tiffany foi até o quarto que dividia com as duas maknaes para checar a condição de sua irmã e Jessica sentou-se em uma das cadeiras altas que ficavam de frente para o balcão que separava a sala de estar da cozinha, acompanhada por Sunny.


- É, parece que o meu sono se foi graças a esse reconfortante aviso – ironizou Jessica.


Sunny permaneceu quieta por alguns segundos antes de responder a Jessica:


- Eu sinceramente não sei se isso vai lhe acalmar um pouco ou te deixar ainda mais assustada, mas não é a primeira vez que passamos por isso.


- Ah, então vocês tem experiência com gente querendo matar vocês?


- Não exatamente matar, mas... – pausou, procurando palavras para continuar. – Olha, eu sei que você deve ter muitas perguntas. Pode fazê-las, tentarei responder da maneira mais clara possível.


- Tá, primeiro me explica o que é isso tudo? Um grupo de reabilitação para jovens com superpoderes? Como exatamente vocês – nós – desenvolvemos essas... coisas?


- Somos apenas pessoas procurando nosso lugar no mundo, sabe? Muitas de nós não temos família ou amigos devido à nossa condição.


- Mas por quê? Vocês não poderiam apenas esconder suas habilidades e viver uma vida normal?


- Bem, vou lhe contar uma história. É meio longa, então espero que não durma no meio – riu. – Tudo começou com um projeto, não sabemos exatamente quando, mas deduzimos que ele teve início no final dos anos 70. Era algo bem ambicioso, sabe? O objetivo era criar genes mutantes e implantá-los em seres humanos. Então eles tornaram os três filhos dos maiores financiadores do projeto, os irmãos Kwon, nos primeiros seres humanos com esse tipo de mutação genética.


- E como ninguém soube disso por todos esses anos? – perguntou Jessica, incrédula de saber que algo tão grande e revolucionário foi mantido embaixo dos panos por tanto tempo.


- Não sei, talvez o governo tenha encoberto tudo para tentar usar esses mutantes como armas contra a Coréia do Norte ou algo assim. Não duvido que os Estados Unidos tenham conhecimento disso também.


- Por que eu não estou surpresa de ver o dedo da toda poderosa América nessa história?


- Enfim. A esses três irmãos foi concedido o poder da pirocinese, que seria a habilidade de controlar o fogo. Parece familiar?


- Yuri! – Jessica estalou os dedos.


- Exatamente. Cada um dos Kwon passou o gene mutante para um de seus filhos, sendo Yuri uma dessas crianças. Os cientistas por trás do projeto então implantaram genes mutantes em algumas mulheres grávidas que foram pagas grandes quantias em dinheiro para se tornarem cobaias. Acontece que esses genes não se acomodaram aos seus organismos e acabaram matando-as pouco tempo após o parto. Desse grupo de mulheres nasceram Taeyeon, Tiffany e... – pausou. – Eu.


- Você? Então quer dizer que você é... – suspirou. – O que aconteceu com o seu pai?


- Não sei, mas isso não vem ao caso – Sunny parecia um pouco incomodada de falar sobre o assunto. – Eu tive uma infância normal com a minha família adotiva, isso é o que importa. Continuando... Tem um terceiro tipo de mutantes, que são aqueles que receberam os genes diretamente após o nascimento quando ainda eram recém-nascidos. São basicamente todas as meninas que não citei até agora.


- E eu me encaixo nessa categoria?


- É uma boa pergunta, não sabemos muita coisa sobre você – Jessica franziu o cenho. – Deixa eu começar a falar sobre as Kim pra chegar aonde o nosso pequeno grupo começou. Um casal de cientistas que chefiava uma ala do projeto adotou Taeyeon e Fany e fizeram o mesmo com Yoona um ano depois. Nenhuma de nós sabe por qual motivo, circunstância ou razão, mas as três foram parar em um orfanato quando eram bem pequenas.


- E ninguém se lembra de nada?


- É pedir muito para que jovens de vinte e poucos anos tenham memórias de quando eram bebês, você não acha?


- Não deixaram nenhum documento, nenhuma foto... nada?


- Apenas a metade de suas certidões de nascimento que mostrava seus nomes, data de nascimento e tipos sanguíneos.


- Acho que preciso de uma pausa – disse Jessica. – É informação demais para absorver de uma só vez.


- Então vou resumir a história e dizer que as três fugiram do orfanato na mesma época em que eu fugi de casa, acabamos por coincidentemente nos encontrar na rua e o resto é história. Hm, acho que em vez de lhe contar toda a história de como chegamos até aqui, irei lhe mostrar algumas anotações importantes do meu diário.


- Seu diário? – a curiosidade de Jessica foi atiçada ainda mais.


- Não é um best-seller do New York Times, mas acho que seria uma leitura interessante para antes de dormir – riu. – Comecei o hábito de escrever em diários desde quando saí de casa aos quinze anos. Talvez o meu primeiro diário seja mais preciso do que minhas memórias daquela época.


- Com licença – Yuri interrompeu a conversa, com o celular de Jessica na mão. – Desculpe chegar assim, mas a nossa querida e doce líder pediu encarecidamente para que, em suas palavras, eu lhe trouxesse “a porra desse celular que não para de tocar”, já que isso atrapalha o seu precioso sono de beleza – disse Yuri em um tom claramente irônico, entregando o celular a Jessica.


- Hã... obrigada, eu acho – Jessica pegou o aparelho e logo se assustou com o que viu: Krystal, 5 chamadas perdidas. Desde o fatídico sonho que teve na viagem para Seul, qualquer coisa era motivo para se preocupar com sua irmã. Tentou puxar de memória os códigos necessários para se fazer uma ligação para os Estados Unidos e discou o único número que havia decorado na vida além do seu próprio.


- Jessi! – Krystal não demorou a atender a ligação.


- Krys! Tá tudo bem? Por favor, me diga que está tudo bem! – Jessica se levantou e distanciou-se um pouco de Sunny e Yuri, que conversavam no balcão.


- Ah, tirando as saudades está tudo bem sim, por que não estaria? – apesar de estar mais aliviada, as preocupações de Jessica se mantiveram; afinal, não havia feito nem um dia que havia saído de Los Angeles.


- Sabe quando se tem um mau pressentimento? Pois é... Eu tive um no meio da viagem, mas já passou.


- Não vamos pensar nisso, vamos? Que tal falar de coisa boa? Você já foi pro seu quarto, já conheceu a colega com quem vai dividí-lo? – Krystal soava animada.


- Hã, ainda estou em um hotel – mentiu. – Irei ao campus da universidade amanhã, agora eu realmente só quero dormir.


- Ah, foi mal! Espero não ter lhe acordado!


- Não se preocupe, eu estava de pé. Só não atendi porque estava longe do celular.


- Tudo bem então. Acho que posso deduzir que você também está bem, não é?


- Também já estou morrendo de saudades, mas estou indo – sorriu, mesmo que Krystal não pudesse ver. – Krys, eu adoraria ficar mais, mas ligações para o outro lado do mundo não estavam incluídas no pacote da minha conta de telefone – riu. – Dou um jeito de entrar no computador para nos falarmos pelo Skype, tá bom?


- Ok. Te amo, Jessi, se cuida!


Jessica suspirou. Se tinha algo que tinha certeza que seria difícil de fazer em Seul seria se cuidar.


- Também te amo, Krys. Mande um beijo pra mamãe e diga que eu estou bem. E um abraço pro papai.


- Pode deixar, tchau! – Jessica ouviu a linha cair e também desligou o telefone, retornando ao balcão.


- ...então, Sunny, esqueci de dizer que a Taeyeon está lhe chamando. – disse Yuri ao ver Jessica de volta, em uma tentativa para que a menor se afastasse.


- Não, ela não está.


- Por que eu mentiria? – resmungou Yuri.


- Não sei, por que a honesta e íntegra Kwon Yuri mentiria? – Sunny sorriu e deu de ombros, aproximando-se do ouvido de Yuri. – Flertar com Jessica não vai te fazer gostar menos dela. – Murmurou, enfatizando a última palavra. Puxou Jessica gentilmente pelo braço e guiou-a até o quarto. – Agora você pode dormir o quanto quiser, lazy girl – disse com seu sotaque carregando, arrancando uma risadinha de Jessica.


Yuri viu as duas desaparecerem no corredor e suspirou profundamente, passando uma mão pelo cabelo. Tirou do bolso a foto velha e surrada das irmãs Kim que secretamente carregava consigo e tornou a admirá-la, seus olhos fixos em apenas uma pessoa.


Por que tinha que ter se apaixonado logo por Kim Yoona?


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