Bruderlichkeit escrita por keca way, Duda_


Capítulo 6
Round 3 - A guerra está declarada!




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- Trecho de Rette Mich -

-x-

Pela primeira vez sozinho

No nosso esconderijo

Eu ainda vejo os nossos nomes na parede

E os apago de novo

Queria te contar tudo

Por que foi embora?


-x-

 

 

 

Bill acordou cedo. Não se deu conta de onde estava e o que tinha acontecido no dia anterior até olhar para a mesa à sua frente. Sua avó já havia preparado o café-da-manhã e deixado pronto para ele. Ele levantou-se devagar e percebeu que havia dormido no sofá. Olhou-se no espelho que havia na sala, a maquiagem de seus olhos estava um pouco borrada e, seu cabelo, desarrumado. Ajeitou-se rapidamente e quando se sentou a mesa sua avó deu-lhe um beijo na cabeça.

 

- Bom dia, querido. – disse ela, sentando-se ao seu lado.

 

- Bom dia, vó. – ele falou, forçando um sorriso.

 

- Logo depois que você terminar, vou levá-lo em casa. Prometi a sua mãe.

 

Bill não respondeu, concentrou-se em comer, mesmo sem vontade. O reencontro com seu irmão estava cada vez mais próximo, não havia como fugir. O que ele estava adiando desde que o garoto chegou, finalmente aconteceria. Entre esses pensamentos ele terminou de comer. Sua avó já estava pronta e pediu para o motorista levá-los lá, apesar de perto, ela achava que o tempo estava muito frio para eles irem andando. Durante o percurso, Bill sentia que a sua avó falava, mas ele não conseguia escutá-la, apenas balançava a cabeça afirmativamente, fingindo prestar atenção.

 

- Bill... Bill! Vamos, querido. – ele escutou alguém chamar-lhe. – Não vai ficar no carro o dia todo, não é?! Já chegamos, venha! Vou falar com a sua mãe, rapidinho, e ver seu irmão... Só volto amanhã, porque ainda preciso resolver alguns problemas...

 

O garoto saiu do táxi meio desanimado e, ao entrar em casa, foi direto ao seu quarto, não queria ver ninguém naquele momento, nem sua mãe, nem Tom, nem ninguém. Queria apenas deitar-se em sua cama e esquecer por alguns segundos que aquilo estava acontecendo. Ele sabia que teria que encarar os fatos, mesmo não querendo, pois um de seus maiores fantasmas estava de volta, pronto para lhe aterrorizar, Tom Kaulitz.

 

Assim que entrou no quarto, jogou-se em sua cama, sem nem ao menos dar uma olhada em volta, só queria poder se deitar e esquecer de todo o resto, mas, quase que instantaneamente, levantou-se em um pulo, sentando na cama e observando melhor o local.

 

“Não acredito! Isso não pode estar acontecendo...” – pensava enquanto passava suas mãos pelos cabelos.

 

Bill piscou várias vezes, e depois fechou seus olhos por um longo tempo.

 

“Não pode ser... Não pode ser... É uma miragem, só pode ser miragem...”

 

Depois de muito tempo resolveu abrir os olhos e constatou que não estava sonhando. Em seu quarto, que antes só tinha sua cama de solteiro, um guarda-roupa, a TV, um som, uma mesa com seu notebook e seus pôsteres, espalhados por todos os cantos, agora se encontrava com mais uma cama, que estava com duas malas, uma mochila e várias roupas e bonés jogados sobre a mesma.

 

Bill ficou furioso em constatar de quem eram aquelas coisas e desceu as escadas correndo indo na direção do portão do jardim.

 

- MÃE, O QUE SIGNIFICA AQUILO NO MEU QUARTO? – gritou nervoso ao avistar a mãe no jardim, onde Billie, seu pastor belga, também se encontrava.

 

Simone se virou instantaneamente ao ouvir os gritos do filho, mas não teve tempo de falar nada, pois Billie saiu correndo na direção de Bill, derrubando o garoto que estava completamente distraído.

 

- Ei! Volta aqui, cachorrinho! – Tom andava na direção que o cachorro saíra desembestado, sem entender o que havia acontecido.

 

Bill afastou Billie de cima de si, e assim que se levantou, avistou Tom vindo em sua direção. Ele observou com um pouco de desdém, mas não disse nada, apenas esperou ele se aproximar ainda mais.

 

Assim que Tom deparou-se com a imagem de Bill levantando-se, ele parou onde estava, logo atrás de sua mãe. Billie olhou para Tom e depois para Bill, inclinando um pouco sua cabeça. Parecia que o cachorro estava confuso, ele se virou novamente para Bill, mas como este não lhe deu a devida atenção, correu na direção de Simone, sentando-se ao seu lado.

 

Bill e Tom não conseguiam ver mais nada as suas voltas, apenas se fitavam com o mesmo olhar, um olhar de ódio e, ao mesmo tempo, de curiosidade. Os dois não se reconheciam mais, estava completamente diferentes, quem olhasse de fora nunca imaginaria que eles eram gêmeos idênticos, pois seus estilos eram completamente diferentes, além do Bill ser um pouco mais alto e bem mais magro do que Tom.

 

Depois de um longo silêncio, Bill bufou e se dirigiu para dentro da casa. Simone respirou fundo olhando para Tom, que virou seu rosto. Ela deixou o filho mais velho junto com o cachorro e tomou a mesma direção que seu filho mais novo havia tomado.

 

- Bill! Bill! – Simone chamava enquanto apertava seu passo para poder alcançar o filho. Mas ela não precisou se esforçar muito, Bill estancou de repente e se virou para ela.

 

- O que significa isso? Por que as coisas dele estão no meu quarto?! Você disse para que eu o suportasse, mas isso já é demais... - a respiração do menor estava descompassada, ele se segurava para não chorar, não daria esse gosto ao irmão.

 

- Bill Você sabe que o quarto dele está em reforma... Ele vai ter que ficar por um tempo no seu...

 

- E quem te deu permissão para isso? Ele chega aqui do nada e ainda por cima vai se apoderando do que é meu... Ninguém pediu para que ele viesse, ninguém queria ele aqui! EU não o queria aqui!

 

- Você acha que eu estou feliz por estar aqui?! – Bill se virou imediatamente para a porta ao ouvir uma voz grossa, muito parecida com a sua, vindo dessa direção. – Eu não preciso de nada que é seu... Eu não queria ter vindo para essa casa. Vocês são completamente estranhos para mim... Eu preferia mil vezes ter ficado na Califórnia, com MEUS avós, pois eles são os únicos que realmente me amam... – Tom frisou a palavra avós, libertando tudo que estava engasgado em sua garganta.

 

- POR QUE ENTÃO VOCÊ NÃO FICOU COM ELES? Ah já sei, deve ser porque eles te odeiem, porque ninguém te suporta, é por isso que você não tem onde ficar, está sendo jogado de um lado para o outro, mas saiba que aqui você não é bem-vindo... NUNCA FOI! – Bill disse com desdém. – Se SEUS avós te amassem tanto você acha que estaria aqui?! – perguntou com um sorriso sádico, provocando-o. Bill tinha um rosto frágil e uma expressão calma, mas quando ele queria ferir as pessoas, ele sabia muito bem como usar as palavras. – Eles não se importam com você... NUNCA SE IMPORTARAM...

 

- MENTIRA! – Tom estava muito nervoso, ele não podia deixar que aquele garoto, que há anos não falava com ele, insultasse assim seus avós, aqueles que ele acreditava que realmente o amavam, os únicos que ainda o amavam.

 

Ele foi praticamente correndo na direção de Bill e o segurou pela gola da camisa.

 

Simone, quando percebeu que Tom havia levantado seu pulso para desferir um soco no rosto de Bill, que ainda era segurado pela gola da camisa e trazia um sorriso debochado nos lábios, separou imediatamente os gêmeos, segurando o mais velho.

 

- PAREM VOCÊS DOIS! VOCÊS NÃO VÊEM QUE ASSIM VOCÊS SÓ ESTÃO CAUSANDO MAIS SOFRIMENTO? – lágrimas rolavam pelo rosto pálido da mulher, que estava entre os filhos, com uma mão sobre o peito de cada um deles. Ela sentia o coração e a respiração alterada de ambos, que agora a olhavam com atenção. Os olhos idênticos, castanho-claro profundos, que agora irradiavam ódio um pelo outro. – Eu sei que vocês não estão gostando nem um pouco da idéia de morarem juntos, mas daqui para frente será assim... Tom, dê um tempo para o Bill, ele precisa se acostumar... – disse olhando para o mais velho. Tom não disse nada, mas sua respiração estava voltando aos poucos ao normal. – Bill, por favor, tente não ser tão rude com o Tom, apesar de tudo, ele é seu irmão... E por mais que os dois estejam chateados um com o outro, vocês não podem se esquecer de tudo o que vocês viveram quando eram crianças...

 

Tom saiu bruscamente de perto da mãe e disse:

 

- Eu não me importo com o que aconteceu... O passado não volta mais, eu não quero ficar mais nem um segundo nessa casa...

 

- Isso é o melhor que você pode fazer... Porque, se ele ficar, eu irei para a casa da MINHA avó...

 

- EU JÁ MANDEI VOCÊS PARAREM!OS DOIS IRÃO FICAR AQUI! E EU NÃO QUERO BRIGAS... ENTEDERAM?! – Simone gritou muito nervosa, já não agüentava a implicância de ambos.

 

- Nossa, vejo que os ânimos não estão nada bons... Cheguei em má hora? – todos viraram-se quase que instantaneamente para a porta, olhando para ver quem chegara.

 

- Gordon? – assim que ouviu a voz do visitante, Tom se virou para ele e várias lembranças vieram em sua mente como flashs, ele não podia acreditar, então tudo o que seu pai lhe disse, e que ele sempre se negou a acreditar, era verdade?

 

Gordon sorriu ao ver a mulher e o enteado, e colocou sua guitarra, que até aquele momento estava em suas costas, em pé, encostada à parede.

 

- Você não ia passar o Natal na estrada? – Simone perguntou sorrindo. Ela foi em direção ao marido e o abraçou demoradamente, beijando-o logo em seguida. Assim que a mãe se separou de Gordon, Bill foi até ele e o abraçou.

 

- Pai! Eu estava com saudades de você, tenho tanta coisa para lhe dizer...

 

- Pai? – Tom disse com desprezo, fazendo todos voltarem à atenção para o garoto, que acabara sendo despercebido por causa da alegria da volta de Gordon. – Como você consegue chamar esse cara de pai, enquanto seu pai verdadeiro está morto agora?

 

- Ele nunca foi meu pai, e quer saber de uma coisa? Eu pouco me importo com o que aconteceu com ele.

 

Tom arregalou seus olhos surpreso com as palavras do irmão. Gordon e Simone também se surpreenderam pelo que Bill acabara de dizer, mas eles sabiam que o garoto só havia dito aquilo para machucar ainda mais o irmão, pois a notícia que recebera a alguns dias atrás, da morte do pai, o havia chocado bastante.

 

- Como você consegue ser tão frio, garoto? – Tom perguntou nervoso. – Como você pode chamar a pessoa responsável pela separação de nossos pais de pai? Foi ele quem nos separou... Agora é que eu não vou mesmo ficar nessa casa... Não com esse homem, esse desgraçado que acabou com a minha vida! – Tom dizia agora sem conter as lágrimas que insistiam em rolar de seus olhos.

 

Simone, Bill e Gordon não entendiam o que estava acontecendo, mas não tiveram tempo de pensar sobre isso, pois logo Tom saiu desembestado, empurrando a todos por onde passava, até ganhar a rua.

 

- Tom! – Simone correu para tentar alcançar o filho, mas as mãos grossas e pesadas de Gordon a seguraram.

 

- Ele volta! Não vá atrás dele... Vai ser pior...

 

- Eu tenho medo que ele faça uma besteira, ele não conhece nada aqui!

 

- Você se esqueceu que ele morou aqui durante toda a sua infância? Eu acho que de lá para cá as coisas não mudaram tanto assim... Quando ele sentir frio ele volta... Não se preocupe. – Gordon abraçou fortemente a mulher, e Simone chorou por muito tempo em seus braços.

 

Agora Bill sentia-se culpado pelo que acabara de causar, estava pensando em tudo o que Tom passou com a morte do pai e em tudo que o mais velho disse. Era mesmo verdade que Gordon separou seus pais? Se fosse, ele estaria errado todos esses anos. Não queria acreditar nisso, mas mesmo assim, sentiu a desconfiança brotar em seu peito, sem deixar que os mais velhos percebessem, iria tirar essa história a limpo, mas não daria seu braço a torcer, quanto ao irmão...


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Notas finais do capítulo

Preview do próximo cap.:
"O caminho para casa também nunca seria esquecido e, só agora, ele havia notado isso."

Primeiramente, desculpem a todos a demora pelo capítulo!
Não está sendo fácil pois é ano de vestibular
Estou com duas histórias em curso e pouco tempo.
Mas não vou abandonar vocÊÊss!
Eu e a Keca estamos fazendo de tudo pra adiantar história!
Obrigada a todos os reviews (que são super importantes como todos já sabem) e a paciência de vocês!
Beeijoss