Bruderlichkeit escrita por keca way, Duda_


Capítulo 11
Elo com o passado




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- Trecho de Wir sterben niemals aus -

-x-

Eu sei que algo ainda resta

Um pedaçinho de mim

Tenho total certeza

De que o que restar de você

Perdurará para sempre

Para sempre

-x-

 

Assim que percebeu o que estava fazendo, Tom fechou imediatamente a porta do quarto, e ficou observando-a incrédulo. Não conseguia entender exatamente por que havia feito aquilo. Na verdade, desde que o seu pai morreu, havia alguns momentos em que ele simplesmente não se reconhecia. Ele sempre teve um comportamento explosivo, mas ultimamente quase não conseguia agir com a razão. Decidiu sair dali, precisava andar, respirar o ar lá fora, aquele ambiente sem cores que cheirava a tristeza e doença não estava ajudando em nada.

Quando chegou à recepção, notou a grande quantidade de jornalistas no local, tentavam persuadir os empregados do hospital para darem alguma informação, sem sucesso. Mesmo sabendo que não seria reconhecido por aqueles profissionais, ele apressou o passo, não queria correr o risco. Pelo menos por enquanto ainda eram apenas boatos que o Bill tinha um irmão, e ninguém desconfiava que esse pudesse ser ele.

Finalmente conseguiu sair do hospital, e a diferença de temperatura logo se fez notar. Vestiu o casaco que trazia na mão e, sem saber para onde ir, acabou seguindo o fluxo de pessoas que passaram por ele na hora, na direção oposta de sua casa. Querendo fugir de seus pensamentos, ele passou a prestar atenção nas pessoas que lhe acompanhavam em sua caminhada. Ele nunca havia parado para reparar nas pessoas ao seu redor, mas dessa vez não pôde deixar de observar que elas estavam tão perto... Porém tão distantes. Elas também não pareciam perceber os que estavam a sua volta, perdidas em seus próprios pensamentos e problemas. Não sorriam, não cumprimentavam, pediam desculpas sem nem olhar em quem esbarravam – se fosse um poste elas não notariam -. Quanta... Indiferença. Ele mal podia acreditar que era um deles. Frio... Como o vento que tocava em seu rosto. Será que se ele caísse ali alguém pararia para ajudá-lo? Alguém repararia? Balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos e logo outros tomaram seu lugar. Ele não queria admitir para si mesmo o motivo que o fez sentir tanta raiva da mãe naquele momento e que o fez dizer aquilo ao Bill. Respirou fundo e esfregou as mãos uma na outra, procurando alguma outra coisa para pensar, mas não pareceu adiantar. A verdade é que, mesmo sem querer, a idéia de passar o ano novo junto com a Simone e o seu irmão o deixava feliz; o primeiro depois de tanto tempo... E o que ele esperava tendo dito aquilo a Bill? Simples, ele esperava que o irmão fizesse aquilo que ele não podia fazer – ou pelo menos não queria -: Convencê-la a ficar.

A multidão começou a se dissipar e Tom levantou a cabeça para ver onde estava. Diversos restaurantes e lanchonetes estavam dispersos em um grande círculo. No seu centro estavam espalhadas várias mesas, raras eram as desocupadas. Chegava cada vez mais gente, uns se aproximavam das mesas e cumprimentavam parentes e amigos, outros passavam constantemente por ele com bandejas trazendo os mais variados tipos de comida. Havia um grande relógio pendurado bem no meio daquele imenso círculo, e ele marcava duas horas e quinze minutos. Tom finalmente descobriu onde estava, e isso o deixou em pânico. Seu estômago roncava alto, lembrando-o que desde o dia anterior ele não comia nada. Vasculhou os bolsos da sua calça em busca de sua carteira, mas acabou lembrando-se que havia deixado-a em casa. Pensou em voltar, mas estava muito longe para ir a pé – e ele não fazia a menor de idéia de como havia conseguido chegar até ali – e não tinha dinheiro para ir de trem.

Olhava para os lados, confuso - para as pessoas, para as ruas, para as lanchonetes - sondando qual seria a sua melhor opção: Voltar para casa mesmo sem saber direito o caminho? Pedir a alguém dinheiro emprestado?  Entrar em algum daqueles restaurantes e pedir para fazer uma ligação?

Não sabia qual era a melhor opção, mas descartou logo a segunda. Não pediria a alguém ali dinheiro emprestado, até porque era mais provável que chamassem um segurança dizendo que ele apresentava algum risco às pessoas que ali estavam do que lhe emprestassem o dinheiro. Então ele ficou entre a primeira e a terceira alternativa. Queria muito poder ir para casa, mas não sabia ao certo como chegaria lá, nem quanto tempo demoraria. Pensava como poderia ter sido tão idiota que nem percebeu para onde suas pernas o levavam. Apesar de não querer pedir socorro à mãe, ele acabou tendo que aceitar que essa era a sua melhor opção. “Já que ela me fez passar por isso, agora vai ter que me ajudar.”

Ele se aproximou de um restaurante qualquer, mas não conseguiu entrar a princípio. Ficou olhando para o moço que cuidava do balcão, e vez ou outra pegava no telefone, falava por alguns minutos, e colocava-o no lugar novamente. Estava tentando reunir coragem para entrar, não queria ter que passar por isso e a fome já não o deixava raciocinar como antes. Foi aí que percebeu que uma moça se dirigia a ele, não sabia há quanto tempo ela tentava se comunicar, mas tentou prestar atenção ao que ela dizia.

- ... como o tempo passa rápido! Como você está mudado! – ela exclamava sorrindo.

“Como eu estou mudado? Como o tempo passa rápido?”, ele repetiu as falas dela que conseguiu captar em sua cabeça. Franziu a testa tentando lembrar-se daquela mulher alta de cabelos curtos e negros, mas nada veio a sua mente. Vendo que ele não respondia, ela voltou a falar, com um sorriso cativante nos lábios.

- Você não se lembra de mim, não é mesmo?! – ela retirou seus óculos escuros, colocando-os sobre os cabelos e, sem esperar uma resposta, concluiu. - Que tal me acompanhar em um almoço? Não gosto de comer sozinha, e não aceito um não como resposta! – sorriu já apontando a mesa para que Tom sentasse ao seu lado.

Ele não fazia a mínima idéia de quem seria ela e, se fosse numa outra ocasião, provavelmente recusaria ou perguntaria o que ela queria com ele. Mas não agora. Ele forçou um sorriso e acompanhou-a até a mesa.

A mulher se sentou e esperou que Tom fizesse o mesmo, assim que ele se acomodou, chamou o garçom e pediu para que ele trouxesse os cardápios, dando um para o garoto, que ainda a olhava confuso, e folheando o outro.

- Pode pedir o que quiser – ela falou, e em seguida olhou para o garçom que anotou o seu pedido.

O garoto não precisou forçar um sorriso dessa vez, ele apareceu facilmente no seu rosto quando pegou o cardápio na mão. Não demorou muito a escolher, a fome não deixava que ele pensasse direito, acabou pedindo a primeira coisa que havia chamado-lhe atenção naquela página; depois de fechar o cardápio, olhou para a mulher que estava a sua frente e disse:

- Obrigado... Eu não estou com dinheiro agora, mas eu posso lhe pagar depois.

Ela sorriu divertida, vendo o orgulho do garoto, e logo retrucou:

- Não seja bobo Tom, estou te convidando, aproveita!

Ele não conseguiu esconder a surpresa ao ouvir seu nome. Então ela realmente o conhecia... Ele só precisava agora descobrir de onde; por mais que tentasse, não conseguia lembrar-se dela.

- Er... Então eu posso te pagar um almoço se houver uma próxima vez. - ele falou, testando-a.

- Certo. Se você quer tanto assim, eu o deixo pagar um almoço, mas depois, hoje é por minha conta. – ela falou simpática, com o sorriso doce ainda cortando seus lábios.

Assim que a mulher terminou de falar, para a sorte de Tom, o garçom chegou com as entradas. Apesar de o atendimento ter sido rápido, cada segundo para o garoto parecia horas... Ele realmente estava com fome. Minutos depois as entradas haviam se dissipado e o prato principal havia ganhado seu lugar na mesa. Tom comeu tudo rapidamente, embora tentasse disfarçar o quão faminto estava, não queria ser mal-educado. O silêncio acompanhou toda a refeição dos dois, apenas alguns olhares eram trocados durante ela. Tom até queria falar alguma coisa, mas o assunto simplesmente não surgia, e ele estava ocupado demais com a comida à sua frente para se importar em conversar com a mulher agora. Ela também não parecia se importar, olhava-o sorrindo e comia devagar, sem demonstrar pressa nenhuma. Somente quando os pratos já estavam vazios, e a sobremesa fora servida foi que a mulher resolveu continuar a conversa com o garoto a sua frente.

- A comida daqui é ótima, não é mesmo? - perguntou enquanto pegava seu sorvete e começava a saboreá-lo, vendo que Tom fazia o mesmo.

- É, sim... Apesar que eu estava com tanta fome que só vim realmente sentir o gosto da comida já no final. - ele falou com um sorriso satisfeito, comendo seu sorvete.

Ela riu da simplicidade do garoto, era igualzinho a Jörge quando mais novo, era exatamente isso que sempre chamou sua atenção no homem que ela tanto amou, fora  seu senso de humor e sua simpatia que a conquistara aos poucos.

- Você está cada vez mais parecido com seu pai... – falou, sorrindo abobada sem perceber.

- Você conhecia o meu pai?! - ele perguntou rapidamente, mesmo que já soubesse a resposta por intuição.

-... Me desculpe, eu sei que ainda dói, que é recente... – ela falou um pouco triste -... Eu gostava muito do seu pai, fomos grandes amigos... Muito mais do que isso! – fez uma pausa se lembrando de Jörge. - Eu estive no cemitério prestando a última homenagem a ele, não fui falar com você, pois você estava muito abalado, não tive coragem... Me desculpe! – ela ficou calada por um tempo, vendo o semblante de Tom mudar aos poucos - ... Mas vejo que o destino nos juntou novamente. – sorriu por fim.

Tom não conseguia falar nada. Sorria, mas era um sorriso triste, provocado pelas lembranças dos momentos com seu pai, que vieram à tona em sua mente. Parece que ele finalmente encontrara um vestígio do que havia ficado para trás. Mesmo que ele não a conhecesse, sentia-se seguro só por saber que ela conhecia seu pai e, diferente de todos os outros, ela estava presente num dos momentos mais difíceis de sua vida.

Ainda lembrava-se daquele dia, conseguia sentir a chuva caindo sobre o seu corpo, e o cheiro da terra molhada. Conseguia ver os vultos que passavam por ele, que falavam 'meus sentimentos' e lhe davam um abraço superficial, ele até olhou para eles, e balançou a cabeça afirmativamente em resposta, mas a lembrança daqueles rostos deveria ter ficado esquecida em algum lugar do passado. Ela teria sido um daqueles que apenas observaram a cena de longe, inebriados com a sua própria tristeza? Realmente não era possível saber.

- Como está sendo a convivência com sua mãe? Seu irmão? Eu sei que não deve estar sendo fácil, já que esteve afastado por anos... Dez, não é mesmo? – perguntou, tirando o garoto de seus pensamentos.

- É... Dez anos. Realmente não está sendo fácil. Estou me sentindo muito... Sozinho. - ele poderia perfeitamente ter dito 'desesperado', ou qualquer outra palavra com esse mesmo sentido, mas não quis assustar a moça.

- Eu entendo... Foi uma grande perda para você... Simone também não me parece nada bem... Ela está tão abatida! Mas acho que essa viagem será ótima para ela colocar a cabeça em ordem, ainda mais depois do que aconteceu no Natal...

- Viajar?! Como você sabe disso?! - ele indagou, interrompendo-a sem entender. Pensava que Simone só havia falado sobre isso com o Gordon.

- Eu pensei que você soubesse... Todos sabem... – ela comentou, meio sem jeito.

Tom abaixou a cabeça, tentando esconder sua tristeza. Então ele era mesmo o último a saber?

- Mas ela não vai deixá-los sozinhos, não é mesmo? Vocês vão com ela, uma viagem de ano novo...

Tom riu debochado, fazendo-a ficar quieta.

- O Bill ela não pode levar... Ele está no hospital e quando estiver em casa vai precisar ficar em repouso... E, quanto a mim, bem... Depois do que eu fiz, ela não me levaria nem até a esquina.

A mulher olhou-o confusa, não sabia o que dizer, na verdade, tentava adivinhar o que o garoto teria feito de tão grave. Escolhendo as palavras certas, ela perguntou o que queria saber.

- Como assim, Tom? Depois do que você fez? Que mau me pergunte... Mas acho que não deve ter sido algo tão grave assim...

- É... Se você acha que deixar o filhinho querido de alguém hospitalizado não é algo grave...

- Então foi você! – ela exclamou, chocada. – Coitada da Simone... Estão todos pensando que foi ela quem fez isso... A imprensa é tão manipuladora... – comentou, logo continuando. - Mas me conte esta história direito... Aliás, você deve ter tido um bom motivo para fazer isso... Acho que eu te conheço o bastante, e a seu pai também, para saber que ele não criaria alguém que fosse capaz de fazer algo assim do nada.

- Ah... O Bill me provocou, eu acabei não me segurando e... Quando vi, o estrago já estava feito.

- Então, por fim, você não teve culpa, Tom! Hum... O Bill, sempre tão egoísta...

- Eu não quero mais falar sobre isso... - ele disse, levantando-se de repente, interrompendo-a. - É melhor eu ir embora... Já está tarde e eu vou a pé. – ele concluiu, um pouco mais calmo.

- Nossa, nem vi o tempo passar! – a mulher olhou para seu relógio, assim que Tom se levantou, e constatou que já deveria estar em casa há muito tempo, havia dito para sua filha que a levaria ao shopping, com certeza agora ela estava louca de raiva. – Espere, Tom, eu te levo...

Ela levou Tom até onde havia estacionado o carro, não muito longe do local em que estavam. O garoto sorriu assim que viu o carro da mulher, um Cadillac CTS preto, que chamava atenção de quem passava pelo local. Assim que se acomodaram, ela ligou o som, e não precisou perguntar onde ele morava, sabia muito bem como chegar lá.  Tocava um CD esquecido por sua filha no carro, um de uma banda de rap alemão que ela adorava. A mulher sorriu ao ver que Tom cantarolava baixinho a música, e aumentou um pouco o volume, cantando junto com ele.

Assim que a música acabou, ela sorriu mudando para uma mais calma, e comentou com o garoto sem olhá-lo:

- Acho que você se daria muito bem com minha filha.

Tom não disse nada, mas não podia negar que se sentiu muito bem com a companhia daquela mulher. Gostaria de conhecer sua filha, e um pensamento veio a sua mente, o que o fez sentir-se mal logo em seguida.

“A filha dela tem sorte... Queria ter uma mãe assim, tão atenciosa, muito diferente da...”

- Ei... Tom? Chegamos! – ela disse, interrompendo os pensamentos do garoto, enquanto estacionava o carro bem à frente da casa dele.

Tom olhou para ela e sorriu, satisfeito com a primeira pessoa que ele havia gostado estando de volta àquela cidade.

- Obrigado, e não se esqueça que eu te devo um almoço! – exclamou mantendo seu sorriso, cumprimentando-a antes de sair do carro.

- Então espera um pouco! – ela pediu, enquanto pegava um caderninho de anotações dentro do porta-malas e uma caneta, com a qual anotou seu telefone. Tom esperava do lado de fora, apoiado na janela aberta do lado que ela estava sentada. – Meu telefone, se precisar é só me ligar, quando você quiser poderá me pagar o almoço. – ela entregou o pedaço do papel ao garoto, que o guardou no bolso, com um sorriso de um canto ao outro do rosto. Não pretendia irritá-la, mas assim que pegasse o dinheiro que os avós mandariam em breve, iria ligar para ela e marcar um jantar.

- Você não quer entrar?

- Não, tenho mesmo que ir, minha filha deve estar quase entrando em um colapso. – ela disse e, na mesma hora, seu celular começou a tocar. – Olha só, é ela! – exclamou sorrindo, ainda sem atender.

- Tudo bem então, não vou mais ocupar seu tempo, muito obrigado por hoje...

- De nada Tom, gostei de revê-lo.

- Er... Qual o seu nome mesmo? – ele perguntou antes que ela fosse embora.

- Hannie! – ela disse por fim, atendendo o celular e dando partida no carro, acenando de leve parar o garoto antes de se distanciar.

 

Tom não demorou muito para entrar em casa, estava morrendo de frio, já passava das 6 horas da tarde. Encontrou a casa totalmente escura, o que o levou a cogitar que estava vazia.

“Por que deixaram a casa aberta se não tem ninguém?”, ele se perguntou, subindo as escadas, louco para chegar ao quarto que dividia com o Bill e tomar um banho quentinho, entretanto passou antes no quarto da mãe para se certificar de que realmente não havia ninguém em casa.

Ele abriu a porta devagar, tentando não fazer barulho para não ser notado se houvesse alguém ali, mas, percebendo que não tinha ninguém  no cômodo, resolveu entrar, ascendendo à luz. Sua intenção era apenas se certificar de que seu palpite estava certo, contudo, o que chamou sua atenção no quarto foi uma Gibson preta e branca, linda, sobre um pedestal. Acabou não resistindo e foi até ela.

Há tempos não tocava, desde a morte do pai nunca mais teve vontade de pegar em um violão, muito menos em uma guitarra. Ficou observando-a com os olhos brilhando, era realmente linda, acabou se lembrando que esquecera sua guitarra na casa dos avós, e que eles também não a mandaram para sua nova casa.

Sem perder mais tempo, Tom a pegou com cuidado, e a ligou no pequeno amplificador recostado à parede. Passou a mão pelas cordas, vendo que elas estavam afinadas, e logo começou a tocar. Começou a passar para a guitarra, em acordes limpos e bem executados, tudo o que sentia naquele momento, mas sua melodia não soava triste, e sim, forte e violenta. Aquele não era um solo fácil para ele, porém o fazia se sentir bem no final, como se ele jogasse fora, através de cada acorde, tudo de ruim que o consumia. Não era a primeira vez que o tocava, essa foi a sete anos, no terceiro Natal longe do irmão e da mãe, o mais difícil de todos eles. Tom tocava tão concentrado que não percebeu quando Gordon entrou no quarto, encostando-se na porta e observando-o tocar. Assim que o garoto terminou o solo, sorrindo para si mesmo, escutou uma voz vindo da porta.

- Essa eu não conheço... - Tom se virou assustado e se deparou com Gordon batendo palmas para ele, o que o fez colocar a guitarra imediatamente no lugar.

Tom ficou em silêncio durante um tempo, olhando-o com certo desprezo, por fim respondeu, calmamente:

- Nem era para conhecer... – já se encaminhando para a porta.

- É seu?! É muito bom, sabia?

A conversa com Louis rodava em sua cabeça, a resposta já pairava na ponta da sua língua, mas ele resistia em dá-la. Gordon continuava parado no mesmo lugar, esperando que Tom falasse algo, mas ele continuava em sua luta particular. Não conseguia se conformar com aquele homem parado à sua frente, tão indiferente quando, na verdade, havia acabado com o casamento de seus pais. Por fim, acabou perdendo parcialmente a batalha, dando parte da resposta que queria, antes que a raiva o controlasse por inteiro e ele fizesse algo pior.

- Sabia. O meu pai já havia me dito isso. – conseguiu controlar a voz no final, e ela saiu serenamente, ao contrário do seu corpo quando passou por Gordon, quase esbarrando nele, tremendo de ansiedade para chegar ao quarto.

                Assim que entrou no cômodo, fechou a porta com força, e começou a andar de um lado ao outro do local, com os punhos cerrados. Não agüentou mais e, num ímpeto de raiva, esmurrou a porta do guarda-roupa que estava à sua frente, colocando depois as duas mãos abertas sob ele e recostando a cabeça no local. Sua respiração estava ofegante, mas depois de alguns segundos ela se acalmou, e um sorriso surgiu de leve em seu rosto. “Louis... Eu consegui me controlar... Graças a você... Por você.”, e deixou-se cair na cama.

 

Preview do proximo cap.:

Bill via uma grande oportunidade bater em sua porta com a proposta de Gordon, mas seu orgulho era mais forte, e não cederia tão fácil assim. Não poderia, não depois de todo o seu passado e de tudo o que aconteceu. "Por que ele? Tinha que ser justo ele?"


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Notas finais do capítulo

Pessoal desculpem pela demora...
não vou ficar dando desculpas, pq eu nem sei o que dizer...
só quero agradecer mt a tds que estão lendo, eu e a duda estamos mt felizes por tds os review...
obrigada mesmo ;D