My Immortal escrita por Louise Borac


Capítulo 1
Unique




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My Immortal – Capítulo Único

Eu sempre o via de longe. Com sua postura rígida e suas brincadeiras sem graça. Sem contar o cabelo que estava sempre perfeitamente arrumando. Cá entre nós, sempre gostei mais quando estava todo espetado para os lados, como se ele tivesse acabado de acordar. Porém, sua aparência não foi a razão por eu ter me apaixonado por ele.

E sinceramente, nunca irei realmente saber qual foi a razão. E agora, depois de tantos anos somente sonhando em tê-lo em meus braços, eu finalmente consegui fazer com que ficassemos juntos. Pena que o destino não quis o mesmo.

Sabia que assim que voltasse para casa teria de arcar com as conseqüências de meus atos, com a ira de meu noivo, mas pela primeira vez em toda minha curta vida, não me importei.

– Eu te amo – disse Draco antes de me puxar para um beijo calmo. Retribui sem pensar duas vezes. Sua língua passou gentilmente por meu lábio inferior pedindo passagem. Abri minha boca, já começando a explorar a dele. Correntes elétricas passavam pelo meu corpo cada vez que nossas línguas se tocavam, causando-me sensações maravilhosas.

Lentamente, fui parando o beijo, porque infelizmente precisava respirar. Draco riu baixinho ao ver minha cara de frustração.

– Nós temos tempo de sobra para nos beijarmos meu amor – disse ele, enquanto acariciava minha bochecha carinhosamente. Fechei meus olhos somente apreciando o momento.

– Não, não temos. Draco, você irá embora amanhã e eu irei me casar com Damien em dois dias. Essa é nossa ultima noite – deixei que uma lágrima caísse de meus olhos e escorresse por minha bochecha.

Eu simplesmente não podia aceitar a idéia de nunca mais ver Draco. Só de pensar, meu coração já começava a doer, o ar faltava em meus pulmões. Meu corpo começava a tremer e lágrimas caiam de meus olhos cor de chocolate. Aquela não era uma opção que me agradava muito, mas não cabia a eu escolher, não cabia a ninguém. Era o destino e nós tínhamos de aceitá-lo. Querendo ou não.

– Eu só queria poder passar mais tempo com você – sussurrei escondendo meu rosto na curva de seu pescoço, não queria que ele visse o quanto eu era fraca.

Draco suspirou enquanto me abraçava protetoramente. Retribui o abraço, deixando que mais algumas lágrimas caíssem de meus olhos.

– Aria, não posso te prometer a eternidade. Infelizmente, não tenho esse poder. Porém, posso te dar todo meu amor de uma vida essa noite. Ou pelo menos tentar. Não sou digno de você, mas deixe-me tentar compensar isso essa noite. Deixe-me tomá-la como minha, só por essa noite, Aria, nossa última noite.

– Eu deixo. Faça-me sua Draco.

Draco sorriu, um sorriso meio triste, meio feliz, antes de me beijar calorosamente. Minhas mãos imediatamente foram para seus cabelos enquanto ele me levava, no colo, para sua cama.

Encarei seus olhos cinza sabendo que aquilo era o certo. Meus pais, meus avós, ou até mesmo Damien... Nada importava. Só Draco importava.

Antes mesmo que eu percebesse, todas as nossas roupas já estavam espalhadas pelo quarto e Draco posicionado em cima de mim.

– Eu te amo, para sempre – disse acariciando-lhe a face. Draco me encarou, dizendo tudo somente com seu olhar, antes de me penetrar, transformando-nos em um só.



Aquela foi à noite mais perfeita de toda a minha vida. Mas acabou muito rapidamente.

Draco cumpriu sua promessa. Ele me amou mais em uma noite do que Damien me amou a vida inteira. Porém, aquela foi nosso último encontro. Nunca mais o vi depois de ele me deixar na porta da casa de meus pais, aos prantos. A última visão que tive foi dele aparatando, sumindo entre as árvores que circundavam a propriedade de minha família.

Nenhuma palavra de despedida foi dita. Não era preciso, o silêncio predominante já dizia tudo por nós. Um último beijo de despedida foi tudo que ganhei. Um beijo cheio de dor, sofrimento e lágrimas por minha parte. Sinceramente, um beijo que eu não desejaria a ninguém. Dói demais.

Dois dias depois, como planejado, casei-me com Damien. Nunca poderei dizer como foi à cerimônia ou a festa, estava tão compenetrada em meus próprios pensamentos que nem prestei atenção em nada. Só me lembro de uma coisa: do beijo.

Lembro-me de ter me segurado para não vomitar quando seus lábios tocaram os meus, de eu ter de fantasiar que Damien na verdade era Draco, para agüentar aquilo sem fazer uma careta. E de fazer isso durante todo o resto de nosso casamento. Mas não tenho o que reclamar. Damien nunca me bateu ou xingou, ele foi um bom marido. Nos mudamos para França assim que nossa lua de mel acabou.

Um ano depois de nos casarmos, Damien e eu tivemos uma filha. Dei-lhe o nome de Isabella, em homenagem a minha irmã. Sei que ela nunca descobrirá o meu pequeno feito, mas fiquei feliz em fazê-lo. Eu a amo demais para esquecê-la.

Há alguns anos, descobri que Draco também havia tido um filho. Seu nome era Scorpius, igual ao meu avô. Nem por um momento achei que fosse em sua homenagem, já que ele nunca havia sido mencionado em nenhuma de nossas conversas, mas até hoje, em dias que me sento na varanda de casa, me divirto imaginando como o garoto é. Provavelmente deveria ser a cópia do pai. Lindo e irritavelmente arrogante. Perfeito.

Hoje, doze anos depois, Isabella com seus onze anos, vai para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Coincidência? Não. Na verdade, fiz questão de que ela fosse para lá. Depois de muitas cartas e uma conversa com a nova diretora, Minerva Mcgonagall, consegui que ela fosse aceita lá.

Apesar de minha má sorte, Hogwarts é um lugar mágico, encantador e quero que minha filha tenha a experiência de estudar lá, como eu tive.

Se Isabella irá se apaixonar lá como aconteceu comigo? Não sei, mas tenho certeza que de ela será feliz lá.

Eu fui.


***

O trem começou a apitar, mostrando que já ia partir. Os pais acenavam para os filhos, dando recomendações de última hora e desejando-lhes boa sorte.

Em uma cabine mais afastada, um garoto lia um livro qualquer, concentrado demais para dar atenção à barulheira que estava lá fora. Tanto que mal ouviu a garota ruiva batendo na porta.

– Olá – disse ela timidamente. Ela se escondia, envergonhada, atrás da porta da cabine.

– Oi – disse sem tirar os olhos de seu livro. Como a garota não falou mais nada, ele continuou, fechando o livro logo em seguida – Quer se sentar aqui?

Ela assentiu, entrando na cabine e se sentando na poltrona que ficava de frente para ele.

– A propósito, me chamo Scorpius. Qual é seu nome?

– Isabella.

– Muito prazer em conhecê-la, Isabella.

Isabella sorriu timidamente, corando.

– O prazer é todo meu Scorpius.



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Notas finais do capítulo

Olá pessoal! E aí? Gostaram?
Comentem por favor, comentários são o que deixam os autores vivos e eu dei muito duro nessa one para ela ser despresada.
O link da continuação é: https://www.fanfiction.com.br/historia/192190/Shadows_Of_A_Heart
Amo vocês.
Beijos
xoxo