Sexto Sentido escrita por sassaricando


Capítulo 4
How Santana C's it


Notas iniciais do capítulo

Gente mais linda, o rating subiu porque Santana aparecerá para causar discórida, babado, baixaria e confusão. Ah, esse é o POV dela, tentem não se assustar.
Tenham um bom final de semana, Xoxo.



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Eu não gosto de aulas e não ligo a mínima pra matá-las. Ainda mais com um assunto tão interessante prestes a ser investigado. Sim, Berry-Carrie, a estranha, estava andando lentamente com Juno ao seu lado à caminho de sair do armário. Não era difícil ver que o hobbit tinha uma paixão lésbica pela Q. Se os olhares de peixe morto em direção à loira não tão pura ou seu ataque de fúria em defesa de sua princesa não dissessem nada, eu, Santana Lopez, iria.

Dito isso, seguimos as quatro o rumo da enfermaria. Eu ao lado de Brit e Carrie ao lado de Quinn que tinha uma mão em seu braço. Me pergunto como não vi isso antes. Se Berry com suas mãos masculinas e fodidas tinha uma queda por Quinn, era simples dizer que a ex-rainha virgem tinha pelo menos uma vertigem por ela. Toda a implicância, as raspadinhas, os apelidos (meus, é claro, só uma mente avançada como a minha poderia pensar em coisas tão inteligentes), a perseguição e raiva quase sem limites não passavam de um crush bem disfarçado. Essas sapatas estão jogadas no fundo de Nárnia e alguém tem que tirá-las de lá. Sobraria pra mim esse trabalho sujo, como sempre. Antes que perguntem, caso sigam a lógica da paixonite gay da mamãe Quinn, não, eu não era apaixonada por RuPaul. Minha implicância é tão sincera quanto meus sentimentos de desprezo por sua figura verticalmente desafiada (ela é do tamanho de uma lagartixa, pelo amor de Deus) e posso dizer que fazia meu dia mais contente tornar os dela uma excursão pelo inferno.

E não, eu não estou prestes a arrancá-las do armário frio e escuro porque me importo. Ok, talvez eu me importe um pouco com a Quinn, mas definitivamente eu não poderia ligar menos para os sentimentos da Berry. Estava fazendo isso porque me divertia com a desgraça do hobbit (e vê-la vermelha e sem resposta valia o trabalho. Deus! Vê-la de boca fechada, por um segundo que fosse, valeria até um crime) e era bom ter uma companhia gay pra quando a Brit resolvesse ficar comigo. Olho-a de canto de olho e ela, claro, sabe do meu olhar e me dá um sorriso pelo qual vale a pena viver. Eu o devolvo e ela segura minha mão, até meu sorriso se abrir ainda mais. Deus queira que ela fique comigo, Deus queira!

Diferente de Quinn que resolveu ser uma pessoa melhor, mais sincera e amigável desde quando a diva nanica mandou as Nationals pra porra beijando a boca inútil do Finncapaz, eu continuo sendo a mesma bitch de sempre com muito prazer, obrigada. A única diferença é a Brit. Eu sei que a amo de um modo que não me deixa amar mais ninguém (não pelo fato de eu não ter um coração, coisa que não tenho mesmo, mas por ser algo tão grande e tão forte que eu sei que não sentirei outra vez na vida. Então tem ser ela e só pode ser ela). E talvez esse plano de juntar treasure trail e a rainha do gelo possa me ajudar nisso. Afinal, minha B. adora um romance e (sabe Deus por quais diabos) gosta da zoada da Berry. Enfim, é vitória de todo modo pra mim e o casal de pombinhos também pode ganhar com isso. O que faz desse plano o menos maligno desde que aprendi a xingar, no meu auge, com 1 ano.

Bem, chegamos à enfermaria e creio que a enfermeira goste tanto de Berry quanto o resto do mundo, ou seja, nada. O modo que ela tratou sua mão horrorosa fez o modo que eu a tratei parecer quase carinhoso. É, acho que vou me sentar aqui e aprender algumas técnicas com ela. RuPaul grasniu algo como "nazista" de onde estava sentada. E isso me fez sorrir um pouquinho, talvez ela não seja tão desagradável assim. Pelo menos com essas roupas, a sede de matá-la não é a primeira coisa que me vem em mente, não, eu só flerto com assassinato quando ela abre a boca e sua língua de trapo fala como se tivesse vida própria.

Ora, ora, o que presencio? Quinn tomando conta de Carrie? Agora é a hora de prestar atenção naquela briga de aranhas.

"Deixa que eu tomo conta dela." Foi o que rosnou Quinn pra nazista no alto de sua glória HBIC. Tudo bem, eu confesso que até eu tava com pena da Berry. Sua cara estava pior do que sempre, suas mãos de homem estavam sendo manuseadas com a mesma delicadeza vista nos torneios de luta livre e ela estava mordendo um canto da boca para não gritar, enquanto o outro estava cortado, feio e sangrento.

Depois de resgatá-la da enfermeira que saiu sorrindo amarelo e com todo prazer do mundo, Quinn fechou a cortina que dá pra das macas onde estávamos pro belzebu não voltar e sentou-se numa maca junto com Berry. Hum, interessante. A conversa pornô era baixa, então tive que forçar os ouvidos mais do que o normal.

"É, acho que ela não gosta muito de você." Foi Quinn rindo timidamente pra RuPaul. Meu Deus! Como eu não percebi isso antes? Quinn nunca ficava envergonhada, ela poderia chutar a cara de qualquer cachorro que namorou e nem ao menos se arrependia. O que você diz sobre mudança, Fabray? Mudança de time também está incluída. Coisa que eu deveria ter previsto quando a vi com aquele cabelo que gritava 'sapatão'.

"Não, ela teve a audácia de chamar a mim e ao Noah de marginais mais cedo. Acho que ela me destratou de propósito, achando que estava fazendo alguma justiça no mundo." Isso foi o que a máquina de tortura, que Berry chama de boca, soltou. Ela revirou os olhos e Quinn deu um sorrisinho. Minha hora de brilhar.

"Ninguém gosta de você, RuPaul, ainda não se acostumou com isso?" Disse séria olhando-a fundo. Brit chegou perto de mim e me olhou com confusão enquanto piscava discretamente pra ela que entendeu depressa e me sorriu aberto. Eu sorri de volta. É claro que ela leria meus pensamentos, só ela me entende.

"Santana, nós combinamos parar com os apelidos." Claro que Quinn iria cortar nosso momento e defender seu novo brinquedo. Eu revirei os olhos pra ela e nem me dei ao trabalho de ver sua cara raivosa. Então Brit sentou no meu colo e sussurrou em meu ouvido.

"Eu adorei a sua idéia, San. Vou te ajudar com isso." Estão vendo? Ganho-ganho pra mim. Eu pude ofender o hobbit e ainda tenho a minha (não ainda, mas será em breve) garota no meu colo falando ao meu ouvido. Sorri pra ela que se aconchegou ainda mais em mim e voltou a olhar as estúpidas sapatilhas cegas na nossa frente.

As pessoas podem achar que minha Brit é lerda, mas ela é a pessoa mais rápida que já conheci. Tanto que ela me alertou sobre o caso à nossa frente enquanto ainda estávamos na sétima série.

Numa tarde de primavera, estávamos embaixo de uma árvore sentadas perto do lago. Eram os nossos encontros, saíamos de manhã para o parque e alimentávamos os patos pra depois ficarmos juntas até anoitecer. Eu levava uma grande toalha para nos sentarmos, uma cesta com comidas que ela gostava para o nosso piquenique e alguns pães para darmos aos patos. Meus melhores encontros foram esses, não só pelo lugar ou pelo que fazíamos, mas, é claro, pela companhia dela. Nós podíamos ser nós mesmas e nessa tarde, como em tantas outras, tínhamos acabado de nos beijar e Brit estava descansando sua cabeça em meu ombro. Até que ouvi-la suspirar.

"Tudo bem, meu bem?" Ela gostava quando eu rimava e, por mais que eu fingisse ser algo natural, às vezes me pegava em casa pensando em rimas pra usar com ela. Coisa que ela provavelmente sabia, por me ler tão bem. De todas, essa era uma de suas rimas preferidas. Ela levantou a cabeça e me olhou sorrindo seu sorriso imenso. Todos os momentos em que fui realmente feliz na vida tinham a ver com ela.

"Claro, San-san!" Ela me disse alegre. Até que parou de sorrir. Antes que eu me preocupasse mais e fosse fazer perguntas que ela sabia quais eram, ela quis continuar, pela minha paz de espírito. Isso era o quanto ela me conhecia, até meus atos mais impulsivos ela previa e isso não me deixava nem um pouco irritada, muito pelo contrário. Era o que me fazia feliz, como tudo nela. "Estou pensando na Rachel e na Quinn, San. Quando você acha que elas vão perceber?" Ok, isso me deixou perdida e ela deve ter visto no meu rosto porque começou a rir. Eu fiquei de boca aberta, sem saber como reagir. "Não vai me dizer que você nunca reparou, San?" Er, não? Foi o que pensei e ela provavelmente leu, pois continuou. Viram? É disso que estou falando! "San, a Rachel é apaixonada pela Quinn desde aquela peça que apresentamos na quarta série. Isso tá na cara dela. E a Quinn é apaixonada pela Rachel desde quando ela a ouviu cantar, nessa mesma peça. É óbvio como nós duas." Ela fechou me dando um dos seus grandes sorrisos e eu sorri de volta. Até me lembrar do assunto.

"Brit, a Quinn odeia a Berry desde que me entendo por gente. Os apelidos, as rapadinhas... Por que você diz isso?" Perguntei realmente confusa.

"Ora, San, você sabe como ela é, como é a família dela..." Idiota, eram todos uns babacas, o pai por ser uma mula sem educação e a Judy por nunca defendê-la. A única que prestava era Meg, sua irmã, mas a gente não podia contar com ela, pois tinha acabado de ir pra faculdade. Brit deve ter visto a minha raiva, ou lido meus pensamentos novamente já que colocou sua mão em minha bochecha e me deu um beijo rápido, seguido por outro sorriso. "Eu sei que você se importa, San." Ela sussurrou. "Pense assim comigo: você se importa com a Quinn, talvez até com a Rachel..." Fiz cara de nojo e ela riu continuando "mas não quer que os outros saibam que você se importa, então você as trata mal. Mas como nós conhecemos a Q. há tanto tempo, ela sabe que você gosta dela e não pensa no seu jeito como um modo de agredi-la. Entende?" Não, eu não entendia. E depois ainda diziam que ela era a devagar do nosso relacionamento, pessoas estúpidas. "Você se importa e trata as outras pessoas, exceto eu, bastante mal, San" ela disse sorrindo porque isso a fazia se sentir a pessoa mais importante do mundo. E ela era e sempre será "mas você faz isso pra esconder o fato de que você se importa, porque não quer que as pessoas se aproveitem disso e te machuquem, ou passem a me magoar quando souberem o quanto isso te dói. Por isso você é assim com as pessoas."

Foi o que ela me disse antes de me beijar. Naquele dia, mais tarde é claro (eu não pensaria nisso enquanto estávamos nos beijando, até porque, não conseguiria, nem se quisesse, ter outra coisa em mente que não fosse ela, ou sexo. Com ela), analisei o que ela me disse. E ninguém além dela poderia me entender tão completamente, ver por trás das minhas ações, saber de tudo que passei e tive que aprender a me virar por mim e por nós. Ninguém além dela. E foi quando eu descobri que eu amava sua loirice, seu jeito doce e sua sinceridade mais do que eu amava a minha própria vida. O dia que eu mais me arrependo em minha vida. E o último em que eu deixei que fôssemos só nós duas e passei a render pra toda a escola. O dia que eu apagaria se pudesse.

Me lembrando disso percebi o quanto minha B. pensa antes nas coisas e em como repara nas pessoas. Sorri pra ela, um sorriso que é e sempre será só dela e ela me sorriu de volta. O meu sorriso. Não o que ela dava pro inválido quando eles namoravam, mas um que é feito só pra mim, como ela e como eu fui feita só pra ela. Isso me lembrou algo que posso usar para conquistá-la. Uma serenata no Glee Club. Mais um motivo pra me aproximar de Yentl.

A festa sapatanesca ainda rolava solta na frente de nossos olhos que a terra não há de comer. Foi quando Puck entrou pela porta e falou para a cortina.

"Rach? Tá por aí?" Foi o que ele disse e senti Brit ficar um pouco tensa em meu colo. Ela ainda sentia um pouco de ciúmes dele, menos do que costumava sentir, mas ainda era algo. O que me fez sorrir comigo, já que, vendo por um ângulo, quer dizer que ela ainda sente algo por mim. Não, eu sei que ela me ama, mas preciso ganhar sua confiança novamente. Por isso (não só por isso, claro) passei a mão em suas costas para acalmá-la. E ela se acalmou e deu um sorriso tímido pra mim. Deus! Essa menina vai acabar comigo.

"Estamos aqui, Noah" Foi o que o motor de Berry disse, interrompendo meu momento. Se Brit ainda achava que eu gosto dessa baixinha estúpida, eu não sei o quanto ela acha que eu a amo. Porque eu, nem em um milhão de anos, gostaria de passar um tempo que fosse com a Carrie. Enfim.

Puck entrou e olhou a bela cena em nossa frente: Quinn surpresa (literalmente de boca aberta. É, Q., nem em você essa é uma boa expressão) com sua presença segurando um chumaço de algodão molhado (e, pro meu azar, não era em veneno) na boca grande de Berry. Ele sorriu pra elas e piscou pra mim e pra Brit. Foi quando percebi que ele realmente queria tirar Berry do armário. Não que Quinn não estivesse fazendo isso bastante bem sem a nossa ajuda. Afinal, quem diria que ela estaria passando algodão na bocarra de hobbit e não tentando socá-lo em sua garganta? Foi então que vi Berry ficar vermelha. Ora, ora! Puck deve saber de algo, já que ela estava toda saidinha (de seu grade armário) pra cima de Quinn há meio minuto atrás e agora parecia ter visto um fantasma. Mas essa nem foi a melhor parte! Quinn ficou visivelmente com raiva por ter sido interrompida por Puck enquanto realizava a fantasia sexual de RuPaul. Pude notar duas coisas, primeira: Puck sabe do desejo sórdido de Berry, que é Quinn, ou qualquer coisa envolvendo ela. Segundo, a geleira loira sente ciúmes do delinqüente juvenil com a meio metro.

Olhei de Brit pra Puck e vi que eles perceberam a mesma coisa. Ele por estar com um sorriso que nunca queria dizer boa coisa e minha B. por me sorrir meiga. Hum, pelo menos tenho comparsas nessa nova missão.

"Noah, como foi com a diretora?" Claro que isso veio do meio corpo de Berry.

"Bah! Nada de mais. Sylvester me pediu para explicar o que tinha acontecido na cafeteria. Depois disse que nós não devíamos nem estar lá, ou em qualquer lugar a menos de 100 metros da escola..." Acreditem, ele usou sinal de aspas. Imagino até onde foi o seu dano cerebral causado pela convivência com Berry. "Então eu expliquei que só tínhamos ido comer antes de irmos, já que a lanchonete ficava aqui e o lugar mais próximo que vende comida fica a pelo menos 20 minutos de carro. Ela pareceu entender e disse que não vai esticar nossa suspensão, mas não quer mais nos ver aqui hoje. Ah sim, Lauren também foi suspensa por três dias. Acho que o estrago que ela fez em você foi maior que o nosso estrago no idiota do Finn." Depois desse discurso presidencial, vi que Puck era uma alma perdida, Berry deve ter feito lavagem cerebral, não, lavagem de cabeça mesmo (pra se fazer lavagem cerebral é preciso ter um cérebro coisa que ele, definitivamente, não tinha) com doses cavalares de Streisand e coisas igualmente gays em Puckerman. Ele já estava matracando como ela.

Talvez eu tenha ouvido um "hum" vindo de sua enorme boca sem filtro, mas ela estava agora olhando e sorrindo para Quinn, nos ignorando. As duas voltaram ao seu armário cor de rosa e ficaram rindo como retardadas uma para outra. Isso enquanto Quinn segurava a mão bichada e masculina do gnomo e passava delicadamente – acreditem se quiser, nem eu acredito mais em meus olhos – o algodão em sua cara de pau. Isso até Noah sentar no braço de nossa cadeira e puxar papo.

"Elas estão se saindo direitinho nisso de amizade. Aliás, vocês todas." Ele ousou sorrir e Brit sorriu pra ele enquanto eu revirava os olhos. Por favor, né? Amizade com a anã é demais pra mim. Estou aqui pra dar colo à Brit e rir do espetáculo homo à nossa frente. Foi quando ele sussurrou pra nós duas. "Vocês tão vendo o mesmo que eu ali?"

"Uhum. Elas são fofas." Isso foi Brit, claro. Nem em um milhão de anos eu faria um elogio à Berry, com certeza. "San, aqui, tem um plano." Ela disse pra ele e se virou pra mim. "Certo, San?" Fiz que 'sim' com a cabeça.

"Ótimo!" Isso foi o marginal sorrindo maniacamente e falando mais alto.

"O que é, Puckerman?" Quinn dizendo raivosa depois de ter sua cara pegando fogo, provavelmente por algo obsceno que Berry deve ter mugido em seu ouvido. Bem, hora de Santana Lopez entrar em ação.

"Nada, Q. Estamos pensando aqui em tomar um sorvete." Olhei pra Brit que abriu seu melhor sorriso, me abraçou e gritou "Yay!" Sorri pra ela e me virei pras sapas. "A menos que a Berry ali queira chupar outra coisa..." Teve o efeito desejado. Puck soltou uma gargalhada histérica, Brittany também riu como se o mundo fosse acabar, Quinn abaixou os olhos e ficou vermelha (discrição é o quê pra esse povo? Aposto que quando elas se pegarem a escola vai saber no mesmo dia, gente sem noção), mas a melhor reação, claro, foi de hobbit que se deve ter dado um nó em sua língua quilométrica e começou a tossir e ficar vermelha. É isso que chamo de diversão. Claro, uma vez que as gargalhadas terminaram, Quinn me olhou vermelha e com raiva depois de ajudar RuPaul (arrancando a língua sem fim de Berry – a mesma que ela planejava colocar em sua garganta. Ew! - de dentro de seu buraco negro – que ela teima em dizer que é uma boca - para desatar o nó que a fez engasgar e grasnir. O que, infelizmente, não a matou por falta de ar) e Carrie, para minha infelicidade, voltou a respirar e ameaçou abrir a matraca pra falar, fazer qualquer discurso sobre coisas nas quais só ela pensa (Quinn, Broadway, Quinn, Barbra Streisand, Glee, Barbra Streisand, Quinn, musicais...) resolvi poupar-nos de tal tortura e fui mais rápida. "Ou melhor ainda, nós podemos comprar umas cervejas e ir à praia. Já que sua pata está boa o suficiente pra alisar Quinn e eu lembro de ter ouvido você dizer que ainda pode segurar uma cerveja e um cigarro." Ela não engasgou dessa vez. Pura falta de sorte, poderia ser fatal, já que ainda estava bufando. Não sei se pela tosse ou se foi por secar e depois babar Quinn. "O que acham?" Perguntei ao marginal e à minha loira preferida que expressaram verbalmente suas concordâncias com "Isso aí, demorou!" O ex-bad boy e atual mulher de malandro expressou olhando para seu homem (Berry, obviamente). "Oba, San! Essa é uma ótima idéia!" Isso foi a minha Brit rindo seu melhor e mais aberto sorriso de felicidade, o que me fez rir de volta. Olhei para Romeu e Julieta que coraram.

"Você acha que está bem pra ir, Rachel?" Julieta sussurrou envergonhada (como se qualquer uma das duas tivesse vergonha na cara) para Romeu.

"Claro. Você quer ir, Quinn?" A resposta foi imediata e igualmente embaraçada de Romeu que quis dizer, 'aonde você for, eu estarei babando logo atrás'.

Julieta corou e fez que sim com a cabeça. Romeu sorriu, o que pareceu uma careta com aquela caraça estropiada, e sussurrou um "então vamos". Quando quis mesmo era completar a frase com um 'pro motel'.

Então resolvi enxotá-las antes que elas ficassem o resto do dia ali, rindo como mongolóides. Brit levantou do meu colo e foi para o lado do delinqüente. Me levantei também e falei pra cara de tacho de Berry.

"Consegue se levantar, Berry, ou quer que Q. a leve no colo?" Estiquei o quanto pude seu nome infame para que Juno percebesse que eu não estava nem um pouco feliz com o fato de não poder mais usar meus ótimos apelidos. E pra ver se as duas voltavam pra realidade e tiravam da boca o cabide que pareciam ter engolido. Claro que RuPaul ficou sem graça. Não sei exatamente por que, já que ela deve ter imaginado Quinn em posições mais comprometedoras que aquela. Isso dá pra ver na sua cara vermelha e em sua grande boca aberta (tão aberta que me deu vontade de socar um sapato nela, provavelmente eu conseguiria colocar até dois. Sim, piada pronta). Enfim, ela fechou o bico e concordou com a cabeça. Pulou em seu pequeno par de pernas e grande par de sapatos e saltou da maca. Um salto perigoso, dada sua estatura tão baixa quanto sua vida social. Quinn me olhava com força, talvez não tenha gostado do fato de eu ter brincado com seu novo aparato de jardim. Revirei os olhos pra ela e me virei para o par.

"Vamos?"

"Claro! Eu e Rachel vamos no meu carro e nos encontramos lá?" Isso foi a esposa de RuPaul.

"Que seja." Respondi me virando pra sair. O travesti tentou virar-se pra ir também, mas algo deve ter segurado sua atenção ali. E ele deu um risinho que só podia significar algo. Diversão! Me virei para seguir seu olhar e me deparei com duas estúpidas múmias se encarando.

"Bem, acho que nos vemos daqui a pouco, Quinn." Claro que seria da boca que aparentemente não se fecha nunca que sairia isso. Ela disse e olhou para seus sapatões, talvez estivesse com vergonha de sua aparência assustadora. Até que ela riu, não, ela não estava com vergonha porque não tinha nenhuma. Quinn sorriu de volta e quis me sentar novamente, se isso fosse andar no passo tão curto quanto a altura de Berry, ficaríamos ali o dia todo. Abri a boca pra apressar a tortura, mas Brit colocou a mão em meu braço e fez que não com a cabeça. Esperemos a novela então.

"Uhum" Isso mesmo, essa foi a resposta bem articulada da aluna no hall de honra, Quinn Fabray. Pelo menos ela não estava tagarelando como Carrie. Pelo menos. Até que ela abaixou a cabeça e ficou vermelha. Que gente idiota é essa? Não é possível que não possam expressar as coisas falando como gente normal.

"Ah, Quinn, eu queria agradecê-la por agora e mais cedo..." Me arrependi de ter pensado que elas não sabem falar, já que a minimon de Fabray realmente não conhece o significado de silêncio. Até que a vi bulinar o braço de Quinn com seus gigantescos tentáculos de polvo. Mas ela não parou por aí "De verdade, não era necessário, mas eu te agradeço sinceramente. Não sei o que aquela desprezível teria feito comigo se você não estivesse aqui." Disse desafiando os limites de velocidade enquanto ficava mais vermelha que sua cara lanhada e sorria devassa.

"Não foi nada." A, então tímida, sapatilha respondeu igualmente com vergonha (presumo que seja do fato de ter algum sentimento bom pelo projeto de aberração com quem falava). "E eu acho que ela realmente não ia ter te tratado bem..." Foi o que saiu de sua boca depois de um risinho e fez Berry rir e rolar seus olhos famintos.

"Como se alguém a tratasse bem..." Disse entediada, isso já estava ficando absurdo. Quando olhei em volta, todos estavam de cabeça abaixada e Juno tinha a cara contorcida em algo parecido com prisão de ventre ou culpa, como se tivesse cometido um crime e não apenas feito o normal de nossa sociedade. Esculhambar a sem noção ou altura era o que nos fazia humanos, segundo Darwin ou quem quer que tenha sido estúpido o suficiente pra perder tempo pensando nisso. Antes que ela se jogasse no chão chorando (eu pude ouvir um sussurrado 'eu sinto muito por isso, Rachel' sair de sua boca) e vi que hobbit começou a passar sua lapa de mão (a que não estava tão terrível) em seu rosto, preparando-se para atacá-la. Continuei antes que suas indiscretas ações de caminhoneiras me deixassem mais envergonhada ainda. "É, que seja. Vamos logo ou o Sol vai embora e Berry vai pensar que estamos num luau e vai nos torturar com musicais." Isso pareceu funcionar e me virei pra irmos.

Consegui sair daquele rendez-vous homossexual com minha dignidade quase intacta e esperei as pombas (do lado de fora, claro. Tenho uma cota de tempo pra passar com RuPaul antes de desejar a morte. Dela.) saírem rindo. Em sua ânsia de engolir Quinn com sua boca tagarela, Carrie não usou seu mini cérebro pra pensar que teríamos que andar juntos até o estacionamento. Desgraça! Ainda ia ter que aturá-la até chegar lá. A menos que eu corra... Me preparei para a fuga até o momento em que B. segurou minha mão com a sua. Dane-se Berry, não vou perder esse momento com a minha garota porque sua boca e seus pensamentos sórdidos não conheciam limites. Fiquei e sorri pra minha loira, pois não tinha outra opção. Ela me sorriu, linda, de volta e meu coração pareceu não ter pego a minha nova idéia de ir andando e correu suas batidas em disparada. É, era isso que ela fazia comigo.

Claro que minha paz de espírito durou pouco tempo, a microhumana assassinou o silêncio e disse sem pena de meus ouvidos.

"Eu esqueci que iríamos pro mesmo lugar." Uma risadinha desagradável fechou essa desnecessária frase. Pois é, se ela não estivesse usando seu pequeno corpo para se aproveitar da loira frígida, ou se sua cabeça dura não estivesse pensando em formas de estuprá-la, talvez ela tivesse pensando nisso. Por pior que isso possa parecer, o ridículo realmente aconteceu quando Juno achou que, a deficiência vertical e dano cerebral sofridos por uma rotina de ver música aonde não tem de seu projeto de diva, fosse, na verdade, uma piada e riu com ela. Revirei os olhos. Ainda teria que aturar essa tortura pelo resto do meu dia. Ay Dios mio! Em que caralhos eu fui me meter?

"É verdade." Disse a loira indiscreta enquanto olhava seu chaveiro humano.

Puck veio andando ao nosso lado, sorrindo e contente da vida. Não sei até quais níveis vai a sua estupidez, mas creio que, assim como a falta de semancol de Berry, não tinha limites. Que tipo de homem vê que todas as garotas que já tiveram o desprazer de beijar sua boca bagaceira viraram lésbicas com 'l' maiúsculo e isso o alegra? Deve ser trabalho do tempo perdido tricotando com RuPaul. Pff!

"Espera!" Bradou a metade de gente a plenos pulmões. O que me fez virar revirando os olhos. Ela estava testando os meus limites.

"Que é?" Disse depressa e Quinn me olhou crítica. Talvez tenha confundido minha falta de paciência com falta de educação pra cima do seu pino de xadrez. Como se alguém no mundo pudesse me culpar...

"Vocês três ainda tem quatro aulas, não? Eu não sou a favor de cabular aulas, não posso ser a causa, ou ao menos conivente com essa atitude tão irresponsável. Embora da minha posição de recém-suspensa da escola, graças à falta de interesse da diretoria pelo bem estar humano e meu, obviamente. O que me leva a citar a ACLU, onde os direitos..." Esse foi o discurso que foi cuspido de sua boca mortífera e torturadora. Discurso esse que tive o prazer de cortar.

"Cala a boca, Berry! Meu Deus? Você não respira?" Perguntei exasperada e a vi preparar-se para o golpe final quando abriu sua latrina. Cortei-a antes que perdesse toda a minha vida ali. "Nós não vamos pra aula" Ela ameaçou usar de novo sua arma fatal. "Isso não é você quem escolhe, Berry. E acho melhor aumentar seus passos curtos pra chegarmos lá hoje." Terminei e me virei, sem esperar por seu desfecho de falação. Coisa que não aconteceu, talvez Quinn tenha acordado de seu transe e costurado sua boca. Me virei pra ver, mas não tive tal sorte. Ela só estava segurando os braços de polvo de RuPaul enquanto sorria pra ela. Que seja, preciso viver ainda. Virei, olhei pra minha loira e para o criminoso do meu outro lado e apertei o passo. Que a tortura comece!

Chegamos inteiros, não graças ao falatório proporcionado por Berry. Depois ainda me culpam por essa menina não ter amigos. Quem conseguiria suportar cinco minutos do lado de sua boca nervosa e sedenta por Quinn? Não eu. Por isso, quando ela começou sua corrida com palavras, tive que cortá-la.

Estávamos andando na frente eu, Puckerwoman e minha loira, enquanto Berry nos mortificava com sua incapacidade de selar sua garganta profunda.

"Eu realmente acho que vocês deveriam assistir às aulas. Não é bom perdê-las quando faltam menos de duas semanas para entrarmos em férias de verão. E, com certeza, ninguém estuda nas férias..." Exatamente. Aturei isso tudo antes de rebater em sua cara perdedora. Não é possível que uma pessoa fale tanto, não há nem tanto assunto assim a ser dito. Mas não! Não para Carrie, assuntos surgiam como oxigênio e eu estou começando a levar sua pessoa como carma. Sabe-se lá o que fiz, mas deve ter sido algo muito ruim pra merecer sua presença tão baixa quanto sua estatura.

"Caralhos voadores! Quinn, segura a matraca dessa menina antes que eu bata em sua outra face." É, eu sou católica e conheço a Bíblia, então aquilo tudo de 'dar a outra face' me pareceu acertado no momento. Quinn, sentindo meu senso de humor, revirou os olhos. Venhamos e convenhamos, o seu bibelô era uma piada ambulante, o que eu posso fazer? Nada, além de ouvi-la bradar audaciosa.

"Santana, eu tenho certeza de que você não quis dizer isso. E não é como se Quinn pudesse, como você diz, 'segurar minha matraca'" Claro que ela usou aspas imaginárias como sua mulher transvestida fez um pouco antes, por que isso não surpreende? "eu sou responsável pelas minhas palavras e pelo que eu digo. E acho uma extrema falta de educação que você não leve em consideração o que estou te apontando tão educadamente. Aposto que se você parar pra pensar no que eu acabei de dizer sobre as aulas..." E assim ela foi. Parei para encará-la com raiva, desejando ardentemente que desse câimbra em sua língua afiada e maldosa, não tive sorte novamente. Apelei para me aproximar e tentar cortar pelo menos 1 km de sua língua agonizante. Claro, isso seria pouco porque ela ainda tem muita língua (e não sei onde ela guarda isso tudo em seu corpo tão minúsculo), mas enfim. Parei entre ela e Quinn. Aí sim, ela fechou sua indecente boca.

"Eu realmente espero que ela saiba usar a boca e sua língua gigantesca, Quinn. Pelo seu bem." Disse alto o suficiente pro hobbit ouvir. E funcionou. Ela calou sua miséria e olhou idiota pra mim e pra uma loira frígida calada, vermelha, de cabeça abaixada. Até que deu um sorriso envergonhado e se aproveitou para agarrar mais uma vez a estátua loira do seu lado. Passou sua mão maníaca em seu braço. Absolutamente ela iria se aproveitar da menina. Preciso ter em mente não deixar minha Britt perto de suas asas, pelo bem dos dentes de sua boca desrespeitosa. Sapata abusada e safada.

"Cala a boca, S." Isso foi Fabray que eu até esqueci que existia enquanto tentava fuzilar Berry com meus olhos. Olhei para sua cara pálida, no momento, vermelha. Balancei a cabeça. Não é possível que isso estivesse acontecendo com a ex-capitã e minha iniamiga. Mas sim, não era o meu pior pesadelo, ela me encarou com algo que ela deve ter achado ser raiva, mas era vergonha de gostar de alguém como a verbal metade de diva que estava do seu lado. Não deixei barato.

"Será que ela é vocal assim na cama, Q.?" Ela me deu um tapa no braço. Sua paixonite gay se engasgou com a quantidade de saliva que deve ser fabricada em sua boca sem fundo e ficou vermelha. Me virei para ir, não sem antes notar Quinn alisando toda a extensão traseira do curto corpo do gnomo e dar leves tapas em suas costas largas pra ver se ela recuperava sua, infelizmente não danificada, habilidade de falar. Andei antes que ficasse presa em uma de suas muitas leituras sobre qualquer coisa tão insignificante quanto sua existência. Mas e por sorte, isso não veio e tive o prazer de me concentrar em ouvir o barulho de nossos passos pelo corredor vazio e silencioso.

Voltei pra perto de minha garota e a dona de casa ao meu lado me deu um sorriso e falou algo tipo "Mandou muito bem!" E eu pergunto: quando Santana Lopez não 'manda muito bem'?

Nos despedimos, cada qual em seu carro. A lésbica e a bicha foram na lata velha da mulher da relação. Claro que a despedida foi desagradável e lenta, como o cérebro das duas recém descobertas sapatas de nosso grupo.

"Então..." A boneca de voodoo começou "nos veremos daqui a pouco, né?" E riu de meu destino de sofrimento enquanto ria desesperada para agarrar a loira tão estranha quanto ela.

"É..." Essa foi Fabray nos brindando mais uma vez com seu abuso do dicionário. Ela sorriu mole pra meia menina estacionada em sua frente. Sua metade de cara-metade sorriu do mesmo modo pra ela enquanto babava por sua boca arisca, desejando tirar o ar e vida da loira que sorria inocente, fatalmente não sabendo seus planos maquiavélicos de sufocá-la com seu bocão malicioso.

"Estou gostando tanto de vê-las juntas, San. O que você acha?" Isso foi meu bebê e eu, claro, fui incapaz de responder o que eu acho de fato (algo perto de safadeza, perversidade, falta de critério – de Quinn, obviamente -, pouca vergonha – de Berry. Bah, ela não tem vergonha nenhuma em sua cara envernizada), me segurei e falei.

"Que bom que você está feliz, Brit." Querendo completar com um 'porque eu desejo morrer'. Até que ela passou sua mão leve em meu rosto e me deu um beijo no canto da boca – que me tirou o fôlego. É, ela será o meu fim mesmo – e me trocou para se despedir das lesadas na nossa frente. Puck caiu no erro de me dar uma piscada. Uma piscada por uma porrada, esse é o meu ditado (claro, uma exceção ocorre só com a Brit) e soquei seu bracinho de frango.

"Caralho, Lopez, que porra?" Isso me fez lembrar que ele tinha nascido homem, só virou gay depois que a aura homossexual de Berry o rodeou por muito tempo. Não o dignei com uma resposta minha e voltei meu olhar para ver minha loira abraçando o pouco corpo de Berry. Sorte dela que eu a amo tanto, ou só deixaria que ela chegasse perto de mim depois de três banhos. E abraçou a frígida também, enquanto dava seus 'tchaus e até logos' pros dois pares de sapatos 44. Ela veio em minha direção e me abraçou pela cintura, apoiando sua cabeça em meu ombro. Beijei sua testa, o que me fez desistir de abaixar e pegar uma pedra pra atirar na parada gay que acontecia na nossa frente.

Quinn, se sentindo ousada e desafiadora, deu um passo pra frente e abraçou a metade de cavalheiro de armadura brilhante que lhe foi proporcionada. A vergonha que estava agarrada em sua cintura aproveitou-se para acariciar suas costas com suas mãos de urso. Enfim, Fabray percebeu a segunda maior idiotice que tinha feito (a primeira foi dormir com a escrava sexual de Berry e ficar prenha. Nada que venha dessa dupla do mal pode ser coisa boa, aviso porque sou amiga) e largou seu bicho de estimação. Mas não antes de passar as costas de sua mão gay na cara amadeirada de Carrie e lhe falar baixo.

"Cuida dessa mão, tá?" O que pode ser facilmente traduzido para: não agrade sua metade de ser com seus pensamentos abomináveis sobre a minha pessoa fazendo algo sexual com a vergonha que é a sua, isso seria igualmente desprezível, ou eu vou cortar essas mãos gigantescas em tiras e jogá-las no fogo, porque só ele purifica. Em tom claro, 'não enfie suas mãos de homem dentro das suas calças'. O hobbit que não deve ter entendido a real mensagem de sua frase, concordou com o que fica em cima de seu goela segurando sua boca má tão feroz e rapidamente que torci para sua cabeça saltar de seu pescoço e rolar pelo chão. Mais uma vez, a sorte do dia não esteve do meu lado.

Berry, que percebeu que sua boca só serve para cantar showtunes, nos torturar com discursos sem fim e babar a loira estendida ali, arreganhou seus grandes dentes, de sua ainda maior boca para Quinn que retribuiu. Claro, sem perder sua oportunidade de falar. "Eu vou me cuidar sim, Quinn, obrigada." Foi o que ela atirou sem remorso em meus ouvidos já doloridos. E piscou seu olho de peixe morto para sua vítima, que achou tão risível quanto eu e, claro, riu.

"Tudo bem, nós nos veremos daqui a pouco. Então, se você não cuidar da sua mão, eu cuido." Não sei se foi um tique nervoso recém adquirido, mas vi algo que poderia ser confundido com uma piscadela seguir o discurso nobre e gay de Fabgay. Ela queria dizer com isso: ao invés de colocar essa sua mão horrorosa e masculina em suas calças, coloque nas minhas. E foi além: deixa que do que você tem no meio dessa metade de pernas suas, cuido eu. Tudo bem, pra alguém como Berry, eu confesso que ela tem pernas interessantes e longas, o que faz seu visual ser ainda mais pitoresco (em outras palavras, bizarro), já que, com essas botas, e suas pernas estranhamente compridas, ela estava parecendo uma garça em cima de uma escada. Ok, um bebê de uma garça. Não por ela ser fofa, ainda mais com essa cara escrota e porrada dela, mas por seu tamanho nanico.

Então, sorridente, ela voltou sua boca imensa pra sua amante que estava desconfortável ao ver que perdeu seu homem para a mãe de sua filha. Essa gente é uma gente baixa! Que coisa horrível. Entendo cada vez menos essas relações. Enfim, o par dos infernos se separou e eu voltei minha atenção a minha B. enquanto andávamos para o carro (depois que acenei com a cabeça pro traveco e seu marido) para nos preparamos pra nossa desgraça. Olhei a ex-HBIC e atual cachorrinho de RuPaul os observando com algo que poderia ser ciúmes. Como se a mulher de Carrie fosse competir com ela pela atenção da formiga atômica. A rainha frígida do gelo encarou-os, até que, e isso também não me surpreende, Berry virou-se rapidamente em seu corpo incompleto e pela metade e arreganhou meu maior pesadelo em um sorriso cheio de dentes, talvez achando estar num dentista. Fabgay abriu um sorriso igualmente gigantesco, não maior que o de Carrie pois sua boca não era assim tão grande. Não sei o que Quinn vê em bocas de bueiro, mas se contarmos com o brocha boca de caçapa de seu ex e sua atual minipaixão, dá pra vermos que ela tem um tipo. Salvo por Puck e sua boca suja e Finn e sua boca sem utilidade. O que leva imaginar que se, ao invés de ser o tapete de Q., Berry quisesse trocar saliva com a outra bocarra russa que quase sugou minha vida em um beijo. Uma aposta feita no inferno! Isso que seria. Por essas e outras, fiquei quase aliviada ao ver que ela queria lamber o carpete da Quinn-Bee e não trocar sua fábrica de saliva com o engolidor de bolas de basquete. Menos um problema. Poderia ser pior, sempre pode. Até que a menina com seu visual delinquente pegou o volante de sua charanga enquanto esperava seu macho terminar de secar a pobre ex-cheerio (acho que Quinn vai perder alguns quilos andando com RuPaul, não é possível); A hermafrodita ligeira não perdeu tempo e deu uma corrida atlética com sua metade de ser humano e abraçou a loira estática novamente, que correspondeu o abraço por um longo tempo até olhá-la em sua cara perdedora, sorrir e beijar sua testa chifruda. Treasure trail, claro, ficou com sua bocaça arreganhada enquanto a loira bisca ia andando para seu carro. De repente, a dita loira virou e piscou para seu futuro macho. Enquanto minha B. sorria feliz da vida com a leseira gay que se desenrolava ali. Berry usou sua matraca para vociferar com seu carretel de língua enquanto cantava (ela deve se achar ótima, não é possível) um "nos vermos mais tardeee-e". A frígida riu de sua palhaça privada e concordou com sua cabeça. Eu ainda teria que vê-las novamente... Vida sem sorte!


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Notas finais do capítulo

Continuo não tendo Glee e sendo pobre, mas também continuo gostando dos comentários de vocês.