Glee Club X Zumbis escrita por RaeRae, Adla Queiroz


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Fiz algumas modificações nos capítulos anteriores. Nada que vá refletir na história, apenas corrigi alguns erros de ortografia e reescrevi algumas partes que estavam confusas. Não é necessário reler tudo.
Bem, é isso. Divirtam-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/179552/chapter/6

Rachel desceu correndo as escadas. Deteve-se por um segundo quando deixou o último degrau e se deparou com a visão nauseante no canto da sala, Finn tentando sugar todo ar do corpo frágil e delicado de Quinn — Mais um minuto — pediu para ninguém em particular quando finalmente se recuperou e partiu apressada em direção ao porão. Chegando lá, dirigiu-se a um dos armários e pegou uma machadinha de aço, testou o peso jogando-a de um lado a outro e deu alguns golpes cortantes no ar. Satisfeita com o teste, pegou uma bolsa de lona e colocou dentro a machadinha, assim como a espingarda que carregava, algumas facas, quatro armas e munição. Encaminhou-se para a sala — Vamos — falou e saiu sem confirmar se alguém a ouviu ou seguia.

Metade do caminho até Walmart(n/a: loja de departamentos americana) passou de forma silenciosa. No banco do passageiro, Quinn assistia os nódulos dos dedos de Rachel tornando-se brancos pelo aperto firme que a morena mantinha sobre o volante.

— Tem algo que eu gostaria de perguntar desde que deixamos a casa — a morena disse em tom baixo. Fez uma pausa para girar o volante e acertar um caminhante (zumbi) que estava sobre a calçada — Santana, você é surda ou só está tentando se matar?

— O quê? — a latina perguntou pasma.

— Uhm... talvez você seja apenas estúpida — antes que Santana tivesse a chance de responder, Rachel prosseguiu — Eu fui bastante clara quando disse que até receber treinamento adequado vocês não tem permissão para tocar as armas de fogo.

— Eu sempre ignorarei tudo que você diz, RuPaul. O que te faz pensar que agora seria diferente?

— Bem, agora eu poderia atirar em você e mentir que vi um zumbi te morder — Rachel respondeu inalterada — ninguém contestaria.

— Rachel — Quinn deu um meio grito surpreso.

— Quinn — Rachel respondeu calmamente.

— Escute, Manhands — Santana vociferou retomando a compostura. Kurt, sentado do seu lado esquerdo, não gostou da forma como a mão da latina passeava sobre a arma presa em sua cintura. Rachel viu preocupação no rosto do garoto e segui seu olhar, mas ela não compartilhava seus temores. Dificilmente Santana atiraria nela enquanto estivesse dirigindo, a latina não seria louca de arriscar um acidente enquanto Britanny estivesse no carro — Se você acha que eu vou abanar o rabinho como um maldito cachorro pra todas as suas ordens, você está sonhando.

— Vamos deixar uma coisa bem clara, Lopez — Rachel replicou. Sua voz era gelo puro — você não é necessária para a minha sobrevivência, portanto eu não dou a mínima para o que vier a te acontecer. Mas se você quer ficar, mantenha a atitude cadela para si mesma e faça o que eu digo. Concorde em seguir as regras e fique, ou simplesmente saia. É sua decisão.

— Talvez eu saia — Santana falou em desfio.

— Talvez você devesse — Rachel respondeu. Ela manteve o exterior frio, mas por dentro sua vontade era gritar e implorar pra que as duas ficassem. Sim, as duas, porque Rachel sabia que aonde quer que a latina fosse Britanny também iria.

— Rachel... — Quinn tentou intervir. Ela conhecia Santana bem o bastante para saber que a latina partiria apenas para não dar o braço a torcer.

— Não, Quinn — Rachel a parou — Eu expliquei o motivo exato pelo qual vocês deveriam ficar longe das armas e, ainda que a maioria não gostasse muito da ideia, vocês concordaram. Santana teve a chance de defender seu ponto, mas escolheu não fazê-lo. Ela esperou até que eu saísse pra ir contra minhas determinações. Eu não vou permitir que a imprudência dela ponha sua... nossas vidas em risco — tomou uma respiração profunda pra se acalmar antes de continuar — Não é pessoal, Quinn, é uma questão de sobrevivência.

— É pessoal se você diz que vai deixar a minha melhor amiga pra morrer.

— Corrija-me se eu estiver errada, mas essa não é a mesma garota que você vendeu pra voltar a ser capitã das lideres de torcida.

— A natureza da minha relação com Santana não é o que está em discussão aqui, sim o fato de você afirmar que vai deixar um ser humano pra traz sem esboçar qualquer remorso — Rachel não respondeu — Que tipo de monstro você se tornou? — isso atingiu um nervo.

— Agora você acha que eu sou um monstro? Você não pareceu pensar assim quando eu tirava vocês da escola em segurança.

            — Sim, todos vimos como isso acabou bem pro Artie — foi um golpe baixo, Quinn podia admitir a si mesma. Ela não tinha ideia do que a levou a dizer tal coisa horrível, Rachel não merecia ouvir isso. Essa é uma falha em seu caráter que a loira nunca aprendeu a corrigir, sempre que entrava em uma disputa, ainda que apenas verbal, ela mirava onde mais dói sem hesitação. E quando se tratava da judia sentada a seu lado, esse defeito se tornava ainda mais pronunciado.  — Rachel, eu não...

            — Você não o quê? — Rachel perguntou amargurada. Doeu. Quinn havia batido em todos os pontos frágeis — Você não disse nenhuma mentira. Artie está morto, eu atirei nele e faria de novo se fosse preciso. Eu não me arrependo e isso não altera o fato de que eu não hesitaria em chutar Santana ou qualquer outro para um beco cheio de zumbis se ela se tornar um risco à nossa segurança.

 — Você não fala a sério! — a loira disse frustrada e um pouco assustada com a frieza da outra. Rachel continuou olhando impassível para frente.

— Sim, Quinn. Ela fala. — Britanny disse quebrando o silêncio tenso que se seguiu.

— Britt, o quê...? — Santana começou antes de ser interrompida pela namorada.

— Eu te amo Santana, você sabe que eu faço. Mas Rachel tem razão. Ela nos recebeu em sua casa, ofereceu proteção, mantimentos e um plano, mesmo depois de todos sermos horríveis com ela. A única coisa pedida em troca foi que respeitássemos suas regras. Eu não entendo a maior parte do que ela diz, as palavras são tão grandes, e não sei a razão por trás de suas ordens, mas de uma coisa tenho certeza: tudo o que ela faz é com a intenção de nos manter seguros.

Rachel observou Britanny pelo espelho retrovisor. Seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas, a morena estava emocionada. De todas as pessoas Noah é quem melhor a conhece e ainda assim duvidou dela quando viu Beth. Rachel nunca pensou que seria Britt quem veria com tanta clareza por trás de suas ações — Nunca deixe ninguém dizer que você não é inteligente, Brittany.

A loira sorriu brilhante, depois uma expressão de confusão assumiu seu rosto — E que eu sou gostosa? Posso deixar as pessoas me dizerem isso? Eu meio que gosto de ouvir a Santy me chamando assim.

Rachel deu um pequeno sorriso — Sim, Britt. Disso pode.

O restante do trajeto foi silencioso. Os outros três habitantes do carro absorviam as informações as quais foram expostos. Rachel tentava se manter o mais concentrada possível para o que fariam em breve. E Britanny, bem, Britanny tentava lembrar onde havia escondido seu diário de Lord Tubbington.

Rachel parou no estacionamento da Walmart e buscou observar se havia algum caminhante por perto, não percebeu nenhum movimento. Soltou o cinto de segurança, sacou a Glock, abriu a porta e desceu. Fez uma busca superficial no estacionamento e não avistou ninguém. Havia alguns carros parados ali, seus donos deviam estar por perto, só havia dúvidas se ainda vivos. Dirigiu-se até o porta-malas e tirou a bolsa de lona que guardara lá — Vocês já podem sair — disse aos outros, eles desceram do carro.

Santana deu um pequeno passo, olhou de um lado a outro, depois se jogou no chão e rolou parando com o ouvido colado ao solo.

— O que você está fazendo? — Rachel pediu, preocupada. Quinn e Kurt também assistiam a tudo aturdidos.

— Shhhhhh — a latina pediu levando o dedo indicador aos lábios. Ela ainda fez mais um rolamento antes de levantar, observar ambos os lados novamente e responder: — No verão passado, Sue nos ensinou como mover em combate.

“Só Sue poderia pensar em algo assim”, Rachel ponderou, mas não havia como negar que isso poderia ser bastante útil no futuro — Mas nós ainda não estamos nos movendo — a morena apontou.

— Você está certa — Santana olhou um pouco constrangida. Então levou a mão a cintura e puxou a pistola que estava lá. O corpo de Kurt se tencionou com o movimento da líder de torcida — Toma — ela disse entregando a arma a Rachel.

A morena ficou surpresa, ela podia imaginar que essa iniciativa deve ter sido muito difícil para Santana. Rachel colocou a mão sobre a arma e empurrou de volta para a latina, depois acrescentou — Você pode ficar com ela, mas só use se realmente necessário. O barulho os atrai.

— Por isso você disse para continuarmos usando os bastões? — Kurt perguntou impressionado.

— Bem, eu realmente tinha medo que alguém acabasse atirando em si mesmo. Com Finn por perto, todos sabemos que havia uma boa possibilidade de algo assim acontecer — todos, incluindo Britt, balançaram a cabeça em concordância — Mas sim, o som é um dos motivos porque armas de fogo não são muito aconselháveis. De qualquer forma, Noah e eu estamos trabalhando nisso.

— Mas se atrai a atenção dos zumbis, por que carregar essas armas com você? — Santana questionou apenas curiosa, não havia antipatia nem desfio em sua pergunta.

— Na verdade, — Rachel disse agachando-se e abrindo a bolsa de lona que estava a seus pés, retirou a machadinha de aço e levantou-se — eu pretendo utilizar isto caso cruzemos com um zumbi. Mas se forem muitos, o barulho não terá importância, certo?

Santana pareceu concordar com a lógica.

— Você sabe como usar isso? — a morena perguntou apontado para a arma na cintura da latina.

— É só mirar e puxar o gatilho, quão difícil pode ser?

Assumindo o modo combate, Rachel começou — Posso ver que todos estão com seus bastões, isso é bom, peguem uma das facas na sacola também, apesar de não serem muito úteis contra zumbis, é sempre bom ter uma a mão — Eles fizeram o que foi dito. A morena sentiu um incomodo no peito ao ver Britanny puxando um canivete da bainha e o examinando com um sorriso brilhante. Pela expressão no rosto de Santana, ela não era a única.

— Rachel — Kurt chamou — além do som tem algo mais que pode atraí-los?

— Bem, os infectados são originalmente humanos, então eles dependem mais da visão e audição para se guiar. Tentem não fazer barulho e fiquem fora de vista. O olfato não é tão apurado e eles não sentem dor, por isso nunca entrem numa luta corpo a corpo, seria suicídio. Se você tiver a chance de um bom golpe, acerte direto na cabeça. Se houver qualquer dúvida de que você possa derruba-lo, então corra, corra o mais rápido que suas pernas possam leva-lo. Não há vergonha nenhuma em fugir numa situação como essa.

Todos assentiram para as indicações.

 — Ok. Então, não fazer barulho, ficar fora de vista, acertar a cabeça e se tudo mais der errado correr — Kurt recapitulou — mais alguma dica?

— Se você estiver em apuros e não souber o que fazer, basta se perguntar: O que Buffy faria? — Rachel brincou. Kurt revirou os olhos, mas um sorriso puxou no canto de seus lábios.

Quinn deu um passo mais perto da morena e pediu: — E agora, o que faremos? — os outros ficaram em silêncio esperando as ordens que viriam.

“Certo. Comecemos pelo mais importante”, Rachel racionalizou — Quinn e Brittany, vocês se encarregam da comida. Peguem todo tipo de alimento não perecível. Encham carrinhos com enlatados e tudo que tenha um longo tempo de validade — As duas assentiram em entendimento — Kurt e Santana, você cuidam das roupas. E Kurt, isso não é um desfile de moda, foque na praticidade. Peguem muito jeans e roupas de material resistente, porque, ainda que de forma limitada, elas são uma barreira contra possíveis mordidas. E concentrem-se em buscar apenas o suficiente para que cada um tenha cerca de duas ou três mudas de roupa — Kurt fez uma careta — Eu sei que você não gosta da ideia, Kurt, mas temos de ser objetivos — ela falou ao amigo — Depois que tiverem recolhido o bastante, coloquem tudo na Van e voltem para conseguir produtos de limpeza e de higiene pessoal. Não se esqueçam de pegar alguns absorventes para as meninas. — A careta de desaprovação de Kurt se intensificou. Ele pode ter uma alma feminina presa no corpo de um garoto, mas ainda não gosta de ouvir sobre o sangramento mensal das fêmeas. Eis aí algo do que ele se livrou — E eu — Rachel continuou — Farei patrulhas pra garantir que não há nenhum zumbi por perto.

— De jeito nenhum — Santana disse calmamente quando a morena encerrou — Britt não vai ficar fora da minha vista. Sem chance — a latina sentenciou.

— Calma, Santana. — Kurt pediu — Primeiro vamos escutar por que Rachel decidiu nos dividir assim — surpreendente, a latina ouviu e aguardou pela explicação. Parece que as palavras de Britt causaram algum efeito.

— É bastante simples — falou olhando diretamente para Santana — Brittany a distrairia — a latina começou a protestar, mas Rachel a cortou — Você sabe que é verdade.

Santana parou para considerar por um segundo e suspirou derrotada — Ok, mas se algo acontecer a ela, eu atiro nas suas pernas e te deixo para os zumbis comerem — a latina ameaçou e pelo olhar em seus rosto Rachel sabia que ela cumpriria caso chegasse a tanto.

— É justo pra mim — respondeu. E eles partiram, já com suas missões definidas, para a entrada da Walmart.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tem sido um tempo muito longo desde a última atualização, e não tenho uma boa desculpa para isso. Foi um acumulo de coisas. Tive um caso grave de bloqueio de escritor, um probleminha com o computador, um pouco de preguiça e simplesmente a vida. Não sei se ainda há alguém acompanhando a fic, mas se houver, só queria dizer que lamento.
Ps: Minhas provas na faculdade vão do dia 16 a 20 de abril, então é quase certo que não haverá atualizações até lá.