- Eu vou ser titia, eu vou ser titia. - Lili cantarolava enquanto saíamos do estacionamento. - Ai será que vai ser gêmeos como eu?

- O-M-G Não consigo me imaginar cuidando de gêmeos, para. - Falei meio assustada.

- Tá, mas se vier, tu vai ter que se virar. - Ela falou rindo. - Cara o Bruno vai surtar. 

- Eu sei. - Falei toda sorridente. - Quero contar o mais rápido possível pra ele.

- Ah não Jessi! Demora um pouquinho vai, deixa ele perceber. - Ela falou mimada. 

- Lento do jeito que ele é, só vai perceber quando a barriga começar à crescer. - Gargalhamos.

- Vai pra agência hoje? - Lili perguntou atenta ao sinal fechado.

- Não... tem nada pra fazer hoje, se eu fosse, seria só pra dar dicas as modelos novas. - Falei passando o gloss que eu ganhei de Lili à um tempinho.

- Então vamos ao shopping! - Ela falou animada. - A tarde é nossa.

Rimos juntas. Eu me sentia tão bem ao lado de Lilian, era a irmã que eu nunca tive.

- Bryan aprontou uma comigo ontem... - Ela falou misteriosa.

- O que ele fez? - Perguntei curiosa.

- Um jantar. - Ela riu baixinho.

- E isso é aprontar? Foi fofo, não?!

- Foi... mas ele quebrou metade das minhas coisas de vidro da cozinha. - Ela continuou rindo.

- E você tá calma assim? Hm... tem coisa aí. - Ri no mesmo tom que ela.

- Não consigo esconder nada de você. - Ela gargalhou. - Transamos na cozinha.

Não falei nada, apenas abri a boca e gargalhei alto.

- Por isso o desastre. - Lili continuou gargalhando. - Ele me enlouquece.

- Vocês são terríveis. - Continuei gargalhando. - E como foi?

- Engraçado. - Lili gargalhou mais ainda. - Acabamos nem jantando na verdade, ele me deitou pela mesa e eu derrubei tudo... o resto você já sabe.

Nos olhamos num olhar confidente e rimos alto.

- Mas e a bagunça? - Perguntei imaginando a sujeira.

- Arrumamos tudo. - Ela ria baixinho. - Entre vários amassos, conseguimos organizar boa parte da sujeira toda.

Lili falando de Bryan era uma mistura de comédia com romance. Loucos.

- Oba chegamos. - Falei olhando o enorme shopping logo a frente. Ainda bem que eu havia trazido os cartões. Estacionamos e subimos para a tarde divertida, que eu tinha certeza que seria.

- Preciso comprar copos, pratos, tigelas... ai ai ai. - Lili falou contendo o riso.

- Carambaaaaa, olha que vestidinho perfeito. - Falei direcionando o olhar pra um mini vestido de bebê.

- Ih é menina. - Lili completou.

- Quê? - Falei desentendida.

- Minha vó, que Deus a tenha, dizia que a primeira roupinha de bebê que uma mulher grávida visse, indicaria o sexo da criança, você viu um vestido, é uma menina.

- Nossa, será?! Awn mas é tão lindinho. Vou comprar. - Falei puxando Lili pela mão.

- Mas e se for menino? - Ela perguntou.

- Dou o vestido pra alguma boneca da Britt. - Respondi sorrindo.

Entramos na loja e eu praticamente queria me mudar pra lá. Tanta roupinha linda, eu adorava as de meninos, mas meu encanto sempre foi de meninas, os vestidinhos, os lacinhos de cabelo, as blusinhas das princesas... ai... tudo tão lindo. Comprei o vestidinho magnífico que vi logo de cara e umas roupinhas pra Britt e pro Brendon também.

- Não precisava, sério. - Lili resmungava me vendo pagar os presentes pros meus babies.

- Sou madrinha dá licença? - Falei fazendo careta pra ela.

- Tem um bebê aí dentro né?! - Ouvi uma voz fininha e umas mãos pequenas acariciarem minha barriga. Direcionei o olhar para baixo e me encantei com o que vi. Era uma menininha de +/- uns 4 anos, muito esperta por sinal.

- Melissa! Desculpe moça, ela sai de perto de mim e eu nem vejo. - Uma moça simpática falou pegando a mão da menina.

- Sem problemas. - Sorri carinhosamente para as duas.

- Mamãe, ela tá esperando um bebê também, igual à você. - A menina falou olhando fixamente para minha barriga.

- Verdade isso?! - A moça me perguntou sorrindo.

- S-Sim... - Gaguejei sorrindo. - Mas como ela sabia?!

- A Mel é assim mesmo... ela percebeu minha gravidez também, nem precisei falar nada com ela. - Ela fez carinho nos cabelos da pequena.

- Que anjinho. - Falei enquanto pegava a nota fiscal das compras. - A sua presença me fez muito bem viu?! - Completei dando um beijo terno no rosto dela.

- Temos que ir agora. Boa sorte com a gravidez. - A mãe de Mel foi falando quando viu um rapaz alto acenando para elas, acredito que fosse o marido.

- Igualmente. - Retribuí o sorriso.

- Sinistro. - Lili falou enquanto as duas se afastavam. Mel olhava para trás dando tchau para mim e para Lili. 

- É... - Falei rindo, meio boba ainda.

- Tá com fome?! - Lili perguntou.

- Ainda não. - Respondi.

- Ok. Então vamos andar mais. - Ela falou pegando uma das bolsas de minhas mãos.

Passeamos por quase todas as lojas do shopping. Lili gastou muito com utensílios de cozinha, já que haviam quebrado tudo. Descemos até o estacionamento para pôr as bolsas e subimos de novo para almoçarmos. Comemos num restaurante de culinária brasileira que havia sido inaugurado a pouco tempo no shopping, matei a saudade do famoso arroz e feijão brasileiros.

- Foi divertido. - Lili falou enquanto entrávamos no carro.

- Muito. - Completei. - Há tempos que não saíamos assim, só nós duas.

- Verdade. - Ela sorriu. - Vai comigo na creche buscar os babies?

- Vai me levar até em casa depois? - Perguntei sorrindo. 

- Folgada. - Ela gargalhou.

.

Cheguei em casa lotada de bolsas. Comprei umas roupas que eu sabia que daqui a uns meses não me serviriam mais, mas, eram tão lindas que eu não resisti e queria usá-las como se eu não fosse engordar amanhã hahaha. Tomei um belo banho, já imaginando como seria o rostinho de meu bebê ao nascer, será que pareceria com Bruno? De qualquer forma os cabelos seriam cacheados, afinal, os meus só são lisos por produtos químicos que eu uso, rs. Os olhos... grandes e arredondados como os de Bruno ou grandes, porém, não tão arredondados como os meus?! Sorria só de imaginar.

Revirei minha bolsa procurando meu celular e já imaginava o que veria... desligado. Que droga, eu desliguei na hora da consulta e esqueci de ligá-lo novamente! Sentei-me na cama esperando ele ligar-se por completo. Sabia. Zilhões de ligações de Bruno.

"Vida, não vou poder ir pra casa hoje, vou ter uma entrevista à noite que fica mais próxima à minha casa, vou ficar por lá hoje. Beijos, eu te amo."

Essa era a mensagem da caixa postal. Que droga! Dormir sem Bruno era tão... tão... entediante, chato, frio. Fiquei chateada e me sentei no sofá pra ver tv, odiava quando ele era praticamente obrigado à dormir longe de mim. Me sentia sozinha. Mas... ele é o Bruno Mars né?! Fazer o quê. 

Se bem que agora eu não estava completamente sozinha...