Fugindo De Casa escrita por Cah
Vesti uma blusa bege, com uma saia preta e um all-star clássico, peguei a arma para mostrar a Andrew depois do jantar e descobrir o que significava aquela misteriosa mensagem, guardei a arma na bolsa e fui até a garagem.
Entrei no Palio da minha avó e partimos.
...
Andrew chegou ao restaurante Starkick´s e se sentou à mesa de vidro. Quando cheguei no mesmo, Andrew me viu e começou a acenar para que sentássemos junto com ele e sua família.
– Vamos lá. - Disse minha avó. - Pelo menos não temos que procurar mesas nesse restaurante lotado.
– Vóó... - Dei uma cotovelada nela. - Não é assim que se faz.
Chegamos perto da mesa, cumprimentei Andrew e o Senhor e a Sra. Johnson, minha avó fez o mesmo.
– Vamos, sentem-se com a gente! - Falou a Sra. Johnson.
Tinham três mesas juntas, O Senhor e a Sra. Johnson se sentaram lado-a-lado, e minha avó ficou de frente para o Sr. Johnson, na ponta. Eu e Andrew sentamos frente-a-frente na última mesa para conversarmos melhor.
– Então, alguma novidade? - Andrew perguntou.
– Sim, muitas.
– O quê?
– Tem uma coisa que eu não te contei... Sabe aquele homem que quase me matou no carro de seus pais? Que estava com a arma apontando pra mim? - Ele assentiu que sim com a cabeça. - Pois então, ele é o mesmo homem que me deixou na floresta com os lobos, e, além disso, naquela hora que ele largou a arma no meu colo, eu fui vê-la em casa e descobri uma mensagem, não na nossa língua, mas em outra!
– Como assim? Mostre-me.
Hesitei. Não poderia tirar uma arma da bolsa num restaurante lotado, ia causar uma polêmica! Então, abri minha bolsa, peguei um guardanapo e comecei a escrever os símbolos. Terminei e passei para Andrew.
Ele olhou para o guardanapo com uma cara de "Não faço idéia do que seja isso." E me devolveu o guardanapo.
– Eu tenho uma idéia. - Sussurrou Andrew. - Eu tenho um tio que mora aqui, e ele é um tipo de arqueólogo e conhece várias línguas. Podemos ir até ele e tentar descobrir o que é isso.
– Boa idéia, a coisa que mais me intriga é esse número: 134.
– Eu também...
– Com licença, mocinha. - Falou uma voz conhecida atrás de mim, Era um garçom, ele colocou uma garrafa d'água encima da mesa, mas antes de ir embora, eu virei o rosto e vi. Era o homem. O mesmo homem da floreta. O mesmo homem do carro. Ele me olhou com um olhar ameaçador e entrou na cozinha. Andrew estava de boca aberta. Eu não sabia o que fazer. A única coisa que eu percebi era que eu estava tocando meu Itouch de dentro da bolsa.
– Ai meu Deus! - Falou Andrew.
– A-aham... - Eu gaguejei.
Nós ficamos o resto da noite com medo, até que chegou a hora de ir embora e fomos pra casa.
...
Cheguei em casa com minha avó e fomos dormir. Deixei a arma encima do criado-mudo e deixei meu Itouch para carregar encima da escrivaninha e fui dormir.
...
Alguns momentos depois, acordei com um barulho de tiro. Olhei no criado-mudo. A arma não estava mais lá.
Corri até o quarto da minha avó com uma velocidade que nem eu sabia que existia e parei na porta. Minha avó estava no chão, pálida, com um tiro bem na cabeça. Me abaixei e fiquei de joelhos do lado dela. Chorei muito, lágrimas não paravam de cair a todo instante, e eu sabia quem tinha matado ela. Sabia quem estava infernizando minha vida. Sabia quem me queria ver sofrer. Só não sabia o porquê. O vento da janela do quarto da minha avó estava frio, mas eu não ligava, não conseguia parar de chorar. E fiquei lá pelo resto da noite.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então? Gostaram? Não? Foi trágico ne? eu sei...mas não precisa me engolir, eu disse que ia ser trágico!Bom, deixem uma review *---*.