Glimpse Of His Eyes escrita por lallie


Capítulo 1
Glimpse Of His Eyes - Capítulo Único




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Eu não sabia bem o que dizer naquele momento. Era como se todo meu mundo tivesse caído diante dos meus olhos. Nada estava focado, tudo era confusão. Eu já não sabia ao que meu corpo respondia.

Senti a mão de Leah apertando a minha, pisquei os olhos algumas vezes e a imagem estava focada de novo. Era um fim de tarde calmo em Forks. Leah e eu havíamos ido à cidade para comprar alguns suprimentos. Eu esperava encontrar qualquer pessoa ali, menos ela. Menos Renesmee Cullen. Mas ela estava lá, seus cabelos cor de cobre balançavam com o vento, seus olhos cor de chocolate me encaravam e eu não conseguia decifrar os sentimentos que eles passavam. Assisti seu peito inflar-se quando ela suspirou, e virou o olhar para o lado oposto, sorrindo para uma figura alta de cabelos acobreados e pele pálida que eu não via há muito tempo. Edward abraçou a filha pelos ombros, guiando-a pelo caminho até a loja mais a frente, de onde Bella e Alice estavam saindo. Eles estavam de volta e eu não tinha noção do que aquilo significava.

Leah limpou a garganta, me tirando de meus devaneios. Eu olhei para ela, que me olhava com curiosidade, sorrindo. Ela me sorriu de volta, puxando minha mão enquanto rumava ao rabbit vermelho estacionado do outro lado da rua. Entrei no carro dando uma rápida olhadela para a família que estava rumando para uma BMW preta que brilhava impecavelmente, enquanto a dona dos olhos chocolate mais lindos que eu já vi me deu um tímido aceno com a cabeça. Não consegui retribuir o aceno, não conseguia descobrir como agir diante daquilo. Enquanto pensava ela já havia entrado no carro e partido. Virei a chave, ainda preso na confusão que estava minha mente, ouvindo o motor roncar alto, e pisei no acelerador. A viagem de volta a La Push foi silenciosa.

Nada estava me ajudando muito naquela semana. Era o aniversário de Charlie, que era além de melhor amigo do meu pai, padrasto de Leah. Eu definitivamente não podia faltar. E onde seria a comemoração? Na mansão Cullen. O ultimo lugar que eu queria estar naquele momento. Mesmo assim lá estava eu, rumando para a festa em meu carro, Leah ao meu lado, meu pai no banco de trás. Por que diabos eu já não tinha fugido dali assim que senti o cheiro de vampiro no ar? Mas lá estava eu, teimoso como sempre, indo pra um lugar que eu detestava, cheio de gente que eu queria evitar. Não, eu não odiava os Cullen, mas sim toda a situação em que eu me encontrava quando uma determinada Cullen estava por perto. É claro que comigo nada nunca vai ser simples e fácil.

Logo na entrada, lá estava ela. Os cabelos trançados e jogados por cima do ombro nu, pelo vestido tomara que caia que usava. Da ultima vez que a vi, era uma garotinha que aparentava ter treze anos, daquelas que usavam all star, não um salto agulha enorme como agora. Ela sorriu casualmente para nós, abaixando-se junto a Billy e o abraçando.

“Como vai Renesmee?”

“Eu vou bem, Billy, e você?”

“Estou ótimo! Como você cresceu”

“O tempo voa quando estamos longe, não é Billy?”

Ele concordou com a cabeça e Renesmee virou os olhos na direção de Leah.

“Leah, como vai?”

Senti Leah apertar minha mão, seus músculos tensos. Ela não ficava muito confortável em território Cullen.

“Eu vou bem, Renesmee, obrigada” Ela sorriu nervosamente e olhou pra baixo. Renesmee ainda sorria de forma amigável parada em seu lugar.

“Bom, sejam bem vindos” Ela estendeu o braço em direção ao hall de entrada e eu voltei a empurrar a cadeira de meu pai na direção da sala. Senti os dedos finos tocarem meu braço e olhei para seu rosto pela primeira vez na noite.

“Oi pra você também, Jacob”

Minhas pernas amoleceram no mesmo instante, mas fiz o meu melhor para permanecer na minha pose estável. Ela sorria de forma sincera, divertimento em seu rosto. Queria saber o que a divertia tanto naquela situação constrangedora. Não consegui responder, apenas virei-me na direção da sala novamente e segui para onde havia um barulho de conversa. Assim que pisamos no recinto, olhares disfarçados dos vampiros caíram sobre mim. Com certeza não será uma noite divertida.

Ela não entendeu muito bem minha saudação fria, então apenas seguiu a noite em seu canto, agindo normalmente. Ver que ela não se interessava nem um pouco nos meus motivos era uma baita ferida para meu ego. É claro que eu estava feliz com tudo que eu tinha. Enquanto Renesmee crescia, cresceu junto de mim um sentimento que eu nunca esperaria. Eu amo Leah, nós passamos por tantas coisas juntos e entendemos um ao outro como ninguém mais. Só que era estranho tudo isso. Renesmee foi o imprinting renegado? Eu não queria que ela se sentisse assim. Eu tomei minha decisão ao desistir dela, mas não sabia que impacto teria nela. Edward e Bella nunca haviam contado. Talvez fosse paranoia minha, já que ela sempre me veria como amigo e eu fui o melhor amigo que se afastou de repente. Ela nunca culpou Leah ou nosso relacionamento. Ela gostava de Leah, mesmo que esta ficasse receosa em relação à Renesmee. Mas ela havia se tornado uma mulher tão firme e decidida que eu tinha medo de atravessar essa barreira, de fazê-la confundir as coisas.

Mas lá estava ela me mostrando que eu estava mais do que enganado. Seu braço direito enroscado no pescoço de Nahuel enquanto ela ria muito algo de algo que ele dizia no ouvido dela. Senti uma ponta de ciúmes, não como um homem, mas como um amigo. Ela havia se tornado uma mulher tão rápido e já estava nos braços de um homem. Eu sentia de repente que meu dever de protegê-la foi deixado de lado enquanto eu estava com Leah. Não era saudável essa minha obsessão por ela, eu sei. Mas aquela garotinha me trouxe de volta à vida e eu sentia que deveria retribuir aquele favor. Mesmo que o imprinting tenha falhado comigo, eu não queria falhar com Renesmee. Era tudo muito confuso. Eu deveria a desejar, mas não desejo. E mesmo assim quero protegê-la de se machucar.

Desviei os olhos dos dois para prestar atenção na conversa que me rodeava: Seth e Alice conversavam animadamente sobre a nova casa dos Cullen, a Rússia. Esme já o havia convidado para ir visitá-los, e apesar de morrer de vontade, Seth não podia largar a faculdade e ir simplesmente. Leah sorria às vezes, mas ela ainda estava desconfortável.

“Quando é que podemos sair daqui mesmo?” Sussurrei em seu ouvido, mesmo assim sei que Alice pôde me ouvir.

“Calma, Jake. Não estamos aqui há meia hora ainda. É pela minha mãe e Charlie”

“Ok, ok. Mas você vai ter que me compensar por isso”

Ela riu gostosamente em meu ouvido e me deu beijo acalorado. Seth resmungou e nós paramos, voltando à conversa. Observei uma leve coloração avermelhada nas bochechas de Leah. Era adorável. Não conversei com Bella, Edward ou Renesmee naquela noite, e pelo jeito tudo ficaria assim. Eu me sentia caminhando sobre uma corda bamba. Um passo em falso e a queda seria feia. Leah saiu da roda para ir ao banheiro e como toda a conversa sobre o lar feliz dos Cullen não me interessava, fui dar uma volta. É claro que minha sorte se faria valer a cada cinco minutos, e assim que pisei nos fundos da casa dei de cara com Renesmee. Ela estava de costas, terminando de descer o zíper de seu vestido e o soltando em seguida. Ele caiu até seus pés, revelando seu corpo curvilíneo coberto agora apenas por lingerie preto de renda transparente. Ela deu um passo ao lado, ainda com o sapato de salto, deixando o vestido caído. Ela passou as mãos pelo cabelo trançado, desfazendo o penteado e jogando os cachos pelas costas, que caíam como um mar de lava em mármore. Ela sabia que havia alguém ali, alguém com o coração acelerado e que não conseguia falar. Mas assim que seus olhos caíram sobre mim, eles arregalaram-se em choque.

“Jacob!” Ela gritou, então controlou a voz. “O que você ta fazendo aqui?” Ela sussurrou então. Eu pisquei, desconcertado.

“Eu vim tomar um ar” Respondi por fim, após um silêncio longo demais.

“Eu achei que fosse Nahuel” Ela suspirou, seus seios movendo-se acima e abaixo com esse movimento.

Tentei tirar a visão de minha mente, controlar a situação, mas eu não sabia o que estava acontecendo. Onde é que estava a minha pequena Renesmee? Senti, ainda entorpecido pela visão perturbadora, sua mão me puxando pela floresta. Ela ainda estava semi nua, o vestido em sua mão. Ela corria com destreza mesmo usando o salto altíssimo naquele terreno irregular. Quando finalmente parou, me encostou numa árvore, olhando divertida minha expressão.

“Você não mudou nada, lobinho” Ela riu, rolando os olhos de forma casual enquanto colocava o vestido novamente. Ela chegou bem perto, afastando o cabelo. Eu fiquei olhando sem reação alguma.

“Vamos lá, Jacob. O zíper, por favor”

Eu balbuciei algo em resposta, algo que eu ao menos lembrava. Levantei o zíper e o vestido parecia se encaixar magicamente no corpo dela. Renesmee ajeitou-o da maneira que quis e virou-se de frente pra mim novamente.

“Por que me trouxe aqui?”

“O que você acha que Nahuel ou Leah iam pensar se vissem aquilo?”

“Não era mais fácil você colocar o vestido lá?”

“Enquanto você estava ocupado demais ficando chocado, eu estava bem acordada, e ouvi alguém se aproximar. Sorte sua que fui mais rápida, Leah ia cortar sua cabeça, sabia?”

“Era ela?”

“Sei lá. Eu que não ia ficar por ali pra ver”

“E que desculpa vai inventar agora?”

“Não sei” Ela deu de ombros, virando-se de costas pra mim e observando pelo escuro tentando decifrar o que exatamente se movia ali perto. “Que eu tive que levar o cachorrinho pra passear” Ela varreu o terreno com o olhar mais uma vez e virou-se novamente, um sorriso sarcástico em seu rosto.

“Sempre com as piadas de cachorro”

“Sempre meu pulguentinho” Ela tocou meu rosto, puxando a outra bochecha até seus lábios, onde estalou um beijo e sorriu, voltando a andar pela floresta. Levei uns segundos para me recuperar, até segui-la.

“Onde você está indo?”

“De volta pra casa, oras. Acha que vou passar a noite numa floresta com você?” Ela sorriu, olhando rapidamente pra trás, ainda andando. Eu, ainda atordoado. Ela definitivamente não era nada como a Renesmee tímida que eu havia deixado partir anos atrás.

Quando alcançamos os fundos da mansão, tudo estava silencioso. Até demais. Entramos na casa e o silêncio era estranho demais. Mantive Renesmee por perto, meus instintos dizendo que havia algo errado ali. Quando chegamos na sala, já não havia ninguém. Estava tudo arrumado, do jeito que deixei quando saí, exceto que agora não havia ninguém. Renesmee me olhou com dúvida, abrindo as portas dos outros cômodos procurando sinal de sua família. Eu andei até o grande vidro que dava para frente da casa. Os carros ainda estavam lá, estacionados do mesmo jeito. Mas sem sinal de ninguém. Meu coração estava acelerado enquanto eu virei meus olhos para procurar Renesmee. Ela estava voltando do segundo andar, seus olhos cheios de lágrimas. Observei sua cabeça balançando negativamente. Ela não havia encontrado ninguém também.

“O que...” Não consegui completar a frase.

“Eu não sei” Ela disse, varrendo a sala com os olhos, até parar no armário de casacos. Ela abriu-o e pegou uma chave dentro de uma bolsa.

“Onde você vai?”

“Eu vou procurá-los” Ela girou a chave nos dedos e acionou o alarme da BMW de Carlisle, correndo até a porta. Eu a segui.

“Eu vou com você”

Ela apenas acenou positivamente com a cabeça e acelerou o carro pela estrada. Tudo estava quieto e calmo demais. É claro que os Cullen não iam voltar à cidade e deixar tudo ileso. É claro que haveria drama e problemas.

Ela passou por Forks, pela casa de Charlie, mas não encontramos sinal de que alguém passou por lá. Fomos até La Push, mas não encontramos nada novamente. Renesmee resolveu deixar o carro estacionado na frente da casa de Sue e correr as florestas. Eu não queria me separar dela, deixa-la sozinha e vulnerável quando algo que não sabíamos o que era havia feito todo mundo desaparecer, mas tinha que concordar que desse jeito seria mais fácil procura-los. Eu estava desesperado. As duas pessoas mais importantes no mundo pra mim haviam simplesmente desaparecido. O que eu faria sem Leah? Não! Eu a iria encontrar. Nunca poderia aprender a viver sem ela.

Renesmee partiu em direção ao território Cullen e eu me transformei para procurar pelo território Quileute. Não havia sinal de que eles haviam passado por ali. O dia já amanhecia quando resolvi voltar para a casa de Sue e ver se Renesmee tinha alguma notícia. Eu já estava enlouquecendo em desespero quando ela apareceu. Ela olhou para baixo, acenando para mim que não havia encontrado nada. Seus cotovelos e joelhos estavam ralados e sangrando, seus cabelos e vestido cheios de lama. Peguei em sua mão e a levei para o interior da casa. Renesmee seguiu-me sem dizer nada. Não havia o que dizer. Segurei em sua cintura e fiz com que ela sentasse na pia. Vasculhei no armário procurando pelo kit de remédios que Sue guardava ali. Abri a caixinha e peguei anti séptico e um algodão, limpando os ferimentos dela. De repente parecia que ela tinha cinco anos de novo, e eu era o seu irmão urso, como ela me chamava, que a socorria quando ela caía. Tanta coisa mudou desde então.

“O que aconteceu, Jacob?”

Eu suspirei. A criança perdida me pedia por respostas que eu não podia dar.

“Eu não sei, Renesmee” Olhei para seus olhos chocolate, afundados em lágrimas salgadas que tiravam toda a doçura deles.

“Você tem que saber” Ela olhou pra baixo, reclamando de dor quando eu toquei seu joelho machucado. “Você sempre sabe das coisas”

O que eu iria responder a ela? O que eu poderia dizer quando eu mesmo estava tão perdido.

“Não é assim, Renesmee”

“Por que você fica me chamando de Renesmee?”

“Não é o seu nome?”

“Não!” Ela soluçou. “Eu costumava ser Nessie pra você. Eu costumava significar algo pra você, Jake”

“Do que você ta falando?”

“Você simplesmente virou as costas pra mim, deixou de ser meu amigo e eu nem sei por quê. E agora você me chama de Renesmee também? Como se não me conhecesse esse tempo todo”

“Você mudou”

“Bom, você também”

Ela empurrou meus braços pra longe dela, descendo da pia e caminhando e direção à sala.

“Aonde você vai?”

“Pra casa”

“Você não vai ficar sozinha lá, é muito perigoso”

“Como se você se importasse”

“É claro que eu me importo, Ness”

Ela suspirou, amolecendo um pouco ao me ouvir chama-la de forma carinhosa pelo apelido.

“Eu sou seu irmão urso, não se lembra?”

“Não. Você é Jacob Black. Meu irmão se foi há muito tempo” Ela continuou seu caminho até a porta, acionando o alarme do carro e entrando. Eu a segui, colocando minha mão no volante a impedindo de ligar o carro.

“Não aja como uma criança, Nessie”

“Eu não sou mais uma criança”

“Eu entendi. Todas as suas atitudes forçadas de me mostrar isso foram entendidas”

“Elas não foram forçadas. Acredite ou não, eu cresci. Sou uma mulher agora”

“Você me parece a mesma criança frágil de anos atrás”

“O que eu tenho que fazer pra te mostrar que não sou?”

“Você não tem que me provar nada” Não pude deixar de sorrir pela teimosia dela.

“Você não me dá escolha”

Ela suspirou, sua mão puxando minha nuca e seus lábios colidindo junto com os meus. Ela me beijava com tanta avidez que me assustou, mas eu não conseguia deixar de corresponder. Minhas mãos agarraram sua cintura enquanto Renesmee saía do carro, nossos corpos se juntando. Caminhamos para dentro da casa, Renesmee me jogou no sofá mesmo, sentando-se em meu colo logo em seguida. Seu quadril pressionava-se contra o meu, seus lábios me devoravam. Eu já não controlava minhas ações. Minhas mãos pareciam agir por conta própria, tirando seu vestido, tocando seu corpo com luxúria. Não havia passado muito tempo e eu estava ali, meu corpo grudado no dela. Dentro dela. E era como o paraíso. Seu corpo tinha o encaixe perfeito para o meu. Cada centímetro de Renesmee que me tocava me deixava mais e mais excitado. Eu nunca havia me sentido daquela maneira com ninguém. Mas lá estava ela, aquela mulher que eu nunca achei que seria possível existir dentro da menina de tanto tempo atrás, fazendo com que eu me sentisse o homem mais realizado da face da Terra. E nada mais importava além do prazer que ela me dava. Nada mais importava se eu tinha Renesmee. Ela caiu exausta sobre meu peito, seus cabelos avermelhados grudados pelo suor. Eu não queria nunca deixar de tocá-la. Sua pele macia era meu lar, meu mundo, meu tudo.

Pisquei meus olhos, olhando pelo vidro escuro que me escondia. Olhava com lágrimas infinitas enquanto Jacob virava-se para Leah, que, com um sorriso, tinha os lábios dele sobre os dela. Ele não me vira, eu me escondi antes que fosse possível. Não queria me desfazer em lágrimas pateticamente na frente dele. Não queria que ele soubesse que me fazia sofrer. Ele estava feliz com Leah e era melhor assim. Mas era reconfortante imaginar em algum lugar distante de minha mente que em alguma vez tudo o que conhecemos sumiria e ele seria meu. Aquela fantasia que não passava de criação de minha imaginação me confortava. Não acalentava a dor, mas aquecia, mesmo que de forma fraca, meu peito despedaçado. Ele era meu em meus sonhos. Mas na vida real, ele estava feliz com ela e era isso que importava. Eu me contentaria em vê-lo de longe, em nunca mais sentir o calor de sua pele, ouvir o som de sua risada ou ver de perto o brilho de seu olhar. Não adiantava, ele nunca fora meu. Alcancei o lenço que meu pai estendia a mim, secando as lágrimas que molhavam meu rosto. Observei a pequena capela da praça central de Forks, perguntando-me porque escolhi aquele lugar. No fundo eu sabia o motivo. Se eu fosse capaz de passar por aquilo perto de Jacob, eu suportaria a dor pelo resto de minha existência. Olhei para meu pai, que sorriu compreensivo, tentando me dar coragem. Eu sorri de volta, apertando sua mão de pedra. Suspirei e coloquei o véu em frente aos meus olhos e desci do carro junto com ele. Não olhei para trás. Não adiantava agora. Subi a pequena escadaria ao som da marcha nupcial, vendo Nahuel no altar sorrindo ao ver-me com o vestido que minha mãe usara em seu casamento. Quando as portas da igreja se fecharam, ali ficou meu passado, e pelo corredor da pequena capela se estendia meu futuro. Não era o final feliz que eu esperava, mas era um final. E talvez, um dia, seria o bastante.


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