Estávamos todas na casa de Jessie, a vocalista da nossa banda, bom, todos dizem que é bobagem sonhar que um dia pode ser um astro da musica ou algo assim, mas não pensávamos assim tínhamos um sonho e bem, pelo menos eu, não ia desistir tão fácil assim. Eu não era como essas meninas que apenas sonhavam com a fama, o que eu realmente gostava era a música, nada a mais me interessava, apenas pensava nisso. Realmente não queria fama, sucesso ou algo assim, eu apenas queria ter a minha carreira ao lado das minhas melhores amigas, o resto nada a mais me interessava.

– Vadias – Ela disse chegando na garagem, era o local em que costumávamos ensaiar, eu sei, não era um lugar nada adequado ou muito menos bom para uma banda ensaiar, mas era o único que tínhamos

– Fala aprendiz. – Eu disse rindo.

– Ah não fode Charlotte, é sério. – Ela disse séria, levantei as mãos como se estivesse me rendendo a algum guarda. Realmente? Não éramos essas menininhas de seriados americanos; falávamos palavrões, bebíamos e fumávamos escondido, claro, até por que se minha mãe visse uma ‘futura médica’ fumando ou bebendo, ela daria a louca. Resumindo, não parecíamos meninas, e sim caminhoneiros bêbados.

– Fala já que é tão importante – Imitei a voz dela e fez ela revirar os olhos e mostrar o dedo.

– Sabe aquele barzinho? Aquele lá que a gente ia pra matar aula – Ela falou cerrando os olhos e estalando os dedos querendo de que alguma forma o nome do bar vinha a sua cabeça.

– Aquele lá dos irmãos Featch? – Drika falou na esperança de tentar acertar o nome do bar.

– Isso mesmo – Ela estalou os dedos fazendo um barulho um pouco mais alto e sorriu com ar de vitória.

– Ta, que tem? – Kayla, a menina mais “ cavala “ da banda disse meio seca e sem animo.

– Convidaram as Invisible Girls pra tocar la todo o domingo.

– O que? – As outras três meninas e eu gritamos surpresas.

– Mas espera ai – Kayla disse quase sem acreditar.

– Lá vem – Anne pulou no sofá já sabendo o que ia vir.

– A gente já não foi expulsas de la uma vez? – Kayla continuou a frase sem ao menos se importar com a interrupção de Anne.

– Ta, agora isso sim faz sentido. Tem certeza que é realmente esse bar que convidou a gente pra tocar?

– Claro que tenho – Jessie falou querendo se defender.

– Mas como iriam deixar agente entrar la se já fomos expulsas? - Foi a vez de Mary falar.

– O meu pai é amigo deles, e bem, como eu disse que a banda ta por um fio, o que realmente é mentira, ele ficou com dó e conversou com eles. – A vocalista ruiva se sentou calmamente no sofá enquanto ia falando. Passamos a tarde conversando, até que quando deu 18:00, Mary, Anne e Kayla foram embora, já estava na minha hora d ir também, até que quando eu fui pegar minha mochila Jessie falou.

– Charlie, pode vir aqui um estante? – Ela disse já de pé, larguei minha mochila e fui até seu encontro.

– Alguma coisa de errado? – Disse.

– Você esta bem? Reparei que está errando algumas notas das músicas. – Ela tinha razão, realmente, eu não estava nada bem.

– Claro que estou Je…

– É por ela não é? – Ela me interrompeu se referindo a Alicia, minha melhor amiga, faria um ano que ela estaria morta hoje, ela cometeu suicídio, na realidade não sei bem por que ela fez isso, a vida dela era perfeita, era filha única, tinha tudo sempre o que queria, mas até hoje não entendi o por que ela fez aquilo

– Sim. – Disse tristonha abaixando a cabeça para que ela não visse a lagrima que estava prestes a cair, realmente eu me sentia muito triste quando o assunto era Alicia.

– Faz um ano Charlotte, precisa esquecer, eu sei ta doendo mas pensa, ela ia realmente ficar feliz te vendo chorar? – Pensei por um estante e balancei a cabeça em forma negativa. – Então por favor Charlie, não gosto de te ver assim.

– Tudo bem, vou tentar esquecer isso. – Limpei a lagrima e ergui o rosto, ela me deu um abraço apertado, um abraço que eu realmente precisava agora.

– Eu te amo Charlie, só quero te ver bem. – Ela falou enquanto me soltava.

– Também te amo sua puta. – Disse rindo querendo amenizar um pouco a dor. Nos despedimos e fomos para casa, hoje não ia pra faculdade, estava de saco cheio de tudo aquilo e também eu precisava descansar e avisar a minha mãe sobre o show, realmente eu precisava dela la, me dando apoio no meu primeiro show. Cheguei em casa e minha mãe estava sentada no sofá assistindo televisão.

– Não ia pra faculdade querida? – Ela falou enquanto desviava a atenção da tv.

– Não tem aula – Menti. – Mãe, quero que contar uma coisa e preciso que você me apóie…

– Oh meu Deus, você esta grávida Charlotte? Depois de tudo o que eu te disse sobre pílulas, camisinhas… – Ela começou a falar desesperada e eu simplesmente ri de sua reação.

– Não mãe calma – Disse entre risadas. – Eu não estou grávida. – Ela pos a mão no peito e suspirou alivida, sentando-se de novo no sofá.

– O que é então? – Ela disse ainda nervosa.

– A banda foi convidada para tocar naquele bar perto a minha antiga escola. – Disse animada e ela fez uma cara de decepção. – Que foi mãe não gostou?

– Filha, eu te amo e não quero acabar com seus sonhos mas…

– Esse não é o certo caminho para mim não e? – Disse observando ela se levantar. – Tudo bem – disse decepcionada – Olha, não quero que você perca seu precioso tempo dando um de seus sermão comovente, então ta aqui – joguei uma entrada para o bar que Jessie havia me dado um pouco mais cedo. – se quiser ir ótimo, agora se não quiser tudo bem, não vou me decepcionar. – Disse calma, depois subi, tomei um banho e fui dormir, amanha o dia seria longo…