“A luz da lua banhava o cômodo no qual estava”. Algumas partes ainda estavam ofuscadas devido a escuridão. Dou uma olhada ao redor. Suspiro. Balanço a cabeça. Bato a ponta dos dedos na vidraça. O silêncio estava me deixando inquieta. Decido me levantar do parapeito da janela. O cabelo que antes estava preso, agora deixo solto. Começo a rumar em direção à porta. Paro. Virou o pescoço para o lado direito e com o olhar percorro o cômodo. Paro. Meu olhar analisa o piano atrás de mim. Dou um sorriso e uma meia volta. Sigo até o piano de coloração marfim. Rodeio-o. Passo os dedos pelas teclas.

Resolvo me sentar. Abro a partitura. Passo as página. Desinteresso. Numa melodia me atraia. Continuo da mesma maneira. Toca algumas notas com a mão que estava desocupada. Os sons das notas se misturam com um ranger de porta. Deixo o timbre das notas morrerem para os passos prevalecerem. Eles se aproximavam. Não vacilavam. Eram firmes. Os passos também morreram. Levanto-me. Encaro a pessoa agora a minha frente. Passo do lado. Meu pulso é segurado com força. Rio sarcasticamente e dou alguns passos para trás. Fitos orbes verde-água que me analisavam. Perco-me neles. A face vai ganhando uma coloração rubra. Meus orbes azul turquesa tentam fugir. Não consigo.

Minha cintura é enlaçada sem o meu consentimento. A proximidade faz com que minhas pernas tenham o desejo de ceder. Quando toca meu rosto, fecho os olhos. Viajo para longe. Sinto borboletas no estomago. Coloco os ombros no pescoço. O perfume que exalava daquela pele alva era estonteante, tentador. Mirei a boca rosada e carnuda e pensamentos insanos vieram a minha mente. Qual seria o gosto? . Fui aproximando meu rosto. Fechei os olhos. Um dedo indicador repousa em meus lábios. Abro os olhos. Vejo um sorriso malicioso surgir. “Gaara, porque me provoca assim?”, pensei. Ele virou-me de modo que fiquei de costas. Enquanto uma mão prevalecia em minha cintura, a outra afastava algumas mechas do meu cabelo.

Logo em seguida podia sentir sua boca distribuindo além de beijos, mordidas e chupões. Soltava suspiros baixos. Ele não parava. Virei o corpo de maneira que pudesse ficar a frente dele novamente. Ele encarou-me surpreso. Estava sem ação. Levei minhas mãos à face dele. Acaricie-a. Passei minha mãe para as costas dele. Desejava sentir seus lábios unidos aos meus. Depositei um beijo. Esperei. A boca que estava fechada ficou entre aberta. Nossas línguas dançavam em uma sintonia perfeita. “Ele me trazia mais para perto.”

- Yamanaka Ino!

Fui abrindo os olhos devagar, assim que ouvi meu nome. Já era manhã. Joguei o corpo para frente até que consegui me sentar. Olhei para a janela e pude perceber um ANBU nela.

- Tsunade-sama requer sua presença em seu escritório – disse o ANBU subindo em seguida.

A informação estava sendo processada vagarosamente. Levantei e fui até o banheiro para poder jogar uma água no rosto. Assim que troquei de roupa, desci as escadas e tomei um café rápido. Durante o trajeto para o escritório de Tsunade-sama, relembrei do sonho que tivera noite anterior. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo quando recordei do beijo ardente entre mim e Gaara. Ele já havia entrado até em meus devaneios. Realmente, agora não podia negar, estava apaixonada.