Draco Malfoy

– Mas pai, aquele show vai ser O show. Não é todos os dias que uma das melhores bandas do mundo vêm à Londres – Draco resmungou enquanto tentava convencer seu pai a deixá-lo ir ao show de sua banda favorita.

– Draco, você sabe que está sendo exagerado, muitas bandas vêm a Londres todos os dias. Paramore? Que diabos é isso? – o pai do garoto olhou o encarte que Draco tinha na mão. – Você precisa começar a ouvir coisas para o seu porte social...

– Você não está falando mesmo que eu tenho que começar a ouvir Beethoven não é? Aquilo é uma merda! – o garoto resmungou enquanto se atirava em uma das poltronas da grande (e exagerada) sala de estar.

– Olhe o palavreado garoto – Lucius repreendeu enquanto suspirava fortemente. – Beethoven seria uma ótima opção, mas eu tenho certeza de que seus ouvidos não servem para apreciar tamanha beleza – o pai falou e Draco fez muita força para não revirar os olhos. – Bem, essa é minha ultima palavra, você não vai ir à esse show, sem falar que você tem que estudar muito, essas suas ultimas notas estão me dando dor de cabeça – lançou um ultimo olhar firme para Draco e saiu da casa.

Draco pôde ouvir quando o carro saiu da garagem e sentiu uma raiva descomunal atingi-lo. Ele nunca podia fazer nada, afinal, nada nunca estava à altura dos importantíssimos Malfoy.

– Argh – ele reclamou antes de se encaminhar para a cozinha numa ultima tentativa.

– Não venha me pedir nada Draco, seu pai disse não, então eu não vou deixar – ele não havia nem mesmo entrado na cozinha quando sua mãe respondeu sua pergunta silenciosa.

Narcisa Malfoy dava-lhe medo às vezes.

– Ah, mãe, mas...

– Não quero saber, essas suas notas estão baixas demais – ela disse e virou para ele com uma colher de pau na mão. – Se, e somente se você melhorar essas notas antes do show você poderá ir.

– Mas as provas são daqui a três semanas, o que me dá só três dias para ver se passei e comprar um ingresso – Draco tentou fazer sua melhor expressão de cachorro abandonado enquanto Narcisa erguia uma sobrancelha.

– Quem não te conhece que te compre Draco – ela revirou os olhos. – Não adianta de nada você fazer essa cara de pobrezinho comigo, embora seja um amor, eu não vou cair – e sorriu malignamente. – Agora, dê algum jeito de estudar, arranje alguém que te ensine ou faça mágicas para aprender, não m e importo, eu só não aquento mais ver aquele vermelho em seu boletim do ano passado – e agitou a colher obviamente o correndo dali.

Draco bufou, mas saiu rapidamente da cozinha, afinal não queria ser morto acidentalmente por uma colher de pau, o que era bem provável de se acontecer quando sua desastrada mãe estava na cozinha.

Subiu as escadas para seu quarto e olhou para a pilha de livro que deveria ler para fazer as provas de recuperação para as matérias que havia deixado penduradas no ano anterior. Esticou a mão até um dos livros, de Biologia, e sentou na cadeira da escrivaninha disposto a aprender alguma coisa.

Mas é claro que essa disposição passou no momento em que viu os milhares de letras que explicavam diversas coisas que ele não estava a fim de saber. Por fim, acabou admirando as fotos de animais estranhos.

– Ah, droga – ele resmungou consigo mesmo e atirou o livro longe.

Com certeza desenhos de botos não iriam ajudar a uma luz de aprendizagem se formar em sua cabeça.

Draco caminhou até a janela e sentou no beiral, olhando para fora e sentindo uma imensa frustração. Como diabos iria conseguir ir ao show? Seus pais não iriam deixar a menos que ele tirasse boas notas, mas e se ele não tirasse?

Uma cabeleira ruiva chamou sua atenção e ele viu a Weasley caminhando pela calçada em frente a sua casa.

Então talvez nada estivesse tão perdido assim.

Gina Weasley

– Gina, você é do signo de Leão com ascendente em Câncer, sabe a irregularidade que isso causa em sua personalidade? – Luna estava explicando as peculiaridades do signo de Gina (pela milésima vez) enquanto segurava a revista ‘O Pasquim’ da qual seu pai era editor.

– Olha, Luna, eu entendo que seu pai é astrólogo, e entendo que você goste dessas coisas, mas eu não acredito em nada disso – Gina resmungou soltando um longo suspiro logo em seguida.

– Sabe, e essa sua ascendência pode causar muitos distúrbios no humor, coisas como bipolaridade e...

– Eu? Bipolar? – Gina comentou enquanto sentavam em um dos muitos bancos da praça.

Luna havia aparecido em sua casa e a convidado para dar uma voltinha. Gina aceitou porque gostava da companhia da loira, embora ela ficasse boa parte do tempo falando de astrologia, era divertido tentar entendê-la.

– Segundo o horóscopo do Bufador de Chifre Enrugado...

– Bufa o quê? – Gina encarou a outra indagativamente.

– Bufador de Chifre Enrugado – Luna disse novamente e voltou os olhos para a revista. – Segundo esse horóscopo diz assim sobre o seu signo: "Leão, cuidado! Hoje coisas surpreendentes irão acontecer e você precisa ser cuidadosa com seu humor, pois ele pode causar muitos problemas na hora de tomar decisões". – Luna ergueu os olhos para Gina que tinha uma expressão de tédio.

– O que são esses Bufa sei lá o que? – Gina perguntou ignorando a tal previsão.

– Bufadores de Chifre Enrugado, são criaturas mágicas que tem o dom da previsão – Luna explicou com a voz meio etérea. – Criaturas muito sábias e...

– E seu pai bate tipo um papo cabeça com eles, ou melhor, cabeça-chifre e... – Gina soltou uma risadinha e suspirou. – Deixe para lá.

– Você precisa abrir mais sua mente Gina – Luna balançou a cabeça e guardou a revista na bolsa, o que foi um alivio para Gina.

– Yeah, mas no momento tudo que eu quero fazer é ir naquele show do Paramore – Gina bufou.

– Já falou com a sua mãe?

– Sim, mas ‘Ginevra, você sabe muito bem que eu não tenho condições de pagar a entrada em um show como esse! Percy precisa do uniforme novo do clube de matemática e Fred e George estão precisando de tênis novos, eu não sei onde é que eles conseguiram estragar tanto aqueles... Tinham dois dias, pelo amor de Deus!’. – Gina soltou uma risadinha. – E eu preferi não dizer para ela onde é que os gêmeos tinham conseguido fazer aquilo com os tênis.

Luna riu.

– Eu prefiro não saber também.

– Weasley – uma voz arrastada pegou Gina de surpresa e ela virou para encarar a pessoa que a havia chamado.

– Malfoy? – a surpresa era tanta que Gina se esqueceu de colocar desprezo em sua voz.

– Preciso falar com você, dá licença Lovegood? – o garoto encarou Luna com desdém.

– Quer falar comigo, fale em frente à Luna – Gina se irritou com o comportamento do garoto loiro.

Ele deu de ombros e a encarou.

– Eu preciso de ajuda com minhas provas de recuperação – ele disse e Gina ergueu uma sobrancelha.

– E o que eu tenho haver com isso? – ela perguntou.

– E eu quero que você me ajude...

– Mas nem que o Papa apareça de calcinha no Natal – ela riu. – Quero mais é que você se exploda sua doninha albina – bufou. – Peça ajuda para Goyle ou Crabbe, eles com certeza vão querer te ajudar... Só não sei se você vai entender os grunhidos de trasgo deles.

Malfoy grunhiu e fechou os punhos, obviamente tentando se controlar.

– Deixe-me terminar de falar? Eu quero sua ajuda, e em troca eu te dou um ingresso para o show do Paramore – ele sorriu vitorioso.

Tudo dentro de Gina paralisou. Show do Paramore, show do Paramore. A noticia era boa demais para ser vinda do Malfoy. Ela gostaria de recusar e mandá-lo para os confins do Hades ou de qualquer outro lugar ruim, mas a visão de uma multidão enorme cantando e gritando enquanto ela estava assistindo o show pela TV enquanto comia brigadeiro e engordava um quilo a fez pensar melhor.

Não deveria ser tão difícil assim dar aulas para o Malfoy, deveria? Ela era metido e estúpido e um playboy e um imbecil e um idiota, mas isso era relevante diante da perspectiva de ver Paramore ao vivo.

Gina encarou o garoto longamente, sentindo que talvez aquele negócio de bipolaridade fosse realmente verdade.

– Ótimo, eu te ajudo, mas qualquer coisinha imbecil que você tentar...

– Yeah, entendi – o garoto resmungou e deu as costas. – Estarei na biblioteca às três da tarde, não se atrase Weasley – ele gritou antes de desaparecer na multidão de pessoas que estavam na praça àquela hora.

– Você sabe de que signo é o Malfoy? – Luna perguntou, arrancando Gina de seus devaneios.

Gina encarou a loira e tudo que fez foi rir.

Ronald Weasley

Rony estava em seu quarto assistindo um jogo de futebol que passava pela TV sem prestar muita atenção. Seus olhos estavam quase fechando de tanto sono.

TOC, TOC, TOC.

O som de alguém batendo na porta do quarto o despertou e ele sentou rapidamente na cama.

– Entra – resmungou e sua voz estava meio grogue de sono.

– Hey – pela porta entraram Harry e Hermione, ambos com expressões preocupadas.

– Quê? – Rony perguntou enquanto esfregava os olhos e deitava novamente na cama.

– Harry precisa de ajuda – Hermione disse antes que Harry pudesse abrir a boca para falar.

– Quê? É alguma garota? Porque se for não vejo porque ajudar. É só você mostrar a sua cicatriz do futebol que elas ficam com peninha, você sabe Harry, essa tática sempre funciona – Rony resmungou, seus olhos novamente fechando de sono.

– Argh, como você é um insensível – Hermione reclamou e Harry riu.

– Não, não é com garotas, não preciso de ajuda nisso – Harry comentou e foi a vez de Rony rir.

– Ah meu Deus, eu estou aqui, será que vocês podem deixar essa conversa machista e nojenta para alguma outra hora? – Hermione bufou e sentou na beira da cama. Rony sentiu algo bater em seu rosto e abriu os olhos. Hermione estava batendo nele com uma almofada.

– Pare com isso – resmungou e segurou a almofada.

– Então pare de dormir, isso é falta de educação – ralhou e Rony não pode deixar de compará-la com sua mãe.

– Okay, o que vocês precisam? – sentou novamente na cama.

– Cara, eu não sei o que está acontecendo – Harry começou e o encarou. – Mas eu acho que o fim do mundo está próximo.

Rony franziu a testa em confusão.

– Do que você está falando? – Rony perguntou.

– Harry acha que os pais vão separar – Hermione respondeu e Rony sentiu seu queixo cair.