Contact escrita por Zchan


Capítulo 22
Mas o que diabos...


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora... vou tentar terminar essa fanfic antes de dar 1 ano de publicação! Eeh! Não, pera, que tal eu postar o último capítulo exatamente no dia? *le leva ovada* Ok, ok, o mais rápido o possível...



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Amiga? Annelise? Ela não era minha amiga. Em nenhum momento senti mais do que uma mera simpatia por ela, sempre ofuscada por seu comportamento. Aquela garota parecia querer que eu morresse com todas as forças. Certo, talvez nem tanto, mas ela realmente não me queria bem. Eu não tinha motivo nenhum para ficar tão abalado pela morte dela. Não deveria, na verdade, não num momento tão importante, quando tantas coisas estavam acontecendo e parecia que eu estava me tornando, involuntariamente, o centro disso.

O que mais me chocou não foi o que a mensageira disse. Ela estava coberta de terra, o rosto sujo marcado por algumas lágrimas. Eu não a reconhecia e não me importava muito com ela. O que me chocou mesmo foi ver a expressão que Mike fez. Mike, eu estava tão desesperado por ele, a simples ideia de que ele poderia morrer ali parecia fazer com que minha mente parasse de funcionar. A expressão que ele fez. De horror e tristeza, saudades e ódio, tudo junto numa única expressão.

– Nicholas. Nicholas, você está bem? - Leon abraçou meu braço, parecendo tristonho, mas não realmente abalado. Ele não tinha um vínculo com Annelise, me lembrei. Para ele, o pior daquela morte seria como aquilo me afetaria. E para mim, o pior era como aquilo afetaria Mike.

– Eu estou bem. - minha voz saiu fraca, meus olhos se mantendo fixos no rosto do meu melhor amigo. Leon falara aquelas coisas, mas não era verdade. Mike estava ali, vivo, não estava? - Mike...

– Não... - com dificuldade, ele cobriu o rosto com uma das mãos, tentando inutilmente esconder as lágrimas que escorriam de seu olho. Apenas um olho, me lembrei. Eu nunca mais veria aquele olhar engraçado e intenso dele. Seu rosto estava desconfigurado para sempre e não havia como fazê-lo voltar. - Por quê? Por que tudo isso está acontecendo? Não é assim... que as coisas devem ser, não é...

A voz dele era dolorida e doía em mim também, porém até eu sabia que não podia fazer nada além de tentar segurar sua mão e apoiá-lo com palavras. Me virei para Leon, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele me abraçou.

Era um abraço quente. Eu poderia dizer... amoroso. Nesse momento, toda aquela história de vida passada voltou para mim de uma só vez, me lembrei daquelas cenas com o "Leon" antigo, quando eu não era o mesmo "Nicholas" de agora. Retribuí o abraço, mas não me satisfazia. Eu queria mais, com certeza. Bem mais. Contudo, não era local nem a hora certa. Pouco depois me afastei, erguendo uma mão para pedir que Leon não dissesse nada.

– Como ela morreu? - minha voz tremeu ao sair. Não queria olhar para a pessoa que viera dar a notícia, nem para Leon, nem para Mike. Encarei meus próprios sapatos como se eles fossem me dar a resposta.

– Essa é a questão... ela foi assassinada. Teve a cabeça perfurada por um machado. Não conseguimos encontrar rastros do assassino nem da arma. Sinceramente, está tudo uma bagunça. A arena cai, pessoas morrem, outras são feridas, e tudo... tudo isso... - a garota cerrava os punhos com força enquanto nos olhava com raiva, lágrimas surgindo em seus olhos - Tudo isso sempre com vocês no centro! O que diabos está acontecendo aqui?! Me digam! Malditos!

– Claire, por favor, pare com isso. - uma das ajudantes na enfermaria tenta conter a garota exasperada, mas a dúvida já fora implantada em todos ali. Algo que vinha de mais de uma vida... desastres absurdos... quem quer que estiver por trás disso, não pode ser um mero semideus. Não temos poder para tanto.

– Fui eu. Claro, foi por ordem de minha mãe. - um garoto, que entrara tão sorrateiramente que ninguém havia notado-o, fala baixo, com um sorriso no rosto. Era um sorriso meio psicótico, desses que fazem você sentir um arrepio na espinha só de olhar - Ela e mais uma deusa. As duas fizeram um acordo para uma brincadeirinha com alguns meio-sangues, mas essa tal deusa quis tirar vantagem no final. Minha mãe não gostou, nem um pouco. Ela me mandou aqui para tentar arrumar as coisas.

– Filho de Melinoe... - rosnei, me esquecendo de todos os outros presentes. Aquele garoto ferira Mike. Aquele garoto matara Annie. Eu tinha motivos mais do que suficientes para querer esganá-lo aqui e agora. Leon segue meu exemplo. Mesmo assim, o maldito não se intimida.

– Eu não quero brigar com vocês. - ele desmancha o sorriso, se aproximando da cama de Mike. Senti meu coração parar de bater por um segundo. O que diabos ele pretendia? - E eu... eu nunca quis ferir ele. - murmura, olhando meu melhor amigo como se realmente se arrependesse de tê-lo machucado. - Eu nunca feriria ele.

Mike tirou a mão do rosto e olhou para o garoto. Sua expressão agora estava suave, como se não se importasse com mais nada nesse mundo. Como se... como se dissesse que podia morrer que tanto fazia.

– Você... é aquele garoto de antes. - disse em sua voz fraca, fitando o filho de Melinoe - Aquele que... estava me observando... quando Holly...

– Sou. E eu que falei com você antes. Eu não quero que você morra. Minha mãe quer... ela quer todos vocês mortos. - o garoto se virou para mim, adotando uma expressão ameaçadora - Mas se eu matar só você, vai ficar tudo bem, não é? Vai?

Leon imediatamente se pôs na minha frente, bloqueando minha passagem.

– Encoste um dedo nele. - ele ameaçou - E eu vou te matar do jeito mais doloroso o possível.

Coloquei uma mão sobre o ombro de Leon, agradecendo o apoio. Não desgrudei os olhos em momento algum daquele ser estúpido, maníaco e nojento que era o filho de Melinoe. Quando falei, minha voz saiu com tanto desprezo que surpreendeu até a mim mesmo.

– Não queria machucá-lo? Não queria matar ele? E que outra deusa é essa? Se não nos explicar direito... eu vou continuar acreditando que preciso te matar. Por vingança, por raiva... e porque eu não vou nem um pouco com a sua cara, magrela.

– Ryan. - ele disse, fechando os olhos. - Meu nome é Ryan.

– E daí? Por que eu ia querer saber o seu nome?

– Porque assim, se você me matar, pelo menos eu não vou ter sido morto por uma pessoa que nem sabia o meu nome. - Ryan parecia sério ao falar aquilo - Se quiser me matar, pode me matar. Mas vou dizer algo antes. Se me matar, eu vou levar Mike junto comigo.

– Você não acabou de dizer que não queria que ele morresse?! - gritei, perdendo as estribeiras - O quão hipócrita você consegue ser?!

– Eu não quero que ele morra porque eu estou vivo. Se eu morrer, quero que ele morra e vá junto comigo. - Ryan voltou os olhos para Leon, mudando o tom de voz, falando mais baixo e devagar - Você entende isso, não entende? Leon, filho da Morte?

Leon ficou estático no lugar. Primeiramente, eu não entendi o que ele havia dito. Depois, me senti estúpido por não ter entendido logo de cara. É claro. Quando você quer estar com uma pessoa, não importa o que aconteça. Quando você pode ser egoísta, chegando ao ponto de ser cegado por essa vontade e cometer atos cruéis sem nem ao menos percebê-los. Eu também entendia aquilo. Era desprezível, mas ao mesmo tempo perfeitamente normal.

– Ryan, você... estava apaixonado pelo Mike ou algo assim? - perguntei cautelosamente, sentindo o absurdo daquela frase aumentar quando ela ecoou pelo ambiente estranhamente silencioso.


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Notas finais do capítulo

Eeeh... o texto tá uma merda, eu sei. Não tô bem pra escrever hoje, mas é o que tem e tá aí. E... eu tenho que parar de cortar os capítulos desse jeito, ne? Uuh... bom, até mais!



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