O cabelo dele estava completamente molhado e estava a pingar para o chão. A sua t-shirt já bastante reveladora estava completamente colada ao seu corpo.

– Sam, este é o Andy. O vocalista.

Não disse nada. Eu conhecia aquela cara.

– Uau. Deve ser a primeira fã que não grita quando me vê. – disse ele.

– Quem disse que eu sou sua fã? – ele olhou para mim chocado.

– Please. Não há nenhuma rapariga neste planeta que não goste de mim.

– Oh, a sério? Então eu sou o quê? Um alien? – os restantes elementos da banda levaram a mão à boca para não se notar que estavam a rir.

– Sam… - Simon fez sinal para eu parar de enfrentar o Sr. Sou Todo Bom.

– Vamos ficar aqui muito tempo ou vamos começar a trabalhar? – perguntei. Estava farta de estar ali.

– Vamos trabalhar. – disse Simon – Anda Susan.

Os rapazes foram acabar o que estavam a fazer antes de termos chegado e termos interrompido as suas atividades deprimentes.

***

Depois de termos acabado de preparar o palco e tudo mais eu e Susan fomos vestir o nosso fato especial. Por que, adivinhem quem é que vai fazer de porteiro? Nós, exatamente!

A fila para o show era enorme.

Estava com lotação esgotada!

Não acredito que aquele Ser Deprimente tinha tanta fã!

– Nós vamos ver um show de Black Veil Brides, Sam! OH MY GOD! Estou tão emocionada!

– Não conheço a banda, e se dependesse de mim o vocalista nem sequer abria a boca!

– Não sejas mazínha, okay? Ele não teve a culpa!

– Foi minha, queres ver?

– Não foi de ninguém. Ele só deve ter achado estranho a tua “não reação”.

– Tu já sabes como eu sou Susan.

– Eu sei. Desde que o Dereck morreu tu deixaste de viver, e tal. Mas não podes continuar assim!

– Por que não?

– Vá lá, Sam! Tu não estás a viver! Estás aqui por que simplesmente ainda não tiveste a coragem para te suicidades! – ela falou isto e eu retraio-me. Ela olha para mim e a culpa é o único sentimento que preenche os seus olhos – Oh, Sam! Desculpa, eu não devia ter falado isto!

– Mas tens razão. Ainda não tive coragem.

– Sam…

– Esquece, Susan. É verdade. Agora trabalha.

Não falei mais para ela.

O show vai começar em

3…

2…

1…

– AAAAAAAAAAAAAAAAAANNNNNNNNNNNNNNNDYYYYYYYYY! – gritaram todas as raparigas que se encontravam naquele recinto.

Rolei os olhos e fui mudar de roupa.

Quando vou para abrir o meu cacifo cai um maço de tabaco.

Olho para o maço.

Eu e Dereck sempre dividimos o tabaco.

Uma lágrima rolou pelo meu rosto.

“Não penses nele, não penses nele. NÃO PENSES NELE!”

Mandei o maço para dentro da mala e saí a correr da loja.

Corri até que as minhas pernas gritaram “GHEGA!”. Deixei-me cair no chão e deitei todas as lágrimas que conti neste última ano.

Já estou há um ano sem Dereck.

Estou há um ano sem viver.

Sou um fardo para os meus pais.

Não sirvo para nada!

O telemóvel tocou com o seu som irritante. O número era desconhecido. Atendi.

– Sam, onde é que estás? – perguntou Simon.

– Eu não sei. – sussurrei.

– Então descobre e vem ter aqui em dois minutos! Temos cinco fãns desmaiadas e a Sally trouxe marijuana para o concerto!

– Okay. – desliguei.

Limpei as lágrimas com a manga do fato que tinha vestido e fiz o caminho contrário ao que tinha corrido.

“Vamos, começa a viver Sam! Eu sei que tu consegues!”

Levantei a cabeça, sorri por um momento e corri para a loja.

Proceço de reanimação vai começar em

3

2

1

DUDE, I’M ALIVE!