Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 8
Conto 7 - Mistletoe (Justin Bieber)


Notas iniciais do capítulo

Mais uma de Natal, meio atrasado kk Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178208/chapter/8

Eu andava pelas ruas em plena véspera de Natal. Como os três reis magos seguiam a estrela, eu seguia meu coração.

            Véspera de Natal. É a época mais bonita do ano. As luzes em toda rua e muita alegria em todo lugar.

            Por que eu estava andando, procurando? Porque sentia que faltava algo. Eu podia listar um milhão de coisas para fazer no Natal, mas nada me agradava. Eu podia listar quase 100 pessoas na minha casa, mas eu ainda assim me sentia sozinho.

            Eu andava pelas ruas cheias de neve, no fundo, com esperança de encontrar Giovanna. Com as botas pretas de sempre. Uma calça jeans simples, uma jaqueta enorme e quente.

            No máximo, com luvas e um cachecol, o cabelo curto e preto lisinho. Ela já me contara que teve cabelo longo, o que eu pagaria para ver.

            Não que eu fosse encontrar Giovanna em qualquer lugar por aí. Mas sempre acontecia nos meus sonhos. Mas eu não tinha sorte o suficiente para que isso se tornasse realidade.

            Depois de meia hora andando, desisti. Eu podia estar brincando na neve, eu sabia. Mas eu estava andando por aí.

            Voltei e decidi pegar um café. Por sorte, ainda estava aberto.

            E v: uma garota lendo um livro de capa preta.O cabelo era tão curto que eu podia ver seu rosto. Seu rosto muito, muito, muito maquiado. Mesmo. Mas era ela.

Giovanna.

 Arfei e me belisquei. Não era um sonho. Eu desejava tanto que aconteceu. Ou então o Papai Noel tinha me dado esse grande presente.

Diziam por aí que o Papai Noel estava com suas renas voando bem alto. Eu devia estar fazendo minha listinha, eu sabia. Mas estava em um café.

A garota ergueu o rosto quando ouviu eu arrastando a cadeira. Pareceu assustada por um tempo, mas depois soltou a respiração, aliviada e deu um sorriso torto.

Tinha algo muito errado nela. Vestia jeans sim e uma bota. Mas a bota tinha salto. Uma jaqueta de pêlos marrom. Luvas vermelhas que combinavam com o cachecol. Um óculo de sol na cabeça, em pleno inverno. A pele branca, tão branca que parecia uma vampira. Os olhos com uma sombra vermelha e o lápis de olho bem escuro. Um batom vermelho. Brincos bem grandes e brilhantes.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Mãe e família — Giovanna disse. — Você sabe, Justin. Minha mãe pegou roupas que eu nunca vi para impressionar minha família e a de meu pai. E minha prima de 16 anos fez a maquiagem, e me deu os acessórios.

— E porque não está na festa?

— Famílias. — Suspirou. — A família da minha mãe tem conceitos diferentes do que a família do meu pai. Isso me deixa mal, então sai de fininho.

Bebeu um pouco de café Fiz o mesmo, já me esquecendo que tinha pegado café. Giovanna fechou o livro. A capa era uma flor, pelo o que parecia.

— Hum... — Giovanna disse enquanto engolia o resto do café. — Ouvi dizer que REM uma feirinha por aqui. Vamos lá?

Concordei. Seria legal. Não exatamente o meu sonho, sozinhos em uma guerra de bolas de neve, mas eu ia estar com ele. Já era o suficiente.

Giovbanna me levou até a feirinha. Estranho era ver que algumas pessoas ainda trabalhavam na véspera de Natal, mesmo havendo pouca gente no local.

Percebi Giovanna admirando um colar, o que não era nada normal. Porém, era bonito e simples. O sinal do infinito.

Ela não estava preparada. Procurei nos meus bolsos. Tinha mais do suficiente para comprar o colar.

Pedi a moça enquanto Giovanna não via. Quando ela voltou, falei:

— Adivinha o que eu tenho aqui?

— Dinheiro para emprestar? — Ela tentou adivinhar.

— Melhor. Feche os olhos.

Giovanna fez isso e eu coloquei o colar em volta do seu pescoço. Ela abriu os olhos e olhou para baixo. Sorriu para mim e pulou, me abraçando.

— Obrigada, obrigada, obrigada!

Eu ri e ela riu junto. Aos poucos, foi se separando de mim constrangida. Mas disfarçou logo e falou:

— Vou ser eternamente grata! Ah, venha ver o que tem aqui. — Me empurrou como uma criança que queria mostrar algo para os pais.

Chegamos até um lugar onde tinha uma fogueira. No inverno, naquele frio, uma fogueira era tudo que precisamos. Vi muitas pessoas em volta.

Nos sentamos em um canto onde ninguém estava. O espaço era pequeno e tivemos que nos apertar um do lado do outro. Eu senti um perfume de leve. O perfume de sempre. Pelo menos nisso não tinham exagerado.

Estávamos sentados ao redor do fogo, assando castanhas como em julho. Eu devia estar com meus pais, mas eu estava perto do fogo.

Ficamos um tempo apenas comendo uns doces, quando Giobanna repousou sua cabeça no meu ombro Mesmo com aquele fogo, eu me senti congelando, como a neve.

Giovanna murmurou:

— Vamos continuar andando?

Assenti, sem conseguir falar nada ainda. Ainda tinha muito para se ver na feirinha. Porém, as pessoas estavam indo embora enquanto meia-noite chegava. Continuamos andando até que chegamos ao fim.

O fim era 7um lugar onde estava uma banda e vários casais dançavam. Pendurado estava um visgo.

— Justin... — Giovanna começou.

— Oi? — respondi.

— Eu quero dançar.

Eu dei risada, tentando não mostrar o nervosismo. Eu estava nervoso, é claro. Dançar com a Giovanna embaixo do visgo. Só casais faziam isso.

Peguei de leve a mãe dela e a guiei até o lugar. Nossos corpos de aproximaram. Eu não sabia dançar muito bem e Giovanna parecia que não sabia também.

Ficamos nos balançando no ritmo da música. Eu não conseguia parar de olhar para ela. Não queria perder o feriado. Eu devia estar com minha família, eu sabia. Mas eu estava embaixo do visgo...

Com Giovanna.

Lembrei de como eu segui meu coração. Isso tinha me levado a um milagre.

— Preciso te comprar alguma coisa para recompensar o colar — Giovanna disse.

— Você pode me recompensar de outro jeito — eu disse, chegando perto dela.

Surpreendendo Giovanna, e até a mim mesmo, beijei-a. Ela não precisava comprar nada. Eu já sentia ago, meus lábios nos lábios dela. Com certeza, era um feliz Natal.

— Feliz Natal — sussurrei.

Giovanna sorriu, tímida, sem poder falar.

Foi o Natal em que eu ganhei o melhor presente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Músicas E Escrita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.